tag:blogger.com,1999:blog-41330171662344494232024-02-21T18:47:08.591-08:00A Tertúlia da DiásporaA ASSOCIAÇÃO "MULHER MIGRANTE" ABRE ESTA TERTÚLIA A CONVERSA SOBRE AS MIGRAÇÕES E AS DIÁSPORAS PORTUGUESA E LUSÓFONAS.
VAMOS FALAR DA NOSSA ASSOCIAÇÃO, DAS INICIATIVAS QUE ESTAMOS A DESENVOLVER E DA FORMA COMO PODEM COLABORAR CONNOSCO. UM CONVITE DIRIGIDO, POR IGUAL, A MULHERES E HOMENS, DE TODAS AS IDADES, EM TODAS AS LATITUDES.Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.comBlogger564125tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-56388467778595696082020-08-09T06:34:00.002-07:002020-08-09T06:35:50.786-07:002015 Homenagem a MARIA BARROSO MARIA BARROSO NA LUTA PRO DIGNITATE
Há 20 anos, a "Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade", dava-se a conhecer no maior congresso de portuguesas da Diáspora jamais organizado no país, sob o lema “Diálogo de género e de geração - para dar a conhecer a emigração feminina e contribuir para que esta se sentisse e fosse tratada como uma metade igual à outra, no mundo das comunidades portuguesas. Nesse mês de Março de 1995. Maria Barroso esteve lá, em Espinho, connosco – e nunca mais deixou de estar
Marcou indelevelmente a memória desse congresso fundador e o seu futuro, pela força da sua palavra – a fascinação do mito e da pessoa, reunidos num momento privilegiado das nossas vidas.
Não, não foi um discurso de circunstância em sessão solene de encerramento, seguido de uma saída apressada. Ficou ainda por algumas horas, no meio de todos. Sabia ouvir, compreender, passar da doutrina à prática, da defesa de valores em abstrato à solidariedade, que conforta e mobiliza. Era tão inteligente e culta, tão naturalmente amável e afetiva, e tão pragmática também!<o:p></o:p></div>
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Depois, contámos invariavelmente com ela, em outros congressos, nos “encontros para a cidadania” por onde começaram as políticas públicas para a igualdade de género na emigração e em tantas outras acões para o aprofundamento da cidadania, nesse outro Portugal, sempre mais esquecido…<o:p></o:p></div>
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2015 encerra duas décadas de trabalho em comum com Maria Barroso.<o:p></o:p></div>
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É o ano em que partiu, pouco depois de ter dito, numa última entrevista à televisão, serena e risonha, com a sua imagem, a sua voz eternamente jovem: “Em breve vou partir”.<o:p></o:p></div>
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Maria Barroso deixou um país inteiro saudoso de si, definitivamente órfão do seu sorriso maternal, da sua demanda de justiça, de uma cultura de paz e tolerância.<o:p></o:p></div>
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Tem, assim, o seu lugar na história da democracia e do feminismo em Portugal e um lugar muito especial no coração do Povo. Foi no momento em que se despedia dela, surpreso e comovido, que o País redescobriu - ou descobriu - a inteira dimensão da sua personalidade, o pleno significado de uma longa e variada história de vida, que atravessou épocas e regimes, sempre norteada pela coerência de interesses cívicos e humanistas. Uma infinidade de testemunhos, de comentários, de artigos, de reportagens, de entrevistas, acabou por dar uma ideia mais exata da excecionalidade da sua ação, que foi em crescendo, a força da experiência aliada à capacidade de antever e convocar o futuro.<o:p></o:p></div>
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As suas prioridades há muito não passavam pela intervenção nas instituições do Estado, nem pela atividade partidária, mostrando, limpidamente, como se podem afirmar os valores humanistas, fazer a diferença, mover o mundo, a partir da sociedade civil. A "sua" Fundação Pro Dignitate foi a sede de um sem número de iniciativas, de grande projetos, que ultrapassaram fronteiras, sobretudo na esfera da lusofonia e da Diáspora.<o:p></o:p></div>
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Para Maria Barroso, na sua luta pela dignidade de cada ser humano, não havia favoritos : portugueses, africanos, timorenses, refugiados, imigrantes, velhos, jovens, mulheres, homens... Pró Dignitate, ideia- força para responder aos desafios maiores no novo milénio - os combates por um mundo sem guerras, sem violência, em diálogo sobre um futuro comum, a partir de uma diversidade de heranças culturais, que se possam descobrir e aceitar mutuamente. Uma perfeita consonância coma a divisa da Mulher Migrante”: Não há estrangeiros numa sociedade que viva os direitos humanos!<o:p></o:p></div>
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20 anos passados, muitos anos de trabalho há pela frente!<o:p></o:p></div>
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Um olhar retrospetivo ou prospetivo, leva-nos sempre, neste 2015, a Maria Barroso, porque nos mostrou, no movimento da sua própria vida finita, como todos, individualmente, podemos procurar o progresso coletivo, e porque o seu legado de cidadania é verdadeiramente intemporal.<o:p></o:p><br />
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Maria Manuela Aguiar<o:p></o:p><br />
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<b><span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">1.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-weight: normal;"> </span></span></b><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">NA NOSSA MEMÓRIA<o:p></o:p></span></b></div>
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<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Drª MARIA BARROSO<o:p></o:p></span></b></div>
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<b><span style="font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">MARIA DE JESUS BARROSO </span></b><b>– UMA MULHER DE TODOS OS TEMPOS</b><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><o:p></o:p></span></b></div>
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A forma súbita e abrupta como se desenrolaram os eventos dos primeiros dias de julho de 2015, provocaram em nós uma enorme onda, inicialmente de incredibilidade e subsequentemente de sentimento de perda indescritível. É sempre difícil, se não impossível, descrever o que sentimos quando somos confrontados com a perda de uma referência de cidadania e humanismo como sempre foi a Dr. Maria de Jesus Barroso. <o:p></o:p></div>
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Enumerar, mesmo muito ligeiramente, cada um dos objectivos que alcançou e cada uma das suas contribuições para a sociedade portuguesa em particular e para a humanidade em geral seria um processo quase impossível de alcançar, pois muitas foram as suas áreas de intervenção tanto na sociedade privada e pública, como na política, nas artes, e no mecenato. Distinguiu-se em todas estas atividades fruto ao rigor e zelo que dedicava a tudo o que fazia, mas acima de tudo pela sua entrega total a todas e cada uma das causas que defendia. Aliás a sua capacidade de entrega absoluta era precisamente uma das suas caraterísticas mais impressionantes. Sempre que a sua presença era solicitada, em prol de qualquer causa ou em representação de alguma das muitas instituições que representava, estava sempre presente e ativamente participante.<o:p></o:p></div>
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Uma das melhores recordações que guardo está relacionada com a sua ida à Califórnia, mais precisamente à Universidade da Califórnia, Berkeley para participar no 5º Encontro para a Cidadania promovido pela Associação Mulher Migrante e o Programa de Estudos Portugueses da referida Universidade. Tive a honra de ser designada para fazer o transporte entre o aeroporto de San Francisco e a cidade de Berkeley. Como a viagem entre Portugal e San Francisco é consideravelmente longa, o plano era ir diretamente para o hotel, mas para minha surpresa, foi levantada a sugestão que seria muito agradável fazermos um pequeno passeio por San Francisco antes de nos dirigirmos para Berkeley. Assim fizemos por várias horas, e quando estávamos a atravessar a famosa ponte do Golden Gate, a Dr. Maria Barroso disse calmamente: “o que eu gostava muito de fazer era molhar os pés no Pacífico, com todas as viagens que fiz com o meu marido, nunca tive a oportunidade de molhar os pés no Pacífico.” Claro que fizemos o desvio, e nesse dia todos molhamos os pés no Pacífico, gelado e magnífico. Sei que o Congresso e outros eventos relacionados com o Encontro tiveram todo o sucesso, mas do que nunca me esquecerei foi a alegria desse fim de tarde numa pequena praia a norte de San Francisco. Alegria esta que se repetiu quando visitamos a sede da campanha eleitoral do então candidato para a Presidência dos Estados Unidos - Barack Obama. A visita da Dr. Maria Barroso a esse pequeno centro cheio de voluntários a preparar cartazes, encher envelopes e ao telefone com prováveis eleitores, fez com que o mesmo parasse completamente quando entramos e apresentamos a visitante como a ex-primeira Dama de Portugal. A sua simplicidade e simpatia cativou os jovens voluntários que ficaram com uma ótima imagem de Portugal e dos Portugueses. Melhor que ninguém, a Dr. Maria Barroso sempre foi uma excelente representante do nosso país e da nossa gente. Para todos ela tinha um ouvido atento, e uma palavra afável.<o:p></o:p></div>
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A Drª. Maria de Jesus Barroso era sem dúvida uma mulher admirável e inesquecível, por muitas razões e um exemplo a seguir. No meu caso, agradeço-lhe o ter-me ensinado que só se pode ser integra e digna se fizermos todo o possível para que os nossos cocidadãos também tenham oportunidade de o ser. A Drª. Maria de Jesus Barroso nunca deixou de ser mulher para ser militante política, ou deixou de ser militante política para ser humanitária. Nela tudo se conjugava e complementava sem conflito. Durante a sua vida serviu Portugal e os Portugueses de forma exemplar, teremos muitas saudades, mas os grandes, os verdadeiramente grandes, nunca morrem e Maria de Jesus Barroso viverá eternamente na memória de todos nós e nas páginas de honra da história de Portugal.<o:p></o:p></div>
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Saudosamente<o:p></o:p></div>
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Deolinda Adão, Professora catedrática da Universidade de Berkeley, Califórnia<o:p></o:p></div>
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<b>MARIA BARROSO<o:p></o:p></b></div>
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Hablar de María Barroso, es realmente hablar de una de las Mujeres más destacadas de Portugal, de todos los tiempos.<o:p></o:p></div>
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Bajo mi óptica puedo decir que fue una Mujer multifacetica, Diputada, Profesora, artista, defensora de los derechos humanos, defensora del sentido de familia, fundadora de la ONGD Pro Dignidade, se ocupó de la lucha contra el Racismo, la Xenofobia, la Violencia, fue creadora del Movimiento de Emergencia de Mozambique, se ocupó de los niños, fue la primera mujer portuguesa presidente de la Cruz Roja, una gran presidente.<o:p></o:p></div>
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Por esta y otras creaciones que ha realizada , María Barroso, está en el corazón de todas las personas que la conocieron, nunca pasaba inadvertida donde se hallara por su gran personalidad, dando el comentario necesario, la palabra justa.<o:p></o:p></div>
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María Barroso era una Mujer con un gran conocimiento de la Historia Portuguesa, siendo parte activa de su Patria al lado de su esposo , Presidente de la Nación, Dr. Mario Soares, se dice de detrás de un gran Hombre siempre hay una gran Mujer y la Dra. María Barroso reunía todos esos conceptos.<o:p></o:p></div>
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Tuve el Honor de recibir a la Dra. María Barroso el día 12 de Noviembre del año 2005 en Buenos Aires, Argentina, donde la Asociación Mulher Migrante Portuguesa de Argentina, organizó en la Sala Jorge Luis Borges, el Seminario Encontros para a Cidadania, que duró varios días, donde participaron 38 panelistas. Hombres y Mujeres de Portugal, de Brasil, de Venezuela, Uruguay,Argentina, Suecia,<o:p></o:p></div>
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Con la presencia del Secretado de Estado Dr. Antonio Braga, del Embajador António de Almeida Ribeiro y su Sra. esposa Sra. Embaixatriz Isabel de Almeida, la Dra. María Manuela Aguiar, Dra. Rita Andrade Gomes Pte. de la Mujlher Migrante de Portugal, Maria Kodama, la viúda de Borges, y muchas personalidades más, con la presencia de personalidades de la RTP de Portugal, Periodistas de la prensa Escrita y Radial, la mayor Delegación que tuvimos en la Argentina.<o:p></o:p></div>
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En otras oportunidades tuve la oportunidad de estar, en Lisboa, luego en Maia, donde pude ver su participación siempre dejando una enseñanza en todos los órdenes , reflejaba su don del saber, fue es y será siempre admirada por todos, ya que Mujeres con estas características quedan en la retina de todos que la conocieron.<o:p></o:p></div>
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Admiro a María Barroso porque le tocó luchar en una época machista, cuando una Mujer conseguía un derecho era todo una lucha personal muy costoso, ya que el papel de la Mujer no tenía ninguna oportunidad para lucirse. La que logró, logró porque tenía muchas virtudes, del conocimiento y de la ubicación personal para poder llegar a donde pretendía con sobrantes valores.<o:p></o:p></div>
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María Barroso una Mujer a imitar, por todas hoy y para siempre<br />
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Natália Renda Correia<o:p></o:p></div>
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<b>MARIA BARROSO, CIDADÃ DO MUNDO<o:p></o:p></b></div>
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Cidadã do mundo, a Drª Maria de Jesus Barroso Soares atravessou a existência, plena de humanidade e de são inconformismo, recriando-a através da promoção da realidade cívica e do culto da arte.<o:p></o:p></div>
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A edificação da Cidade é sempre irmã – gémea da criação cultural: em todos os instantes urge defender a realidade pública do viver humano e pronunciá-la como obra sempre inacabada.<o:p></o:p></div>
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Quem teve a dita e o usufruto pessoal de contactar com esta Senhora, acolheu do seu exemplo esta vertigem da responsabilidade: a comunidade das pessoas exige direitos e deveres, à semelhança de um reduto onde deverá ser impossível a violência.<o:p></o:p></div>
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O espaço da paz é uma instância aberta aos seus protagonistas, cultivando a justiça, a liberdade, a cooperação solidária, iluminando-as, ao mesmo tempo, com o cultivo do bom gosto e da arte. A Vida real é feita de acontecimentos, tanto mais reais quanto sentidos pelos outros.<o:p></o:p></div>
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Mais singulares que os nossos, são sempre os valores (presentes ou ausentes) alheios. O exílio da realidade é o estado normal da desumanização. Pois bem. O tom humano e humanizado da Drª Maria de Jesus, manifesto da forma mais espontânea, representou sempre uma lição de sensibilidade, de envolvência cívica, de unidade franca e afectiva.<o:p></o:p></div>
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As pessoas e os seus acontecimentos foram uma sua porção, uma sua pátria, uma sua comunidade, uma sua família, sem exibicionismos nem saltos à visibilidade. O mundo humano e desumano era a sua casa, sempre a habitar e a prover das entidades com que se transforma o mundo.<o:p></o:p></div>
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Esta a exigência de uma ética planetária, a qual rege o comportamento comum, sem monopólios nem discriminações.<o:p></o:p></div>
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É missão de qualquer convivente do universo a prática da justiça, a incomodidade face ao desrespeito dos direitos, o devotamente aos vazios, para que cessem, de acordo com a sentenças clínica e transversal a diferentes culturais: “faz aos outros o que querias que os outros te fizessem”.<o:p></o:p></div>
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A “Pro Dignitate”, instituição que dirigiu, teve sempre o sentido de um brasão: a favor da dignidade: Mas, mais do que um emblema, sempre personificou um compêndio de convicções ou da certeza de princípios. A luta a favor da erradicação da pobreza, o serviço á paz nas suas dimensões plurais, a sensibilidade à educação e à pedagogia, o culto da verdade e da isenção da comunicação social, a vivência da diáspora portuguesa e da sua condição migrante, o diálogo inter-religioso, a cultura nas suas várias manifestações com relevo para a arte da representação e da dicção, e demais sectores humanos, traduziram respostas concretas a problemas da cidadania.<o:p></o:p></div>
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Desde sempre foi este universo de saberes e preocupações, um gesto e uma predilecção. De igual modo, as suas naturais boas maneiras constituíram um modelo de respeitabilidade. Talvez por esse motivo, que nunca por tom palaciano, a opinião pública sempre a distinguiu como “Senhora”, que era!<o:p></o:p></div>
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A naturalidade, a dedicação sem limites, a abertura de espírito, a adesão a causas de exclusão, a tolerância, a cordialidade solidária, o carisma do diálogo, a coerência prática diante de opções cívicas, políticas e até confessionais, são muitas das cores com que pinto, interiormente, o retrato que me deixou da sua vida!<o:p></o:p></div>
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A alguns meses de sua morte, confidenciou-me que se andava a desprender da vida.<o:p></o:p></div>
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E acrescentou: “Vivo em paz e em serenidade”.<o:p></o:p></div>
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Uma mulher portuguesa, digna, recta, justa e solidária, a Senhora Drª Maria de Jesus Barroso Soares!<o:p></o:p></div>
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O seu sonho de mudar o mundo nunca foi em vão!<o:p></o:p></div>
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Há pessoas que não morrem. Foi o caso! <o:p></o:p></div>
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D. Januário Torgal Mendes Ferreira, Bispo emérito<o:p></o:p></div>
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<b>MARIA BARROSO – DESPEDIDA EMOCIONANTE, INESQUECÍVEL!</b><o:p></o:p></div>
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Desde jovem, pude acompanhar a vida da Drª Maria Barroso, com a maior admiração pelas excepcionais virtudes que foi revelando.<o:p></o:p></div>
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Recordo-me ainda e muito bem, por exemplo, de a ter visto como Atriz, no Teatro Nacional Dona Maria II, onde se estreou em 1944. Apreciei igualmente o seu talento de atriz no cinema. Foi uma revelação fantástica, uma artista inovadora, cheia de sensibilidade e força anímica!<o:p></o:p></div>
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Através de notícias, através dos Jornais, Revistas da TV, continuei a acompanhar o seu trajeto, nas suas mais diversas facetas: na política, na cultura, na literatura, na poesia, como a de grande defensora dos direitos humanos, lutadora pela liberdade e pela democracia, antes e depois do 25 de Abril. Comoveu-me o modo como se converteu ao catolicismo, coma maior dignidade e convicção, num tempo dramático da sua vida<o:p></o:p></div>
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Como conheci pessoalmente a Drª Maria Barroso?<o:p></o:p></div>
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Por motivos de trabalho (voluntário), após a minha aposentação do lugar de Presidente do Instituto de Apoio à Emigração e às Comunidades Portuguesas, passei a participar na «Mulher Migrante – Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade», que me proporcionou um conhecimento pessoal da Drª Maria Barroso, na sua qualidade de Presidente da Fundação PRO –DIGNITATE.<o:p></o:p></div>
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Pude, então vê-la em ação, com as qualidades excecionais que possuía, e também com a sua simpatia, com a atenção que concedia a todas e a todos os que com ela contatavam.<o:p></o:p></div>
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A sua serenidade, a sua elegância, a sua cultura, par do vigor da sua palavra, deram-me momentos inesquecíveis, em muitos dos trabalhos de parceria entre a PRO-DIGNITATE e a Associação Mulher Migrante.<o:p></o:p></div>
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Lembro, em especial, o dia do lançamento do último Livro de Maria Barroso “A Violência na Comunicação Social”, na Fundação PRO- DIGNITATE, em 02/06/2015.<o:p></o:p></div>
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Fez uma fantástica Intervenção, nas belas e acolhedoras instalações da Fundação, nesse dia cheias de amigos. Para mim, como para muitos, entre eles algumas associadas da Mulher Migrante, foi o derradeiro Encontro.. Terminou com uma sessão de autógrafos, durante a qual, a autora manteve sempre o seu sorriso, a sua simplicidade.<o:p></o:p></div>
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Quem nos havia de dizer que de forma tão inesperada a perderíamos para sempre, no dia 7 de Julho de 2015 ?<o:p></o:p></div>
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Nesse dia acordei com tão triste notícia e logo decidi ir prestar homenagem à estimada Amiga, a quem tanto ficámos a dever, para todo o sempre.<o:p></o:p></div>
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Fui até ao Colégio Moderno ( o seu Colégio), pelo qual tanto lutou, impulsionando-o para o topo dos melhores que há no País.<o:p></o:p></div>
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A «câmara ardente» estava instalada no Colégio. Ali a vimos, rodeada das mais belas flores e de lindíssimas ornamentações e, sobretudo de uma multidão imensa de admiradores, que lhe dizia adeus, sentidamente -entre eles muitos membros da «Associação Mulher Migrante».<o:p></o:p></div>
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Jamais esqueceremos esses momentos. Foi impressionante assistir a esse sincero testemunho de condolências à Família e aos Amigo - por parte de Altos Titulares de cargos políticos , Artistas ( do Teatro, do Cinema, da TV), Representantes da Igreja Católica, e da Comunicação Social, e por parte de cidadãos comuns.<o:p></o:p></div>
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Esta excepcional homenagem foi um agradecimento á ação da “Primeira Dama do Povo”, como também lhe chamavam, pelo conjunto de portuguesas e portugueses de várias classes sociais, dos vários quadrantes políticos, de Jovens e Idosos...do País inteiro!<o:p></o:p></div>
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2 de Novembro 2015<o:p></o:p></div>
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Rita Gomes, Presidente da Associação" Mulher Migrante"<o:p></o:p></div>
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<b>ATÉ SEMPRE, DRª. MARIA DE JESUS BARROSO</b><o:p></o:p></div>
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O que dizer mais nesta minha singela, mas muito sentida homenagem a esta grande Mulher, que há tão pouco tempo nos deixou e de quem já tantas saudades nos invadem? E, tal como<o:p></o:p></div>
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Manuela Aguiar afirma nesta publicação… <i>deixou um país inteiro saudoso de si, definitivamente órfão do seu sorriso maternal, da sua demanda de justiça e de bem estar para todos, da mobilização para uma cultura de paz e de amizade.</i><o:p></o:p></div>
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O que dizer mais, depois de ter lido tantos textos magníficos e que tive o privilégio de conhecer, uma vez que integro o grupo que coordena esta edição?<o:p></o:p></div>
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É uma tarefa difícil, impossível até, reduzindo-me a um resumo dos momentos de partilha e de aprendizagem que me foram proporcionados pela Associação ECS Mulher Migrante, aquando dos muitos eventos que realizou e onde estivemos juntas.<o:p></o:p></div>
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E tudo começou em 1995, no aeroporto de Pedras Rubras, agora Sá Carneiro, quando tive a honra de a ir esperar para trazer para Espinho ao encerramento do Encontro Mundial Mulheres Migrantes –<i>Gerações em Diálogo</i> ao que iria presidir. Tal como diz a Arcelina no seu texto, também quando nos cumprimentamos, … <i>o seu sorriso aberto e franco, dava a entender que já nos conhecíamos há muito tempo</i>.<o:p></o:p></div>
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De então para cá, muitas oportunidades houve para a conhecer e que me levam a ter a ousadia de fazer minhas, todas as palavras das restantes autoras.<o:p></o:p></div>
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Viajamos juntas, ficamos alojadas no mesmo hotel em Buenos Aires, em Estocolmo, em Joanesburgo aquando da nossa deslocação para os <i>Encontros para a Cidadania.</i> Oportunidades fantásticas para ouvir as suas conferências, sempre brilhantes e poéticas, para conversarmos durante as refeições, para andarmos às compras ou visitar museus, sempre interrompidas por anónimos que a cumprimentavam e com quem conversava amenamente, não para dizer palavras de circunstância, mas para as conhecer melhor, com aquela simpatia e simplicidade que magistralmente a caraterizavam.<o:p></o:p></div>
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Mas também em Portugal, sempre em organizações da Associação Mulher Migrante.<o:p></o:p></div>
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Em todos esses momentos pude perceber a dimensão multifacetada da sua personalidade vanguardista, que felizmente é dada a conhecer nos testemunhos incluídos nesta publicação, qual instrumento precioso para nunca esquecermos esta Mulher e dar a conhecer às gerações vindouras, o seu… <i>legado de cidadania verdadeiramente intemporal</i>, tal como nos diz Manuela Aguiar.<o:p></o:p></div>
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Graça Guedes, Professora Catedrática Universidade do Porto<o:p></o:p></div>
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<b>O SEGREDO DE MARIA DE JESUS BARROSO<o:p></o:p></b></div>
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Em 2002, em nome da Universidade de Toronto, e por sugestão da nossa Leitora do Instituto Camões, Dra. Aida Baptista, enderecei um convite a Maria de Jesus Barroso, para fazer a abertura do <u>I Congresso Internacional</u> <u>A Vez e a Voz da Mulher Imigrante Portuguesa</u>. Esse congresso seria parte das comemorações do cinquentenário da imigração portuguesa para o Canadá. Como não conhecia pessoalmente Maria Barroso, imaginava que tivesse uma agenda muito preenchida, e receava que não aceitasse viajar para Toronto.<o:p></o:p></div>
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Para grande regozijo das organizadoras e de cerca de centena e meia de participantes, em setembro de 2003, tivemos o privilégio de contar com a sua comunicação de abertura no auditório do edifício Northrop Frye, Victoria College. Nessa e noutras sessões do congresso, apercebemo-nos da simpatia, afabilidade e simplicidade no trato, ao partilhar connosco os seus conhecimentos e preocupações.<o:p></o:p></div>
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Creio que esse encontro de 2003 sobre a temática da imigração, com enfoque na mulher imigrante portuguesa, foi inesquecível também para Maria Barroso. Confessou-nos que algumas das questões abordadas nos trabalhos do congresso lhe pareciam dizer respeito, dada a sua experiência de exilada em Paris, na década de sessenta e mulher de um ativista constantemente preso e exilado. Afirmou a certa altura:<o:p></o:p></div>
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“A situação da mulher migrante é, em geral, mal conhecida. [...] eu própria convivi de perto com o problema da emigração, quando acompanhei o meu marido no exílio político a que o antigo regime o votou. Aí vivi esse problema, experimentando os mesmos dramas e dificuldades com que os nossos concidadãos se confrontavam.” (Marujo, Batista, Barbosa, 2003, p. 12). <o:p></o:p></div>
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Bem informada também sobre as questões que diziam respeito ao Canadá, realçou a importância da educação das crianças e jovens luso-canadianos, o valor do ensino do português como língua de herança e de identidade, a taxa de emprego das mulheres imigrantes portuguesas, o envelhecimento e, sobretudo, referiu a importância da integração na sociedade canadiana. Deixou uma mensagem muito clara sobre os direitos devidos às mulheres e salientou que “a voz da mulher migrante tem de começar a ser ouvida. Através da sua participação política, individual ou concertada, é menos provável que se atinjam os graves problemas da exclusão”.<o:p></o:p></div>
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A Dra. Maria Barroso participou nos debates com interesse, sensibilizou-se com alguns dos testemunhos, e mostrou-se grata pela oportunidade de estar a conviver não só com académicos do Canadá mas também da Austrália, do Brasil, dos EUA, da Inglaterra, de Portugal continental e do arquipélago dos Açores.<o:p></o:p></div>
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Voltei a encontrar em 2007, a Dra. Maria Barroso, em Toronto, a convite da organização Associação Mulher Migrante, e da Dra. Amélia Paiva que, nessa altura, exercia as funções de Cônsul-Geral de Portugal. Nesses “Encontros para a Cidadania”, uma vez mais nos impressionou pela sua participação ativa, entusiasta e conhecedora das questões. O cansaço de uma viagem intercontinental não era razão para recusar o desafio, sempre que a sua presença fosse considerada essencial.<o:p></o:p></div>
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Em 2008, atrevi-me a convidá-la para ir a Ponta Delgada participar no <u>I Congresso Internacional A Voz dos Avós: Migração e Património Cultural</u>. Este Congresso foi organizado pela Universidade de Toronto em parceria com a Universidade dos Açores. O reitor, Professor Avelino Menezes, e a Doutora Rosa Simas, do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas, deram apoio incondicional para a organização de um primeiro congresso memorável. Na sessão de abertura, a Dra. Maria Barroso lembrou comovida o papel que a sua avó materna tivera na sua formação, sublinhando:<o:p></o:p></div>
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“É indispensável e fundamental não esquecer o papel dos avós, que urge recuperar. Tão importantes são os avós sobretudo no acompanhamento dos netos. São um enorme reservatório de afetos.<o:p></o:p></div>
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Temos de encurtar o salto geracional entre os anciãos e os jovens para que estes possam beneficiar de toda a sua sabedoria – como disse alguém ‘a sabedoria amadurecida no coração, a sabedoria que é como a plenitude de Outono, rica de cores e de tonalidades’”. (Marujo, 2010, p. 13).<o:p></o:p></div>
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A estadia na ilha de São Miguel, na companhia desta senhora sempre conversadora, dinâmica e amável, foi uma dádiva. O apoio do Presidente do Governo Autónomo Carlos César e de Maria Luísa César foi imprescindível. A Dra. Maria Barroso teve o acolhimento que lhe era devido como ex-primeira-dama do governo da República, celebrado com um jantar dado em sua honra, no elegante palácio da Conceição, sede do governo Regional, e para o qual foram convidados todos os participantes. Foi, então, motivo de comentários de admiração geral, a belíssima e maior carpete de Arraiolos que cobre o soalho de um dos salões do palácio, oferecida por Mário Soares nos anos da Presidência Aberta, e que a esposa nunca tivera oportunidade de apreciar. Nesse ambiente de festa, uma Maria de Jesus divertida e cheia de humor animou um serão que se prolongou noite fora.<o:p></o:p></div>
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O congresso com a temática “Avós”, que a levara aos Açores, impressionou de forma muito positiva a Doutora Maria Barroso. Por esse razão, prontificou-se, de imediato, a ceder as instalações da Fundação Pro Dignitate em Lisboa, para a realização do segundo, dois anos depois. Assim, foi nossa graciosa anfitriã no <u>II Congresso A Voz dos Avós: Migração, Memória e Património Cultural</u> realizado em 2010. Este congresso foi organizado pela Universidade de Toronto, em parceria com a Universidade Aberta (CEMRI – Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais) e a Fundação. Maria Barroso esteve presente em todas as sessões, acolheu os participantes dos vários países, atendeu jornalistas e entidades especiais presentes nesse encontro, que teve a amabilidade de convidar. Graças a esse valioso patrocínio da Fundação foi publicado o livro <u>A Voz dos Avós – Migração, Memória e Património Cultural</u>, já em segunda edição.<o:p></o:p></div>
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Depois destas manifestações de simpatia, sempre que me deslocava a Lisboa, nunca deixei de a ir cumprimentar à Fundação Pro Dignitate. Ia com o coração aberto para a ouvir e com ela aprender. A sua memória e cultura geral fascinavam-me. O seu interesse pelas causas que lhe tocavam a alma eram contagiantes.<o:p></o:p></div>
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Em dez anos de convívio espaçado, passei bons momentos no seu belo e histórico gabinete - denominado A Sala da Rainha (ou de D. Maria I), junto à Basílica da Estrela, parte do antigo Convento do Sagrado Coração de Jesus -, a partilhar conversa, cafezinhos e chocolates que ela muito apreciava. E até um almoço amigável e inesquecível, no seu apartamento do Campo Grande, com a amiga comum Aida Baptista. Muito ao jeito português, mostrou-nos a casa, fotografias e objetos queridos.<o:p></o:p></div>
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Ficar-lhe-ei para sempre grata, em particular pela sua compreensão pelas minhas causas, sua generosidade e extrema/inexcedível simpatia. Perguntei-lhe muitas vezes a brincar, “Gostaria de ser como a senhora! Qual é o seu segredo?” e ela respondia: “Não se pode parar, o segredo é não parar”. <o:p></o:p></div>
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Maia Barroso parou, por fim, a sua atividade. Porém, a sua incansável energia, cultura e maneira de estar no mundo não vão parar de me inspirar!<o:p></o:p></div>
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Manuela Marujo, Diretora Associada - Departamento de Espanhol e Português<o:p></o:p></div>
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Universidade de Toronto<o:p></o:p></div>
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<b>TESTEMUNHO<o:p></o:p></b></div>
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Maria Barroso uma mulher muito ativa, solidária com inúmeros projectos desenvolvidos para destacar o papel da mulher, para conseguir o reconhecimento da igualdade de capacidade, de visão, deforça e coragem de um e outro género! Para mim, foi importante como exemplo de todas aquelas qualidades, e como inspiração no trabalho voluntário. Foi uma honra estar com Ela em diversos seminários em Portugal e, especialmente, no que se realizou realizado aqui na Argentina, na Biblioteca Nacional, pela forma como nos deu ideias e auto confiança e nos abriu perspetivas. Trouxe Portugal até nós, mostrou como pertencemos ao mesmo passado e como podemos continuar a trabalhar no futuro comum, onde quer que estejamos, longe ou perto uns dos outros. <o:p></o:p></div>
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Uma Grande Senhora, uma simpatia, um lindo ser humano e, principalmente, uma Grande Portuguesa<o:p></o:p></div>
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Maria Violante Martins, Presidente da Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina<o:p></o:p></div>
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Conselheira do CCP (Conselho das Comunidades Portuguesas)<o:p></o:p></div>
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<b><span lang="EN-US">HOMMAGE À UNE FEMME D’EXCEPTION</span></b><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
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Les gens dépassionnés, je les plains.<br />
Je trouve qu'il faut être passionné.<br />
Si on veut donner un sens à sa vie,<br />
il faut aimer quelque chose au-delà de soi-même. (Jenny Alpha)<o:p></o:p></div>
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L’exercice en forme de récit auquel je me livre aujourd’hui est étourdissant, et il est vrai que j’ai le droit de le craindre. On ne sort pas indemne d’une rencontre avec Maria de Jesus Barroso Soares, femme exemplaire, généreuse, avec une sincérité désarmante.<o:p></o:p></div>
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Des mots qui traversent les âges et ré-inventent le passé.<o:p></o:p></div>
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Cette Grande Dame petite par la taille mais grande par sa conviction a consacré sa vie à se battre contre les systèmes qui brisent femmes et hommes, pour plus de Justice, pour l’humanité, pour la vie tout simplement.<o:p></o:p></div>
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Vous avez été certainement abreuvée de jalousie par une minorité, mais une large majorité continue à vouer une sorte de culte à l'icône que vous êtes devenue.<o:p></o:p></div>
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Avec une rigueur à toute épreuve, vous êtes, en vérité, une éternelle rebelle sous un habit de douceur. Vous êtes féministe, vous défendez la cause des femmes avec une fermeté implacable, mais vous n'adhérez pas aux thèses de celles qui, à l'image de Simone de Beauvoir, nient les différences entre les sexes. <span lang="EN-US">Vous êtes du côté des plus faibles, mais vous refusez toute victimisation. </span>La vie, qui n’a pas toujours été tendre avec vous, n’a cessé, cependant, comme pour s'excuser, de vous offrir des chances qui sont autant d'hommages à votre personne, à votre intégrité et à votre talent. Vous avez toujours été libre, véhémente et sereine. Vous le resterez, tout au long de vos fonctions, et au-delà. Sur plusieurs points, vous avez su marquer votre indépendance.<o:p></o:p></div>
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À plusieurs reprises, dans des bouches modestes ou dans des bouches augustes, j'ai entendu parler de votre caractère. <span lang="EN-US">C'était toujours dit avec respect, avec admiration, avec affection, mais avec une certaine conviction : il semblerait, Madame, que vous aviez un caractère difficile. Difficile ! Oui, Madame Maria de Jesus Barroso était une femme de caractère et avant-gardiste dans bien des domaines, elle savait exactement ce qu’elle voulait.<o:p></o:p></span></div>
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<span lang="EN-US">Il y a en vous comme un secret : vous êtes la tradition même et la modernité incarnée. Je vous regardais, Madame : vous me faisiez alors penser à ces grandes dames d'autrefois dont la dignité et l'allure imposaient le respect. Et puis, en regardant votre parcours, je vous ai toujours vu comme l’une de ces figures de proue en avance sur l'histoire. Votre curiosité intellectuelle insatiable et votre sens aigu des détails signalaient une nature inquiète et fiévreuse qui a fait avancer le monde. </span>J’ai retenu de vous qu’on apprenait souvent davantage de vos interrogations que de vos réponses.<o:p></o:p></div>
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Oui, il y avait de l'énigme en vous : une énigme limpide et lumineuse jusqu'à la transparence qui suscitait de l’admiration mais, dans votre cas, quelque chose d'autre s'y mêlait : du respect, de l'affection, une sorte de fascination. Beaucoup, au Portugal et au-delà des frontières, auraient voulu vous avoir, pour confidente, pour amie. J’ai eu la chance inouïe d´être votre amie et le bonheur de passer des instants inoubliables à vos côtés, d’apprendre de votre exigence, de votre savoir, de votre humanisme et de votre liberté. <o:p></o:p></div>
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De toutes les figures de notre époque, vous êtes sans l’ombre d’un doute l'une de celles que préfèrent les portugais, mais non seulement. Les seuls sentiments que vous pouvez inspirer et à eux et à nous sont l'admiration et l'affection. Vous incarnez avec plus d'éclat que personne les temps terrifiants où nous vivons, où la violence s'est déchaînée comme peut-être jamais tout au long de l'histoire de l’humanité et où quelques-uns, comme vous, ont lutté contre elle avec détermination et courage et illustré les principes, qui ne nous sont pas tout à fait étrangers, de liberté, d'égalité et de fraternité.<o:p></o:p></div>
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En guise de conclusion, il y a encore des personnes hors du commun qui vous font changer votre façon de voir les choses et de croire en ce rêve d’un monde meilleur<b>.</b>Non pas par la force brute, mais par la force de la vie, la beauté et la puissance de leur personnalité<b>. </b><span lang="EN-US">Votre seul défaut, Madame, était de vous oublier pour les autres, mais comment pouvait-on vous le reprocher? </span>Aujourd’hui, je veux avant tout me souvenir de ces moments que nous avons partagés et je continuerai à porter avec d’autres, les mêmes combats que vous avez portés. Votre mémoire perdure à jamais parmi nous ! Soyez-assurée que votre survie est un pont entre deux mondes !<br />
Isabelle Oliveira, Vice Reitora da Universidade Sorbonne<o:p></o:p></div>
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<b><i>“SOS-África”- um combate de Maria Barroso pela dignidade dos media, também a partir de Cabo Verde</i></b><o:p></o:p></div>
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<b>- <u>A génese</u></b><o:p></o:p></div>
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Maria Barroso saíra magoada da Cruz Vermelha Portuguesaem 2003. Não era o afastamento em si, decidido pelo ministro da altura. Oque a incomodava era o “modus faciendi", pouco digno de pessoas de caráter: os maneirismos,os <i>complots</i>, os jovens de gabinete do ministro, promovendo notícias e boatos sobre a gestão “danosa” da Presidente deixaram-na de rastos.<o:p></o:p></div>
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A nível internacional Maria Barroso estava a trabalhar, a partir do segundo mandato , no fortalecimento dos laços entre as CVlusófonas. Era um projeto inovador e que reforçava o peso e a presença da língua portuguesa no espaço internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Em 2003, na reunião de Maputo lançava a “CPLP da Cruz Vermelha de Língua Portuguesa” que ficaria conhecida como o <b>“fórum das sociedades nacionais de língua portuguesa”</b>, uma ideia que seria aprovada por unanimidade e com estatuto legal autorizado em Dezembro de 2003.<o:p></o:p></div>
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Mas toda a gente sabia e era correntemente admitido e pressentido pelas direções das CP do espaço lusófono que o Ministro Paulo Portas queria afastar a curto prazo a Presidente da CVP. Tinham comigo conversas de corredor sobre essa convicção. Eu também sabia que quando do final do primeiro mandato, numa reunião entre Paulo Portas e Maria Barroso pouco se tinha falado dos problemas da CVP; o Ministro passou a maior parte do encontro a falar da “importância e relevo” que a Presidente da CVP tivera, como cidadã, na eleição do Mário Soares para a Presidência da República. Eu sempre achara esta conversa desapropriada e relacionada com o risco do prestígio de Maria Barroso vir a influenciar e promover próximas candidaturas presidenciais. Era desconhecer Maria Barroso…mas para mim, o destino da Presidente ficara traçado nesse momento.<o:p></o:p></div>
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Em 2003, de forma discreta mas eficaz, os presidentes das sociedades lusófonas presentes quiseram ultrapassar o risco do afastamento de Maria Barroso, institucionalizando o cargo de presidente do “Fórum das sociedades de língua portuguesa”, propondo, por unanimidade o seu nome para tais funções.<o:p></o:p></div>
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Um dos grandes promotores deste projeto foi o Dr. Dário Dantas dos Reis, um distinto médico cabo verdiano que regressara ao país depois da independência e que assumira as funções de Presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde.<o:p></o:p></div>
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<u>De volta a Cabo Verde</u><o:p></o:p></div>
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Em 2004, ainda por influência e sob os auspícios do Dr. Dantas, a Presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde e o ministério da defesa, então dirigido pelo comandante Armindo Maurício lançam um repto à Pro Dignitate, aquele que seria um dos grandes projetos dos últimos anos da vida de Maria Barroso : O combate contra a violência nos <i>media</i>, sobretudo nas rádios e televisões. Uma luta que conduzira também a partir da Cruz Vermelha, com mesas redondas envolvendo jornalistas prestigiados, as “ong” e a organização internacional “repórteres sem fronteiras”.<o:p></o:p></div>
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Ano de debate em Cabo Verde. Havia um verdadeiro caso estudo: o desastre de aviação no aeroporto de Santo Antão. Reinava ainda no ar a poeira dos boatos, má-informação e o “diz-que-diz” à volta de um terrível desastre aéreo que ocorrera alguns anos antes no aeroporto de Santo Antão, que levara ao encerramento do aeroporto por longos anos:<o:p></o:p></div>
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- e a sociedade civil como se tinha comportado?<o:p></o:p></div>
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- os órgãos de comunicação social tinham sido capazes de transmitir o drama com objetividade, com distanciamento jornalístico, quimicamente puro?<o:p></o:p></div>
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- tinham as organizações chamadas para atuar na ocasião -serviço de proteção civil, bombeiros, polícia e outras forças de segurança atuado de forma correta?<o:p></o:p></div>
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- tinham prestado a informação correta, esclarecedora às populações, através de comunicados transmitidos na rádio e nos restantes<i>media</i>? Era necessário fazer uma reflexão. Estava tudo debaixo do tapete e em aberto.<o:p></o:p></div>
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A proposta que nos fora endereçada, através do ministro da defesa era: está a Presidente da Fundação Pro Dignitate e antiga presidente da CVP disposta a organizar, aqui em Cabo Verde, um debate sobre esta matéria? Tem equipa para o fazer?<o:p></o:p></div>
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Esta matéria ligava-se a outras duas também fundamentais. É que o jornalismo em situação de crise levanta questões de "direito internacional humanitário” –como proteger e o que proteger. Colocava outro problema: a Fundação devia alargar a sua tarefa à formação de quadros africanos permanentes nas áreas de da atuação do jornalista em situações de crise e de conflito: o tal jornalismo ao serviço da paz .<o:p></o:p></div>
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Todo o sucesso da iniciativa se ficou a dever a uma série de nomes de pessoas de Cabo Verde:<o:p></o:p></div>
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O Ministro da defesa participou e coorganizou o colóquio sobre “o comportamento dos <i>media</i> em situações de crise” que constituiu uma ação de formação para jornalistas, animadores sociais de todo Cabo Verde e que para esse efeito se deslocaram ao Mindelo. Do lado da Pro Dignitate, fora escolhido Ronaldo Monteiro, um estagiário e bolseiro da Fundação para preparar o evento e organizar, in loco, toda a viagem de Maria Barroso a Cabo Verde.<o:p></o:p></div>
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Presente também Isaura Gomes, Presidente da Câmara de São Vicente, uma grande Amiga de Maria Barroso. Em muitas ocasiões ouvi Maria Barroso incentivar Isaura: “Não se fique pela Câmara, você tem estofo para vir a ser a primeira Mulher a ocupar o cargo de Presidente da República de Cabo Verde” e perante o silêncio dos presentes acrescentava: “já viu a importância e o exemplo que seria para todo o espaço de língua portuguesa”? E não resisto a uma observação pessoal: acho que Maria Barroso gostaria de ter ocupado tal cargo em Portugal. Recordo a esse propósito uma outra nota: Maria Barroso costumava contar que a Rainha de Espanha a incentivara diversas vezes: “porque não concorres à Presidência?” Nunca respondera mas sempre entendera, julgo eu, que tal facto não seria bem aceite pelo Marido.<o:p></o:p></div>
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Outro dos grandes Amigos com que ficou na altura foi o Presidente da Câmara de Porto Novo, Dr. Amadeu Cruz. que a convidou para proferir, a 10 de Dezembro, uma palestra sobre os Direitos Humanos e o Direito Internacional Humanitário. Ficou encantada com a visita a Porto Novo, que incluiu visitas ao hospital e a escolas primárias. Ficou sempre ligada à ilha de Santo Antão que tentou apoiar em diversas ocasiões e através de distintos projetos.<o:p></o:p></div>
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Os nomes da Rádio Nova, e do seu diretor dessa altura também não podem ser esquecidos.<o:p></o:p></div>
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Não é por acaso que nasce de dois destes Homens, Amadeu Cruz e Ronaldo Monteiro, a ideia de que se dê continuidade à Pro Dignitate e aos seus programas na área do combate à violência nos <i>media</i>, sobretudo em África, pela criação da ONG-SOS-África, sedeada precisamente em Mindelo, onde se iniciara em 2004, o envolvimento da Pro Dignitate no projeto de jornalismo ao serviço da paz e do desenvolvimento. Trabalharam com Ela nas últimas décadas.<o:p></o:p></div>
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A Comunicação Social no Terceiro e Quarto Mundo infelizmente não acompanha a realidade dos países e das regiões fora do espaço do mundo industrializado; o poder e os <i>lobbies</i> dos <i>media</i> são controlados por preocupações que nada têm de ético; as escolas de jornalismo, dentro de uma tradição eurocêntrica e colonial , reforçam a perspetiva de uma informação acética que não sabe ler, escutar e ver as comunidades em que se inserem. Esta será a luta que, em nome de Maria Barroso, vamos continuar num verdadeiro esforço SOS.<o:p></o:p></div>
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António Pacheco, Secretário-Geral da Fundação PRO DIGNITATE<o:p></o:p></div>
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<b>A MINHA HOMENAGHEM A MARIA BARROSO</b><o:p></o:p></div>
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Do palco do teatro ao da política foi “grande Mulher”, “grande Senhora” e “grande Humanista”. Foi uma mulher que pela sua forma de estar, de ser e de fazer, marcou o seu tempo, e irá perdurar nas nossas memórias, como uma mulher da cultura, da solidariedade, da família e da Fé.<o:p></o:p></div>
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Enriqueceu a sua vida dedicando-se a grandes causas sociais e humanitárias e por esse mundo fora lutou pelos direitos de igualdade através da “Associação Mulher Migrante”.<o:p></o:p></div>
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Os meus agradecimentos pelos serviços que prestou às nossas comunidades.<o:p></o:p></div>
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Bem haja.<o:p></o:p></div>
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Até um dia, certamente nos voltaremos a encontrar.<o:p></o:p></div>
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Luísa Prior <o:p></o:p></div>
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<b>TESTEMUNHO</b><o:p></o:p></div>
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A Senhora Doutora Maria de Jesus Barroso era uma das personalidades públicas mais estimadas do País.<o:p></o:p></div>
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O seu desaparecimento provocou um sentimento muito alargado de consternação. Eram infindáveis a s filas de pessoas que quiseram prestar-lhe uma última homenagem, num movimento a que raramente se assiste em Portugal. Apesar da sua avançada idade, a doçura do seu sorriso fazia-nos pensar nela como uma Mãe de todos nós.<o:p></o:p></div>
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Dizia sempre “presente” quando lhe pediam conselho, colaboração ou participação. Nunca abandonou as causas da sua vida e não recusava qualquer convite onde pudesse exprimir e verbalizar a importância de lutar por aquilo em que acreditava.<o:p></o:p></div>
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A primeira das suas batalhas, a da defesa da Liberdade, condição de base para o exercício dos direitos humanos que sempre defendeu e promoveu. Fê-lo com denodo, coragem e verticalidade quando era difícil e perigoso e nunca se amedrontou.<o:p></o:p></div>
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A segunda das batalhas que empreendeu ao longo de toda a sua vida foi a do ensino e do ensino com qualidade. Pedagoga de méritos reconhecidos e com provas dadas, orgulhava-se das diferentes gerações das mesmas famílias que tinha tido o gosto de ensinar e conhecia todos pelo nome! Lia-se-lhe nos olhos o afecto com que tinha exercido a docência e como continuava a acompanhar, todos os dias, o que se passava no seu Colégio.<o:p></o:p></div>
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A terceira das batalhas, a defesa e a promoção da Cultura.<o:p></o:p></div>
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Declamadora respeitada e reputada, contribuiu para a divulgação da obra das nossas grandes poetisas e dos nossos grandes poetas.<o:p></o:p></div>
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Era incansável, generosa, afectiva, corajosa e doce. Nunca receou envolver-se na defesa de princípios, mesmo quando essa defesa era incómoda, como a da denúncia da cultura de violência veiculada pelos meios de grande difusão. Entregava-se às ideias que defendia de corpo inteiro: com convicção e sólida argumentação!<o:p></o:p></div>
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Foi uma Mulher enorme, na sua vida privada e na sua vida pública. E soube estar sempre junto das portuguesas e dos portugueses lá onde quer que elas e eles se encontrassem –em qualquer parte do Mundo.<o:p></o:p></div>
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O que dela podemos dizer, em tempos conturbados como aqueles que estamos a viver, é que esta grande Senhora, que espalhou portugalidade pelo Mundo inteiro, que soube sofrer com os que sofriam e construir esperança junto de quem não a tinha, nos faz falta!<o:p></o:p></div>
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Faz-nos, mesmo, muita falta, sobretudo pela imensidão do que ainda teríamos que aprender com ela e com a sua generosa forma solidária de estar no Mundo!<br />
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Maria de Belém Roseira<o:p></o:p></div>
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<b>O ENCONTRO INESQUECÍVEL EM ESPINHO</b><o:p></o:p></div>
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Conhecer Maria Barroso pessoalmente foi para mim a confirmação daquilo que eu imaginava desta cidadã que se afirmou na sociedade portuguesa pela sua ação e postura. Sempre a admirei muito e penso que é um sentimento generalizado a todos os portugueses. Habituamo-nos a admirá-la não apenas pela sua ação enquanto primeira dama do país, como mulher do primeiro ministro, e depois como mulher do Presidente da República, mas por aquilo que ela foi enquanto cidadã, defensora de causas, pedagoga, mulher sensível e com uma capacidade de comunicação excepcional.<o:p></o:p></div>
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Foi em Espinho, na altura do Encontro Mundial da Associação Mulher Migrante. Cumprimentámo-nos e sorrimos. Encetámos uma conversa onde temas diversos foram aflorados. Mais adiante, revelámos projetos, e trocámos ideias. Parecia que nos conhecíamo-nos há muitos, muitos anos. Certamente que tínhamos muito em comum, mas a empatia que se apoderou de nós foi determinante. E não me esqueço da expressão acolhedora, simpática , sempre atenta e atenciosa, escutando tudo serenamente. No fim, disse-me " tem já tanta experiência, faz tantas coisas e é tão novinha!" Foi um elogio marcante, embora eu lhe tenha dito que não era assim tão nova...<o:p></o:p></div>
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Mais tarde, outra vez em Espinho, encontramo-nos nas comemorações do Centenário da República. Maria Barroso presenteou-nos com uma comunicação fantástica, fazendo jus às mulheres mais marcantes da Primeira República.<o:p></o:p></div>
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Apresentei-lhe um grupo de alunos que ansiavam conhecê-la. Maria Barroso foi a inspiradora da vontade destes alunos quererem estudar a vida dessas mulheres naquele período da nossa história. O papel das mulheres na Primeira República apresentado pela Dra Maria Barroso deu-lhes a conhecer os papéis relevantes de mulheres numa sociedade marcada pelo masculino. Quando mais tarde aconteceu uma réplica de um serão republicano , promovido pela Câmara Municipal de Espinho, alguns destes alunos encarnaram algumas dessas personagens. Entretanto, estava prestes a chegar o dia 28 de Maio. Esse dia era muito especial pois fazia 99 anos que a primeira mulher portuguesa votou. Ela foi pioneira em Portugal e na Europa. Com base numa carta que a própria Carolina Beatriz Ângelo escreveu ao director do jornal A Capital, tentando repor a verdade e esclarecer sobre o que se passara no dia anterior, foi elaborada uma dramatização, recriando esse momento histórico. Vivemos intensamente toda a envolvência da época, do vestuário ao local, sentimentos, opiniões, tomadas de posição, ou seja, um cenário revelador de um tipo de sociedade, numa República ainda a despontar. Fomos convidados pela senhora Vereadora da Cultura, Dra. Manuela Aguiar, para a representar na Tertúlia “ O Papel das mulheres na República dos homens” na Biblioteca Municipal de Espinho, no dia 28 de Maio e aceitámos o desafio. Poderemos concluir que tudo isto aconteceu graças à Dra.Maria Barroso.<o:p></o:p></div>
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Os alunos, quando a conheceram ficaram surpresos com a sua jovialidade, entrega, simpatia e simplicidade. Na verdade, todos concordaram que estávamos perante uma grande senhora que ficará para sempre na memória coletiva de um povo.<o:p></o:p></div>
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Foi uma mulher inspiradora, mulher de pensamento e de ação. Mulher sábia, mulher solidária, mulher acolhedora, mulher de paz, mas mulher guerreira na defesa de causas e valores. Partiu, mas deixou-nos um precioso legado, um exemplo como pessoa e cidadã . Foi para mim um privilégio conhecê-la de perto e ter tido a honra de estar em algumas iniciativas promovidas pela Associação Mulher Migrante. A última aconteceu em Lisboa na Fundação Pro Dignitate que acolheu a exposição de arte no feminino e onde celebrámos os vinte anos da Associação e os da nossa inesquecível anfitriã - Maria Barroso!<o:p></o:p></div>
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Arcelina Santiago, Professora, membro da Direção da AMM<o:p></o:p></div>
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<b>HOMENAGEM À DRa MARIA DE JESUS BARROSO</b><o:p></o:p></div>
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Nesta tão justa e merecida homenagem à Dra. Maria de Jesus Barroso tenho muita honra e gosto em associar-me à comemoração que assinala a vida desta notável portuguesa.<o:p></o:p></div>
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A actuação da Dra. Maria Barroso, numa vida longa e plena de causas e projectos, pautou-se sempre pela coerência na defesa dos valores da democracia, neles se integrando a sua postura de defesa e promoção da igualdade de género pelo que com estas minhas palavras, quero prestar o meu apreço e reconhecimento público pela acção consistente em prol desses valores.<o:p></o:p></div>
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Ao longo dos anos tive o privilégio e o gosto de poder, em diversas ocasiões, privar da companhia e da sabedoria da Dra. Maria de Jesus Barroso, quer quando pela primeira vez tive a oportunidade de a conhecer no papel de Primeira-Dama em Nova Iorque, por ocasião da celebração do 50º aniversário das Nações Unidas, quer mais tarde na minha qualidade de Presidente da Comissão para Igualdade e para os Direitos das Mulheres. Uns anos mais tarde voltámos a encontrar-nos, em Toronto, onde fui co-organizadora dos “<i>Encontros para a Cidadania: A Igualdade entre Mulheres e Homens nas Comunidades Portuguesas</i>” naquela cidade, em 2007, promovidos pela Associação Mulher Migrante. Tive então o grande gosto de receber a Dra. Maria de Jesus Barroso que, com as suas intervenções, muito enriqueceu os debates que, nesse contexto, aí tiveram lugar. Cruzei-me e tive ainda a oportunidade de trocar ideias com a Dra. Maria de Jesus quando coincidimos em várias Conferências e Congressos, o último dos quais nos Açores.<o:p></o:p></div>
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A sua postura pautou-se sempre pela inteligência, sensibilidade e integridade na defesa do respeito dos direitos humanos e, dos direitos das mulheres, em particular. Nas suas intervenções, de grande qualidade e entendimento das realidades sobre as quais se debruçava, mostrou sempre um enorme empenhamento na defesa da igualdade de género e da cidadania em geral, que sempre ancorou num profundo humanismo.<o:p></o:p></div>
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Mª Amélia Paiva, Embaixadora de Portugal em Varsóvia<o:p></o:p></div>
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<b>MARIA DE JESUS SIMÕES BARROSO SOARES</b><o:p></o:p></div>
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Todos os portugueses saberão tudo sobre <b>Maria de Jesus Simões Barroso Soares</b>. Sobre a mulher, a esposa, a atriz, a ativista, a professora, a lutadora pela cidadania e pela igualdade entre homens e mulheres. A Senhora das grandes causas ou, sobre a “outra metade” de Mário Soares e eu francamente nada mais sei que os meus compatriotas, sobretudo dos que mais a estimam.<o:p></o:p></div>
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Foi graças à Manuela Aguiar que organizou o Encontro Mundial de Mulheres Migrantes, na cidade de Espinho, em Março de 1995, que me levou a conhecer a Doutora Maria Barroso. Encontrei-A, nesta e em tantas outras ocasiões, mas Ela nunca me reconhecia a não ser que eu falasse; -já me lembro, o senhor é da Madeira, olhe que a sua Terra é muito bonita, já lá estive com o Mário.<o:p></o:p></div>
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A primeira vez também foi assim. O Mário estava em todas as frases, em todas as vírgulas em todos os pensamentos. Eu gostava de ter uma mulher que falasse de mim em todos os momentos. Uma mulher que tirasse as vírgulas das frases e as substituísse pelo meu nome. Uma mulher que visse em todos os homens a minha cara e que mesmo assim fosse tão independente e livre como Ela era.<o:p></o:p></div>
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No tal jantar, na primeira vez que nos encontramos, ficamos um ao lado do outro. Os nomes de chefes de estado, de presidentes, de viagens e de lugares surgiam a uma velocidade que ultrapassava o sonho e nenhum sonho de nenhum mortal poderia ser tão completo. Fiquei quieto. Às tantas fez-me uma pergunta que eu não percebi. Pelo que e muito bem, deu a resposta e desatamos a rir. Sorria inclinando-se ligeiramente para a frente para que ninguém percebesse. Falava amiúde de nobres causas mas notava-se que das suas palavras saiam ações. Militante da liberdade, admiradora da Humanidade e da Obra sublime da Criação entendia que o Seu dever para com todos ultrapassava de longe a sua própria e frágil forma física. Não julguei nunca que necessitasse de reconhecimento. Bastava-lhe o Povo português, a sua família e, claro está o Mário.<o:p></o:p></div>
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Tiramos uma foto, a Manuela a falar, a Rita Gomes a olhar para mim, a Maria Beatriz muito séria, a Doutora Maria de Jesus Barroso e eu, olhando um para o outro, rindo de nós próprios, não me lembro porquê. Guardo esta foto no meu “ wall of fame”, onde estão outras individualidades que a vida me levou a conhecer.<o:p></o:p></div>
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Das outras vezes que falamos recordo sempre o carinho, a simpatia mas sobretudo a determinação de Maria Barroso e o seu empenho em executar algo de extraordinário. Tratava-se de uma Figura de Estado ímpar que incorporava em si o que de melhor a Pátria tem para oferecer, de uma dimensão que ultrapassava o comum dos mortais. Sempre que podia, sentava-me ao seu lado, mesmo que não me reconhecesse, mesmo que fosse para dizer nada.<o:p></o:p></div>
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Aqui têm o meu motivo. Falo pois e tenho legitimidade de falar, de quem vive comigo na minha casa, na casa dos meus sonhos, não tenho outros amigos senão os que vivem em mim e admiro, pois é graças a eles que encontro o meu caminho e a minha responsabilidade de servir o coletivo, Maria Barroso foi um grande exemplo para muitos de nós.<o:p></o:p></div>
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Paz à Sua Alma<o:p></o:p><br />
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Gonçalo Nuno Mendonça Perestrelo dos Santos<br />
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<b>MARIA BARROSO</b> - <b>Ausente Presença</b><o:p></o:p></div>
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Nela, vejo a liberdade como princípio de vida, a família como força e estrutura de caráter, a política como disciplina de comportamento, a fé como misteriosa e firme revelação em idade madura. Vinte anos depois de me ter perguntado se eu queria escrever a sua biografia, penso em Maria Barroso com a alegria de bem a ter conhecido e o fundo desgosto de a ter perdido. Ausente presença a guardo e a revejo, até hoje sou capaz de ouvir o som da sua voz.<o:p></o:p></div>
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Nas celebrações da morte, perguntaram-me a sua maneira de ser, o ambiente em que nasceu, os estudos, os amigos, o teatro, o amor, a política. Falou-se dos seus gestos de atenção aos outros, aos mais simples, aos anónimos. Foi relembrada a sua maneira clássica de vestir, a determinação no estilo, a harmonia nas cores, conforme as variadas circunstâncias em que estava presente. Forte e claro era o seu discurso amoroso constante, sempre que falava do seu amor de juventude, com devoção. As prisões, os exílios, as separações, os medos. Compensados pela coragem, pelo atrevimento, pela liberdade com que sempre se exprimiu nas causas que desde sempre defendeu.<o:p></o:p></div>
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Na sua expressão pública, Maria Barroso disse a importância da família na ordenação da sociedade, o perigo da violência, o valor da educação, a firmeza da palavra dada. Empenhou-se na assistência, aos flagelados, às vítimas de seca ou de chuva, no socorro às margens da sociedade. Nas questões políticas e sociais, intervinha, bem conhecendo os problemas comuns a todos e a todas, neste tempo. Podendo ser intolerante e até radical quando discordava, ela sentia a compaixão e praticava a misericórdia, a solidariedade, a doçura.<o:p></o:p></div>
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Na sua postura, vejo a marca de formação que recebeu como atriz nos anos 40 da sua juventude. Desde que no Teatro Nacional pertenceu à Companhia de Amélia Rey-Colaço-Robles Monteiro, para sempre lhe ficou a clareza na maneira de falar, a certa medida das frases, a colocação de pausas e pontos finais, o momento justo da respiração. As costas direitas, o olhar determinado, a expressão dos olhos a confirmar o que dizia e como dizia.<o:p></o:p></div>
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Desde o fim do segundo mandato do Presidente Mário Soares e até à morte, Maria Barroso teve uma média de duzentas intervenções públicas por ano. Dezenas de percursos pelo país inteiro. Uma vintena de viagens anuais, para destinos de curta e de longa distância. Fez conferências em escolas e universidades, participou em debates e congressos. Pela defesa dos direitos humanos, e pela cooperação lançou campanhas, procurou e conseguiu ajudas, apoios, parcerias. Na urgência de realizar, acreditava que as soluções possíveis existem.<o:p></o:p></div>
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E até hoje recordo e aqui cito o testemunho que deixou: “O meu reencontro com a fé deu-me uma serenidade muito grande para olhar todo o percurso da minha vida, despedir-me deste mundo sem receio nem angústia.” Escrevi-o no último capítulo da sua biografia. Sem imaginar que algum tempo depois, a hora da morte lhe chegava.<o:p></o:p><br />
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Leonor Xavier</div>
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<b>In Memoriam: Dr. CARLOS CORREIA~<o:p></o:p></b><br />
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Evocar a memória do Dr. Carlos Correia obriga-nos a recuar algumas décadas, ao início dos anos oitenta, quando o conhecemos como técnico do Instituto de Apoio à Emigração, onde fazia parte de um grupo extenso de personalidades, que se distinguiam pela sua generosidade e trabalho.<o:p></o:p></div>
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As muitas tarefas exigidas pela administração pública em período pós-revolucionário, acordado pela intensidade dos movimentos emigratórios e expansão das comunidades portuguesas - em curso desde o início dos anos sessenta -, tornavam os serviços centrais da emigração bastante solicitados. Parcos em meios, sofriam ainda os impactos de uma reforma da administração, melhorada com a entrada de jovens licenciados e o interesse do tema pelos meios de comunicação social e população académica interessada no desenvolvimento de estudos científicos sobre a emigração portuguesa.<o:p></o:p></div>
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Os dados então centralizados relativos à dimensão, características e extensão deste fenómeno no território e na sociedade, passam a ser requisitados por diversos investigadores e interessados, que não pertencendo aos quadros da administração central do Estado, desejam aprofundar o assunto, conhecer a sua história recente, permitir novas leituras e incidências nas comunidades locais.<o:p></o:p></div>
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A emigração passa a ser um tema de investigação científica e o estigma das suas histórias, reflexos e incidências sociais e políticas, constituem-se como temas de análise de investigadores isolados e de grupos de investigação. É neste contexto, de procura de informação e pesquisa de fontes, que tivemos o ensejo de conhecer o Dr. Carlos Correia.<o:p></o:p></div>
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Reservado no trato, afável e compreensivo no diálogo, eficiente no exercício das suas funções, foi assim que o conhecemos em Portugal e sobretudo no estrangeiro, onde teve possibilidade de desenvolver um extenso trabalho junto das comunidades portuguesas.<o:p></o:p></div>
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Meses antes da sua partida confirmámos a sua disponibilidade e interesse de sempre: dar de si às comunidades e serviços que o viram crescer e formar neste meio complexo marcado pela mobilidade humana, a emigração e as comunidades portuguesas.<o:p></o:p></div>
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Nesta ocasião e homenagem em sua memória, saudamos a família que tão cedo o viu partir e os colegas e amigos que nos acompanham na partilha dos mesmos sentimentos.<o:p></o:p><br />
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J. Arroteia<o:p></o:p></div>
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<b><br /></b>“Conheci o Carlos Correia há 20 anos. Na altura, estava eu colocado na Embaixada em Luanda. O Carlos chegou uns meses depois, vindo do gabinete de um anterior secretário de Estado das Comunidades . Ao fim de pouco tempo já éramos amigos, e a nossa amizade foi-se reforçando, mais e mais, até ao dia em que foi tragicamente interrompida, quando ele “se apagou”, à minha frente, no início de mais um daqueles almoços, onde falávamos de tudo e de nada, em cavaqueira aberta e cúmplice.<br />
Era um homem naturalmente tímido e conciliador, que só se abria verdadeiramente com quem ele considerava ser seu amigo. Mas também era de uma inexcedível amabilidade, lealdade e sensibilidade (facilmente se comovia) para com aqueles com quem trabalhava, muitas vezes com o sacrifício da sua vida familiar. Era um homem de família – adorava a filha, que era a menina dos seus olhos, a mulher, os netos e o genro.<o:p></o:p></div>
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Orgulho-me de que tivesse sido meu amigo, e estou certo de que o mesmo sentimento é partilhado por todos os que tiveram o privilégio de ser seus amigos. Sempre o lembraremos com imensa saudade, e também pelos maravilhosos momentos de convívio, que juntos todos tivemos.<o:p></o:p><br />
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Embaixador Luís Cristina de Barros<br />
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Ausente de Portugal e a participar no Capítulo Geral da Ordem Franciscana, que decorre em Assis, Itália, entre 10 de maio e 7 de junho, fico-lhe muito grato por esta oportunidade de poder associar-me, através de mensagem de e-mail, à justíssima e tão oportuna homenagem, que o Colóquio promovido pela Associação Mulher Migrante com tanta felicidade e justeza decidiu prestar a esse grande português e impar defensor dos direitos e dignidade das pessoas migrantes, que foi o saudoso Dr. Carlos Correia.<o:p></o:p></div>
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Tive o privilégio de com ele privar e servir a causa dos migrantes na Presidência da então Caixa Central dos Trabalhadores Migrantes bem como nas mais diversas missões que de modo tão competente e generoso desenvolveu em Portugal, no Luxemburgo e em tantas outras partes do mundo.<o:p></o:p></div>
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Ele é de verdade o paradigma do homem de valores e causas, que consagrou a sua vida ao serviço de Portugal e dos trabalhadores migrantes e suas famílias precisamente em função desses valores e da nobre causa da dignidade dos direitos da pessoa humana.<o:p></o:p></div>
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Portugal e o mundo da migração devem-lhe memória e reconhecimento sem limites.<o:p></o:p></div>
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Honra e glória ao seu nome, Paz eterna à sua alma.<o:p></o:p></div>
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Felicitando o Colóquio por esta tão louvável iniciativa e agradecendo a oportunidade que me é facultada de homenagear tão querido amigo e tão ilustre servidor de Portugal, a todos saúdo com a maior estima, consideração e apreço.<o:p></o:p><br />
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P. Vitor Melícias, de Assis<o:p></o:p></div>
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<b>Um amigo e um irmão<o:p></o:p></b></div>
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É difícil explicar como uma amizade se torna eterna e incondicional. Durante nossa vida conhecemos muitas pessoas e cruzamos -nos com elas em diversas situações, mas só algumas permanecem por muito tempo. Há amigos que surgem de forma inexplicável e se tornam especiais sem estarmos contando com isso. São aqueles que têm uma personalidade genuína, um bom coração e que lutam todos os dias para ver um sorriso no nosso rosto e principalmente sempre disponíveis a ajudar o próximo.<br />
Assim era o meu amigo Carlos um humanista que nunca baixava os braços, nem que tivesse de trabalhar 24 horas, para ajudar as nossas Comunidades Portuguesas, um superior ou um amigo.<o:p></o:p></div>
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Funcionava sempre de forma discreta e aberto ao diálogo. Em privado adorava conviver com os amigos e ali sim relaxava e criava um ambiente inesquecível de muito bom humor e alegria.<o:p></o:p></div>
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Nas minhas funções desde os anos 80 em prol das Comunidades Portuguesas na Alemanha e depois na Suíça sempre pude contar com o seu apoio em momentos difíceis que nunca esquecerei.<o:p></o:p></div>
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Para mim será sempre como um irmão que nunca tive. Obrigado por tudo Carlos e descansa em Paz.<o:p></o:p><br />
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António Francisco Dias da Costa<br />
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<b>RECORDANDO LAURA BULGER<o:p></o:p></b></div>
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Neste ano de 2015, outra das nossas associadas e das mais antigas, nos deixou: Laura Bulger.<o:p></o:p></div>
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Conheci a Laura há trinta anos, em Viana do Castelo, no emblemático 1º Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo, organizado pela Secretaria de estado das Comunidades Portuguesas.<o:p></o:p></div>
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Veio em representação do Canadá e, especificamente, enquanto responsável pelos Estudos Portugueses na York University de Toronto, onde era Professora, para nos dar a conhecer a problemática da mulher imigrante numa sociedade pluralista, como é a do Canadá (In Actas do 1º Encontro de portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo. Porto: Edição do Centro de Estudos da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, pp. 49-51).<o:p></o:p></div>
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Algum tempo depois e a seu convite, conheci bem de perto os jovens que integram os Estudos Portugueses na York University, quando aí me desloquei para proferir uma conferência e percebi a dinâmica deste grupo que a Laura liderava, na prossecução da missão que encetaram - transmissão de uma herança cultural que seja adequada à realidade atual do país de origem. Efetivamente, os valores tradicionais transmitidos pelos seus Pais e com que se identificam, mantêm uma cultura transplantada de um Portugal de há mais de 25 anos e tal como Laura nos relatava em Viana do Castelo (p 51) … <i>com elementos estáticos que os filhos não conseguem compreender nesta sociedade multifacetada e em constante evolução, </i>pelo que a missão deste grupo de estudos universitários balizava adequar a nossa herança cultural a este País de acolhimento, politicamente multicultural e incentivador da participação ativa do imigrante na nova sociedade, sem<i> </i>ter de abdicar da língua e cultura de origem.<o:p></o:p></div>
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Conheci-a então melhor, não só no seu contexto de trabalho, mas também no seu ambiente familiar, pois fez questão que ficasse alojada em sua casa. Uma moradia antiga, victoriana, localizada num pacato bairro residencial de Toronto. Com o marido John e o seu gato Chomsky, partilhamos momentos fantásticos que nunca esquecerei, impregnados da sua inteligência e do seu sorriso sereno!<o:p></o:p></div>
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Aqui ficou consolidada a nossa amizade e que perdurou.<o:p></o:p></div>
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Encontrávamo-nos, sempre que vinha a Portugal e ao Porto, onde tinha residência.<o:p></o:p></div>
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Mais tarde e de regresso a Portugal, passou a integrar o quadro docente da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD), mas continuou com residência no Porto.<o:p></o:p></div>
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A Laura era licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, onde também obteve o seu doutoramento, com uma dissertação onde o objeto de estudos foi <i>A Sibila</i> (1954) de Agustina Bessa Luís, tornando-se uma grande especialista da obra magnífica desta grande mulher da literatura lusófona e também uma grande sua amiga.<o:p></o:p></div>
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Participou em muito eventos científicos organizados pela Associação Mulher Migrante, tais como em 1995 e em Espinho, no <i>Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Gerações em Diálogo,</i> onde foi comentadora da Mesa Redonda<i> A Mulher nas Literaturas de Língua Portuguesa</i>, moderada por Agustina Bessa Luís. E também em 2011, na Maia, no <i>Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora, </i>onde interveio no Painel <i>Cidadania e Cultura, </i>com a comunicação intitulada<i> Agustina revisitada… num relance (</i>In Aguiar, M. & Guedes, G.<i> </i>Orgs.<i>Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora.</i> Edição da Associação Mulher Migrante. Espinho: Tipografia Meneses – Cooperativa Gráfica de Espinho, pp. 62-65).<o:p></o:p></div>
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Cidadania e Cultura, marcam a vida da Laura Bulger e marcaram todos e todas com quem partilhamos momentos de convívio ou de aprendizagens e que nunca esqueceremos.<o:p></o:p></div>
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O seu sorriso sereno e a sua simpatia perdurará em todos nós.<o:p></o:p><br />
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Graça Guedes<o:p></o:p></div>
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<b>PRECÍLIA, a menina que um dia sonhou viver em Portugal...</b></div>
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<i>« A França está em estado de guerra »,</i> declara o Presidente da República francesa, François Hollande, nos primeiros minutos do dia 14 de Novembro de 2015. Precisamente na véspera, quiseram apagar a luz da Cidade Luz. A luz das Luzes, essas Luzes que venceram os obscurantismos de todo o tipo, essas Luzes que levaram Paris a ser o coração que bateu numa célebre Revolução, há 226 anos, que teve por base essa ideia fantástica que “os homens nascem livres e iguais em direitos”... Desde a Revolução Francesa, até essa trágica noite de 13 de Novembro de 2015,foi para a França, mas também para o resto do mundo, a escolha de arrasar a vida vivida, a vida festejada, a vida em conjunto. E eramos todos alvo :eu e você, o francês de gema ou mais recente, o refugiado, o migrante, o europeu e o estrangeiro, que passará a ser francês ou não, mas para quem a geografia da França <i>«Abre como uma palma aos sopros do mar. Para que o pássaro do largo venha para cá e se entregue». (Nathalie de Oliveira, vereadora luso-francesa, na câmara municipal de Metz, França e membro das Comissões Nacionais do PS, França e Portugal, outro excelente exemple de « ponte » bem conseguida)<o:p></o:p></i></div>
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Assim descreve a Nathalie o estado de sítio onde se encontra França, no acordar da fatídica sexta-feira 13 de Novembro de 2015, uma data que ficará nas nossas memórias pelas razões todos e mais alguma, mas uma que tem a ver com o ponto focado no texto, o da integração, assimilação, acolhimento,…na sociedade francesa, com a simbologia de ver morrer no mesmo local, o Bataclan, pelo menos dois luso-descendentes, sendo um terrorista e outra, vítima, ambos nascidos em França, de casais mistos, mas com uma ligação a Portugal e à França, completamente opostas. Será isso que ditou o percurso radicalmente diferente, apesar do infortúnio da morte quase igual ? Quase, porque Quem vai ficar para a história, tanto francesa como portuguesa, é a Precilia Correia. No Observatório dos Luso-Descendentes, pelo menos, vamos querer mantê-la viva, como símbolo de ligação a Portugal de todos os filhos da Diáspora portuguesa.<o:p></o:p></div>
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A vida e a história da Precilia davam de facto um « case-study » ou um estudo muito interessante sobre todos os clichés e ideias bem arrumadas e reconfortantes sobre migrações e os seus supostos padrões e verdades absolutas. Fruto de uma união entre um luso-descendente 1.5 e uma francesa mononacional, portanto luso-descendente de 2ª geração 2.0, a Precilia tinha todas as probabilidades da sua ligação a Portugal já ser « diluída » como dizem a maior parte dos investigadores na matéria… « essa ligação só se mantém mesmo para quem nasce em Portugal ». Pois é, ou não é, nem tudo é branco ou preto, em nada na vida e ainda menos no "poliedro" que constitui a história das migrações, como repete incansavelmente a Dra Maria Beatriz Rocha Trindade….<o:p></o:p></div>
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No caso da Precilia Correia, como provavelmente de milhares de luso-descendentes bem instalados, integrados (e não « espalhados ») pelo Mundo, a sua ligação a Portugal era tão forte que até tinha o sonho de viver em Portugal, para sempre, e conseguiu, de certa forma, mas não em vida, infelizmente, apesar das várias tentativas…Foi numa delas, há 4 anos atrás, que se aproximou da nossa organização, o Observatório dos Luso-Descendentes, onde encontrou um porto de abrigo, face aos problemas e falta de resposta com que se deparou, nomeadamente a impossibilidade de arranjar um emprego que lhe permitiria ficar e construir uma vida em Portugal….à imagem de tantos outros jovens portugueses da mesma geração, e nascidos em Portugal. Porque seria diferente para ela? Antes pelo contrário, sentiu na pele uma certa discriminação que só não aconteceu no processo de tirar a carta de condução, que foi o que levou de Portugal, para além das centenas de fotografias que não se cansava de tirar de Lisboa e da sua gente e cuja beleza denota a sensibilidade e amor, com que o fazia….símbolo do amor pelo país das suas origens !<o:p></o:p></div>
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No caso do pai da Precília, ele sim, nasceu em Portugal, acompanhou os pais para França, com 7 anos de idade, sendo então um luso-descendente 1.5, mas sem ligação a Portugal, antes pelo contrário! Já quase não domina a língua portuguesa, nem ele nem os pais vão ser sepultados em Portugal, e não queria que a filha o fosse. e muito menos entende esse desejo dela em vida!<o:p></o:p></div>
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E contrariando todos os cenários dos especialistas, é a mãe da Precilia, francesa, nascida em França de 2 pais franceses, divorciada há muitos anos do pai da Precilia, que cultiva quase religiosamente essa ligação: fez questão de manter o apelido português, comprou um apartamento em Almada, onde vem quase mensalmente passar fins de semana e férias…e foi a única a lutar pela concretização do sonho da filha de «ser enterrada em Portugal, no caso de falecer mais cedo, no cemitério com vista para o Rio».<o:p></o:p></div>
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Face ao apelo dessa mãe desesperada perante as reticências do pai e as dificuldades burocráticas do lado português, decidimos ajudar, como organização amiga e solidária da Precilia, na concretização desse derradeiro sonho dela, tão simbólico de um dos objectivos de trabalho do Observatório dos Luso-descendentes, que é de criar pontes com a Diáspora Luso-Descendente do Mundo inteiro….que laço de amor mais forte poderíamos querer tecer ?<o:p></o:p></div>
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Em suma, gostaria de concluir de maneira muito sintética, porque o texto já vai longo, pois achei que era necessário esta pormenorização dos « retratos da E/I migração envolvidos »para deixar muitas portas abertas de reflexão sobre a dificuldade e o perigo de etiquetar movimentos migratórios, mas sobretudo uma mensagem de esperança para a gestão da diáspora portuguesa, assim como temas de estudos sociológicos práticos. Será que a grande diferença no percurso de pesquisa identitária (sentida pela maioria dos Luso-Descendentes numa fase ou noutra das suas vidas) da Precilia Correia e do Ismaël Mostefai se deveu, à primeira ter arranjado uma esperança na sua ligação à Portugal, enquanto que o segundo a preencheu com ilusões islamistas radicais? O que/quem falhou na transmissão dos valores? O deveria/deverá ser feito?<o:p></o:p></div>
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Tenho esperança por ti e graças a ti....Merci Precilia, até sempre, pois vamos recordar-te!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Emmanuelle AFONSO, Presidente Fundadora do O.L.D(Observatório dos Luso-Descendentes)<o:p></o:p></i></div>
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<br /></div>
2 - UM PERCURSO EM TRÊS DÉCADAS<br />
<br />
1985<br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"> - O 1º ENCONTRO MUNDIAL DE MULHERES NO ASSOCIATIVISMO E NO JORNALISMO</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span>
2. UM PERCURSO DE TRÊS DÉCADAS<br />
<br />
1985 - Viana do Castelo<br />
<br />
Recordando o 1º Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e no Jornalismo<br />
<br />
Maria do Céu da Cunha Rêgo<br />
<br />
No fim da primavera de 1985, quando Portugal aderiu às então designadas Comunidades<br />
<br />
Europeias em busca de crescimento e de sustentabilidade para a democracia, Manuela Aguiar,<br />
<br />
então Secretária de Estado da Emigração, chamou a Viana do Castelo mulheres das<br />
<br />
comunidades portuguesas, que se tivessem distinguido nas áreas do associativismo ou do<br />
<br />
jornalismo nos países que também tinham feito seus. Antecipou assim, em cerca de 10 anos, o<br />
<br />
que haveria de ser uma das principais recomendações da IV Conferência Mundial sobre as<br />
<br />
Mulheres organizada pelas Nações Unidas em Pequim, em 1995: a indispensabilidade do<br />
<br />
empoderamento das mulheres, de que são pressupostos, a visibilidade e o reconhecimento.<br />
<br />
Foi, com efeito, antes de mais, uma acção positiva: as reuniões institucionais de<br />
<br />
representantes das comunidades portuguesas eram, em princípio, redutos de homens. Dar voz<br />
<br />
às mulheres, constatar as suas realizações, ouvir as suas críticas e as suas vontades, registar as<br />
<br />
suas propostas, celebrar este encontro em Portugal foram objectivos conseguidos.<br />
<br />
As comunicações - seleccionadas de entre as que enviaram “mulheres consideradas relevantes<br />
<br />
quer no jornalismo quer no associativismo pela estrutura diplomática e consular”, no dizer de<br />
<br />
Maria Luísa Pinto, então presidente Instituto de Apoio à Emigração - agruparam-se em três<br />
<br />
temas e foram apresentadas por portuguesas de todos os continentes e de diversas idades:<br />
<br />
· As mulheres migrantes na sociedade (com comunicações do Brasil, da República da África<br />
<br />
do Sul, do Luxemburgo, de França, do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos da América);<br />
<br />
· As mulheres migrantes e o jornalismo (com comunicações do Reino Unido, da Argentina,<br />
<br />
dos Estados Unidos da América, do Brasil, de França e do Canadá);<br />
<br />
· As mulheres migrantes e o associativismo (com comunicações dos Estados Unidos da<br />
<br />
América, da Venezuela, da Argentina, de França e do Canadá).<br />
<br />
<br />
<br />
Houve ainda teatro e cinema sobre a emigração portuguesa em França apresentado por jovens<br />
<br />
residentes naquele país, concertos, palestras, exposições e momentos de lazer e de convívio.<br />
<br />
A iniciativa, organizada pela Secretária de Estado e pelo então Instituto de Apoio à Emigração,<br />
<br />
foi apoiada pela UNESCO e outras instituições a nível nacional e local. Nela intervieram, para<br />
<br />
além das entidades organizadoras e de elementos do Conselho das Comunidades Portuguesas,<br />
<br />
figuras públicas residentes em Portugal - deputadas, escritoras, académicos, jornalistas e<br />
<br />
representantes de diversos departamentos da Administração Pública.<br />
<br />
<br />
<br />
Ficaram conclusões que, nos anos seguintes, vieram a inspirar políticas públicas em Portugal e<br />
<br />
iniciativas das comunidades portuguesas por todo o mundo, incluindo a criação da Associação<br />
<br />
Mulher Migrante, que actualmente integra o Conselho Consultivo da Comissão para a<br />
<br />
Cidadania e Igualdade de Género. Ficou um livro a dar conta de tudo, editado pelo Centro de<br />
<br />
Estudos da Secretaria de Estado, ao tempo já designada das Comunidades Portuguesas. E ficou<br />
<br />
uma saudade de repetição, só concretizada 20 anos depois, numa versão actualizada, com os<br />
<br />
“Encontros para a Cidadania: A igualdade de homens e mulheres nas comunidades<br />
<br />
portuguesas” que tiveram lugar em diversos continentes entre 2005 e 2009 e que encerraram<br />
<br />
em Espinho.<br />
<br />
E eu que, pelas funções que fui exercendo, contribuí para a organização de vários destes<br />
<br />
encontros, só posso agradecer o privilégio, a alegria e o enriquecimento que este trabalho me<br />
<br />
deu.<br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><br />
2. UM PERCURSO DE TRÊS DÉCADAS<br />
<br />
1985 - Viana do Castelo<br />
<br />
Recordando o 1º Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e no Jornalismo<br />
<br />
Maria do Céu da Cunha Rêgo<br />
<br />
No fim da primavera de 1985, quando Portugal aderiu às então designadas Comunidades<br />
<br />
Europeias em busca de crescimento e de sustentabilidade para a democracia, Manuela Aguiar,<br />
<br />
então Secretária de Estado da Emigração, chamou a Viana do Castelo mulheres das<br />
<br />
comunidades portuguesas, que se tivessem distinguido nas áreas do associativismo ou do<br />
<br />
jornalismo nos países que também tinham feito seus. Antecipou assim, em cerca de 10 anos, o<br />
<br />
que haveria de ser uma das principais recomendações da IV Conferência Mundial sobre as<br />
<br />
Mulheres organizada pelas Nações Unidas em Pequim, em 1995: a indispensabilidade do<br />
<br />
empoderamento das mulheres, de que são pressupostos, a visibilidade e o reconhecimento.<br />
<br />
Foi, com efeito, antes de mais, uma acção positiva: as reuniões institucionais de<br />
<br />
representantes das comunidades portuguesas eram, em princípio, redutos de homens. Dar voz<br />
<br />
às mulheres, constatar as suas realizações, ouvir as suas críticas e as suas vontades, registar as<br />
<br />
suas propostas, celebrar este encontro em Portugal foram objectivos conseguidos.<br />
<br />
As comunicações - seleccionadas de entre as que enviaram “mulheres consideradas relevantes<br />
<br />
quer no jornalismo quer no associativismo pela estrutura diplomática e consular”, no dizer de<br />
<br />
Maria Luísa Pinto, então presidente Instituto de Apoio à Emigração - agruparam-se em três<br />
<br />
temas e foram apresentadas por portuguesas de todos os continentes e de diversas idades:<br />
<br />
· As mulheres migrantes na sociedade (com comunicações do Brasil, da República da África<br />
<br />
do Sul, do Luxemburgo, de França, do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos da América);<br />
<br />
· As mulheres migrantes e o jornalismo (com comunicações do Reino Unido, da Argentina,<br />
<br />
dos Estados Unidos da América, do Brasil, de França e do Canadá);<br />
<br />
· As mulheres migrantes e o associativismo (com comunicações dos Estados Unidos da<br />
<br />
América, da Venezuela, da Argentina, de França e do Canadá).<br />
<br />
<br />
<br />
Houve ainda teatro e cinema sobre a emigração portuguesa em França apresentado por jovens<br />
<br />
residentes naquele país, concertos, palestras, exposições e momentos de lazer e de convívio.<br />
<br />
A iniciativa, organizada pela Secretária de Estado e pelo então Instituto de Apoio à Emigração,<br />
<br />
foi apoiada pela UNESCO e outras instituições a nível nacional e local. Nela intervieram, para<br />
<br />
além das entidades organizadoras e de elementos do Conselho das Comunidades Portuguesas,<br />
<br />
figuras públicas residentes em Portugal - deputadas, escritoras, académicos, jornalistas e<br />
<br />
representantes de diversos departamentos da Administração Pública.<br />
<br />
<br />
<br />
Ficaram conclusões que, nos anos seguintes, vieram a inspirar políticas públicas em Portugal e<br />
<br />
iniciativas das comunidades portuguesas por todo o mundo, incluindo a criação da Associação<br />
<br />
Mulher Migrante, que actualmente integra o Conselho Consultivo da Comissão para a<br />
<br />
Cidadania e Igualdade de Género. Ficou um livro a dar conta de tudo, editado pelo Centro de<br />
<br />
Estudos da Secretaria de Estado, ao tempo já designada das Comunidades Portuguesas. E ficou<br />
<br />
uma saudade de repetição, só concretizada 20 anos depois, numa versão actualizada, com os<br />
<br />
“Encontros para a Cidadania: A igualdade de homens e mulheres nas comunidades<br />
<br />
portuguesas” que tiveram lugar em diversos continentes entre 2005 e 2009 e que encerraram<br />
<br />
em Espinho.<br />
<br />
E eu que, pelas funções que fui exercendo, contribuí para a organização de vários destes<br />
<br />
encontros, só posso agradecer o privilégio, a alegria e o enriquecimento que este trabalho me<br />
<br />
deu.<br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"> - O CCP, O ENCONTRO DE VIANA E AS POLÍTICAS DE GÉNERO</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">1- Num momento em que o CCP, renovado por um processo eleitoral, tem de repensar a sua atuação, para ocupar, mais e melhor, o espaço privilegiado, que é o seu, no diálogo e cooperação entre portuguesas e portugueses do mundo inteiro e na sua representação perante o Governo, a diplomacia, as entidades públicas de Portugal, num momento em que está essencialmente voltado para hoje e amanhã, é interessante lançar um olhar retrospetivo sobre a sua evolução, em especial no que respeita ao equilíbrio de participação de género. </span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Como tornar esta singular instituição mais inclusiva, mais democrática, mais capaz de levar a Lisboa toda uma grande diversidade de situações em mudança e de problemas, novos ou recorrentes, a solucionar na emigração? O equilíbrio de género será factor decisivo para que </span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">cumpra melhor as expetativas e os meios nele investidos? A paridade, globalmente, é ainda uma meta utópica, mas foi agora alcançada na Venezuela, na Argentina,em Macau...A diferença que as mulheres aí - e porventura, também noutros países - conseguirem fazer poderá mudar a forma de ser e de estar de um órgão, desde o seu início tão marcadamente masculino?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">2- Na sua primeira vida, entre 1981 e 1988, o CCP era eleito dentro do círculo das associações do estrangeiro. Espelhava, naturalmente, a realidade de um universo institucional liderado por homens, não havendo entre os seus representantes eleitos uma única mulher. Mas no Conselho tinham também assento representantes da comunicação social, e foi no interior desta segunda componente que se registaram, nas eleições de 1983, as primeiras presenças femininas, Maria Alice Ribeiro (Canadá) e Custódia Domingues (França).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Foi Maria Alice Ribeiro, do Canadá, quem, na reunião Regional da América do Norte, em 1984, propôs a convocação de um encontro mundial de Portuguesas do estrangeiro, A ideia obteve fácil consenso e a Secretaria de Estado da Emigração promoveu a sua organização em 1985 .</span><br />
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">A seleção das participantes foi feita com base em comunicações apresentadas por mulheres dirigentes na esfera associativa ou envolvidas na atividade jornalística - as duas vertentes em que se centrava o CCP. O 1º Encontro Mundial trouxe ao Minho, a Viana do Castelo, uma elite feminina, que se distinguiu pela sageza, visão e capacidade de chegar a consensos. Foi uma reunião diferente de todas as outras,verdadeiramente excecional... </span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Falaram da especificidade de género nas migrações, mas também da emigração como um todo: o ponto de vista feminino, até essa altura, desconhecido, sobre sociedades em transformação, às quais queriam poder dar, livre e responsavelmente, a sua parte.</span><br />
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Essa primeira audição governamental foi uma espécie de "Conselho no feminino", preenchendo um vazio absoluto, convertendo-se em prenúncio de leis e programas, visando a paridade. A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas instituira, em 1987, a Conferência para a Igualdade de Participação, que, a par de outras conferências temáticas, funcionaria na órbita do Conselho. Porém, no verão desse ano, caiu o Governo, e com o novo Executivo caiu o CCP e tudo o que com ele se relacionava, como era o caso das conferências periódicas. E a questão de género na Diáspora e no CCP ficou esquecida durante duas décadas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">3- O Encontro de Viana era precursor, em termos europeus (e, ao que se afirmou, nas sessões d 1º Encontro, em termos universais - ninguém tinha conhecimento de convocatória semelhante por parte de um governo em favor das mulheres expatriadas). Portugal era, por sinal, um Estado improvável para se tornar pioneiro neste domínio, com as suas políticas particularmente misóginas, desde os tempos da Expansão até ao 25 de Abril... E mesmo depois da revolução de 1974, continuara a centrar os esforços de promover a igualdade apenas dentro das suas fronteiras - as prioridades da Comissão para a Igualdade denunciam esta</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;"> visão" territorialista" das suas tarefas. Em 1984/85, o impulso para a inovação e para a mudança veio do CCP, onde uma mulher "fez a diferença". As pioneiras do Conselho eram poucas, mas notáveis e estiveram, em 1993, entre as fundadoras da Associação Mulher Migrante, animadas pelo projeto de criar uma associação feminina internacional, segundo a estratégia delineada no Encontro de 1985.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">4- Na sua segunda vida, em 1996, o CCP tornou-se um órgão eleito por sufrágio direto e universal, seguindo os novos moldes entretando adotados pelos congéneres europeus. Mas, de facto, em muitos domínios, (ensino, cultura, segurança social, recuperação da nacionalidade, participação cívica e política) as suas preocupações inseriam-se na senda do Conselhos anterior. Todavia,</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;"> apesar do escasso número de eleitas em cada novo ato eleitoral, o CCP não retomou, nos seus plenários, a ideia de um forte chamamento cívico das mulheres a uma intervenção mais ativa no seu funcionamento e nas comunidades. As principais exceções foram o Canadá, que, com Maria Alice Ribeiro e o coordenador nacional Manuel Leal, colocaram esta problemática nas prioridades da agenda no plano local (dinamizando, com sucesso, colóquios e work shops em diversas cidades), os EUA, com Manuela Chaplin e o coordenador João Morais e o Uruguai, com Luis Panasco Caetano ( que se envolveu ativamente na promoção do associativismo feminino no sul da América) . Não haverá muito mais a assinalar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">A decisão de promover o aumento da presença feminina na instituição acabou por vir de fora, não em cumprimento de uma qualquer recomendação dos conselheiros, mas "ex vi legis", com a extensão às eleições do CCP das regras da Lei da Paridade, que rege a composição do Assembleia da República, das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas e das Autarquias.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">E, por puro acaso, fruto da cronologia eleitoral, a primeira experiência da aplicação da chamada "lei das quotas" foi justamente a elaboração das listas para o Conselho. Um teste positivo, já que a proporção da mulheres aumentou, sem prejuizo da sua competência. Porém, </span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">no que respeita a cargos formais (presidência do órgão ou das comissões), o CCP tem sido sempre um "mundo de homens", ao contrário da Assembleia da República, ondea presidência, vice-presidência, chefia de delegações internacionais, dos grupos parlamentares e de comissões por deputadas entrou no domínio da normalidade ..</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">.</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">5- A composição do Conselho saído das eleições de setembro passado, está muito longe da igualdade de género, com apenas 12 mulheres conselheiras, embora a paridade tenha sido alcançada, aqui e ali.... A</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;"> Venezuela figura, doravante, nos anais da instituição, com a liderança feminina das listas vencedoras no conjunto das duas áreas consulares, e os nomes de Milú de Almeida e de Fátima Pontes, que encabeçaram listas rigorosamente paritárias. O mesmo se diga da Argentina, com Maria Violante Martins, e de Macau, com Rita Santos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
Se quantitativamente o resultado fica muito àquém do ideal da paridade, já de um ponto de vista qualitativo ( olhando o movimento que leva as mulheres ao "empoderamento" na assembleia representativa dos emigrantes, que é o CCP), há sinais promissores de mudança. Pela primeira vez, são eleitas conselheiras oriundas de um associativismo de matriz cívica, de um "congressismo" que se reconhece no " espírito de Viana" - caso da "Mulher Migrante" com as suas ramificações internacionais, particularmente fortes na América do Sul, na Venezuela, na Argentina. Maria Violante, Milú de Almeida e Fátima Pontes são associadas e dirigentes da "Mulher Migrante"..<br />
6 - O CCP fez história das políticas de género com a proposta do Encontro Mundial de 1985, que designámos como uma espécie de "CCP no feminino". Tem agora, com militantes de movimentos que aí nasceram, a possibilidade de levar por diante essas políticas, incluindo na sua agenda de preocupações e de prioridades de ação a metade marginalizada das comunidades, as mulheres, ou seja, de integrar, definitivamente "o feminino no CCP".<br />
<br />
Maria Manuela Aguiar<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<strong>1995</strong></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<strong>UM CONGRESSO A ABRIR CAMINHOS DE FUTURO</strong></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<strong><em>O ENCONTRO MUNDIAL DE MULHERES MIGRANTES – GERAÇÕES EM DI</em></strong></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<strong>Introdução</strong></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<br /></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
O Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – <em>Gerações em Diálogo</em>, realizado em Março de 1995, marca ielmente o início das atividades da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante, criada por escritura notarial em 2 de janeiro de 1994, razão pela qual valerá a pena revisitar este evento, decorridos já 20 anos, numa tentativa de evidenciar a sua importância, apesar de existirem publicações que o relataram, incluindo muitas das comunicações *.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
Uma Associação, que se inspirou nas grandes conclusões o 1º. Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo organizado pela Secretaria de Estado da Emigração em 1985 e assim iniciou este caminho que vem percorrendo: de estudo e investigação que envolve a problemática da mulher portuguesa na nossa diáspora.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
Este Encontro, que serviu para dar a conhecer a nossa associação, foi também a concretização de uma das recomendações do Encontro de Viana (1985), que visava a realização de um Congresso de Portuguesas no Mundo e, segundo Manuela Aguiar (2009), … <em>com a finalidade de abordar áreas temáticas, tais como a presença feminina no associativismo, na comunicação social, no trabalho, no ensino da língua, na preservação da cultura, através das segundas gerações, na preparação do regresso a Portugal.</em></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
No Encontro Mundial de Espinho intitulado <em>Gerações em Diálogo</em> estiveram cerca de 400 participantes, muitas das quais vindas dos cinco continentes e na sua grande maioria dirigentes associativos, professores, investigadores, antigos conselheiros do CCP, jornalistas, políticos, jovens das comunidades e de associações espinhenses.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
Tive a honra e a satisfação de ter sido desafiada pela Direção e pela Presidente da Assembleia Geral para organizar este primeiro Encontro, cuja tarefa foi facilitada pela extraordinária equipa que me apoiou.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
Neste recuo de 20 anos, será relatada esta experiência magnífica e, provavelmente, evidenciados factos que marcaram este Encontro que terá aberto os caminhos de futuro da nossa Associação.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<br /></div>
<ul style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<li><em>Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Gerações em Diálogo. Comunicações</em> (s/ data). Edição AECS Mulher Migrante. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal “A Voz de Azemeis”</li>
<li><em>Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As Ideias e os Factos Assinalados</em> (s/ data). Edição AECS Mulher Migrante. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal “A Voz de Azemeis”</li>
<li><em>Mulher Migrante – O Congresso ONLINE</em> (2009). M. Aguiar & T. Aguiar (Coordenação). Edição AECS Mulher Migrante. Porto: Rocha artes gráficas.lda.</li>
</ul>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<br /></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<strong>Organização</strong><span class="im"><br />Todas as tarefas são simplificadas, quando a equipa é coesa e dinâmica, interessada em tudo fazer para o êxito desta organização. Com diferentes vivências e formações académicas, muitos dos quais estudantes de doutoramento da minha Faculdade, propiciaram uma articulada intervenção para dar resposta a todas as necessidades.<br />Orgulho-me desta equipa que tão bem me apoiou e que muito justamente merece ser elogiada neste texto, com o meu maior agradecimento: Rosa Maria Albernaz, Isabel Aguiar, Maria José Vieira, Estefânia Ribeiro, Elsa Gaioso Vaz, Conceição Maia, Manuela Diniz, Sandra Prata, Manuela Barros Aguiar, Conceição Catarino, Sónia Teixeira, Mónica Silva, Iguatemy Lucena Martins, Luís Antonio Silva, Juarez Nascimento, Solange Nascimento, Joyce Stefanello, Wenceslau Leães Silva.<br />Desde o acolhimento no aeroporto, com o transporte fornecido pela Câmara Municipal de Espinho e que garantiu todas as chegadas, considerando a diversidade dos horários, instalação no Hotel Praiagolfe onde se realizou o Encontro, organização dos espaços e funcionamento das atividades definidas na programação, para</span></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span class="im"></span><br /></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span class="im"></span></div>
<div style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
</div>
<div>
Todas as tarefas são simplificadas, quando a equipa é coesa e dinâmica, interessada em tudo fazer para o êxito desta organização. Com diferentes vivências e formações académicas, muitos dos quais estudantes de doutoramento da minha Faculdade, propiciaram uma articulada intervenção para dar resposta a todas as necessidades.<br />
Orgulho-me desta equipa que tão bem me apoiou e que muito justamente merece ser elogiada neste texto, com o meu maior agradecimento: Rosa Maria Albernaz, Isabel Aguiar, Maria José Vieira, Estefânia Ribeiro, Elsa Gaioso Vaz, Conceição Maia, Manuela Diniz, Sandra Prata, Manuela Barros Aguiar, Conceição Catarino, Sónia Teixeira, Mónica Silva, Iguatemy Lucena Martins, Luís Antonio Silva, Juarez Nascimento, Solange Nascimento, Joyce Stefanello, Wenceslau Leães Silva.<br />
Desde o acolhimento no aeroporto, com o transporte fornecido pela Câmara Municipal de Espinho e que garantiu todas as chegadas, considerando a diversidade dos horários, instalação no Hotel Praiagolfe onde se realizou o Encontro, organização dos espaços e funcionamento das atividades definidas na programação, para além de tudo quanto possa envolver as dúvidas e necessidades de cada participante, alguém estava atento e pronto para apoiar.<br />
Mas para que os objetivos do Encontro se pudessem implementar, sobretudo para que houvesse uma significativa participação de mulheres vindas dos cinco continentes, foi fundamental ter tido apoios que importa salientar e reconhecer: Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, Secretaria de Estado da Juventude, Ministério da Educação, Sub-Secretaria de estado da Comunicação Social, Direção Geral da Família, Governo Civil de Aveiro, Governo Civil de Lisboa, Câmara Municipal de Espinho, Junta de Freguesia de Espinho, Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, Comissão de Turismo Rota da Luz, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana, Fundação Luso-Brasileira, Fundação Oriente, Banco português do Atlântico, Praiagolfe Hotel, Salvador Caetano, Espinfor, Centralcer, Edgar & Irmão, Saer, Solverde.<br />
Um Comissão de Honra que também nos prestigiou com as suas presenças e intervenções. Todas e todos tiveram um papel preponderante, que julgo ser inédito e de que muito nos prestigiaram<br />
<strong>Participação</strong><br />
Concretizando uma das recomendações do Encontro de Viana (1985), que visava a realização de um Congresso de Portuguesas no Mundo, trouxemos a Espinho mulheres que foram criteriosamente escolhidas pela Direção da Associação ECS Mulher Migrante, dado o seu papel preponderante nas comunidades portuguesas onde vivem e mesmo membros do Conselho das Comunidades Portuguesas (Manuela Chaplin e Maria Alice Ribeiro). Do oriente (Malaca – Joan Marbeck, Goa – Fátima Garcia e Maria Lopes, Damão – Graça Rocha), ao ocidente e até á Califórnia – Mary Giglitto e Maria João Brantuas. Dos estados Unidos da América, Manuela Chaplin, Manuela Ferreira, Berta Madeira, Gabriela Vetter. Do Canadá, Conceição Freitas, Lourdes Lara, Alice Ribeiro, António Ribeiro e Idalina Silva. Do Brasil, Núbia Marques, Maria Pisolante e Benvinda Maria. Da Venezuela, Juliana Resende. Da Africa do Sul, Vera Nazaré e Maria Salgado. Da Europa, Mari Freitas (Holanda), Lígia Alvar, Olímpia Oliveira e Céu Cunha (França). Todas estiveram presentes, com intervenções magníficas.<br />
Algumas já tinham estado em Viana, em 1985 (Eulália Salgado, Lourdes Lara, Juliana Resende, Manuela Chaplin, Berta Madeira, Mary Giglitto) e outras, agora a residir em Portugal, tais como a Laura Bulger (Canadá) e Leonor Xavier (Brasil).<br />
Estiveram presentes cerca de 400 participantes, sendo 91 das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, muitas das quais sem terem o financiamento da Associação Mulher Migrante e indentificadas na separata do Jornal Lusitano (Edição nº 305 de 25 de Março de 1995) .<br />
<strong>Programa</strong><br />
Elaborar o programa deste primeiro Encontro e mundial, que pretendeu propiciar um espaço de diálogo entre mulheres e homens de diferentes idades e provenientes dos cinco continentes onde moram ou moraram, com experiências de vida diversificadas, seria uma tarefa difícil. Mas não foi!<br />
A Drª. Manuela Aguiar, que havia sido Secretária de Estado da Emigração e depois Deputada da Assembleia da República pela Emigração e eu própria, em poucas horas definimos os vários temas que seriam abordados em Conferências e Mesas Redondas, com os diferentes intervenientes a convidar (e que quase todos aceitaram), bem como para as Comunicações Livres, que a seguir se descriminam e que ocuparam os três dias de intensa atividade do Encontro.<br />
<u>Conferências:</u><br />
. <em>Gerações em Diálogo em Contexto da Emigração</em> – Profª Doutora Engrácia Leandro<br />
. <em>História e Política da Emigração (1850-1930)</em> – Profª Doutora Mirian Halpern Pereira<br />
. <em>A Família Dividida pela Emigração</em> – Prof. Doutor Policarpo Lopes<br />
<u>Mesas Redondas:</u><br />
. <em>Exercício da Cidadania nas Várias fases do Ciclo Migratório</em> – Moderadora: Drª Manuela Aguiar<br />
. <em>Discriminação, exclusão, racismo e Xenofobia nas Sociedades de Hoje –</em>Moderadora: Drª Amélia Azevedo<br />
. <em>Regresso de Emigrantes e Desenvolvimento Económico em Zonas Rurais –</em> Moderadora: Profª Doutora Manuela Ribeiro<br />
. <em>A Força das ONG´s – um novo olhar sobre a participação</em> – Moderadora: Drª Ana Vicente<br />
. <em>Do Presente um Olhar Retrospectivo: perspectiva de diferentes gerações. Pioneiros e Descendentes</em> – Moderador: Prof. Doutor Félix Neto<br />
. <em>Mulheres Migrantes – carreira, participação social e política</em> – Moderadora: Celina Pereira<br />
. <em>A Mulher nas Literaturas de Língua Portuguesa –</em> Agustina Bessa Luís<br />
<u>Comunicações Livres:</u><br />
. <em>Os Jovens na Construção de Comunidades de Língua e Cultura Portuguesa –</em> Presidente: Dr. José Cachadinha<br />
. <em>Espaço de Associativismo e Comunicação Social nas Comunidades Portuguesas –</em> Presidente: Prof. Doutor Salvato Trigo<br />
. <em>Mulheres das Sete Partidas do Mundo</em> – Presidentes: Drª Rita Gomes e Profª Doutora Graça Guedes<br />
anexo<br />
Muitas das comunicações foram posteriormente publicadas pela Associação, algumas na íntegra e outras em resumo (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Comunicações. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis).<br />
Na sessão de abertura, presidida pela Secretária de Estado da Juventude, Drª Maria do Céu Ramos e depois das boas vindas do Presidente da Câmara de Espinho, José Mota, na qualidade de anfitrião, saudando todos os presentes e salientando o seu orgulho pela realização deste evento em Espinho, manifestou a sua felicidade pela opção pela sua terra, mas também por considerar a temática ser da maior relevância e oportunidade, a Drª Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da Associação ECS Mulher Migrante, abre os trabalhos, expressando a vontade de ali se discutirem, em ambiente de grande abertura e informalidade, os problemas que preocupam as Comunidades Portuguesas do mundo inteiro, os problemas dos imigrantes em Portugal, os problemas da lusofonia e fez fé nas suas certezas. E acrescenta … <em>Sabemos que as realidades das Comunidades mudam todos os dias, queremos estar a par, queremos que nos venham dizer hoje, em 1995, o que querem de Portugal, o que podem fazer por Portugal, qual é o papel de cada um de nós, num grande e ambicioso projeto de afirmação da língua e da cultura no Mundo</em> (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As Ideias e os Factos Assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis. 9 p)<em>.</em><br />
anexo<br />
A encerrar esta sessão de abertura, a Secretária de Estado da Juventude, numa intervenção longa e de improviso, parte da qual está também registada na publicação atrás referida, expressa assim as razões da sua presença: <em>… a minha presença aqui significa o apoio incontroverso às mulheres de todo o mundo, mas em particular às mulheres mais jovens, que nesta relação de solidariedade estão a ser capazes de mostrar que os tempos são de mudança e que nos espera um futuro com mais igualdade de oportunidades, com maior respeito pela dignidade das mulheres, com mais solidariedade também para com os homens, porque nada se faz no mundo só com os homens ou só com as mulheres. Acima de todos, está o primado da pessoa e pessoas somos todos nós</em> (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As ideias e os factos assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis. pp. 12-13)<em>.</em><br />
anexo<br />
A sessão de encerramento foi residida pela Drª Maria de Jesus Barroso, esposa do Presidente da República, que desde então tem acompanhado as atividades da nossa Associação, presidindo à Comissão de Honra na grande maioria dos eventos que têm sido organizados ao longo destes vinte anos e neles participado ativamente, sendo nossa Sócia Honorária.</div>
<h1>
<span style="font-size: 11px;">Na sua intervenção e depois de ouvido atentamente as conclusões do Encontro, num improviso emocionado que galvanizou a assembleia e frequentemente interrompido pela forte ovação da sala, expressa assim as razões da sua presença neste Encontro para o qual foi convidada e que agradece: <em>Tenho muito gosto em estar aqui ao lado das representantes das várias comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Eu própria, quando vou a qualquer parte do mundo, acompanhada pelo meu marido, tenho tido o cuidado de comunicar com as comunidades, para saber como vivem, saber o que sentem, saber o que sonham, conhecer os seus anseios. Uma coisa que me comove particularmente é perceber o carinho e o amor que continuam a dispensar a Portugal</em> (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As ideias e os factos assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis. pp. 68-69)<em>.</em> E acrescenta…<em>Fico muito satisfeita porque os jovens estão também representados neste Encontro, desejosos e ansiosos de manter a ligação ao país de origem, seu e de seus pais. A eles direi que devem exigir, exigir e exigir aquelas condições que são indispensáveis para que possam continuar a falar a sua própria língua, para que não a percam nos países de língua completamente estranha.</em></span></h1>
<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;"><br /><strong>anexo</strong><br /><strong>Atividades culturais</strong><br />Tal como aconteceu no Encontro de Viana em 1985 e bem explicado no livro de Atas publicado em 1986 pelo Centro de Estudos da Secretaria de Estado das Comunidades portuguesas (pp. 121-133) cujas atividades culturais incluíram Teatro, pelo Grupo Cá e Lá, Cinema, com a projeção do filme <em>Portugaises d´Origine</em>, Exposições – bibliográficas (organizadas pelo Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades Portuguesas, pela Comissão da Condição Feminina e pela Associação Portuguesa de Escritores e Livreiros), fotográfica, intitulada <em>Cantos e Recantos,</em> da autoria de Esperança Marques, patentes no espaço de convívio do Encontro e ainda uma exposição patente em Braga, evocando a História da emigração e fixação portuguesa no Hawai, intitulada <em>Os Portugueses no Hawai -</em> no final primeiro dia do Encontro e depois da receção na Câmara Municipal de Espinho pelo então Presidente José Mota, foi inaugurada num espaço central da cidade, com acesso livre a toda a população, a Exposição <em>Paisagem de um Povo,</em> da pintora Fátima Melo e que pertence à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, favorecendo assim uma ligação do Encontro com a cidade que o acolheu e que ficou aberta durante todos os dias .<br />Trata-se de uma coleção de pintura a pastel sobre papel, composta por 15 telas, representando diferentes regiões de Portugal e que havia sido encomendada à autora pela então Secretária de Estado da Emigração, Drª. Manuela Aguiar.<br />anexo<br />Este primeiro dia não terminou, sem uma oportunidade para todas se conhecerem melhor.<br />Houve um convívio cultural, onde não faltou o canto, a dança e a poesia, protagonizados pelo grupo <em>Como Elas cantam e Dançam em Paços de Brandão</em>, dirigido pela Dona Joana Ferreira Alves e considerado internacionalmente como o melhor grupo etnográfico português, pela Tuna Feminina da Universidade do Porto e pela poetisa Elsa Noronha, também interveniente na Mesa Redonda do Encontro intitulada <em>A Mulher nas Literaturas de Língua Portuguesa,</em> moderada pela escritora Agustina Bessa Luís.<br />Depois de três dias de intenso trabalho em Espinho, as participantes deslocaram-se para Lisboa, onde tiveram uma receção no Hotel da Lapa, oferecido pela Senhora Governadora Civil de Lisboa, Drª. Adelaide Lisboa, sem porém deixarem de passar por Aveiro, para um passeio turístico na Ria, num barco Moliceiro, oferecido pelo Governador Civil de Aveiro, Dr. Gilberto Madail e pela Comissão de Turismo Rota da Luz.<br /><br /><strong>Conclusão</strong><br />Seria exaustivo apresentar aqui as conclusões de cada um dos painéis que estão registadas na publicação frequentemente referida neste texto (Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As Ideias e os Factos Assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis) e ao longo de 11 páginas (pp. 75-86).<br />Seleciona-se uma e relativa às relações inter-geracionais, em homenagem à grande temática do Encontro: <strong><em>Gerações em Diálogo</em></strong>:<br /><br />anexos<br />A terminar, será de registar na entrevista feita pelo Jornal Lusitano à Drª Manuela Aguiar e que intitulou <em>Um Sonho Partilhado</em>, a resposta dada à questão colocada acerca do que mais importante destacou do Encontro de Espinho: <em>Quando olho para trás e vejo as pessoas que estiveram connosco, a quantidade e qualidade do trabalho efetuado, penso que aconteceu um milagre, pois era uma iniciativa extremamente difícil de gerir. O ambiente humano foi excelente, o que permitiu que todos dialogassem de uma forma fraterna, sem ter acontecido nenhuma hostilidade. Ainda por cima vive-se numa fase pré-eleitoral que é sempre conflitual e, estando presentes políticos de vários partidos, não houve nunca a tentação de politizar a reunião.</em> E acrescentou, … <em>O diálogo de gerações aconteceu</em>.<br />E assim aconteceu em Espinho, em 1995.</span><br />
<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;"><br /></span><span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;">Graça Guedes</span><br />
<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;">Professora catedrática</span><br />
<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;">Secretária-Geral da AEMM</span><br />
<br />
<div class="adn ads" style="border-left-color: transparent; border-left-style: solid; border-left-width: 1px; font-size: medium; padding-bottom: 20px; padding-left: 4px;">
<div class="gs" style="margin-left: 30px;">
<div class="ii gt m151a7b6db5fa534f adP adO" id=":1nw" style="direction: ltr; font-size: 12.8px; margin: 5px 15px 0px 0px; padding-bottom: 5px; position: relative;">
<div class="a3s" id=":1nv" style="overflow: hidden;">
<div dir="ltr">
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<span style="color: black;">2005 – 2009 </span><br />
<span style="color: black;">OS ENCONTROS PARA A CIDADANIA - a igualdade entre mulheres e homens</span></div>
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<span style="color: black;">Com Maria Barroso na Diáspora</span></div>
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<span style="color: black;">O 1º Encontro Mundial de Mulheres presentes no associativismo e no jornalismo da Diáspora foi, em 1985, a primeira manifestação de uma política para a igualdade na Diáspora, política que, após um hiato de 20 anos, seria relançada pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, em 2005</span></div>
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<span style="color: black;">Para presidir aos Encontros, o Secretário de Estado António Braga convidou a Dr.ª Maria Barroso – ninguém como ela poderia ser o rosto de um projeto de inclusão de género e geração na vivência plena da cidadania, em todas as comunidades portuguesas.</span></div>
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Era uma parceria Estado/sociedade civil, que envolveu na organização dos Encontros, ao longo de quatro anos a colaboração da AEMM, da Fundação Pró Dignitate e outras ONG’s do País e da Diáspora.<br />
A Dr.ª Maria Barroso estivera presente nas iniciativas da AEMM, desde a primeira hora, como nós estivemos com ela nos quatro cantos do mundo, em todos estes verdadeiros congressos com que se fazia História da democracia portuguesa, levando a aplicação das políticas públicas da igualdade para fora dos limites territoriais.</div>
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As portuguesas da Diáspora tinham perante si um exemplo vivo da Mulher e Cidadã, que soube, sempre, de uma forma tão caracteristicamente feminina fazer muita coisa, ao mesmo tempo, e tudo muito bem – ser a mãe de família e a mulher, ser um expoente na vida profissional, na vida política, no voluntariado, na cultura.</div>
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Acho que foi determinante para apropriação do espírito do projeto por cada uma, por cada um dos presentes o facto de terem perante si uma Mulher-símbolo, que era também uma pessoa encantadora, simples e solidária. A mensagem passava, com a força da sua palavra e do seu sorriso. Todas a sentíamos como “uma de nós”, sem nunca esquecer a sua absoluta excecionalidade.</div>
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De Buenos Aires (2005) a Estocolmo (2006), de Toronto (2007) a Berkeley e a Joanesburgo (2008), reunimos com representantes das comunidades de toda a América do Sul, das duas costas da América do Norte, da Europa, da África e, em 2009, em Espinho, pudemos realizar no “encontro dos encontros”, o balanço desta experiência inédita, do ambiente em que fora vivida, das esperanças que despertara, do impacte que se prolonga até hoje, em novas iniciativas, deixando-nos a convicção de que há um período antes e depois deste encadeamento de congressos, no que respeita à política de Estado para as comunidades, e, sobretudo na consciência das questões de género, a nível das comunidades, no florescimento de novos movimentos norteados pela ideia da paridade<br />
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Buenos Aires</div>
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Na Biblioteca Nacional, o auditório Jorge Luís Borges esteve sempre cheio, foi durante os dias do congresso um espaço luso-argentino, ouvia-se o português e o castelhano, falou-se de Regina Pacini, a portuguesa que foi até hoje, a única primeira-dama estrangeira do País. A Embaixada e o Instituto Camões deram uma enorme colaboração, o Embaixador e a Embaixatriz ambos participaram ativamente nas sessões. Marcante a presença de Maria Kodama.. O mundo associativo e o mundo cultural estiveram em evidência. A cobertura mediática foi excelente, RTP. RDP. TSF, imprensa nacional e regional. Nunca se falara tanto não só das mulheres como das comunidades portuguesas da Argentina. António Braga reconhecia que as questões de género tinham andado até li muito esquecidas… Respirava-se um ar de mudança. No final, a Presidente Maria Barroso, como que sintetizando as conclusões, diria: "Considero que foi uma reflexão aprofundada sobre os problemas que dizem respeito às mulheres, e, em particular, às mulheres migrantes. Mulheres e Homens têm de assumir um papel onde ambos os géneros contribuem para a melhoria da sociedade"</div>
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A Mulher Migrante Portuguesa da Argentina, co-organizadora local do Encontro estava de parabéns e festejou, no dia seguinte o seu aniversário na Associação de Echevarria. Partimos todos de Buenos Aires para lá num modesto autocarro, que a presidente Maria Barroso insistiu em partilhar connosco.</div>
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Estocolmo</div>
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Co-presidiram ao Encontro Maria Barroso e Anita Gradin, antiga Ministra da Imigração do Governo de Olaf Palme, Comissária Europeia e Presidente da Internacional Socialista de Mulheres. Duas grandes Mulheres, porque Anita é, igualmente, um nome mítico no seu país, onde foi a primeira responsável pela aplicação do sistema de quotas (uma amiga de longa data da Dr.ª Maria de Jesus, e, por sinal, minha, também). O Secretário de Estado Jorge Lacão e outros homens ilustres, tornaram o Encontro quase paritário. E a Dr.ª Maria Barroso salientou: "É muito importante que os homens estejam presentes, não queremos uma sociedade de mulheres, mas antes de homens e mulheres conscientes dos seus direitos e deveres".<br />
Uma ênfase na ideia da cidadania feminina para o serviço da comunidade, que nos leva a vê-la, como uma mulher eminentemente moderna no século XXI, na linha precursora dessa plêiade de Portuguesas que, no começo de novecentos, lutaram pela igualdade de sexos.<br />
<br />
Toronto<br />
A conferência atraiu ativistas dos direitos humanos, deputadas canadianas, universitários, investigadores, dirigentes associativos, mulheres e homens, e uma ampla cobertura dos “media” em língua portuguesa de Toronto (que são muitos e muitos de qualidade), permitindo que as mensagens chegassem à comunidade inteira.<br />
O Secretário de Estado Jorge Lacão, o Embaixador que veio de Otava, o representante dos Açores, a Cônsul-Geral Maria Amélia Paiva (unanimemente elogiada pela organização da" Conferência") e muitos outros intervenientes lembraram o caminho percorrido e o que falta percorrer. A lei da paridade esteve no centro do debate<br />
A Dr.ª Maria Barroso, falou de um tempo novo ("A Mulher de hoje pode governar uma Nação"), que exige mobilização e persistência. “Temos muito que lutar para que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade, mas tenho a certeza de que um dia venceremos. Já não será para mim, mas para aquelas que nos darão continuidade".<br />
Na despedida, depois dos plenários de trabalho, das visitas a instituições da comunidade de Toronto, fica a frase de Jorge Lacão, que a imprensa reproduziu amplamente: "Viemos ver coisas extraordinárias."</div>
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Antes mesmo da Conferência, Maria Barroso tinha aceite um convite da comunidade de Montreal para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Chegara ao Canadá na noite anterior, levantou-se de madrugada para um voo matutino, cumpriu um programa intenso, visitas à Câmara Municipal, a organizações da comunidade, almoço num restaurante português, onde discursou, ao lado do Cônsul Geral e da Ministra da Imigração. Falou de democracia e de futuro. Recebeu uma infindável ovação, muitos não continham lágrimas de emoção. Regressou tarde a Toronto, sem dar mostras de cansaço, sob a neve e a ventania gélida de um Março invernoso. Ninguém notou, mas Maria Barroso estava com um princípio de gripe, tinha febre, Nós sabíamos, mas não conseguimos que se resguardasse um pouco. Era assim mesmo, era filha de um militar. Estava em pleno combate pelas suas causas.<br />
<br />
Joanesburgo</div>
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<br />
As mulheres predominavam nas belas instalações do “Lusito” (ou não fosse o Encontro da responsabilidade da eficiente “Liga da Mulher Portuguesa na África do Sul), mas havia um significativo número de homens, o Embaixador, o Cônsul-Geral, conselheiros do CCP dirigentes das principais instituições comunidade, para ouvir a Presidente Maria Barroso falar da situação das mulheres através dos tempos e no nosso tempo e lembrou-nos que "apesar da História ter sido tecida por Mulheres e Homens só a estes é dada relevância"<br />
Falou de uma nova agenda de temáticas em que as mulheres podem fazer a diferença - a denúncia da violência nos media, o racismo e a xenofobia, a indiferença perante tantos atropelos dos direitos humanos…<br />
E houve ainda tempo para a nostalgia, para a Dr.ª Maria Barroso encontrar amigos que conheceu em circunstâncias dramáticas, quando do acidente do filho. E recordar um prévio encontro com o Embaixador Paulo Barbosa, em Israel, durante uma visita presidencial, que coincidiu com a trágica morte de Itzak Rabin, um grande amigo de Maria Barroso. Pedaços da história à qual ela pertence para sempre.<br />
Na sessão de encerramento, o SECP António Braga manifestou o seu inteiro apoio ao movimento de mudança que ali se confirmara e anunciou a realização em 2009 de um Encontro Mundial de Mulheres em Portugal.<br />
<br />
Elizabeth e Berkeley</div>
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A caminho da costa oeste, uma breve estada em Elizabeth, NJ, a convite de Monsenhor João Antão, e da paróquia portuguesa de Nossa Senhora de Fátima, em cujos salões se realizou um primeiro encontro de formação de jornalistas lusófonos, centrado nas temáticas da Paz e da Igualdade. Uma visita às Nações Unidas, outra a um Liceu de Elisabeth, muito prestigiado, e que tem o nome de Monsenhor Antão, (uma honra num país onde é raro atribuir a instituições públicas o nome de pessoas vivas).<br />
Em Berkeley o tema do Encontro era "O papel da Mulher no futuro do associativismo e movimentos cívicos da Califórnia", pondo o enfoque nas questões do associativismo feminino, (com introdução da grande especialista Profª Deolinda Adão), da colaboração intergeracional, do papel dos media na formação para a igualdade, seguido de um encontro informal com estudantes e professores de Berkeley, na companhia do SECP António Braga<br />
Ao abordar, tanto em Berkeley como em Elizabeth, o tema da interculturalidade entre comunidades migrantes de diferentes países que se expressam em Português, Maria Barroso, mostrava acreditar que, também neste domínio, o entendimento entre as mulheres migrantes dos vários quadrantes da lusofonia pode fazer a diferença – no que todos nós a secundávamos.<br />
No regresso a Portugal, nova passagem por Elizabeth e pela paróquia portuguesa. Monsenhor João surpreendeu a Dr.ª Maria Barroso com a mais bela das homenagens: nos poucos dias da nossa ausência na Califórnia, Roger Gonzalez um talentoso artista, pintara o seu retrato, à entrada da ala da residência onde ficou hospedada<br />
Ao findar um périplo por tantas comunidades, a Presidente dos Encontros deixava, assim, o seu retrato num mural na América do Norte, tal como deixara, por todo o lado, o retrato de corpo inteiro de uma cidadã, a mobilizar, pela palavra e pelo exemplo, pelo advento de sociedades, mais livres, mais abertas a todos, ou seja, mais humanas.</div>
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<br /></div>
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Maria Manuela Aguiar<br />
<br />
2015<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><strong>A - OS CONCERTOS </strong><span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">"A Portugalidade"</span></span></span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"> - Comemorações do 75ºaniversário do Maestro António Vitorino de Almeida</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">As conferências/Concertos com Miguel Leite e o Maestro António Vitorino de Almeida integraram-se na homenagem promovida pela SECP, em parceria com a AEMM, ao compositor português mais importante da atualidade, que, tendo vivido mais de 30 anos em Viena, é também um símbolo da emigração altamente qualificada, que hoje assume proporções jamais vistas.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">A iniciativa permitiu atingir dois objetivos, em simultâneo: levar às comunidades do estrangeiro, em palcos internacionais, a Arte e a Cultura portuguesas, em atuações de caráter didático e formativo, e celebrar, em ambiente festivo, uma data especial na vida de uma pessoa especial- um expoente da nossa Cultura, e da nossa Música, que é também um genial comunicador.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Em 2015, realizaram -se os primeiros espetáculos no Luxemburgo (no Auditório Municipal da cidade de Esch) e em França (Paris - no Conservatório Jean-Baptiste Lully da Municipalidade de Puteaux) - momentos inesquecíveis, emocionantes, que terminaram, da mesma maneira, todos de pé, num imenso aplauso ao homenageado. Na fórmula adotado, um diálogo entre dois especialistas, que, no palco falavam de grandes músicos portugueses e de outros vultos da cultura deles contemporâneos, havia sempre ocasião para os mementos mágicos em que o Maestro tomava conta do piano, ou em que o piano tomava conta dele, na execução de obras desse compositores, ou em pura improvisação - memorável o improviso dedicado soa Cristos de Mestre Adelino Ângeli, em Puteaux - com o mestre comovido a exclamar "igual a Wagner!"Presentes no Luxemburgo o Embaixador e o Cônsul - Geral, (a quem se deve a esplêndida organização), e em Puteaux, o SECP e o Deputado Carlos Gonçalves e a Vice-Reitora da Sorbonne Isabelle Oliveira, que foi a grande impulsionadora local do concerto, que decorria no final do Colóquio realizado na Universidade da Sorbonne (Diálogos sobre cultura, cidadania e género).</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Em Esch, a ordem foi invertida, primeiro o concerto, ao fim da tarde, seguido de um jantar tertúlia, com portugueses do Luxemburgo.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Esta iniciativa da SECP de homenagem ao Maestro, não teve, no nosso país, o eco que deveria ter nos meios de comunicação social, mas no Luxemburgo a cobertura mediática foi excelente, na rádio e no jornal Contacto, que, para além da notícia, realizou entrevistas com o Maestro, Miguel Leite, e, na perspetiva da emigração atual, um dos temas da tertúlia, também Manuela Aguiar. Num relato conciso, Henrique de Burgo salienta: "A conferência-concerto decorreu num ambiente descontraído. Victorino d' Almeida passou em revista alguns dos momentos marcantes dos seus 75 anos de vida e relembrou alguns compositores portuguese. Ao piano, tocou o fado "A Severa, de compositor ignorado, Frederico de Freitas e "Verdesanos " de Carlos Paredes, entre outras obras. [...] Victorino de Almeida conta com mais de 200 composições (sinfonias, óperas, fados, música de Câmara) e 14 livros."-j Miguel Leite acentuou a importância deste projeto para mostrar que "Há outro tipo de música. Portugal é um país que tem grandes compositores, grandes pianistas e jovens músicos a dar cartas pelo mundo fora em grandes orquestras. Somos bons em tantas coisas, mas somos maus a divulgar. Também o Maestro deu uma expressiva entrevista a Henrique de Burgo, em que começa com uma afirmação que faz o título principal:</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">EM PORTUGAL SINTO-ME COMO UM PESCADOR DE BALEIAS NA SUIÇA</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">transcrever na íntegra</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Passar para o ponto em que se referem os media???? c</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">B. Os COLÓQUIOS</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"> </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">A AEMM co-organizou quatro colóquios, ao longo de 2015: em 21 de maio em Lisboa, com a Universidade Aberta, em Monção, em 5 de setembro, com a Casa Museu de Monção, pólo cultural da Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Monção , em Paris, em 10 de setembro, com a Sorbonne, e em Lisboa, com a Fundação Prof Fernando de Pádua.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Alguns dos lançamentos das edições da AEMM "40 anos de migrações em Liberdade"(coord Manuela Aguiar, Graça Guedes, Arcelina Santiago) e "Califórnia, Madrasta dos meus Filhos" (org Delinda Adão") foram, também realizados no contexto dos colóquios (em Lisboa na Universidade Aberta e na Sorbonne), ou num modelo mais informal de tertúlia (no Café Guarani), ou debates, na Biblioteca José Marmelo e Silva de Espinho, no espaço cultural Viva Cidades, no Porto. Deles daremos nota no ponto seguinte.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">B1 - Os Programas</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Colóquio “Migrações e Género. Novas Perspetivas de Intervenção” – Lisboa</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Universidade Aberta - Palácio Ceia - Lisboa 21 de Maio de 2015</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Abertura dos Trabalhos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Profª Drª Rosa Sequeira –Coordenadora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), Universidade Aberta; Profª Drª Ana Paula Beja Horta, CEMRI, Universidade Aberta;Drª Maria Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade – Mulher Migrante (AEMM);Drª Rita Gomes, Presidente da Direção da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade – Mulher Migrante (AEMM)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Homenagem Póstuma ao Dr. Carlos Pereira Correia</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Lançamento da Publicação da AEMM: <i>1974 – 2014 - 40 Anos de Migrações em Liberdade- </i>DrªMaria Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da AEMM</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Temas em Análise e Debate</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Tema I. Revisão da Lei do Conselho das Comunidades Portuguesas e perspetivas departicipação das mulheres</span></i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Dr. Victor Gil. Ex-diretor do Gabinete de Ligação ao Conselho das Comunidades Portuguesas; Moderadora: Profª Doutora Maria Beatriz Rocha Trindade, CEMRI, Universidade Aberta</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Tema II. Desenvolvimento e Género</span></i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Profª Drª Sónia Frias, ISCSP, Universidade de Lisboa, Investigadora do CEsA, ISEG, Universidade de Lisboa e Investigadora do CEMRI, Universidade Aberta; Profª Drª Joana Miranda, Universidade Aberta, Investigadora Responsável pelo Grupo de Investigação – Estudos sobre as Mulheres, CEMRI, Universidade Aberta; Moderadora: Profª Drª Natividade Monteiro, Investigadora do CEMRI, Universidade Aberta</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Debate final</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"> Colóquio "Expressões de Cidadania no Feminino"</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Programa ( Colocava aqui o convite e programa com imagem e tirava esta parte</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Casa Museu da Universidade do Minho, Monção, 5 de Setembro</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Intervenientes no Colóquio: Paulo Esteves, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Monção, Luísa Malato, Professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Maria Manuela Aguiar, Presidente da AEMM, Viriato Capela, Professor da Universidade do Minho e Director da Casa Museu de Monção Arcelina Santiago, Professora e Comissária das Exposição e Nassalete Miranda, directora do Jornal Artes entre Letras e Moderadora do Colóquio</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Ao colóquio seguiu-se a inauguração da Exposição de pintura e escultura com os artistas: Luísa Prior, Filomena Fonseca, Maria André, Teresa Heitor, Maria Helena Álvares, Filomena Bilber e Ricardo Campos (artista monçanense convidado).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"> Colóquio “DIÁLOGOS SOBRE CULTURA, CIDADANIA E GÉNERO”</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Universidade da Sorbonne Nouvelle Sala Bourjac10 de setembro de 2015<br /><br />SESSÃO DE ABERTURA</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Professora Doutora Isabelle OLIVEIRA – Universidade da Sorbonne Nouvelle; Sua Excelência o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José CESÁRIO.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Temas</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">“O papel dos mídias portugueses na emergência de uma diáspora lusófona”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Dr. José ARANTES – Director RTP África.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">“Homenagem à Drª MARIA BARROSO.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">"A génese das políticas de género para aemigração. Encontros para a Cidadania – 2005-2009”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Drª Manuela AGUIAR – Presidente da Assembleia Geral da Associação MulherMigrante.<br />Encerramento Drª Rita GOMES – Presidente da Direção da Associação Mulher Migrante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Lançamento da PUBLICAÇÃO da AEMM1974- 2014 – 40 Anos de Migrações -Maria Manuela Aguiar(Coordenadora da Publicação)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">. MARIA ARCHER O LEGADO DE UMA ESCRITORA VIAJANT</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">E, Lisboa, Fundação Prof Fernando de Pádua, de novembro</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Lançamento do livro de Elizabeth Batistta, com o mesmo título</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Sessão de Abertura</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Prof Fernando de Pádua ( Sobrinho predileto de Maria Archer e herdeiro do seu espólio, dado à estampa no livro ali apresentado, o Professor traçou um relato sobre a vida da escritora em familia - o seu relacionamento particularmente afetivo com ela, a ajuda que lhe deu para prosseguir o curso - e sobre o seu percurso como escritora e ativista da liberdade, que a levou ao longo exílio no Brasil)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"> Drª Manuela Aguiar ((salientou o perfil da grande escritora como feminista e contrariou o lugar comum de que se trata de uma Mulher de Letras "auto-didatata", lembrando o pano de fundo autobiográfico do seu livro "Os aristocratas" - Maria Archer é uma das "aristocratas" que recebeu um esmerada educação, com os melhores professores de português e outras línguas, de história, de matemática, todavia sem a chancela dos exames oficiais, como era costume para meninas da sua classe social. Fazer exame de 4ª classe aos 16 anos foi uma forma de leuta contra esse costume discriminatório) </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Comunicações</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Profª Doutora Elizbeth Battista “ Nas Trilhas da Filosofia de Uma Mulher Moderna: Configurações da Vida Social e as Crónicas de Maria Archer”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"> Drª Rita Gomes, Presidente da Direção AMM, “ O Legado de uma ESCRITORA VIAJANTE”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Mestre Dina Botelho “ MARIA ARCHER - A escritora Maria Archer e o retrato da mulher de meados do séc. XX”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">B2 - NOTÍCIAS NOS "MEDIA"</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">1- Migrações e Género. Novas perspetivas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">O Colóquio realizado na Universidade Aberta teve cobertura na RTP2, ao abrigo de um Protocolo celebrado entre a Universidade e a televisão pública</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">2 - Jantar - tertúlia após a Conferência/ concerto "Portugalidade", em Esch, Luxemburgo. Entrevista do jornal "Contacto" a Manuela Aguiar</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="font-family: Calibri;">No início do jantar-tertúlia, Henrique de Burgo entrevistou, seguidamente, Manuela Aguiar e fez o título com uma das tónicas em que insistiu: "GOVERNO TEM DE RECONSTITUIR UMA MÁQUINA DE APOIO AOS PORTUGUESES DO ESTRANGEIRO"</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="font-family: Calibri;">[...] depois de ter deixado a Secretaria de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar continua a trabalhar com as comunidades portuguesas no estrangeiro. Na Associação Mulher Migrante coordena vários estudos sobre os emigrantes portugueses. Considerada uma das maiores especialistas sobre a emigração, critica qualquer governo, mesmo do seu PSD. O Governo tem a obrigação Constitucional de reorganizar os serviços de emigração, o Governo tem de reconstituir uma máquina de apoio aos portugueses nos países onde estão, para evitar fenómenos de exploração", defende Manuela Aguiar.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.0333px;"><span style="font-family: Calibri;">[...] O governo tem de apoiar os que querem sair, mas apoiar de todas as formas possíveis, os portugueses que queiram regressar, Tem de haver uma política de regresso, ainda que não seja de imediato, e chamar as pessoas á medida que seja possível [..]. Com o sub-título "Meio milhão de Portugueses saíram no mandato deste Governo", escreve " Para a dirigente da Associação Mulher Migrante, Portugal está a viver, actualmente uma situação demográfica dramática [... ] Há emigração como nos anos 60, ainda que mais qualificada e mais dispersa. Estão a sair 120.000 a 130.000 pessoas por ano, segundo os números do actual Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. [...] Se, futuramente, a política de </span></span><span style="color: #4f81bd; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">regresso não for suficiente, para "refazer o tecido demográfico de Portugal", a antiga governante defende a emigração lusófona. "Os imigrantes podem ser de todos os países, de gente de boa vontade, mas acho que seria fantástico que se fizesse dentro do mundo lusófono [...] devíamos reforçar os laços da lusofonia através de migrações em massa. de preferência imigração altamente qualificada, porque estamos a perder jovens altamente qualificados. É um sonho que tenho, mas, na prática, só podemos fazer isso com desenvolvimento económico [..]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: #4f81bd; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Manuela Aguiar foi quem negociou com Jean Claude Junker a "clausula de salvaguarda" que o Luxemburgo queria impor à imigração portuguesa. Diz que só 30 anos depois soube que Juncker era contra essa imposição."Foram as primeiras grandes negociações com o Luxemburgo e não foram fáceis [...] Na altura eu não sabia, mas Juncker contou numa entrevista na Gulbenkian quase 30 anos depois, que ele era dos que não queriam a cláusula se salvaguarda, Ele queria dar de imediato todos os direitos aos portugueses. Três anos depois, ele era primeiro ministro e acabou com a clausula de salvaguarda". A responsável relembra também o problema do ensino. " A dificuldade do ensino dos filhos dos portugueses, em três línguas, foi sempre o grande problema que apresentei às autoridades luxemburguesas. A resposta que me davam na altura é a mesma que dão hoje".</span></div>
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">3 - Expressões de Cidadania no feminino</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">O Jornal "As Artes entre as Letras" deu notícia de 1ª página sobre a realização do colóquio e da exposição, com uma entrevista ao Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Dr Paulo Esteves. Também o Jornal de Monção, A terra Minhota, se interessou pela iniciativa. RECORTES</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">4 - Diálogos sobre Cidadania e Género</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">A Agência Lusa e o "Luso.jornal” estiveram presentes no colóquio, ao qual deram relevante cobertura</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">RECORTE do jornal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">5 - Maria Archer , uma escritora viajante</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Presentes jornalistas portugueses e brasileiros. Entrevistas da RDP-Internacional, o órgão de comunicação social que mais cobertura tem dado, ao longo dos anos, às iniciativas da AEMM.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">C. LANÇAMENTO DE LIVROS – EDIÇÕES DA AEMM</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">"Califórnia Madrasta dos Meus Filhos" organização de Deolinda M Adão e de Joanne Câmara, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">com a presença da Profª Deolinda Adão, a<b> </b>19 janeiro na Biblioteca José Marmelo e Silva em Espinho e na Associação VivaCidades no Porto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Deolinda Adão, professora e investigadora da universidade de San José e de Berkeley na Califórnia através da recolha e organização de cartas enviadas dos Açores por Maria Ignácia aos seus filhos, emigrados na Califórnia, entre 1909 e 1916, (realizada em colaboração com Joanne Câmara, a neta de Maria Inácia) revelou-nos uma historia da diáspora dentro da História, num período de grandes transformações a nível europeu e mundial, com o rebentar da primeira grande guerra e, em Portugal, a implantação da república.. A forma como estes acontecimentos e as novas leis e medidas da revolução foram vividas no seio de uma família açoreana estão relatadas nesta publicação, dando-nos a conhecer a outra face da emigração portuguesa - constituída pelos que ficam.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">A AEMM, que, desde o sei início de atividades, vem procurando incentivar a recolha de histórias de vida na diáspora, considera um privilégio poder editar este notável trabalho da Profª Deolinda Adão, que se insere naquele projeto de uma forma superlativa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">. "1974-2014 - 40 anos de Migrações em Liberdade”, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">no<b> </b>Porto, 22 abril no Café Guarany e em Espinho a 13 maio, na Biblioteca José Marmelo e Silva</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">O lançamento da nova publicação da AEMM no Porto e em Espinho reuniu muitos dos participantes nas iniciativas de 2014. Foram, assim, retomados os temas de uma série de debates, que, em Portugal e em comunidades portuguesas do estrangeiro, incidiram sobre o significado da democratização da vida política no País, a partir da revolução de 1974. Nesses debates, em auditórios de Universidades -Berkeley, Universidade Aberta de Lisboa, Sorbonne, Toronto - , em escolas do ensino secundário - Espinho, Elizabeth, New Jersey -, houve muitas oportunidades de ouvir mulheres e homens sobre o quadro geral do fenómeno migratório, sobre a descolonização e o retorno de África, assim como sobre a evolução do papel das mulheres nos movimentos de expatriação e de retorno e no movimento associativo: partindo da história e da memória de sucessivas gerações até aos dias de hoje, com a avaliação da dimensão atual do fenómeno, da sua componente feminina, das novas formas de associativismo e de vivência das relações com as sociedades de origem e de destino.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">. OUTROS LANÇAMENTOS DE LIVROS</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">“ A Violência na Comunicação Social ” </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">de Maria de Jesus Barroso, Presidente da Pro Dignitate , dia 2 de junho de 2015 pelas 17 horas, na Fundação, apresentado pelo Jornalista Manuel Vilas Boas</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Durante a sessão foi inaugurada a exposição de pintura e caligrafia chinesa da autoria de Ye Pei Rong.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Muitas associadas da AEMM puderam estar presentes no auditório da Fundação Pro Dignitate, e saudar a Drª Maria Barroso, ouvi-la na defesa de uma das suas grandes causas, com a energia de sempre. Seria, para todas, a última vez que a víamos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">"Yolanda" de Ester de Sousa e Sá, a 5 de setembro, em Espinho, na Biblioteca Municipal José marmelo e Silva</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">Um novo romance da nossa associada e antiga emigrante em vários países do sul da África, em que as personagens se encontram nos caminhos, que lhe são familiares, da emigração, encontro de pessoas, de culturas, de espaços -- o lusófono, o anglófono, a que a Autora também pertence . Dois "lonely hearts", vindos de casamentos que a morte do outro destruiu, juntos pelo acaso no paraíso turístico do Algarve, que, nas descrições de ester de Sá, visualizamos , em toda a sua beleza, como num filme. A viagem, o movimento estão sempre presente - assim é a vida no seu melhor, quando há a força e a vontade de lutar contra a infelicidade, dando à paixão uma segunda tentativa Um hino à vida, bem vivida</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">“Maria Archer – o legado de uma escritora viajante” de Elisabeth Battista </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">com Prefácio de Inocência Mata. Apresentação na Fundação Fernando de Pádua,28 de setembro às 18:30 em Lisboa, com a presença da Autora, vinda do Brasil.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">A publicação vem preencher um vazio: trata-se de uma investigação e ordenação do espólio de Maria Archer - a "Viajante espacial", vista também como " viajante de ideias e discursos, tendo cultivado várias modalidades textuais e genológicas (ficção narrativa, drama, literatura infanto-juvenil, crónicas, epístolas, ensaios, biografias, reportagens)". "Este trabalho de Elisabeth Battista, agora à disposição de todos, vem tornar mais diversa e assertiva a contribuição da mulher portuguesa na luta contra o fascismo",segundo a Profª Inocência Mata .</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">. O Ovo do Sagrado Feminino, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">de Maria Antónia Jardim, a 21 de outubro, no Café Guarani, no Porto</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">O novo livro da Profª Maria Antónia jardim foi apresentado por Isabel Ponce Leão Professora da Universidade Fernando Pessoa, e autora de prefácio, Profª Isabel Ponce de Leão. Nas suas palavras: "A demanda do ovo, enquanto génese da vida, presentifica-se num texto linguistico e pictórico, posto que as diversas imagens, também da autoria de Maria Antónia Jardim longe de serem meras ilustrações, sejam outrossim, parte integrante do discurso"</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">. Seguiu-se, como é usual no café Guarani, um animado debate moderado pela Drª Manuela Aguiar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">"Boston Festival" de Manuela Bairos, na Fundação Luso- americana, em Lisboa a</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">O lançamento do livro, num auditório completamente cheio de amigos da Drª Manuela Bairos, viveu-se num ambiente de emoção contida. Sentia-se a falta do Prof .Mariano Gago, que tinha aceite fazer a apresentação e é, juntamente com professor e escritor Onésimo de Almeida, um dos prefaciadores desta obra excecional. O "Boston Festival" é um relato das atividades desenvolvidas pela Diplomata Manuela Bairos à frente do Consulado Geral de Boston, (2005 a 2009). A criação do "Boston Portuguese Festival" mudou a face de Portugal em Boston, criou novas formas de cooperação luso-americana (a começar pela área científica e tecnológica, com a decisiva intervenção do Ministro Mariano Gago)) e uniu a comunidade tradicional e os jovens da nossa comunidade académica, do MIT, de Harvard e muitas outras prestigiadas universidades .</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12.8px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div style="font-size: 12.8px; margin: 3pt 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div style="font-size: 12.8px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">D - CO- ORGANIZAÇÕES OU COLABORAÇÕES DA AEMM</span></span></b></div>
<div style="overflow: hidden;">
<div dir="ltr">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div>
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">D -Parcerias e Colaborações com entidades públias e ONG' s</span></span></b></div>
<div>
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></b></div>
<div>
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Conferência "Seniores Ativos - viveria o País sem os seus Séniores", organização da Misericórdia do Porto, Porto, Biblioteca Almeida Garrett, 21 de janeiro</span></span></b></div>
<div>
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></b></div>
<div>
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A dirigente da AEMM Manuela Aguiar participou numa das mesas redondas, advogando a urgência de promover uma política para os seniores ativos, que tem sido, no nosso país, completamente descurada por todos os governos-e. muito em especial, por governo "geracionaais" que endeusam a juventude, como o do PSD/CDS8 (numa tendência já visível no anterior governo PS)</span></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">. Comemoração do Dia Internacional da Mulher - 7 de março no CENTRO Multimeios em Espinho</span></span></b><br />
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Iniciativa da AEMM em colaboração com a Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida em Espinho. A professora e organizadora desta iniciativa, Dra Isabel Nobre destacou o que de comum liga as três mulheres participantes e membros da AMM, Manuela Aguiar, Graça Guedes e Arcelina Santiago: a defesa dos direitos humanos, a luta pela igualdade das mulheres, em particular, das Mulheres da diáspora. Foi dada ênfase à personagem do livro “ Califórnia, Madrasta dos Meus Filhos”, Maria Inácia Meneses Vaz. Seguiu-se o debate em torno da liberdade e da democracia que aconteceu com a chegada de abril e as conquistas obtidas e as mudanças no panorama das oportunidades para as mulheres. Na longa caminhada pela igualdade foi relembrada a figura notável de Maria Archer, mulher vanguardista para o seu tempo, denunciadora e crítica da situação da mulher. Esta sua posição em período da ditadura, remeteu-a ao exílio. Na dramatização feita por duas alunas, o papel de Maria Archer coube a Mariana Patela e o da jornalista a Inês Pais</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><b>- 8 de março - programa da RDP comemorativo do dia internacional da Mulher</b></span></span><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><strong><span style="font-family: Times New Roman;"></span></strong></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Manuela Aguiar participou no programa, falando da situação atual das potuguesas no país e em diversas comunidades do estrangeiro.</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"></span></span></span> </div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"> - 9 de Março - programa da RDP-Internacional - entrevista a Manuela Aguiar, Emmanuelle Afonso e outros protugueses ligados à emigração</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">-</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><b>- As tertúlias da Cooperativa Nascente</b>. “Portugal Cais do mundo?”1 de abril</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">As tertúlias desta cooperativa cultural adotaram um modelo incomum; aos participantes era pedido que começassem por se pronunciar sobre o tema em debate e, só depois, o covidado comentava os seus comentários. A fórmula funcionou tão bem, que a AEMM vai, futuramente, utiliza-la em alguns dos debates que promoverá.</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">O tema tratado em Espinho foi o de Portugal com país de irradiação de movimentos migratórios, mas tamb´rm de acolhimennto e de transito, de pessoas, de bens, de capitais,, de inovação, de globalização das relações humanas, em todos os planos, e não só no comercial ou material,</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A convidada foi a Drª Maria Manuela Aguiar e o moderador o Mestre Teixeira Lopes. Presente, com várias intervenções muito interessantes a a luso francesaDrª Emmanuelle Afonso, presidente do Observatório dos luso-descendentes</span></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="font-family: Times New Roman;"><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">. III Bienal Internacional Mulheres d'Artes</span></b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">, 25 de abril no FACE em Espinho</span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Na III Bienal comissariada pela Vereadora Leonor Fonseca, participaram algumas das Artistas Plásticas que têm colaborado com a AEMM - e mulheres migrantes, como Ana del Rio e Ludmilla, Alvarenga Marques, Ana Maia, Ariadne Papucciu, Inês Abrantes, Ny Machado, Paula Robles, Setas Ferro,Yessica de Sousa.</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">VII Congresso "A vez e a voz da Mulher", Faculdade de Economia do Porto.</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Foram oradoras a Profª Maria Beatriz Rocha-Trindade e a Drª Maria Manuela Aguiar e participou a Dr-ª Rita Gomes,</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Durante o Congresso foi lançado o livro da Profª Rosa Simas, apresentado pela Prof Maria Beatriz Rocha Trindade e a Drª Manuela Aguiar</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span></span></b><br />
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div>
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Fórum Municipal da INTERCULTURALIDADE, 31</span></span></b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"> de Maio de 2015 em Lisboa. e 8ª Festa da Diversidade.</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A Associação Mulher Migrante esteve presente em ambos os eventos, com Rita Gomes, Ana Paula Almeida, Paulo Bento e Susana Gonçalves de Carvalho, que mantiveram um vivo diálogo com muitos dos participantes sobre as atividades da e questões de emigração. Elsa Noronha encantou com a declamação dos seus poemas.</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">HOMENAGEM a D. MANUEL MARTINS, Gaia, 14 de Novembro</span></span></div>
<div>
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Na homenagem a uma personalidade muitas vezes presente em iniciativas da AEMM, nos seus primeiros anos de vida, estiveram presente a Drº Rita Gomes, a Drª Manuela Aguiar e a Profª Doutora Isabelle Oliveira. A homenagem foi promovida pla Drª La Salet Miranda</span></span></div>
</div>
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<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; 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Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-45975073428043387062020-08-09T06:30:00.000-07:002020-08-09T06:30:02.227-07:00ENTREVISTA A SECP JLUIS CARNEIROegunda-feira, 11 de janeiro de 2016
s
1 - Vivemos, atualmente, o reinício de um verdadeiro êxodo migratório, que terá levado do país, nos últimos quatro anos, quase meio milhão de portugueses, entre eles jovens muito qualificados, mulheres e homens, que procuram lá fora o trabalho que não encontram na nossa economia.Como vê o Senhor Secretário de Estado esta situação? O que vai dizer, em particular, a estes jovens? O que fará o novo Governo, face à “nova emigração”?.
Trata-se de uma das mais graves consequências das políticas de austeridade. Pelas consequências nefastas no âmbito da desestruturação familiar e social do País e pelo seu significado em termos de drenagem de população em idade ativa. Importa que as instituições que têm vindo a estudar e a acompanhar este fenómeno possam avaliar as mais profundas consequências em termos de desvitalização social, económica e institucional do País. A nova emigração levou muitos jovens qualificados a quem o país não deu as oportunidades que eles mereciam, desbaratando o capital humano e um investimento em educação de que Portugal devia usufruir. Na medida das minhas competências, vou procurar identificar em cada comunidade esses portugueses, criando formas de estreitar os seus laços com a nacionalidade e, se possível, estabelecer canais de informação que lhes permitam estarem atualizados quanto à evolução do mercado de oportunidades. O que lhes vou dizer? Primeiro, lamentar a sua saída forçada do país e, depois, prometer trabalhar para que o regresso possa ser uma opção. O governo tem que ter uma política de emigração onde deverá estar considerada a situação dos portugueses que emigram, mas também a dos que regressam. Os episódios de exploração de trabalhadores nacionais por esse mundo fora tem que fazer parte das preocupações do Estado, de uma maneira geral, e da SECP de forma particular. Nessa medida vai haver uma grande preocupação com a prevenção desses fenómenos, designadamente através de campanhas de informação.
Sou muito sensível a esta questão. A primeira grande prioridade deve estar centrada na garantia de uma boa relação com as instituições dos países de acolhimento. Para o efeito, é necessário que os nossos emigrantes procedam à sua inscrição consular. É nessa inscrição que pode residir a sua proteção social, económica e institucional. Posteriormente e na relação com as nossas estruturas diplomáticas e consulares deve procurar garantir-se os seus direitos cívicos e políticos. Concomitantemente, é necessário trabalhar no País para que, caso as condições económicas e sociais o possibilitem, aqueles que queiram regressar tenham condições para o poder fazer. Esta dimensão resultará, em muito, da recuperação da confiança na Zona Euro e da recuperação económica e social no nosso País. Não tenho dúvida em reiterar que Portugal carece de um espírito de compromisso com um novo futuro de esperança entre todos os que fazem a nossa Pátria. Em Portugal e no estrangeiro.
Entre os que saíram do País há diversas realidades: os que saíram por vontade própria e os que saíram por falta de alternativa. A falta de alternativa tem também associada duas dimensões: A falta de emprego e a falta de condições de trabalho com dignidade. As políticas económicas e sociais do novo Governo têm em vista alterar este quadro nacional.
2 – A Associação Mulher Migrante surgiu, em 1993, com o objetivo de mobilizar as mulheres para a participação cívica nas comunidades do estrangeiro, por um lado, e, por outro, de sensibilizar a sociedade portuguesa e os poderes públicos para a ausência de políticas de género na emigração. Depois da convocação de um encontro mundial de mulheres migrantes, em 1985, que fora pioneiro a nível europeu, sucessivos governos esqueceram a questão de género caíra na diáspora, com reconheceria António Braga, que relançou essas políticas, com os chamados “Encontros para a Cidadania” entre 2005 e 2009, realizados em parceria da SECP com várias ONG’s, entre ela a “Mulher Migrante”.e presididos pela Drª Maria Barroso.
Foi uma forma de audição sistemática das mulheres (sub representadas no CCP) e de mobilização pela via do “congressismo”, que teve continuidade nos governos seguintes.
Na conjuntura atual faz sentido esta estratégia?
A SECP tem conhecimento e apreço pelo trabalho desempenhado desde 1993 pela Associação Mulher Migrante. Estimular a participação cívica dos portugueses nas comunidades é, só por si, um nobre objetivo; promover a sensibilização da sociedade portuguesa para o surgimento de políticas de género na emigração é um trabalho de persistência. A SECP quer envolver-se nas iniciativas que possam estimular a participação e a audição das mulheres da diáspora. Os “Encontros para a Cidadania” foram um exemplo a ter em conta. O dever do Estado português, por intermédio do seu Governo, é de conceber e apoiar todas as iniciativas que promovam uma sociedade mais livre, mais fraterna, igualitária e mais solidária. Uma sociedade que, de modo livre e responsável, promova a igualdade de oportunidades para todas e para todos. O esforço de cooperação com as instituições da sociedade civil deve ser reconhecido, valorizado e apoiado. Esse é um compromisso claro do Governo. Nesse âmbito, a dinamização da rede associativa de natureza cultural, humanitária, desportiva e recreativa constitui a melhor garantia na promoção dos valores da coesão e do humanismo.
3 – A Lei da paridade aplica-se ao CCP, mas as mulheres continuam a ser uma minoritárias nesse órgão de consulta - como se constata, depois das últimas eleições em Setembro deste ano, com apenas 12 mulheres em mais de 60 membros.
O CCP pode ser um instrumento importante na luta pela igualdade – e, globalmente, para o reconhecimento do papel dos emigrantes e sua representação na vida nacional?
A França, cujo Conselho inspirou a criação do nosso, em 1980, transformou-o, recentemente, na “Assembleia dos Franceses do estrangeiro”,com reforço dos seus poderes, e prestígio.
No nosso caso, é de repensar o Conselho, no que respeita a competências e estruturas a nível de cada país e região, ou à colaboração com o movimento associativo, em projetos sociais e culturais?
A situação particular das mulheres migrantes e o papel que desempenham não está devidamente representada no CCP. É um facto. Nas eleições de Setembro apenas 12 mulheres foram eleitas para esse órgão que é parceiro na definição de políticas relativas às comunidades portuguesas. O Conselho poderá ser um parceiro ativo no diálogo estruturado e sistemático com as comunidades portuguesas e, no âmbito das suas competências estatutárias, propor e promover iniciativas ao governo que vão no sentido de trabalharmos com as estruturas sociais, culturais e económicas nacionais e dos países de acolhimento com vista a alcançarmos uma sociedade mais desenvolvida. E, nesse sentido, pode também desempenhar um papel fundamental na procura de um equilíbrio de representação das mulheres migrantes e na capacidade de proposta de medidas no âmbito das políticas de género.
4 – Falando de associativismo: será possível abrir o associativismo tradicional - com um património riquíssimo, em alguns países de Diáspora - à nova emigração, aos jovens, às mulheres, que têm sido os mais marginalizados das suas lideranças?
Não me parece que seja possível decretar a participação no associativismo tradicional por parte da nova emigração, em especial os jovens e as mulheres que, como referem, são os menos representados, sobretudo nas lideranças. É certo que pode haver alguma marginalização, mas também ocorre um fenómeno de relutância à participação. É preciso valorizar o associativismo e torná-lo ainda mais referencial no que às raízes culturais portuguesas diz respeito. É nossa intenção, já para 2016, dinamizar a rede associativa das comunidades, procurando dar especial atenção ao movimento associativo juvenil.
5 – A nossa experiência, como ONG, diz-nos quenem sempre é fácil articular projetos entre departamentos governamentais. Por exemplo, no que respeita às políticas de género, entre os serviços do MNE ou da SECP e a Comissão para a igualdade. Ou no que respeita a ações culturais em que a Diáspora se preserva e sexpande - e com ela Portugal - com o Ministério da Cultura?. Estamos a pensar no principal projeto em que colaborámos com a SECP, ao longo de 2015 – a comemoração dos 75 anos de um génio da nossa música, que foi emigrante por largos anos, o Maestro António Vitorino de Almeida (com os concertos/palestras “Portugalidade”). Teria sido, neste, como em muitos outros casos, uma colaboração interministerial neste domínio! A propósito: será relançada a Comissão Interministerial, neste campo das migrações?
O diálogo interinstitucional, transversal, horizontal, é essencial à saúde das instituições e à sua eficácia política.
Comissão Interministerial para Comunidades Portuguesas foi criada para coordenar as políticas prosseguidas nos departamentos ministeriais e articulava com o CCP. Entretanto, perdeu importância. A SECP vai ter oportunidade de repensar o modelo de funcionamento e, se houver necessidade, admite estimular a sua revitalização.
6 – A Drª Maria Barroso foi a alma dos “Encontros para a Cidadania” (a que presidiu, assim como a outra grande iniciativa os “Prémios Talento” que distingiu muitos nomes da Diáspora, entre eles não poucas mulheres) e é a nossa homenageada, nesta nossa publicação de 2015, Sabemos como o Senhor Secretário de Estado a admirava e, por isso, lhe pedimos um testemunho pessoal sobre esta esta grande Senhora, que nos marcou a todos.
Apenas conheci a Drª Maria Barroso em breves momentos institucionais. Contudo, há um reconhecimento generalizado, que partilho. Foi uma grande humanista comprometida com uma sociedade mais justa, mais qualificada e sempre envolvida com a necessária qualificação das instituições democráticas. O seu desaparecimento em 2015 deixa um espaço impossível de preencher. A sua inteligência, afetividade e superior qualidade na intervenção cívica nunca permitiram que a confinassem aos influentes círculos políticos nos diferentes papéis desempenhados por Mário Soares, seu marido. Trata-se de uma personalidade a quem o País ficou a dever muitoMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-68263753556323869022020-08-09T06:21:00.001-07:002020-08-09T06:21:53.093-07:00ROSA DOS VENTOS TORONTO"Rosa dos ventos: mulheres da diáspora em movimento" - acha bem? Dentro das ideias que conversámos. Pode ser na primeira semana ou segunda, ainda não consegui reservar espaço, dificil em férias. Mas certamente numa dessas semanas.
Veja a disponibilidade dele.
Aguardo a chegada de uma nova colega que foi contratada de Portugal para a Uni de Toronto pous quero envolvê-la.Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-9187380430133733522020-08-09T06:16:00.001-07:002020-08-09T06:16:56.214-07:00SECP JOSÉ CESÁRIOLisboa, 24 out (Lusa) – Os portugueses têm “um défice enorme de espírito participativo, acomodam-se muito” e, por isso, a iniciativa das mulheres da diáspora deve ser valorizada, sublinhou hoje o secretário de Estado das Comunidades.
Na sessão de abertura do encontro mundial das mulheres da diáspora, que decorre hoje e na sexta-feira, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, José Cesário destacou o papel das mulheres no associativismo.
Defendendo uma “nova lógica de intervenção cívica das comunidades” para “renovar” o associativismo, que concilie “experiência e juventude”, o governante frisou que as mulheres têm um papel “absolutamente decisivo”.
Ao mesmo tempo, o governante afirmou que o Governo tem como “objetivo estratégico” eliminar a “distinção entre os portugueses, independentemente de onde vivem e de terem ou não várias nacionalidades”.
O secretário de Estado sublinhou o acolhimento do encontro na Sala dos Contadores do Palácio das Necessidades, normalmente reservada à receção de altos dignitários, para assegurar aos presentes que “este também é o ministério das comunidades portuguesas”.
Apelando à iniciativa individual e das comunidades, José Cesário garantiu o apoio do Governo no que for necessário. “Portugal não é um pequeno país, é um grande país, fundamentalmente pelas pessoas”, disse.
Na mesma sessão, Manuela Aguiar referiu-se à nova vaga de emigrantes portugueses, sublinhando que ainda é cedo para perceber se “deixam o país para trás ou levam o país consigo”, se “são resistentes ou desistentes”.
O encontro mundial “Mulheres da diáspora - expressões femininas da cidadania”, organizado pela associação Mulher Migrante, aborda, entre hoje e sexta-feira, os temas da participação política, do empreendedorismo, do associativismo e da cultura do ponto de vista das comunidades emigrantesMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-89243786030822376852017-04-14T14:04:00.002-07:002017-04-14T14:04:34.836-07:00COLÓQUIO EM MONÇÃO - CAMPOS DE INTERVENÇÃO FEMININOSUma organização conjunta da ESCOLA PROFISSIONAL DO ALTO MINHO INTERIOR (EPRAMI) e do núcleo regional do Norte da AEMM, encabeçado por Arcelina Santiago e Graça Guedes.
O Colóquio realiza-se no próximo dia 3 de maio, no Auditório José Emílio Moreira
CAMPOS DE INTERVENÇÃO NO FEMININO
\\ 09: 30 Receção
\\ 10: 00 Painel I _Igualdade de Género - A Liderança no Feminino_
Professor Doutor João Paulo Vieito e Dra. Manuela Aguiar
Moderadora: Mestre Arcelina Santiago
\\ 11: 00 Coffee Break
\\ 11:15 Painel II _Gestão de Topo no Feminino_
(mulheres vereadoras em exercício e gestoras)
Moderadora: Professora Doutora Graça Guedes
\\ 13: 00 Almoço
\\ 14: 30 Painel III _ Maria Archer_
Entrevista Imaginária - Maria Archer
Pedro Cerqueira Beatriz Lopes
Maria Archer - A Escritora e o Exílio
Dra. Manuela Aguiar e Dra. Arcelina Santiago
\\ 16.30 Encerramento
Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-83829868642741049192016-11-01T05:31:00.002-07:002016-11-01T05:34:25.920-07:00SAUDADES DE JOSÉ LELLO - A ÚLTIMA ENTREVISTA O meu último encontro com José Lello, no programa de rádio e TV de uma grande jornalista, Maria Flor Pedroso. Ainda bem que aconteceu. Foi um convívio inesquecível, e, de alguma forma, um balanço de relacionamento político e, acima de tudo, pessoal de dois antigos responsáveis da pasta da Emigração - uma Secretária de Estado, um Secretário Estado. Dois Amigos.
O link---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
https://shar.es/1E9hJtMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-43205833003807838112016-10-31T08:27:00.000-07:002016-10-31T08:27:04.582-07:00Na RTP - " PRAÇA" - entrevista ao nosso Cônsul em Melbourne, Dr CARLOS LEMOSLink to Praca program 21 October 2016
http://www.rtp.pt/play/p2778/e255525/a-praca/531208Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-44201576045126653092016-10-01T07:29:00.004-07:002020-08-09T06:23:30.866-07:00CONGRESSO DA MAIA 2011 . SEQUÊNCIANa sequência do Encontro Mundial da Maia de 2011, ponto de partida do
programa para “a promoção da participação igualitária dos dois sexos
nas instituições das comunidades, na vida pública e política”,
patrocinado pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas,
vimos por esta forma, concretizar as principais iniciativas com que
nos propomos prosseguir o trabalho encetado. Para tanto, pretendemos
seguir as recomendações contidas na Resolução nº 32/2010 “sobre a
problemática da Mulher Migrante”, assim como aquelas para que apontam
as conclusões do Encontro Mundial de 2011.
No domínio da investigação, consideramos prioritário fazer um
levantamento no que respeita às formas de participação das mulheres no
movimento associativo, através de um inquérito sobre a composição das
direcções das Instituições das comunidades. O inquérito, que poderia
ser levado a cabo pelos consulados, destina-se a recolher dados sobre
o perfil dos dirigentes - sexo, idade, naturalidade, formação
académica, profissão, curriculum de voluntariado, data da emigração
(ou de emigração dos
ascendentes e outros que sejam igualmente relevantes.
As demais linhas de investigação, que foram objecto de debate durante
o Encontro Mundial, terão de ser articuladas com Universidades, em
Portugal e, eventualmente, nas comunidades, e haverá que procurar
patrocínios, por se tratar de projectos de custos elevados, como é o
caso do projecto “ateliers da memória”, sobre histórias de vida de
mulheres migrantes, já acolhido pelo CEMRI – Universidade Aberta.
Nas conclusões do “Encontro” o combate à “invisibilidade” das mulheres - que são
ainda o 2º sexo da emigração, na medida em que esta continue
padronizada no masculino - passa pelos projectos referidos, mas também
por seminários e conferências, para análise e reflexão dos temas da
exclusão/participação feminina, na perspectiva da Paridade
Mulheres/Homens e na perspectiva intergeracional. Como foi reconhecido
no Encontro da Maia, em muitos países, resolver a questão geracional
significa progresso na questão de género, pois entre os jovens é mais
comummente aceite e praticada a participação paritária.
A nosso ver, a integração destas acções nas principais Iniciativas das
comunidades, introduzindo nelas a componente de género, constituirá um
meio muito eficaz de envolver na luta pela paridade não só a metade
feminina, mas a totalidade das comunidades.
Assim, na Califórnia, o Colóquio, sobre “As Mulheres como
transmissoras de Cultura” – dividido em duas mesas redondas, reunindo
mulheres dirigentes das organizações comunitárias e mulheres da área
da Cultura e do Ensino, em que se destaca o seu papel nas áreas da
Literatura, nas Artes Visuais, da Ciência, da Tecnologia, da Política,
do Emprendedorismo, do Associativismo e do Desporto - fará parte do
programa da Conferência da “Luso American Educational Foundation”, que
decorre em S. José, entre 19 e 22 de Abril, com organização a cargo de
uma das participantes do Encontro da Maia, a Doutora Deolinda Adão
(professora nas Universidades de Berkeley e de S. José).
Na Venezuela, o Colóquio sobre a intervenção das mulheres na
preservação da Língua e da Cultura, será enquadrado nas celebrações do
Dia 10 de Junho.
No Uruguai, o Colóquio sobre participação das Mulheres no
Associativismo e no Voluntariado, insere-se no programa do Encontro do
Cone Sul, previsto para 13 e 14 de Outubro – organização em parceria
com a «Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina», e com
coordenação do Conselheiro das Comunidades Luís Panasco Caetano. A
proximidade de Buenos Aires facilita uma reunião com membros daquela
Associação e outras portuguesas que não possam deslocar-se ao Uruguai
e o itinerário via Brasil Igualmente permite incluir um encontro em S.
Paulo, na ida ou no regresso para Montevideo, com o objectivo de criar
um núcleo associativo de Mulheres Portuguesas, segundo o paradigma da
Argentina.
Na Europa, são as seguintes as iniciativas projectadas:
Na Bélgica e em França, organização de exposições de Artes Plásticas,
envolvendo Artistas das Comunidades e de Portugal, comissariadas pela
Drª Nassalete Miranda, Directora do Jornal “As Artes entre as Letras”,
acompanhadas das mesas redondas sobre as mulheres no domínio do ensino
e da cultura, coordenadas pela Prof Doutora Isabelle Oliveira.
Na Inglaterra, com organização pedida à Drª Luísa Ribeiro,
participante no Encontro da Maia, uma Conferência sobre “A nova
emigração feminina”.
Em Lisboa, conferências sobre “Feministas da Diáspora” – Maria Archer
e Maria Lamas.
Em Lisboa e no Porto, mesas redondas para o lançamento da publicação
sobre o Encontro Mundial de 2011.
Em Portugal, as iniciativas não terão custos, para além de uma
publicação das conferências, estimada em 2 500,00 €. Para o Inquérito,
pedido aos serviços da DGACCP e Consulados, não há do mesmo modo,
previsão de custos.
No Estrangeiro os encargos respeitam essencialmente a despesas de
deslocação de conferencistas, esperando-se que os espaços e as
despesas da organização fiquem a cargo de entidades locais.
A «Associação Mulher Migrante» vem apresentar esta proposta de
trabalhos para 2012, muito agradecendo poder contar com o alto
patrocínio de V. Exª, Senhor Secretário de Estado, para a sua
concretização e também com o seu apoio na comparticipação das
despesas, que se estimam sejam de 30 072,00 €.
Juntamos as estimativas/síntese que pudemos obter, relativas a
deslocações de conferencistas e a outros encargos com as iniciativas
de 2012.
Agradecemos, com o maior reconhecimento, as atenções que nos têm sido
dispensadas e, manifestando a nossa disponibilidade para corresponder
a todas as formas de colaboração que forem julgadas relevantes,
apresentamos a V. Exª, Senhor Secretário de Estado, os nossos
respeitosos cumprimentosMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-58523572649647419382016-10-01T07:24:00.006-07:002020-08-09T06:24:49.542-07:00AMM VENEZUELA - II CONGRESSOMulheres apelaram à igualdade de género
O II Congresso da Mulher Migrante serviu para a criação de uma nova associação no país.
Autor: Sergio Ferreira
O Salão Río Caroní no Hotel Gran Meliá Caracas acolheu, no passado domingo, 25 de Novembro, o II Congresso Nacional da Mulher Migrante Luso-Venezuelana, uma iniciativa do Clube dos Comunicadores Sociais Luso-Venezuelanos (CSLusoven) organizada em conjunto com a Conselheira das Comunidades Portuguesas pela Venezuela, Maria de Lourdes Almeida, e com os Filhos de Portugueses Nascidos na Venezuela.
Durante a jornada, na qual participaram 124 congressistas de 18 instituições, marcaram ainda presença a ex-secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar, a presidente da Associação Mulher Migrante de Portugal, Rita Gomes, o cônsul geral de Portugal em Caracas, Paulo Martins dos Santos, e o cônsul geral de Portugal em Valência, Antonio José Chrystello Tavares.
A abertura esteve a cargo de María de Lourdes Almeida, que agradeceu todos os presentes pelo apoio dado à nova Associação Mulher Migrante da Venezuela. De seguida, Paulo Martins dos Santos fez uma breve intervenção para explicar o importante papel da mulher no processo migratório luso em terras crioulas e de como as mulheres se impuseram nas mais variadas instituições luso-venezuelanas.
Antes de iniciar as intervenções das oradoras, foi feito um contacto via telefone com a deputada eleita pelo círculo fora da Europa, Maria João Avila, que agradeceu às mulheres emigrantes na Venezuela pelo seu trabalho incansável. “É muito importante ver as pessoas da comunidade envolvidas num projecto como este. Nunca mais vamos ter uma pessoa do calibre de Manuela Aguiar”, ressaltou.
E foi a antiga secretária de Estado, Manuela Aguiar, que abriu oficialmente o congresso. “Em Caracas, como noutras cidades, a associação tem estado ligado ao trabalho com as comunidades (…). Já estou com a ideia de que este é o país onde as mulheres estão mais envolvidas e têm um papel mais determinante na vida da comunidade portuguesa. O futuro deve ser construído entre homens e mulheres; o caminho para o equilíbrio deve ser percorrido no exercício da cidadania. Cesário converteu em realidade política a mobilização das mulheres emigrantes (…) Temos que saber o que queremos para dar mais Portugal a Portugal e fazer das mulheres mais portuguesas e cidadãs”, disse Aguiar.
A primeira oradora da noite foi a presidente da Academia da Espetada de Maracay, Ana Maria de Abreu, que explicou o trajecto da instituição que dirige e os seus contributos para a comunidade. De seguida, foi a vez da presidente da Sociedade de Beneficência Só Bem, Ana Maria Góis, que assegurou que a associação continuará a lutar pela dignidade de todos aqueles que sofreram atropelos na vida.
A mais aplaudida foi Joamar Isabel Gonçalves, uma jovem de apenas 12 anos de idade, filha da directora da Fundação Luso-Venezuelana de Clarines, Carla de Gonçalves, que foi ao microfone para falar sobre a instituição e ressaltar o talento da mulher luso-venezuelana. Depois, subiu ao palco a primeira mulher a ser presidente da secção de Carabobo da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins (Cavenport), Fátima de Pontes, que destacou o papel de algumas mulheres na história da humanidade e enfatizou o lema “na união está a força”.
Fátima Pinto, directora da associação Filhos de Portugueses Nascidos na Venezuela, fez um percurso pela história deste grupo do Facebook fundado em 2008, e falou do lançamento de uma nova página que reunirá Filhos de Portugueses nascidos pelo Mundo.
“Nasci e vivo num maravilhoso país, a Venezuela, mas o meu coração estremece cada vez que escuto alguém falar com sotaque português”, finalizou.
Luísa Campos, presidente da Comissão de Damas do Centro Português, em Caracas, explicou a sua participação na mudança de nome do grupo que dirige e do papel fundamental que tiveram em diversas actividades no centro social. “Ao lado de um bom homem está sempre uma grande mulher”, disse Campos, exortando à igualdade e ao trabalho conjunto entre ambos géneros.
Chegou depois a vez de Marilú de Andrade, representante do grupo ‘Nietas del Lar Padre Joaquim Ferreira’, que afirmou que é muito satisfatório ver as demonstrações de alegria dos idosos quando estas mulheres os visitam. “O papel da mulher na sociedade actual é claro: Ser transformadora, com valentia, e estar preparada para enfrentar novos desafios” sentenciou. Por seu turno, a presidente do Grupo de Danças Internacionais Dos Patrias, Mónica da Silva, falou sobre o sentimento emigrante presente em cada actuação do grupo folclórico e os seus desafios como presidente nos próximos anos.
Posteriormente, foi a vez de Fátima Pita, secretária da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas, e Salomé de Martins, presidente da Fundação Martins, que falaram do trabalho de beneficência desempenhada por ambas as instituições e do papel fundamental das mulheres nessas instituições.
Depois de um breve intervalo, foi a vez dos principias oradores: Rita Gomes falou sobre a Associação da Mulher Migrante desde a sua fundação, em 1985, até aos dias actuais, assegurando que a instituição está presente em qualquer lugar onde haja uma mulher lusa que precise dela; a economista Nélia Santos explicou o desafio que significou para ela ser a primeira mulher representante do Banco Internacional do Funchal (Banif) em Caracas, apelando ao equilíbrio entre géneros sexuais e apelando à profissionalização das mulheres; a advogada Adriana da Silva abordou o tema da violência contra a mulher, números e as leis; e a conselheira Maria de Lourdes Almeida recordou os nomes de mulheres luso-venezuelanas que triunfaram nos mais diversos âmbitos.
Para finalizar o evento, Manuel Aguiar fez uma nova intervenção na qual destacou o papel das mulheres no associativismo luso-venezuelano, dizendo que apesar de pertencerem a uma sociedade conservadora e tradicional, a pouco e pouco conseguiram ressaltar em diversos sectores. Fez ainda referência ao novo processo migratório, explicando que a inserção destas novas mulheres será menos traumática devido ao alto nível de profissionalização.
Manuela Aguiar e Rita Gomes foram recebidas na filial número 43 do FC Porto, em Caracas, pelo seu presidente, Alvarinho Sílvio Moreira, onde tinham preparada uma noite de gala de fados com os melhores fadistas luso-descendentes. A ex-secretária de Estado expressou a sua grande emoção e orgulho ao ver que a Casa do Porto na Venezuela promove importantes actos culturais onde os descendentes lusos são os principais protagonistas; igualmente, destacou que este tipo de actividades mantém vivas as tradições, usos e costumes do povo português, inculcando nas novas gerações a consciência de que ser filhos de portugueses significa ter as portas abertas em qualquer parte do mundoMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-79213760472514146512016-10-01T07:23:00.004-07:002020-08-09T06:17:52.268-07:00Women in the Portuguese DIASPORA
The role of woman in the Portuguese Diaspora has been relatively
unacknowledged throughout centuries of huge migratory movements
largely dominated by male stereotypes.
Nevertheless emigration had in fact profound effects in the life of
women within the family circle, in society and in the labour market, and
women did strongly contribute to transform both individual
immigration projects
and the Portuguese communities in host societies.
Traditional Portuguese policies opposed and limited feminine
emigration as women were expected to suffer "double discrimination"
abroad (as foreigners and as women) but recent studies and hearings
of women speaking for themselves reveal that in many cases and for a
majority of them, emigration signified more rights and opportunities.
In more prosperous, modern and egalitarian societies
they became aware of individual rights and of social causes and learned
new ways of being wives, mothers and professional workers They were a
decisive factor in the integration and in the wellbeing of the whole
family and very often an obstacle to the choice of returning to the country of
origin.
Inside their ethnic group, they also played an important role in the
setting up of cultural organisations guarding traditions and ways of
being and living collectively. But the association movement is still mostly
led by men, women reacting in some cases by creating their separate
associations . The major institutions of Portuguese emigration are
still less egalitarian
than the host society as a whole - although some more than others.
A comparative view of progress in this domain, through research,
seminars and debates is a way to press for change.Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-67530969648506375522016-10-01T07:20:00.005-07:002020-08-09T06:19:32.036-07:00PARIDADEA “Lei da Paridade” estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o
Parlamento Europeu e para as autarquias locais sejam compostas de modo a assegurar a
representação mínima de 33% de cada um dos sexos. Atingimos assim uma situação de
paridade? Que percursos e que obstáculos? Que caminhos para a sua concretização?
14h30 – 15h30 moderadora | Ana Coucello
_ Vice-Presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das
Mulheres
Ana Sofia Fernandes
Presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres
Fernando Ruivo
Director do Observatório do Poder Local do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia
de Coimbra
Manuela Aguiar
Ex-Secretária de Estado da Emigração
Maria de Belém Roseira
Ex-responsável pela Pasta Ministerial para a Igualdade
15h30 – 16h00 Debate
16h00 – 16h20
Pausa saudável
acção
O dMpM, uma experiência integrada de intervenção para a mudança: acção positiva,
mentoria, desenvolvimento de competências e
empowerment para a intervenção cívica e
política, projectos, trabalho em rede e para
o mainstreaming de género e envolvimento dos
rapazes na promoção da igualdade de género
16h20 – 17h30 moderadora | Sílvia Vermelho_
_ Presidente do Conselho Fiscal da REDE
Teresa Oleiro & Dídia Duarte
Ex-mentora & Ex-mentorada e Vice-Presidente da REDE
Catarina Arnaut & Danielle Capella
dMpM2 Porto & dMpM2 Lisboa
Rui Machado
Presidente da Associação Caboverdeana de Lisboa
Tiago Soares - Presidente do Conselho Nacional de Juventude
Belkis Oliveira
Presidente da Associação de Solidariedade Internacional
17h30 – 18h00 Debate
18h00 – 18h30 Sessão de Encerramento
Marta Costa_ Vice-Presidente da REDE
Elza Pais_ Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género
Laurentino Dias_ Secretário de Estado da Juventude e do DesportoMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-47977073006985329642016-07-15T06:36:00.002-07:002020-08-09T06:18:42.106-07:00ENCONTROS FILOSÓFICOS AÇORES
XXIII Encontros Filosóficos - Migrações e Felicidade, Faial Pico,São Jorge, 12 a 25 de abril 2006
Participação de Maria Manuela Aguiar, na qualidade de Presidente da Associação de Estudo Mulher Migrante
Dia 14, Auditório da ESMA, Horta
"Conferência Migrações, Participação e Cidadania"
Conferência - Debate moderado por Maria Fernanda Serpa
Dia 14 Pico
Migrações de Cidadania
Dia 15, "Sociedade Amor Pátrio", Horta
"Género , Migrações e Cidadania
Nos mesmos Encontros, foi conferencista, na qualidade de Professora da Universidade Aberta, a Dirigente da AEMM, Profª Doutora Maria Beatriz Rocha Trindade.
Na sessão do dia 15, as duas fundadoras da AEMM, e a Profª Doutora Teresa Santos (Universidade de Évora) intervieram conjuntamente no período de debate.
Entre os conferencistas destes Encontros, cheios de história, estiveram o Pe Vaz Pinto (Revista Brotéria), o Dr Eugénio Fonseca (Caritas), Prof Doutor Assis Brasil (Universidade de Porto Alegre), Profª Doutora Gilberta Rocha (Universidade dos Açores) entre muitos outros.Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-44758282329388166152016-07-14T15:56:00.001-07:002016-07-14T15:57:45.248-07:00H omenagem à Drª Maria Barroso - Profª Doutora Isabelle Oliveira, Univ Aberta - 2 junhoÉ, de facto, um imenso privilégio estar presente nesta bela homenagem à Dr.ª Maria de Jesus Barroso Soares, que fica “para além do tempo
como se a maré nunca a levasse da praia onde foi feliz” para retomar um trecho do poema “Há mulheres que trazem o mar nos olhos” da sua grande amiga Sofia de Mello Breyner.
Começo por saudar os ilustres membros da mesa e permitam-me que dirija uma palavra de saudação especial à Senhora Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Dr.ª Catarina Marcelino, que com a sua presença, veio emprestar uma maior solenidade ao acto e conferir-lhe um reforçado carácter responsabilizante.
Dirijo igualmente o meu agradecimento e uma especial saudação aos ilustres convidados que, com a sua presença, enobrecem o evento.
Propositadamente, deixei para último lugar os agradecimentos à nossa anfitriã, a Universidade Aberta, e toda a minha admiração, a duas ilustres Senhoras, Dr.ª Manuela Aguiar e Dr.ª Rita Gomes, querendo justamente dar-lhes a primazia que lhes é devida pelo seu combate às causas da emigração com sinceridade, dedicação, respeito e humanismo.
A todos dirijo uma saudação muito especial.
Por tudo isto, no léxico português, só encontro uma palavra que, na sua simplicidade, pode exprimir toda a nossa gratidão e que é:
OBRIGADO!
------------------------------------------------------------
TESTEMUNHO
Feitas as saudações e os devidos agradecimentos, é tempo de falar de um dos vultos feminino que marcou indelevelmente a História de Portugal. Sinto o peso do exercício desta tarefa nada fácil, tanto pela responsabilidade que acarreta, quanto pelas emoções e recordações que desperta em mim. Tantas recordações e afectos se cruzam e vêm ao de cima, irresistivelmente. Ninguém sai incólume de um encontro com Maria Barroso, uma mulher exemplar, generosa e de uma sinceridade desarmante.
As suas palavras atravessam e atravessarão eras e reinventam o passado.
Esta Grande Senhora, de pequena estatura, mas de uma enormíssima convicção, dedicou toda a sua vida a lutar contra os sistemas que lesam mulheres e homens, por mais Justiça, pela humanidade e, pura e simplesmente, pela vida.
Certamente que terá sido alvo de invídias por parte de minorias, mas a grande maioria continua a venerar com grande admiração o ícone em que se tornou.
Dotada de um rigor irrepreensível, no fundo, foi uma eterna rebelde sob um véu de delicadeza. Feminista, sempre defendeu a causa das mulheres com uma firmeza implacável, mas não aderiu às teses daquelas que – à semelhança de Simone de Beauvoir – negavam as diferenças entre os sexos. Está do lado dos mais fracos, mas refuta qualquer tipo de vitimização. A vida – que nem sempre foi um mar de rosas – como que em jeito de desculpa ofereceu-lhe oportunidades incessáveis de reconhecimento da sua pessoa, da sua integridade e do seu talento. A sua curiosidade pelo Mundo e pela sua transformação, pela vida e pelos outros, a abertura ao que é diferente e a alegria de viver – nunca a abandonaram, mesmo nas circunstâncias mais penosas. Foi sempre livre, veemente e serena e assim permanecendo ao longo do seu percurso e além dele. Soube traçar a sua independência em variadíssimos aspectos.
Em inúmeras ocasiões, ecoaram palavras sobre a sua personalidade, tanto da parte de vozes modestas quanto de vozes egrégias, todas elas proferidas com respeito, admiração, carinho e determinação: aparentemente a Cara Senhora seria dona de uma personalidade vincada. Vincada! Pois sim! Maria de Jesus Barroso era uma mulher de personalidade e vanguardista em inúmeros domínios! Sabia exactamente aquilo que queria.
Ficávamos horas a fio conversando pelo Mundo, em Lisboa, Paris... Dizia que Paris era a sua segunda Pátria, e respondia eu, que França passou a ser a minha primeira Pátria pelo facto do Marquês de Pombal ter incorporado apenas algumas ideias do Século das Luzes, o que levou Portugal a depor “as armas da razão” que produz injustiças, desigualdades … Que não é para nos autoflagelarmos, mas para pressionar no sentido de uma mudança urgente: acabar com a impunidade, a corrupção, os incompetentes, através da sanção moral pública, restabelecer, como exemplo, a honradez republicana como uma honra para servir o Estado e os outros e nunca para se servir a si próprio.
Com o seu sorriso protector, dizia-me que incarnava melhor do que ninguém esta nova geração na qual deposita a sua confiança, para não deixar de lutar pelos meus ideais (só era vencido quem deixava de lutar), por uma justiça social que era o pilar principal para que uma sociedade fosse mais pacífica, coesa e equilibrada. Que ainda somos o país com maiores desigualdades no quadro europeu, onde a distância entre os mais pobres e os mais ricos é maior. Que isso é inaceitável, anos após a Revolução dos Cravos! E se quisermos justamente evitar revoltas anárquicas, toda a espécie de violência, e uma grande crispação e mal-estar social, é necessário ter a coragem de fazer as reformas que se impõem, com os olhos postos nas pessoas. Que precisávamos mais do nunca de uma Justiça – isenta, independente e justa – sendo outra das prioridades, para dar confiança aos portugueses e para prestigiar no estrangeiro o nome de Portugal.
Saboreava uma a uma, cada uma das suas palavras perdendo a ilusão do tempo.
Parecia encerrar um segredo: uma aliança entre tradição e modernidade numa única pessoa. Quando a observava, lembrava-me daquelas grandes senhoras de outros tempos, cuja distinção e porte impunham respeito. E, ao acompanhar o seu percurso, considerei-a sempre uma figura de proa, que lidera destemidamente a história. A sua curiosidade insaciável e o seu sentido de minúcia são característicos de uma natureza inquieta e fervorosa que faz avançar o mundo. Foi consigo que fiquei a saber que, na vida, aprendemos mais com as nossas perguntas do que com as nossas respostas.
É verdade que era uma mulher enigmática, um enigma claro e reluzente capaz de atingir uma diafaneidade digna de admiração embora, no seu caso, se sentisse ainda algo mais: respeito, afecto, uma espécie de fascínio. Muitos, tanto em Portugal quanto além-fronteiras, se regozijariam por tê-la como confidente e amiga. Tive a sorte inaudita de ser sua amiga e a felicidade de partilhar momentos inesquecíveis consigo, aprendendo com a sua meticulosidade, a sua sabedoria, o seu humanismo e a sua liberdade.
Entre todas as figuras da nossa era, a Maria Barroso é inquestionavelmente uma das preferidas dos portugueses, e não só. A admiração e o afecto são os sentimentos predominantes que é capaz de inspirar em todos nós. Personifica brilhante e incomparavelmente a resistência aos tempos terríveis que atravessamos, em que a violência se propagou talvez como nunca na história da Humanidade e, ao longo da qual, alguns – como foi o seu caso – lutaram contra as adversidades, com coragem e determinação, ilustrando os princípios da igualdade e fraternidade que em nada nos são estranhos.
Para concluir, devo ainda acrescentar que existem pessoas extraordinárias que fazem mudar a forma como vemos as coisas e acreditar no sonho de um mundo melhor, sem recorrer à rispidez, mas antes à força da vida, beleza e ao poder da sua maneira de ser. O seu único defeito residia em esquecer-se de si própria em favor dos outros, mas quem poderia recriminar-lhe isso? Hoje, almejo sobretudo recordar esses momentos que partilhámos e que me inspiram a travar, com a ajuda de outros, as lutas que também travou. A sua memória perdurará para sempre entre nós! E afianço-lhe que a ponte que lançou entre dois mundos também!
Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-81501608047712674852016-06-19T08:13:00.002-07:002016-06-19T08:13:58.417-07:00M Aguiar - O OUTRO PORTUGAL<table cellpadding="0" class="cf adz"><tbody>
<tr><td class="ady"><div class="iw ajw">
<span class="hb"><span style="background-color: #555555; color: #777777;">para <span class="g2" dir="ltr" email="PChitas@visao.impresa.pt" name="Paulo">Paulo</span> </span></span></div>
<div aria-haspopup="true" class="ajy">
<span style="background-color: #555555; color: #777777;"><img alt="" aria-label="Mostrar detalhes" class="ajz" data-tooltip="Mostrar detalhes" id=":3e9" role="button" src="https://mail.google.com/mail/images/cleardot.gif" /></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="utdU2e">
</div>
<div class="tx78Ic">
</div>
<div class="aHl">
</div>
<div id=":38y" tabindex="-1">
</div>
<div class="ii gt m14263efc0cb33c1a adP adO" id=":3dt">
<div id=":3fs" style="overflow: hidden;">
<div dir="ltr">
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">O outro Portugal</span><br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">1 - Falar de comunidades portuguesas tornou-se uma outra maneira de dizer emigração. Dá-se -lhes, correntemente, um significado estatístico - a comunidade portuguesa de França conta um milhão de portugueses, a da Africa do Sul meio milhão... E assim se vão somando milhões, por alto, porque ninguém sabe, com inteiro rigor, quantos são (e, quase sempre, ficam aquém da realidade, num universo em expansão, sempre que novos portugueses começam a ver-se como tal, reclamando a sua ascendência…)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Aprendi, logo na minha primeira visita "à comunidade da América", em 1980, que o que interessava, em termos de presença e influência portuguesa, era essencialmente de ordem qualitativa e não quantitativa - era a organização do grupo, não "a comunidade" abstrata, mas no plural, "as comunidades", num sentido orgânico e dinâmico.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Depois, em muitas outras visitas circulares, a correr de cidade em cidade, recebida nas associações, nas escolas, nas paróquias portuguesas (normalmente sem tempo para ver o resto da cidade) repetiu-se a extraordinária sensação de que regressava ao país, sem nunca dele ter saído... Tudo o que possamos ter lido e ouvido de terceiros não nos prepara, nunca, para o que vamos viver, na convivência com esses outro Portugal, mais emotivo e mais consciente de si, que é, nas palavras do Prof Adriano Moreira, a "Nação dos afetos" - um espaço extra territorial de saudade e presença lusófona, (em alguns casos já somente lusófila...), onde tem a sua sede um conjunto de instituições, que os cidadãos construíram para suprir a grande ausência do Estado Português, no plano social ou no da cultura.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Esses mundos, nossos, são criados não diretamente pelo movimento migratório - que seria, como aliás à partida se esperava, fator de dispersão e perda certa - mas, sim, por um poderoso movimento associativo, pura "sociedade civil". De país para país, sem qualquer ligação entre si, em cada novo ciclo migratório, a reação dos Portugueses foi espantosamente idêntica. Com dimensão variável, porque são diferentes os meios postos ao serviço do projeto comunitário, por todo o lado encontramos associações de solidariedade, de defesa da língua e da cultura, centros recreativos e clubes desportivos. A semelhança só pode vir de paradigmas de organização trazidos da terra de origem ("réplicas" de aldeias portuguesas, na expressão de alguns especialistas neste domínio). O orfeão, o rancho folclórico, o teatro de amadores, o clube de futebol... As beneficências (seguindo o modelo das " misericórdias"), as sociedades fraternais, as escolas, os lares de idosos... as Igrejas, as Sociedades do Divino Espírito Santo, que se espalham, às centenas, no mapa da Califórnia e noutros lugares de imigração açoriana...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Se a existência deste imenso património tivesse dependido do mais pequeno gesto do Estado Português, nem uma só dessas estruturas (algumas monumentais, como as do Brasil) teria conseguido erguer-se. Bem p</span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Times New Roman;">oderíamos parafrasear o Presidente Kennedy, mas usando o tempo pretérito: “não lhes perguntem o que o Pais fez por eles, perguntem-lhes o que eles fizeram pelo País”.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">2 - A obra está por todo o lado, como os próprios portugueses. É uma obra que se deve à reconversão de uma tradicional emigração de homens sós (consentida e privilegiada pelo Estado, sempre sedento das remessas que nessa situação necessariamente mandavam para a terra...) em emigração familiar, com a sua metade feminina - quase invisível na direção das instituições mais antigas, mas determinante em termos de integração na sociedade estrangeira e na vida das organizações de cultura portuguesa, que, aliás, se vão abrindo à sua participação igualitária, pouco a pouco...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">As organizações mais do que centenárias encontraram sempre continuadores, mas, tal como muitas outras da emigração mais recente, um pouco por todo o lado, começaram, há alguns anos, a questionar seriamente o seu futuro, visto como dependente da renovação dos fluxos migratórios .</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">O discurso oficial, no período posterior à adesão à CEE (esse “clube de ricos”), chegou a anunciar o fim dos tempos da nossa emigração! E os Portugueses acreditaram, durante cerca de 20 anos, porque o fenómeno migratório se devera, fundamentalmente, à pobreza, que parecia coisa do passado...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Ora a pobreza está, agora, de volta ao País, pela mão de um Governo, que, em tempo de crise, não hesita em levar a cabo um programa de empobrecimento geral, de completa destruição das classes médias. E, assim, um novo e decepcionante ciclo de emigração se desenha, - emigração desmesurada como aquela que há precisamente um século, o Prof Fernando Emygdio da Silva denunciava chamando-lhe <wbr></wbr>“emigração delirante”, </span><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Saem todos os que podem sair -- os mais e os menos qualificados, os mais jovens e os mais velhos, os homens e as mulheres ( ainda uma minoria, é certo, mas, pela primeira vez, autonomamente)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Estará à vista a solução para uma segunda vida do associativismo, e, com ele, das comunidades da Diáspora, num novo equilíbrio de género e geração.? </span><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">Ninguém pode ter certezas... Tudo vai depender da atitude dos que partem: como desistentes, deixando o País para trás, ou como resistentes, levando Portugal consigo.</span></div>
</div>
</div>
</div>
Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-20173814515602951582016-06-19T07:02:00.002-07:002020-08-09T06:20:27.900-07:00FUNDAÇÃO LUSO AFRICANAUmas palavras para a Fundação Luso Africana
Esta Fundação mais do que um projeto pioneiro de um passado ainda próximo do processo de descolonização, no fim dos tempos do império português, pode ser, hoje, um precioso instrumento de diálogo e cooperação entre povos que tem um infinito futuro para viver em comum.
Acredito que a sociedade civil pode aprofundar um paradigma de convivialidade, e. com ele, influenciar o melhor relacionamento das instituiçõess públicas e dos governos, entre si..
Facto novo é, agora, o recrudescer de movimentos migratórias nos dois sentidos, de Portugal para a Africa lusófona e de lá para cá - para além das antigas e recentes comunidades de imigrantes caboverdianos entre nós, os portugueses procuram Cabo Verde, Moçambique, e, em grande número, Angola para viver, trabalhar, investir. De um modo geral, a circulação de pessoas e bens, os empreendimentos intensificam-se, um pouco por todo o lado, em cinco continentes, no imenso espaço geográfico, cultural, económico da lusofonia. Este é mais o nosso mundo do que qualquer outro, daqueles a que pertencemos, em razão de diferentes afinidades, interesses e contingências.
É o mundo da nossa família mais próxima e natural, a da língua, a da história multisecular - família dispersa na distância, que as migrações têm o poder de reunir em laços fraternais, libertos de ditâmes políticos ou de vínculos de dominação. A CPLP só ganha em ser, primeiramente, uma comunidade de Povos, para ser depois, uma comunidade de Países. A Fundação enquadra-se certamente na primeira, visando a construção da segunda, como força de paz, de tolerância e de democracia num novo século tão carente destes valores civilizacionais.
Maria Manuela AguiarMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-14885898438998022552016-06-19T06:57:00.000-07:002016-06-19T06:57:02.102-07:00O mundo numa mala - um breve comentárioO Mundo numa mala, livro fascinante, em que a mala passa de mão em mão, de geração em geração, ao longo de meio século, pelo espaço que liga o oriente e o ocidente da Europa ao seu centro alemão ... Mala- simbolo que prefigura a partida. A mala metálica dos munumentos ao emigrante, a mala de cartão que ele transporta, a mala intangível do seu mundo de projetos, que vai enriquecer-se de vivências.
Livro sobre o português Armando de Sá, o milionésimo Gastarbeiter recebido em festa na Alemanha de 1964. Um rosto para a história, simbolizando as infinitas histórias da emigração.
Do homem símbolo partimos com as Autoras ao encontro do homem concreto e da sua mensagem intemporal: só a emigração pode fazer mais Europa e um mundo melhor.
Maria Manuela Aguiar Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-32340581691828378012016-06-03T05:17:00.004-07:002016-06-03T05:17:36.757-07:00Homenagem a MARIA BARROSO UAB 2 de junho Mensagem de MARIA de BELÈM"
Maria de Jesus Barroso Soares marcou a nossa vivência colectiva antes e depois da Revolução de Abril.
Antes, mercê da sua resistência à ditadura e pela coragem sem medo que demonstrou; depois, pelos inúmeros cargos que exerceu, pela forma como os exerceu e pelas sementes de qualidade que deixou desse exercício.
Maria Barroso foi sempre o esteio da sua Família. A pessoa que tudo segurou quando a perseguição política de que ela e seu marido eram vítimas lhes tolhiam a possibilidade de trabalhar. O regime impediu-a de dar aulas no ensino oficial mas, através do Colégio fundado por seu sogro, -o Colégio Moderno - onde teve que passar a leccionar, formou milhares de crianças e jovens que aí encontraram um modelo pedagógico vanguardista, exigente e de qualidade inquestionável que as preparou para a vida. E foi a Directora sempre presente do Colégio, mesmo quando já não o era, pela forma natural como a sua autoridade era reconhecida. Mas uma autoridade doce e terna que marcou gerações e que é recordada com tanta saudade por todos quantos a conheceram. Sabia de cor o nome de todos os alunos : dos primeiros que formou, dos filhos deles e dos seus netos, numa cadeia virtuosa que não para! Para cada um Maria Barroso tinha a palavra adequada, a palavra certa e o olhar protector que lhes conferia segurança, quando os recebia, logo pela manhã , às portas do Colégio . Até ao último dia!
Mas não foi apenas como pedagoga que Maria Barroso marcou a sociedade. Ela foi a actriz que faltava, quando essa profissão não era olhada com bons olhos, conferindo-lhe dignidade e prestígio. Ela foi a declamadora poderosa que divulgou o melhor da nossa poesia e que arrebatou a alma dos que a escutavam. Ela foi a Deputada com voz ouvida e respeitada. Ela foi a Mulher de Ministro e de Presidente da República com uma agenda própria e não apenas de acompanhante , sempre ao lado do Marido e não atrás dele, como sempre dizia. Afirmou a grandeza da alma portuguesa lá onde estivesse a representá-la, conferindo um enorme prestígio ao País junto das mais marcantes figuras internacionais e em todos os "fora" onde se deslocava.
E foi, até ao fim da sua vida, uma lutadora pela defesa intransigente dos Direitos Humanos, como pedagoga, como conferencista, como declamadora, como Presidente da Cruz Vermelha ou como Presidente da Associação Dignitate!
Nunca recusou um convite para intervir, estava sempre disponível. Considerava ser sua responsabilidade cívica aproveitar todas as oportunidades para fazer ouvir a sua voz na defesa dos seus ideais e fê-lo sempre com enorme coerência, ao mesmo tempo que respeitava as ideias dos outros.
Por isso o seu desaparecimento provocou tanta consternação e deixou como que um sentimento de orfandade nas dezenas de milhares de pessoas que, durante horas, desfilaram na sua câmara ardente.
Poucas pessoas em Portugal mereceram este reconhecimento . Mas é um reconhecimento que perdura.
Maria Barroso faz falta: à sua Família , sem dúvida. Mas também a todos quantos, conhecidos ou desconhecidos, viam nela uma pessoa de carácter e de coragem, uma pessoa rigorosa, uma pessoa corajosa, uma pessoa sem medo e de uma verticalidade inquestionável.
Maria Barroso faz-nos muita falta pela postura exemplar que assumiu ao longo da sua vida. Mas far-nos-á ainda mais falta se não conservarmos a memória do seu exemplo por forma a que perdurem as multifacetadas lições positivas que nos deu ao longo da sua vida longa!
Por isso me congratulo tanto com mais esta homenagem que tão justamente lhe é prestada e por isso me associo a ela com tanto gosto."Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-40942511464259608792016-06-03T05:11:00.000-07:002016-06-03T05:11:08.982-07:00Colóquio de Homenagem a Maria Barroso UAB - Lisboa - 2 de junhoI A divisa da AEMM - :"Nenhuma pessoa é estrangeira numa sociedade que vive os direitos humanos". - é uma utopia, mas também uma ideia-força, que vai ganhando espaço, na progressiva consolidação de um "Estatuto de Direitos dos Expatriados", como emigrantes/ imigrantes, face a duas sociedades, a dois ordenamentos jurídicos - o do país de origem e o país de destino – assim como em convenções e tratados internacionais. Um Direito novo, que se vem criando, desde o último quartel do século XX e que coloca no centro os interesses das pessoas, e não o dos Estados, A dupla nacionalidade, a dupla participação política são crescentemente aceites "de jure constituto", bem como o sufrágio dos imigrantes em eleições locais - em alguns países, como o nosso, ainda sob condição de reciprocidade, limitação injusta dos direitos dos imigrantes, que, na cidade onde moram, na sua cidade, devem ser todos iguais perante a lei
Contudo, ter direitos e poder exercê-los livremente não é a mesma coisa, como nos ensina a saga das mulheres na reivindicação da sua cidadania. A proclamação formal e a prática dos direitos raras vezes aconteceram em simultâneo. E as discriminações no ordenamento jurídico e na realidade vivida fizeram das mulheres "estrangeiras no seu próprio país"...
Vamos falar hoje, aqui, de cidadania e migrações, com acento na componente de género. Vamos lembrar o mais perfeito exemplo de "Mulher - cidadã" que nos deu a sociedade portuguesa do nosso tempo: Maria Barroso!
Recordaremos o seu pensamento e a sua ação num dos setores em que é, porventura, menos conhecida a importância do seu papel: na luta pela afirmação cívica e política das mulheres nas comunidades da emigração, como dinamizadora do projeto que representou uma viragem nas políticas públicas para a igualdade – os ”Encontros para a cidadania”, que decorreram nos quatro cantos do mundo, entre 2005 e 2009.
Foi uma grande aventura contra o descaso, a marginalização das migrações femininas - tão esquecidas, até data recente, nas investigações académicas, na literatura, no jornalismo, na opinião pública, como o haviam sido nas preocupações do Estado e até no movimento feminista de novecentos..
No que respeita a definição de políticas para as mulheres migrantes, podemos, em Portugal, distinguir três períodos:
- o das políticas proibitivas, que começa na Expansão e vai até 1974, com o objetivo dominante de confinar as portuguesas nas fronteiras da terra-mãe, em consonância com costumes ancestrais que, praticamente, as emparedavam dentro de suas casas, por vontade de pais ou de maridos
- o das políticas de indiferença, que se estende por três décadas, a partir da revolução de 1974, depois de reconhecida a liberdade de emigrar e a igualdade de direitos entre os sexos, sem todavia a encorajar fora do território, não atentando nas especificidades das migrações femininas, padronizando-as, globalmente, em estereótipos masculinos – e isto, apesar da "feminização da emigração", que era já, então, um fenómeno omnipresente (visto que, após a crise petrolífera de 1973/74, os países de acolhimento apenas permitiam o ingresso de estrangeiros a título de reagrupamento familiar).
- o das políticas de emigração com a componente de género e cidadania, que, têm pouco mais de uma década de existência e se desenvolveu, de início, em parcerias entre os poderes públicos e a "sociedade civil", através de instituições com sede no pais, como a AEMM e a Fundação Pro Dignitate, ou na Diáspora.
Uma primeira tentativa de implementar um programa para uma maior participação cívica feminina acontecera em 1985, com a convocação pela Secretaria de Estado da Emigração, de um encontro mundial de mulheres do associativismo e do jornalismo - gesto absolutamente pioneiro, a nível europeu e universal. e deveras improvável à luz da nossa experiência multissecular, neste particular domínio
Todavia, a sua prossecução, através de audições periódicas em Conferências, organizadas na órbita do Conselho das Comunidades Portuguesas (órgão, quase exclusivamente constituído por homens...) foi interrompida pelos governos seguintes. Historicamente do domínio do efémero, deixou, porém, um rasto de memórias que levou a AEMM, vinte anos depois, a propor ao Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas um novo Encontro mundial, não tanto para celebrar o passado, como para antecipar o passo em frente que tardava.
O Secretário de Estado António Braga foi além da proposta, avançou, em moldes completamente inovadores, para os "Encontros para a cidadania", realizados, sucessivamente, na América do Sul, Europa, América do Norte e África e finalizadas por um encontro internacional no nosso país.
A Drª Maria Barroso foi, como disse, a figura emblemática desse ambicioso programa de mudança. Tinha mais de 80 anos, mas não hesitou em o fazer seu, contribuindo poderosamente, com a força da sua convicção, do seu entusiasmo. do seu carisma, para a compreensão da importância da chamada das mulheres a uma intervenção maior - importância para elas próprias, como cidadãs, mas também para um movimento associativo em fatal declínio, se não souber eliminar, por completo, a exclusão de género e de geração.
No Encontro internacional de 2009, em que se procedia à avaliação de todo o projeto , a Drª Maria Barroso afirmou:
"A meu ver, são duas as condições "sine qua non" para o "empowerment" das mulheres, em geral, e das mulheres migrantes, em particular. A primeira é a sua integração no mercado de trabalho, que as conduz a uma progressiva independência económica e lhes permite o acesso, seu e dos filhos, aos bens fundamentais, como a educação e a saúde..
A segunda é a sua participação nos vários órgãos do poder, central e local, nomeadamente as legislativas, onde se tomam a decisões, que também a elas dizem respeito, e nas associações, onde têm dado provas de enorme sucesso na dinamização das comunidades e na reclamação dos direitos coletivos das mulheres".
A tónica nestes dois pontos ajuda-nos a sublinhar, justamente, a trajetória diversa das mulheres nas sociedades de destino e no mundo aparte das nossas comunidades, enquanto espaço extraterritorial de língua, de cultura, de costumes portugueses.
O acesso a um trabalho remunerado, essencial à melhoria do nível de vida da família, à educação dos filhos, tornou a emigração uma via de emancipação das portuguesas, que elas, efetivamente, trilharam em massa. Em França, onde o fenómeno está melhor estudado, a investigação científica veio evidenciar que o emprego, regra geral. no setor dos serviços, lhes facilitou a aprendizagem da língua, os contactos sociais, a vivência de um novo modelo de família, o êxito social e profissional. A mulher tornou-se, contra as expetativas, o principal agente de uma transição para a modernidade. E, assim, de uma infinidade de casos concretos se teceu o sucesso de toda uma geração de emigrantes, que se deve, sobretudo, a elas próprias, mas também ao apoio e recetividade dos homens, da família inteira na partilha de novas formas de solidariedade, de conhecimentos e de tarefas.
Oposta é. porém, a sua situação nas comunidades portuguesas, onde, quase sempre, são (ou eram, até data muito recente) forçadas a regredir para papéis tradicionais, porque o coletivo reproduz ainda largamente a divisão de trabalho entre os sexos imposta no viver das aldeias rurais, de onde partiram.
Os desfasamentos na evolução do estatuto das nossas compatriotas nestes espaços sobrepostos foram claramente denunciados no 1º Encontro Mundial em 1985, e, porque o "status quo" em quase todo o lado se mantivera, referidos, insistentemente, nos Encontros para a Cidadania, e nos Congressos mundiais, que os prosseguiram, em 2011 e 2013, por impulso do Secretário de Estado José Cesário.
Tal constatação tornava mais evidente a premência de o Governo Português dar cumprimento, não só dentro como fora do País, à tarefa fundamental de promover a participação cívica e política das mulheres, de que o incumbe a Constituição. Por duas razões:
- primeiramente, porque, como vimos, é naquela esfera comunitária que mais se sente a discriminação das emigrantes, com ostensivos obstáculos ao seu acesso a cargos diretivos.
- em segundo lugar, porque é nesse âmbito que o Governo nacional mais e melhor pode contribuir para a tomada de consciência das desigualdades subsistentes - e não tanto, como é óbvio, no mercado de trabalho ou nas formas de relacionamento social ou profissional num outro país.
Em apenas uma década de ativa defesa da igualdade, por governos de diferentes quadrantes (note-se!), muita coisa mudou, sem ter ainda mudado radicalmente um "estado de coisas" . Os "encontros para a cidadania" estimularam a expansão de um associativismo feminino, que, não rompendo com as tradicionais vertentes da beneficência e cultura, assumiu, crescentemente, o carater de reivindicação de direitos e de intervenção na "res publica" . Não deixa de ser significativo que as presidentes de ONG's nascidas por inspiração da "Mulher Migrante" se tenham candidatado e vencido às eleições para o CCP. na Argentina e na Venezuela e que mais de metade das Conselheiras pertençam a este novo tipo de associativismo.
De destacar, também, o facto de o atual Secretário de Estado José Luís Carneiro, numa decisão inédita, ter levado a debate, no bastião masculino que continua a ser o "Conselho" as questões de género, pela voz da Secretária de Estado da Igualdade e Cidadania, Catarina Marcelino, cuja intervenção aí, como agora, entre nós, focada nos problemas das portuguesas expatriadas, é uma prova clara de uma nova concertação de esforços no plano interministerial.. A nosso ver, num país de migrações e Diáspora como Portugal, o Governo deve agir, neste campo, através de uma estreita cooperação entre os departamentos da SEI e da SECP, que tutela a rede consular e junto da qual funciona a grande assembleia representativa e consultiva, que é o Conselho das Comunidades,. .
Uma palavra final para dizer que o caminho iniciado com Maria Barroso nos "Encontros para a cidadania" tem, no presente, muitas caminhantes. O seu apelo, o seu exemplo tornaram as emigrantes "mais portuguesas, mais cidadãs". Esses múltiplos congressos tiveram o seu lugar, a sua data. São passado, para recordar. Porém, enquanto paradigma, são futuro pata viver. Como a Drª Maria Barroso, na memória do País.
Maria Manuela Aguiar
Lisboa, 2 de junho de 2016Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-26264718433067190312016-01-20T15:48:00.001-08:002016-01-20T15:57:52.499-08:00AS MULHERES QUE IMAGINARAM E ORGANIZARAM O ENCONTRO DE VIANA - 1985
Um modelo inovador e inédito
Graça Guedes
Na génese dos ENCONTROS PARA A IGUALDADE que tiveram início em Viana do Castelo, em 1985, está a ideia de duas grandes mulheres da diáspora portuguesa – Natália Dutra (EUA), esposa do Prof. Doutor Ramiro Dutra, Conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) eleito no sul da Califórnia e Maria Alice Ribeiro, a única conselheira, em representação dos media do Canadá – aquando da 1ª Reunião Regional do CCP na América do Norte realizada em Danbury (Cunnecticut) em Outubro de 1984.
A 1ª reunião do CCP, presidida pela Secretária de Estado da Emigração, organizada pelo Padre Doutor José Alves Cachadinha, presidente do Conselho dos EUA…..
Uma ideia, que de uma forma informal e num ambiente de tertúlia , foi transmitida à Secretária de Estado da Emigração, Drª Manuela Aguiar e na presença da Presidente do Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades Portuguesas (IAECP), Drª Maria Luísa Pinto. Uma ideia excelente, que logo mereceu a melhor atenção e foi formalmente transformada em recomendação do CCP.
Uma ideia, concretizada oito meses depois com o Encontro em Viana do Castelo, onde estiveram presentes trinta e cinco dirigentes associativas e jornalistas de diferentes partes do mundo, a convite da Secretaria de Estado da Emigração e selecionadas pelas embaixadas e consulados.
A organização do Encontro foi da responsabilidade do IAECP e particularmente da Drª Maria do Céu Cunha Rego, do grupo de trabalho afeto à Diretora dos Serviços de Informação Especializada e Acordos de Emigração, Drª Rita Gomes. A sua reconhecida competência e dinamismo foram garante do êxito deste Encontro. Pontualmente e sobretudo em questões logísticas, teve o apoio da Delegação do Norte do IAECP e do Centro de Estudos da Emigração, então da minha responsabilidade, que tudo fizemos para satisfazer todas as solicitações.
Manuela Aguiar, no texto A Génese dos Encontros para a Igualdade, incluído na publicação Mulher Migrante – O Congresso Online, editado em 2009 pela Associação Mulher Migrante (p.p. 7-9), destaca assim este modelo inédito e pioneiro, que intitula de Mulheres na Cadeia da Decisão: Agora que conhecemos o percurso da proposta e sabemos que o Encontro foi mais do que “ um igual a tantos” – que de algum modo, ainda hoje faz caminho e permanece como referência e inspiração de outros que se sucedem – será interessante perguntar até que ponto o facto de estarem, maioritariamente, inesperada e invulgarmente, mulheres na cadeia de decisão, determinou a forma célere e eficaz da sua concretização…
O facto é que assim aconteceu em Viana!
Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-41950550439095118392016-01-20T15:22:00.003-08:002020-08-09T06:21:07.561-07:0012 MULHERES NO CCPAs 12 Mulheres Conselheiras do CCP 2015
AFRICA DO SUL - Helena Sofia C B Rosa RODRIGUES
ARGENTINA - Maria Violante Mendes MARTINS
AUSTRÁLIA - Sílvia RENDA
BRASIL - Teresa Pires MORGADO
FRANÇA - Maria Luísa Lopes SEMEDO
Sandrina Barros e Silva CARNEIRO
GRÃ-BRETANHA - Iolanda Banu T Mascarenhas VIEGAS
MACAU - Rita Botelho dos SANTOS
SUÍÇA - Sónia Cristina Oliveira de ALMEIDA
VENEZUELA - Maria de Lurdes ALMEIDA
Maria de Fátima de PONTES LoretoMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-66779504524274130512016-01-18T14:31:00.001-08:002016-01-22T18:10:37.552-08:00ENTRE PORTUGUESAS 2015 - COLÓQUIOS
COLÓQUIOS
-MIGRAÇÕES E GÉNERO. NOVAS PERSPETIVAS DE INTERVENÇÃO
Universidade Aberta - Palácio Ceia, Lisboa
REVISÃO DA LEI DO CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS E PERSPETIVAS DE PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES
Victor Gil
Ex-diretor do Gabinete de Ligação ao Conselho das Comunidades Portuguesas
Quero saudar todos os presentes, a começar pelo meu amigo e colega Dr. Adelino Sá Bento Coelho que prontamente se dispôs a substituir a Prof.ª Dr.ª Ana Paula Beja como moderadora na análise e debate do tema que me propus aqui abordar sobre a revisão da Lei do Conselho das Comunidades Portuguesas e as perspetivas da participação das mulheres, e agradecer à Dr.ª Manuela Aguiar e à Dr.ª Rita Gomes o convite para participar neste Colóquio no âmbito das migrações e género.
Ao escolher o tema, senti-me inicialmente inclinado para dar continuidade à análise sobre os atuais movimentos migratórios portugueses que apresentei por ocasião dos Colóquios promovidos no ano passado pela Associação Mulher Migrante, no quadro das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril. Pensei que seria interessante aprofundar o conhecimento das tendências mais marcantes desses fluxos, tanto a nível do volume de partidas das mulheres e do seu perfil, como a nível dos possíveis retornos, em especial das mulheres que o tenham realizado ao abrigo do regime fiscal aprovado em setembro de 2009 para residentes fiscais não habituais ou do programa « VEM », este de data mais recente, enquadrado no Plano Estratégico para as Migrações (2015-2020) do Alto Comissariado para as Migrações, de cujos eixos prioritários o Eixo V respeita às políticas de incentivo, acompanhamento e apoio aos regresso dos cidadãos nacionais emigrados no estrangeiro. O pouco tempo disponível seria porém insuficiente para concluir nos prazos previstos a análise dos referidos movimentos, considerando a vasta e complexa recolha de estatísticas e outras informações a que teria de proceder, ignorando até se poderia conseguir algumas delas, pela simples inexistência das mesmas ou pela sua falta de publicação.
Face a tais circunstâncias, optei por me decidir pelo tema escolhido, beneficiando da vantagem da proximidade no tempo do termo das minhas funções como diretor do Gabinete de Ligação ao CCP. Aos motivos expostos, será ainda de sublinhar que o tema se tornou um dos assuntos prioritários da atualidade da agenda política no âmbito das questões relativas às comunidades portuguesas, com as esperadas eleições do Conselho anunciadas para o próximo mês de setembro, e oferecer no quadro das migrações e género novas perspetivas de intervenção, com vista nomeadamente a corrigir o desequilíbrio que tem existido no Conselho em termos de género, dado o número das mulheres continuar a ser largamente inferior ao dos homens.
Na minha exposição focarei os seguintes três pontos:
- A revisão da lei orgânica do CCP (Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro) pela Lei n.º 29/2015, de 16 de abril;
- A composição do atual CCP entre homens e mulheres;
- As perspetivas de participação das mulheres no próximo CCP.
A revisão da lei orgânica do CCP pela Lei n.29/2015, de 16 de abril
Lembro, para refrescar a memória dos que o necessitem, que o Conselho das Comunidades Portuguesas foi instituído pelo Decreto-lei n.º 373/80, de 12 de setembro, por iniciativa da então Secretária de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas, Maria Manuela Aguiar, mantendo desde então a mesma denominação, apesar do conturbado percurso por que tem passado ao longo dos seus já perto de trinta e cinco anos de vida. A iniciativa distinguiu-se pelo seu caráter pioneiro e inovador, visto até então nunca ter existido uma instituição idêntica ou semelhante e por ter institucionalizado um órgão de consulta e de representação dos portugueses residentes no estrangeiro.
Como disse, mantendo a mesma denominação, a Lei n.º 29/2015, de 16 de abril, procedeu a uma profunda revisão da Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro, que define as competências, modo de organização e funcionamento do Conselho das Comunidades Portuguesas, introduzindo alterações em trinta e dois dos seus quarenta e seis artigos e o aditamento de mais quatro. Depois de submetido a uma vasta consulta pública, com particular incidência nas comunidades portuguesas, e ao parecer dos órgãos do CCP - o Conselho Permanente e as seis Comissões Permanentes -, o projeto veio a ser votado e aprovado pelos partidos da coligação governamental (PSD e CDS) e pelo Partido Socialista (PS), com a abstenção do Bloco de Esquerda (BE) e a oposição do Partido Comunista Português (PCP), tendo a nova lei sido publicada no Diário da República de 16 de abril de 2015.
Vejamos de seguida, seguindo a sistematização do próprio diploma orgânico, as alterações agora aprovadas.
- Definição
O CCP mantém-se como órgão consultivo para as políticas relativas às comunidades portuguesas, sendo eliminada do artigo 1.º a referência à emigração. O artigo 34.º sobre as comissões temátivas prevê todavia uma comissão orientada para tratar das questões sociais e económicas e dos fluxos migratórios;
- Competências
O novo n.º 2 do artigo 2.º acrescenta às competências já reconhecidas que “O Conselho pode ainda apreciar questões relativas às comunidades portuguesas que lhe sejam colocadas pelo Governo da República”;
- Composição
A nova redação do artigo 3.º configura uma das mais importantes alterações da nova revisão ao estabelecer que:
a. O Conselho passa a ser composto por um máximo de 80 membros, em vez dos 73 anteriormente previstos;
b. Todos esses membros passam a ser eleitos, enquanto antes havia 10 que eram designados;
c. Os membros passam a ser eleitos pelos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro que sejam eleitores para a Assembleia da República e não, como antes estava previsto, os portugueses residentes no estrangeiro inscritos no posto consular da respetiva área consular;
- Eleições
Neste âmbito, há a salientar o seguinte:
a) A marcação das eleições e a coordenação do respetivo processo eleitoral passam a ser competência do membro do Governo responsável pelas áreas da emigração;
b) As eleições deverão ser marcadas com o mínimo de 60 dias de antecedência, em vez de 70, como anteriormente;
c) Os cadernos eleitorais são organizados pelos postos consulares, em articulação com os serviços competentes da administração eleitoral, que para efeitos de divulgação deverão ser publicitados nos postos consulares entre o 55.º e o 45.º dia que antecedem cada eleição;
d) Gozam de capacidade eleitoral ativa os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro que tenham completado 18 anos até 60 dias de cada eleição, inscritos no recenseamento para a Assembleia da República, enquanto antes o prazo era de 50 dias;
e) Gozam de capacidade eleitoral passiva os eleitores, recenseados no respetivo círculo de candidatura, que sejam propostos em lista completa por um mínimo de 2% dos eleitores inscritos no respetivo círculo eleitoral até ao limite máximo de 75 cidadãos eleitores, sendo antes esse máximo de 250 eleitores;
f) A apresentação das listas de candidatura cabe ao primeiro subscritor de cada lista, perante o representante diplomático e consular de portugal no respetivo círculo eleitoral, entre os 30 e os 20 dias que antecedem a data prevista para as eleições, prazo inferior em 10 dias ao anteriormente previsto;
g) Os candidatos consideram-se ordenados segundo a sua sequência de candidatura, devendo as listas conterem a indicação dos candidatos efetivos em número igual ao de mandatos atribuídos ao círculo eleitoral a que se refiram e de candidatos suplentes em número igual ao de efetivos;
h) Salvo nos casos em que o número de elegíveis seja inferior a três, as listas propostas devem garantir que, pelo menos, um terço dos eleitos seja de sexo diferente;
i) Os membros são eleitos por círculos eleitorais (correspondentes a áreas de jurisdição dos postos consulares e, quando isso não fôr possível, por grupos de áreas consulares, países ou grupos de países). O anexo I da Lei, parte integrante da mesma, contém o mapa dos círculos eleitorais, sendo o seu total de 50, distribuídos por 28 países ;
j) Mantém-se a disposição de que na ausência de apresentação de listas de candidatura em qualquer círculo eleitoral, o respetivo cargo será exercido por um cidadão com capacidade eleitoral ativa, nomeado pelo membro do Governo competente em matéria de emigração e comunidades portuguesas, ouvidas as estruturas associativas locais;
k) Cada eleitor dispõe de um voto singular de lista, sendo o sufrágio universal, direto e secreto;
l) O apuramento dos eleitos faz-se segundo o método da média mais alta de Hondt;
m) Os resultados gerais da eleição são publicitados no portal do Governo e no sítio na Internet do Ministério dos Negócios Estrangeiros;
- Mandatos
Os membros são eleitos para mandatos de quatro anos, cessando com a publicação dos resultados oficiais após as eleições subsequentes, sem prejuízo do disposto em matéria de substituição temporária, suspensão, renúncia e perda do mandato, assim como da vacatura de cargo;
- Direitos, deveres e incompatibilidades
a.No âmbito dos deveres foram acrescentados o de cooperar com as comunidades portuguesas e o de cooperar com instituições ou entidades do países de acolhimento em matérias de interesse das comunidades portuguesas;
b.No tocante às incompatibilidades, passou a ser causa de incompatibilidade o exercício de atividade profissional em qualquer pessoa coletiva pública, inclusive do setor empresarial do Estado;
- Organização e funcionamento
As alterações introduzidas são várias e relevantes, em especial:
a. O Conselho passar a funcionar não só em Plenário, Comissões e Conselho Permanente, como até aqui, mas também em Conselhos Regionais, Seções e Subseções, recuperando a organização anterior à Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro;
b. No que respeita ao Plenário:
• O Plenário passa a reunir ordinariamente uma vez por mandato, em vez de duas como era antes, e extraordinariamente quando motivos especialmente relevantes o justificarem, convocado com a antecedência mínima de 60 dias pelo membro do Governo responsável pelas áreas da emigração e das comunidades portuguesas;
• Poderá reunir em Portugal ou fora de Portugal, quando o membro do Governo responsável pelas áreas da emigração e das comunidades portuguesas o determinar;
• Nas reuniões do Plenário, além dos deputados à Assembleia da República eleitos pelos círculos eleitorais da emigração, poderá também participar um deputado representante de cada grupo parlamentar, tendo sido incluído no grupo dos possíveis convidados os representantes do Conselho Permanente das Comunidades Madeirenses e do Congresso das Comunidades Açorianas;
• O membro do Governo responsável pelas áreas da emigração e das comunidades portuguesas passará a exercer a presidência do Plenário, sendo secretariado por dois conselheiros por si escolhidos, bem como a formular os convites às diversas categorias de convidados previstas na lei orgânica. Antes da revisão, o Plenário era presidido por uma Mesa composta por um presidente, dois vice-presidentes e dois secretários, escrutinados entre os 63 membros eleitos.
c. No que respeita às Comissões:
• O número de Comissões foi reduzido de seis para três:
- Uma dedicada ao tratamento das questões sociais e económicas e dos fluxos migratórios, resultando da fusão entre as Comissões Permanentes dos Assuntos Económicos e dos Assuntos Sociais e Fluxos Migratórios;
- Uma outra vocacionada para a abordagem do ensino do português no estrangeiro, da cultura, do associativismo e da comunicação social, agregando as anteriores Comissões da Língua, Educação e Cultura e do Associativismo e Comunicação Social;
- A terceira e última orientada para as questões consulares e da participação cívica, reunindo as competências das anteriores Comissões Permanentes dos Assuntos Consulares e Apoio ao Cidadão e da Participação Cívica e Política;
• Cada Comissão é composta por sete conselheiros, eleitos pelas seções regionais, segundo a seguinte fórmula: dois conselheiros regionais da Europa, dois conselheiros regionais da América do Sul, um conselheiro regional da América do Norte, um conselheiro regional de África e um conselheiro regional da Ásia. Antes, a composição poderia variar entre 10 a 12 membros, sem limites por regiões e países;
• As comissões reúnem uma vez por ano, antes até duas vezes, por convocatória do presidente em exercício do Conselho Permanente, que presidirá. Antes, cada uma das seis comissões elegia entre os seus membros um presidente, um vice-presidente e um secretário.
d. No que respeita ao Conselho Permanente:
• É constituído por 12 membros, eleitos pelos conselhos regionais, com a seguinte representatividade:
- CRCP em África – dois membros
- CRCP na Ásia e Oceânia – um membro
- CRCP na América do Norte – dois membros
- CRCP na América Central e na América do Sul – três membros
- CRCP na Europa – quatro membros
Antes, O Conselho Permanente era composto por 5 membros eleitos pelo plenário, um terço devendo ser de sexo diferente, e pelos seis presidentes das comissões permanentes – 11 membros no total.
• Na eleição, cada conselho regional deve promover, na eleição dos respetivos membros para o Conselho Permanente, a paridade na representação de homens e mulheres nos termos previstos no artigo 2.º da Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de agosto. Nos conselhos regionais que elegem apenas um membro, deve ser assegurada, sempre que possível, a alternância de género na eleição;
• Os 12 membros são eleitos para a totalidade do mandato do Conselho;
• Anualmente, o Conselho Permanente deverá eleger de entre os seus membros o presidente, o vice-presidente e um secretário. A eleição da direção estava limitada aos 5 membros eleitos pelo Plenário, coincidindo o seu mandato com o de conselheiro;
• O Conselho Permanente reúne em Portugal, ordinariamente uma vez por ano e, extraordinariamente, quando por motivos especialmente relevantes, tal se justifique, e nas suas reuniões podem participar outros membros do Conselho e personalidades convidadas para o efeito através do seu presidente;
• No âmbito das respetivas competências, cabe-lhe nomeadamente coordenar a execução do programa de ação aprovado pelo Plenário, homologar e registar as seções e subseções locais e asegurar as ligações entre os conselhos regionais e as seções e subseções;
• As deliberações são tomadas por maioria dos votos dos membros presentes.
e. No que respeita às Seções Regionais:
• O Conselho passa a reunir sob a forma das seções regionais, num total de cinco, com as seguintes designações:
- Conselho Regional das Comunidades Portuguesas em África;
- Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Ásia e Oceânia;
- Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na América do Norte;
- Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na América Central e na América do Sul;
- Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa.
• Cada uma das seções regionais agrupa os membros oriundos dos continentes, partes de continentes ou grupos de continentes;
• Cada Conselho Regional terá a sua própria mesa, constituída por um presidente e um secretário, sendo da sua competência eleger os seus membros no Conselho Permanente e nas comissões temáticas.
f. No que respeita às Seções e Subseções locais:
• Podem ser criadas seções locais, constituídas pelos representantes eleitos em cada país, designadas “Conselho das Comunidades Portuguesas em…”;
• As seções podem reunir ordinariamente com periodicidade não superior a um ano;
• Se a seção local corresponder a país de grande dimensão geográfica ou onde a cobertura da rede consular e o número de eleitores por consulados ou agrupamentos destes o justifique por razões de ordem funcional podem ser criadas subseções, a depender da seção local de que se trate.
Em síntese e como já anteriormente o disse, a revisão agora levada a cabo traduz com suficiente clareza o esforço feito no quadro parlamentar para se alcançar um alargado consenso, pese embora a oposição do PCP.
O texto aprovado acabou afinal por admitir e ajustar entre elas as propostas quer do Governo, quer dos sectores de opinião que se oponham ao projeto inicialmente por ele apresentado, incluindo as do próprio Conselho das Comunidades Portuguesas, que de forma categórica defendeu, em termos de organização e funcionamento, a manutenção das comissões temáticas que o Governo se propunha extingir, substituindo-as pelas seções regionais e locais, um modelo que tinha já vigorado alguns anos antes, com resultados consensualmente avaliados como positivos. Os dois modelos, se bem que diferentes, não eram contudo antagónicos e incompatíveis como se veio a verificar, embora o assunto tivesse sido objeto de acesa polémica, a que o debate levado a efeito no Parlamento e fora dele veio a pôr termo, com o feliz desfecho conseguido.
A polémica estendeu-se ainda à acusação feita ao projeto do Governo de este querer instrumentalizar o Conselho e deixá-lo na sua dependência, não só por se atribuir a si próprio a presidência do mesmo, mas também por não lhe atribuir os meios financeiros ajustados ao adequado desenvolvimento das suas atividades. Estas são questões pertinentes e da maior importância que penso não foram ainda objeto do necessário e adequado aprofundamento, sendo notória a ausência até hoje de propostas de modelos de organização do Conselho que promovam a sua autonomia e independência tanto do Governo, como dos aparelhos partidários, e favoreçam a participação acrescida de representantes da sociedade civil e das respetivas organizações. Sobre o financiamento, a lei prevê que os custos de funcionamento e as atividades do Conselho são financiados através de verba inscrita anualmente como dotação própria no orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sem precisar todavia o respetivo montante, como há muito os conselheiros vêm reivindicando.
Sobre a participação das mulheres no CCP e a sua promoção, de modo a que a sua representação seja superior à que atualmente existe, a revisão regista um importante avanço ao consagrar no n.º 3 do artigo 37º a paridade na representação de homens e mulheres nas eleições em cada conselho regional para o conselho permanente, nos termos previstos no artigo 2.º da Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de agosto, “devendo, quanto aos conselhos regionais que elegem apenas um membro, ser assegurada, sempre que possível, a alternância de género na eleição”. A inclusão dessa disposição não suscitou porém reações, nem comentários, com algum eco público, que pudessem constituir um ponto de partida para análise da situação da atual representação das mulheres nos CCP e nos seus vários órgãos.
A composição do atual CCP entre homens e mulheres
Como ficou já dito, a Lei n.º 66-A/2007, de 11 de dezembro, estabeleceu no artigo 3º que o Conselho é composto por 73 membros, entre os quais:
a. 63 membros eleitos;
b. Um membro designado pelo Conselho Permanente das Comunidades Madeirenses;
c. Um membro designado pelo Congresso das Comunidades Açorianas;
d. Dois membros a designar por e de entre os luso-eleitos nos países de acolhimento na região da Europa;
e. Dois membros a designar por e de entre os luso-eleitos nos países de acolhimento nas regiões fora da Europa;
f. Dois membros a designar por e de entre as associações de portugueses nos estrangeiro, nos países da Europa;
g. Dois membros a designar por e de entre as associações de portugueses no estrangeiro, nos países fora da Europa.
Nas eleições que se seguiram, em abril de 2008, foram obtidos os seguintes resultados:
- Na África: eleitos 7 conselheiros, dos quais 5 homens e 2 mulheres;
- Na América do Norte: eleitos 9 conselheiros, dos quais 7 homens e 2 mulheres;
- Na América do Sul – eleitos 15 conselheiros, dos quais 12 homens e 3 mulheres;
- Na Ásia e Oceânia: eleitos 6 conselheiros, dos quais 4 homens e 2 mulheres;
- Na Europa: eleitos 26 conselheiros, dos quais 21 homens e 5 mulheres.
No total, os 63 lugares de conselheiros ficaram repartidos entre 49 homens e 14 mulheres, uma das quais acabou por não ter tomado posse, ficando por conseguinte o seu número reduzido a 13. A esses resultados, vieram a adicionar-se os dez membros designados, nove, na verdade, em virtude do representante do Conselho das Comunidades Açorianas nunca ter sido indicado, dos quais 7 homens e duas mulheres, decisão que voluntariamente ou não contribuiu para reforçar ainda mais o contingente masculino, com o respetivo aumento para 56 membros, quedando-se em 15 membros o contingente das mulheres, isto é, 26,7% do total dos membros. Uma percentagem ainda distante dos 33,3% que a designada lei da paridade estabelece na elaboração das listas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais, que, de acordo com o artigo 44.º da Lei .º29/2015, de 16 de abril, é igualmente aplicável ao processo eleitoral para o Conselho.
Por países, os resultados foram os seguintes:
Na África: África do Sul/Namíbia – 4 membros: 3 homens e 1 mulher; Angola – 1 membro: 1 homem; Cabo Verde/Guiné Bissau/S.Tomé Príncipe/Senegal – 1 membro: 1 mulher; Moçambique/Quénia/Zimbabué – 1 membro: 1 homem.
Na América do Norte: Canadá – 4 membros : 2 homens e 2 mulheres ; Estados Unidos da América : 5 membros : 5 homens.
Na América do Sul: Argentina – 1 membro : 1 homem ; Brasil – 8 membros : 7 homens e 1 mulher; Uruguai – 1 membro : 1 mulher ; Venezuela – 5 membros : 3 homens e 2 mulheres.
Na Ásia e Oceânia: Austrália/Timor/Filipinas – 1 membro : 1 mulher ; China/Japão/Tailândia – 4 membros : 3 homens e 1 mulher ; Índia – 1 membro : 1 homem.
Na Europa: Alemanha – 4 membros : 3 homens e 1 mulher ; Andorra – 1 membro : 1 homem ; Bélgica – 1 membro : 1 homem; Espanha – 1 membro : 1 homem ; França – 8 membros : 7 homens e 1 mulher; Holanda – 1 membro : 1 mulher ; Luxemburgo – 1 membro : 1 homem ; Reino Unido/Irlanda – 4 membros : 3 homens e 1 mulher ; Suécia (Dinamarca/Finlândia/Noruega/Países Báltico/Polónia) – 1 membro : 1 homem ; Suíça (Itália/Grécia/Áustria) – 4 membros : 3 homens e 1 mulher.
Desses resultados, ressalta, numa perspetiva de equilíbrio da representação entre homens e mulheres, a paridade entre os dois sexos registada no Canadá e, no sentido oposto, a inexistência de qualquer representante do sexo feminino no contingente dos EUA e de em relação ao Brasil e a França, cada um deles com oito membros, a representação feminina limitar-se a um só membro.
A análise dos resultados por círculos eleitorais poderá lançar alguma luz com vista a explicar a disparidade registada a nível do género. Com efeito, constata-se que em 23 dos 35 círculos eleitorais existentes em 2008 só havia um membro a eleger. Este constituirá por certo um factor que poderá beneficiar os candidatos do sexo masculino, em virtude da sua proporção ser superior nos vários tipos de organizações da comunidade, ou de nelas ocuparem postos ou exercerem funções de nível hierárquico superior.
Uma última observação para acrescentar que a diferença numérica constatada teve consequentemente incidências na organização e funcionamento do Conselho, de que destaco alguns aspectos mais salientes :
• O reduzido número de mulheres no Conselho Permanente – 2 entre os 11 membros que o compunham ;
• O reduzido número de mulheres nas comissões temáticas ;
• A inexistência de presidências exercidas por mulheres, a nível quer do Plenário e do Conselho Permanente, quer das seis comissões temáticas ;
• A inexistência igualmente de mulheres nas mesas do Plenário, Conselho Permanente e comissões permanentes, à exeção da secretária da Comissão Permanente dos Assuntos Consulares e Apoio ao Cidadão, a cargo de uma conselheira do Brasil.
Que perspetivas abrem a revisão da Lei n.º 66-A/2007, de 11 dezembro, pela Lei n.29/2015, de 16 de abril, e as eleições para o Conselho anunciadas para setembro próximo ?
Perspetivas de participação das mulheres no próximo CCP
No tocante à lei, com base nos comentários atrás expostos, o quadro resultante da nova revisão parece não configurar alterações significativas, salvo no que respeita à composição do Conselho Permanente, que, em consequência da aplicação da lei da paridade, deixa perspetivar um aumento do número de mulheres. Os círculos com 3 e mais membros não vão além de sete no total de 50, somando 8 os de dois membros e 33 os de um só membro. Nestas condições, será muito difícil a participação das mulheres atingir mesmo a percentagem de 33,3% consignada na chamada lei da paridade.
No quadro da dinâmica eleitoral, que atitude vão assumir as mulheres nas várias comunidades? A sua participação e mobilização são indispensáveis se quiserem ter uma representação condigna com o seu número e com o papel e as responsabilidades que lhes cabem no âmbito das políticas para a emigração e as comunidades portuguesas. É indispensável que as mulheres participem em listas ou, por sua iniciativa, promovam a apresentação de listas em que sejam cabeças de lista, nomeadamente nos círculos eleitorais que elegem um só membro.
Li há dias na revista Paris Match, correspondente ao número da última semana do mês de abril findo, que uma caravela, a “L’Hermione”, réplica da “La Fayette”, partiu, como esta última, de Rochefort, estando previsto que chegue, no próximo dia 5 de junho, a Yorktown, na Virgínia, onde as tropas americanas e francesas venceram, no dia 19 de outubro de 1781, uma batalha decisiva contra os ingleses. Porém, ao contrário da “La Fayette”, que tinha partido sem mulheres, pois para os marinheiros dessa época a presença da mulher a bordo dava azar, a tripulação da “L’Hermione”, no total de 180 pessoas, conta com 1/3 de mulheres.
Inspirado por este exemplo, termino fazendo votos de que a presença das mulheres no novo Conselho corresponda pelo menos a 1/3 dos 80 membros que serão proximamente eleitos. Que o próximo Conselho tenha essa sorte!
DESENVOLVIMENTO E GÉNERO
Joana Miranda
Universidade Aberta, Investigadora Responsável pelo Grupo de Investigação – Estudos sobre as Mulheres, CEMRI, Universidade Aberta
No mundo actual as migrações, o desenvolvimento e o género constituem elementos profundamente interrelacionados que se influenciam reciprocamente e cuja dinâmica é constante e se encontra em permanente transformação, revelando a cada momento novos dados e sugerindo novas leituras. Estes três elementos configuram poderosos eixos de interpretação de um mundo marcado pela mudança acelerada a todos os níveis e pela coexistência da globalização e da homogeneização com a fragmentação, permitindo-nos aproximações deste período que Balandier (1997) designa de "sobremodernidade", período de mudança e ambivalência, de "mudança mais incerteza".
Na mesma linha o sociólogo Zygmunt Bauman (2007) caracteriza a época em que vivemos como "modernidade líquida"- leve, fluida, dinâmica mas incerta. Para Bauman (2007:11) o que torna a modernidade líquida é a modernização compulsiva e obsessiva, permanentemente em aceleração, através da qual nenhuma forma de vida social, à semelhança dos líquidos, é capaz de reter os seus contornos durante muito tempo.
Para o autor, a terceira vaga de migração moderna (Bauman, 2007:18) que no momento actual assume plena força e se encontra em crescendo conduz à “idade das diásporas”: um “arquipélago mundial de povoamentos étnicos/religiosos/linguísticos esquecidos dos caminhos queimados e trilhados pelo episódio imperialista colonial”.
Ao mesmo tempo que a globalização representa uma certa forma de interconexão e interpenetração entre regiões e comunidades locais, marcada pela hegemonia do capital e do mercado, ela faz-se acompanhar por uma procura de singularidade e de espaço para a diferença e para o localismo (localização da cultura, Bhabha, 1994).
Neste contexto são diversos os discursos em torno do desenvolvimento. O que é, afinal, o desenvolvimento? O discurso dominante é o discurso economicista focalizado na ideia de que o desenvolvimento económico e o crescimento do mercado são as formas de iniciar um processo de desenvolvimento (em sentido mais amplo) e de que, por seu turno, esse mesmo desenvolvimento estimularia o desenvolvimento económico e o crescimento do mercado.
Vejamos o Human Development Report da ONU de 2014 com o título Sustaining Human Progress: Reducing Vulnerabilities and Building Resilience. O índice de desenvolvimento humano foi criado em 1990 para enfatizar que as pessoas e as suas capacidades devem ser o critério principal de avaliação do desenvolvimento de um país (por contraponto com o PIB per capita). É um indicador social estatístico composto por três parâmetros: Vida longa e saudável (medida pela esperança de vida ao nascer), educação (medida através da taxa de alfabetização de adultos, da taxa de escolarização e do número de anos de escolaridade obrigatória) e nível de vida (medido pelo PIB per capita em dólares).
No relatório de 2014, Portugal ocupa o 41º lugar no ranking de desenvolvimento (o relatório de 2014 refere-se ao ano 2013). Em 2010 foram introduzidos índices complementares ao IDH, nomeadamente o Índice de Desigualdade de Género (IDG). O Índice de Desigualdade de Género (IDG) reflete desigualdades com base no género em três dimensões - saúde reprodutiva, autonomia e atividade econômica. A saúde reprodutiva é medida pelas taxas de mortalidade materna e de fertilidade entre as adolescentes; a autonomia é medida pela proporção de assentos parlamentares ocupados por cada género e a obtenção de educação secundária ou superior por cada género e a atividade económica é medida pela taxa de participação no mercado de trabalho para cada género. O IDG substitui os anteriores Índice de Desenvolvimento relacionado com o Género e Índice de Autonomia de Género. Ele mostra a perda no desenvolvimento humano que decorre da desigualdade entre as conquistas femininas e masculinas nas três dimensões do IDG.
O conceito de vulnerabilidade é central no relatório. A vulnerabilidade varia ao longo do ciclo de vida, sendo maior nas crianças, nos adolescentes e nos velhos. Varia, ainda, consoante a zona geográfica, o género e a etnicidade, sendo grande nos povos indígenas e nos que vivem na pobreza extrema. Mais de 2.2 billiões de pessoas vivem ou estão perto de viver uma pobreza multidimensional, mais de 15% da população mundial está vulnerável à pobreza multidimensional, 80 % não tem proteção social, 5 a 12% (842 milhões) sofrem de fome crónica. Mais de 1.5 billiões de pessoas desenvolvem trabalho informal ou precário. Vulneráveis são também os deficientes e as pessoas que habitam zonas geográficas que sofreram alterações do clima. Entre 2000 e 2012 mais de 200 milhões de pessoas, a maioria de países em desenvolvimento, foram atingidas por desastres naturais, especialmente por cheias e por secas. Crises económicas, doenças, guerras, desastres naturais são factores que criam vulnerabilidade.
Mas o desenvolvimento humano engloba mais dimensões para além das avaliadas pelo IDH como, aliás, a ONU reconhece e como explicitado na figura infra. O relatório apenas avalia a dimensão assinalada na parte superior do esquema, não avaliando a dimensão apresentada na parte inferior.
Fonte: ONU, Relatório do Desenvolvimento Humano, 2014
Assim, o desenvolvimento é um processo holístico, que deve visar a melhoria das condições de vida da população, a expansão das oportunidades de educação, de saúde e o acesso aos recursos, o desenvolvimento humano de pessoas, para as pessoas e com as pessoas, melhorar o social nas suas diversas dimensões, atender ao respeito pelos direitos humanos, criar sustentabilidade, possibilitar a expansão das capacidades e das liberdades, a inclusão e o empoderamento dos mais pobres.
O género revela-se uma dimensão fundamental de análise. A feminização das migrações é uma das cinco características que definiriam a actual era das migrações (Castles e Miller, 1998). A feminização das migrações refere-se quer ao aumento do número de mulheres migrantes quer ao empoderamento. De acordo com dados da ONU, aproximadamente 50% dos migrantes da actualidade são mulheres, sendo o número de mulheres superior ao dos homens nos países desenvolvidos. A migração das mulheres sofreu grandes alterações nas últimas décadas. No cenário anterior jovens imigrantes masculinos atravessavam as fronteiras, ocupando as mulheres uma posição passiva nos processos migratórios, acompanhando os pais/maridos/companheiros em resultado das decisões migratórias daqueles. As mulheres permaneciam na esfera doméstica, sem acesso ao domínio público. Esta situação passiva das mulheres foi substituída por um maior empoderamento, por uma maior participação pública das mulheres e por maior poder de decisão política nos vários níveis, participação ou liderança das associações de migrantes, papel no seio da família e no envio de remessas para os países de origem, maior divisão das tarefas domésticas, papel mais dinâmico nas redes sociais. Visões mais otimistas perspetivam as mulheres como os “novos agentes do desenvolvimento”.
Quando se coloca o empoderamento na balança e se procura avaliar o impacto das mulheres na igualdade de género considera-se que existe empoderamento se existe poder de tomada de decisão no seio da família, melhoria de qualidade de vida no país de origem, acesso das crianças à educação, aumento de auto-estima, maior autonomia, renegociação dos papéis familiares, aumento de estatuto na comunidade, compra de casa ou de negócio e aumento do poder de compra. Pelo contrário, existe desempoderamento se existe trabalho mal pago, abuso e exploração, frustração, dificuldade em poupar dinheiro (auto-sacrifício), duplo vínculo (trabalho produtivo e reprodutivo), isolamento, estigma da má mãe (abandonando crianças no país de origem), invisibilidade (vozes não ouvidas), capacidades não aproveitadas e dupla discriminação mulher/imigrante.
As representções das mulheres migrantes são muito extremadas variando entre, por um lado, representações muito pejorativas e miserabilistas e, por outro lado, representações idealizadas. De acordo com estas últimas representações as mulheres migrantes seriam coordenadoras das vidas familiares transnacionais, emissoras de remessas, detentoras de espíritos sacrificiais e de grande altruísmo, protectoras e nutridoras e trabalhadoras empenhadas.
Uma perspectiva de género do desenvolvimento não se limita a desagregar os dados por sexo ou apenas considerar o género uma variável da equação, tal como a idade ou o nível educacional. Há que entender que as relações de género afectam e são afectadas por cada passo do ciclo migratório. A análise deve ter em conta o nível das famílias, mas também o nível das comunidades, das instituições, nacional e transnacional, tendo em conta a diversidade de homens e de mulheres e as formas como os géneros são construídos e reconstruídos ao longo dos processos migratórios. É também importante considerar os comportamentos e as identidades dos homens - ou o que é colectivamente designado por “masculinidades”- uma vez que também eles se relacionam com o processo migratório.
Numa perspectiva de género, de forma a compreender a complexidade do processo migratório e do seu impacto no desenvolvimento há que ter em conta 4 eixos de análise (Petrozziello, UN Union, 2013):
I. Género como categoria central de análise (que não se focaliza apenas nas mulheres mas nas relações de poder entre homens e mulheres, modificando e produzindo novas identidades através dos processos migratórios)
II. Direito ao desenvolvimento humano - visão holística das capacidades e da liberdade dos indivíduos (diferente de desenvolvimento económico).
III. Dimensão espacial do desenvolvimento – do transnacional ao local – Analisar “what is happening there and what is happening here” de forma a identificar pontos chave de intervenção.
IV. Migrantes como protagonistas do desenvolvimento (lucrando com o desenvolvimento e com a melhoria das condições de vida, intervindo activamente no processo de desenvolvimento e decidindo sobre o processo de desenvolvimento).
Convém ter uma perspectiva mais realista da mulher migrante, perspetivando-a como alguém que lucra com o processo de desenvolvimento, que intervem no processo de desenvolvimento e que decide sobre o processo de desenvolvimento.
Enquanto investigadores/investigadoras deveremos dar voz às mulheres. Dar voz é dar poder. Dar oportunidades de romper o silenciamento, recorrendo a metodologias participativas, recolha de histórias de vida, recolha fílmica em que a mulher seja o centro da análise.
Referências bibliográficas
Balandier, Georges. (1997). A desordem: elogio ao movimento. Rio de Janeiro: Bertrand.
Bauman, Zygmunt (2007). Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora.
Bhabha, H. K. (1994). The Location of Culture. Londres e Nova Iorque: Routledge.
Castles, S. & Miller, M.J. (1998). The Age of Migration: International Population Movements in the Modern World. Londres: Macmillan.
ONU (2014). Human Development Report 2014. Sustaining Human Progress: Reducing Vulnerabilities and Building Resilience. Nova Iorque: UNDP.
Petrozziello. A. (2013). Gender on the moove. Working on a Migration Developement nexus from a Gender Perspective. UN Women.
- COLÓQUIO / EXPOSIÇÃO EXPRESSÕES DE CIDADANIA NO FEMININO
Casa Museu da Universidade do Minho, Monção
MONÇÃO E OS PROJECTOS DA IGUALDADE E DA EUROCIDADE
Paulo Esteves
Vereador da Cultura do Município de Monção
Começo por saudar os distintos membros da Mesa e os convidados presentes e apresentar , em nome da Câmara Municipal, sinceros agradecimentos à Organização deste evento. Sentimo-nos honrados pelo convite feito pela Dra Arcelina Santiago, membro da direção da Associação Mulher Migrante e pelo facto de terem escolhido Moncão, terra cheia de potencialidades em termos culturais e sempre aberta a novos desafios.
A temática em torno da diáspora, cultura, e igualdade do género combina com esta terra com longo historial de emigração e integrada no projetos de igualdade de género. Por isso, foi com muito prazer que aderimos de imediato, como parceiros desta iniciativa que trará visibilidade a Monção e a desafiará para outros projetos.
O município tem vindo a tomar um conjunto de iniciativas, a saber: assinou protocolo de cooperação com a CIG em Julho de 2014 e, na mesma data, foram nomeados conselheiro e conselheira municipal para a igualdade - Paulo Esteves e Cristina Dias respectivamente.
Com a assinatura do protocolo, o município comprometeu-se a criar um plano municipal para a igualdade, encontrando-se neste momento numa fase de diagnóstico junto dos/ das colaboradores/as acerca da sua percepção face à igualdade de género, permitindo, numa segunda fase, adaptar um plano face às necessidades identificadas.
Paralelamente, tem realizado actividades promotoras de igualdade a nível interno, nomeadamente, sinalização do dia internacional do homem (19 de Outubro ) e dia da mulher (8 de Março) com sessões sobre saúde. No âmbito do protocolo alguns colaboradores e o conselheiro e a conselheira tiveram formação sobre igualdade de género, violência doméstica e tráfico de seres humanos.
A nível externo foram realizadas várias ações de informação para jovens sobre violência no namoro, ações de informação sobre violência doméstica dirigida a diferentes públicos: forças de segurança, bombeiros, técnicos de saúde e profissionais da área da educação.
Também foi comemorado o o dia internacional pela eliminação da violência contra as mulheres.
Está a ser criado um guia para uma linguagem não discriminatória a ser divulgado junto dos funcionários da autarquia para que seja usada nos documentos da autarquia.
O município estabeleceu também parceria com o GAF e o centro de atendimento a vítimas de violência doméstica de Vila Praia de Âncora, para onde são encaminhadas as vítimas e agressores.
O Município sabe que estes são pequenos passos, mas que farão a diferença e continuará a trabalhar porque tem consciência de que há ainda muito a fazer.
Estou também em representação do D. Arturo , Alcalde de Salvaterra do Mino que não podendo estar presente louva está iniciativa. Sobre Salvaterra a informação a que tive acesso é que em termos de género , no município, 80% das pessoas que trabalham no serviço externo são homens e 20% do serviço interno é assegurado por mulheres. Trata-se de um quadro muito semelhante ao que acontece no nosso município. Daí concluirmos que há ainda um grande trabalho a desenvolver nesta área.
Sobre o desafio que foi aqui proposto e já ventilado pela Dra Arcelina Santiago em reuniões preparatórias , gostaria de declarar que a Câmara Municipal está inteiramente de acordo e aceita o desafio proposto - realizar uma Cimeira em 2016 sobre o tema " Expressões de cidadania no feminino" de âmbito Luso Galaico, por isso, convidamos desde já, todos os elementos envolvidos nesta iniciativa.
LETRAS, FEMINISMO E VIRILIDADE
Maria Luísa Malato
Professora Catedrática da Universidade do Porto
Em geral, na história do feminismo europeu, consideram-se três vagas de movimentos de autonomia. A primeira, nos finais do século XIX e início do século XX, seria a dos movimentos sufragistas a favor do alargamento dos direitos das mulheres: direitos de propriedade e de voto, em grande parte. A segunda, nas décadas de 1960-1970, e decorrente do avanço científico dos métodos contracecionais, estaria centrada na reivindicação do direito ao próprio corpo (direito ao aborto nos casos de gravidez involuntária, licenças de maternidade e dissociação cultural entre o género feminino e a função da maternidade). A terceira, datada dos anos noventa do século XX até à atualidade e manifestada em parte pela democraticidade da internet, seria movida sobretudo pela denúncia mais sistemática de abusos de poder: violência doméstica, assédio sexual, assédio profissional, desigualdade de salários, repartição das funções de maternidade/ paternidade, etc.
Esta organização cronológica das ondas históricas (“waves”) do feminismo, reproduzida, por exemplo, nas obras de Rebeca Walter (1992) ou de Maggie Humm (1992), é muitas vezes simplificada e imitada pela atual historiografia, claramente visível na estrutura faseada dos que vão construindo os estudos sobre o assunto.
Também a história do feminismo português começaria pela criação de associações políticas republicanas nos finais do século XIX: enumera-se a inauguração em 1897 da Federação Socialista do Sexo Feminino, a fundação em 1907 do Grupo Português de Estudos Feministas, dirigido por Ana de Castro Osório, que levaria à formação, em 1908, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (1908-1919); e, em 1910, da Associação de Propaganda Feminista, a do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, por iniciativa de Adelaide Cabete, nas vésperas da mobilização militar da Grande Guerra, em 1914; e ainda o processo de contestação da médica Carolina Beatriz Ângelo, processo tumultuoso que começou com a sua inscrição nos cadernos eleitorais em 1911 e posterior recusa da inscrição, recurso para tribunal, sentença favorável, e reescrita da Lei Eleitoral, em 1913 e 1915, especificando-se desta vez a não aplicação da lei geral às mulheres portuguesas…
O processo das Três Marias, contra as autoras das Novas Cartas Portuguesas (Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa e Isabel Barreno) marcaria a segunda fase do feminismo português. As Novas Cartas não são um manifesto feminista, mas como tal passariam a ser lidas. De género fragmentário, entre o literário e o não literário, pelo menos nos seus géneros canónicos, compostas por cartas, mas também por ensaios, poemas, fragmentos, pensamentos soltos, alusões a máximas de vária ordem, delas resulta uma revolta legível que inspiraria gerações.
Num terceiro momento, o feminismo português parece ter-se consubstanciado numa reivindicação da sua complexidade política, social, económica, pedagógica. Os novos suportes da comunicação tornam o movimento transnacional, de agendas articuladas, refletindo a pluralidade dos modelos de família:
“Ao nível global não se pode falar de uma única agenda feminista, mas de várias. Em Portugal, há uma agenda feminista pouco clara, ainda. (...) Tendo terminado a reivindicação da despenalização do aborto começam a surgir um conjunto de questões que ficaram por tratar. Isso vê-se, pelo interesse que as pessoas passam a ter por outros temas, por exemplo pela saúde, pela política, pelo poder, pelas questões da sexualidade. Diremos que as questões surgem muito mais segmentadas.” (cf. Conceição Nogueira apud Tavares, 2008: 483)
Esta narrativa dividida por três períodos tem certamente a grande vantagem de pontuar a História, assinalando nela os momentos fundamentais que, sobretudo pelo seu mediatismo nacional e internacional, funcionaram como catalisadores do movimento feminista. Ainda que por “engano” (uma lacuna do espírito na letra da lei), foi em Portugal que, pela primeira vez na Europa meridional, uma mulher (Carolina Ângelo) exerceu o direito de voto nas eleições para a Assembleia Constituinte, numa Europa em que a mulher (ainda que ocidental, setentrional, branca e de classes economicamente elevadas) se viu impedida de votar até ao segundo quartel do século XX. Também o processo contra a obra das Três Marias (The Three Marias seria, aliás, o título da primeira edição das Novas Cartas Portuguesas em inglês) teve uma repercussão na opinião pública internacional que colocou em julgamento o regime ditatorial do Estado Novo e, em geral, a mentalidade dominante, até na sociedade europeia, que continuava a ver na mulher-nova uma freira Mariana que fugia agora traiçoeiramente do convento.
Mas uma onda não é uma fase: a onda pressupõe um movimento contínuo, em que a força de um corpo decorre do ponto remoto em que foi inicialmente aplicada. Parece-nos que essa visão faseada e tripartida, quando exageradamente simplificada, desvaloriza alguns elementos fundamentais para uma boa historiografia:
a) a atenção que deve ser dada à simultaneidade dos fatores de transformação dos fluxos ondulatórios (nem sempre “post hoc ergo propter hoc”, mais especificamente, nem sempre o que vem depois é causa do que vem imediatamente antes);
b) a invisibilidade de uma história da resistência, de atrito, feita tantas vezes pelos vencidos ou pelos silenciados, muitas vezes documentadas por testemunhos que não saíram nunca do manuscrito, da palavra-dita ou do gesto tácito: só numa visão mitificada a História se faz de “sucessos sucessivos que se sucedem sucessivamente sem cessar”…;
c) a indelével necessidade de construirmos a História da atualidade para o passado, “às avessas” como diria o diabólico Gog (Papini, s.d.: 47 ss.). Não apenas essa metodologia (meta-odos-logia) seria mais consentânea com o efetivo caminho que o historiador percorre, a partir do seu presente, como ainda se clarificaria o facto de só darmos importância aos acontecimentos a posteriori, pelas suas consequências e não pelas suas causas, porque passamos depois a ter palavras para as nomear, sendo difícil identificar (e muito menos estudar) um objeto sem nome.
Ressalve-se pois, desde logo, a relação complexa que existe entre os vários direitos reivindicáveis. A lei do divórcio, publicada logo no início da Primeira República, compreende-se somente quando integrada na reforma do Direito de Família, considerando-se só então, com alguma sistematicidade, a reformulação dos direitos da criança e a promulgação do ensino primário obrigatório para todos os sexos e classes. São difíceis as leituras ideológicas: não há propriamente os maus da ditadura e os bons da democracia e são misteriosas as veredas dos homens. O direito de voto aberto à mulher acabaria ironicamente por ser proclamado em 1931, pelo Estado Novo, por um regime que ao mesmo tempo se aproveitava da imagem conservadora da “mulher cristã” e reduzia a escolaridade obrigatória para as mulheres (mais ainda do que para os homens). Mas estão em geral ligadas as formas de subjugação social, económica ou intelectual. Não sendo uma característica da legislação portuguesa ou da legislação de timbre ditatorial, era comum e geralmente aceite a inacessibilidade das mulheres ao funcionalismo público considerado masculino – a carreira diplomática, a magistratura, a chefia na administração local, ou os postos no Ministério das Obras Públicas e Comunicações Brasão, 1999: passim) – e a subordinação do poder económico da mulher casada ao poder económico do marido: para certas profissões (v.g. hospedeiras da TAP, enfermeiras dos hospitais civis) era incompatível o trabalho com o casamento, para outras (como o magistério primário) era necessário autorização do Estado. De resto, se considerarmos que só depois do 25 de Abril de 1974, com a lei n.º 621/74 de 15 de Novembro, o direito de voto se tornou universal em Portugal, ao contrário de países que o têm consignado como a Nova Zelândia (1892), Austrália (1902), Finlândia (1906), em grande parte consequência da substituição do trabalho masculino por mão-de-obra feminina depois da Grande Guerra (1918, como a Grã-Bretanha) ou da Segunda Guerra Mundial (1944, França, EUA, muitos estados da América do Sul), devemos também assinalar que, em países ”civilizados” como a Suíça ou o Liechtenstein, as datas são também escandalosamente tardias (1971, 1984).
A cronologia destas três fases (ou até ondas) é também extremamente injusta em relação ao período setecentista, sobretudo da segunda metade do século XVIII, quando muitas mulheres (na Europa e, mais especificamente, em Portugal) começaram por criar uma consciência coletiva do género feminino: muito deve o feminismo a algumas escritoras como Poulain de la Barre, Olympe de Gouges, Mary Wollstonecraft ou, em Portugal, a Paula da Graça, Gertrudes Margarida de Jesus ou, ainda que de diferente forma, a Catarina de Lencastre, Leonor Pimentel, Leonor de Almeida ou até a Teresa de Mello Breyner. É também notável a obra de Nísia Floresta, no Brasil, autora de Direitos das mulheres e injustiça dos homens, ainda que já em 1832. O que poderia significar a consciência coletiva do sexo feminino, quando as mulheres, sem a voz pública do poder político e sem a voz pública do poder literário, se reduzem a uma voz privada, muda (cf. Fentress, 1994), porque incapaz de se tornar documento histórico?
No século XVIII, em certos países europeus, nomeadamente nos países protestantes, os níveis de alfabetismo feminino são significativamente elevados. Na cidade de Turim, no ano de 1710, 71% dos homens e 43% das mulheres sabem, pelo menos, assinar os contratos de casamento ; em 1790, o número subirá para 83% dos homens e 63% das mulheres. A subida é ainda mais significativa se considerarmos a região de Turim, comn a inclusão da população rural : se os homens que assinam em 1710 e 1790 passam de 21% para 65%, a taxa da população feminina que assina salta de 6% para 30% (Chartier, 1990: 114-5). Mas em países como Portugal a diferença é grande. Apesar de somente existirem estatísticas sobre educação em Portugal a partir de finais do século XIX (2009: 4), calcula-se que, no século XVIII, Portugal contaria com 90% de analfabetos, sendo a maior parte mulheres de todas as classes. Um estudo sobre a assinatura dos noivos no Porto no início do século XVIII, não podendo ser conclusivo sobre a taxa de analfabetismo no tecido urbano e rural, regista a diferença de 44% entre o alfabetismo dos homens e o alfabetismo entre as mulheres (Silva, 1991: 461).
Neste diferente contexto, as mulheres-leitoras-escritoras dificilmente podiam afirmar a sua autonomia, desde logo intelectual: não é raro pedirem desculpa pela imodéstia de editar, outras agradecerem aos maridos a possibilidade de o fazer, outras destruírem a obra manuscrita. Os 14 volumes de manuscritos da fidalga Joanna de Menezes, Condessa de Ericeira, casada com D. Luiz de Menezes e mãe de Francisco Xavier de Menezes, nunca buscaram publicação e o único livro publicado, de cariz espiritual, o Despertador del alma al sueno de la vida, indica o nome de Apolónio de Almada, um criado da casa (Sabugosa, 1918: 314). “Autora” é palavra que, segundo o Vocabulário de Rafael Bluteau, só aparece nos textos de jurisconsultos. São por isso de uma grande coragem os argumentos então assinados por mulheres, sem o escudo do pseudónimo ou do anonimato. Como os que encontramos formulados por Paula da Graça, autora da Bondade das Mulheres Vindicada e Malícia dos Homens Manifesta (1730) com que ela pretende contestar a sátira feita às mulheres pelo conhecido Baltazar Dias, autor da Malícia das Mulheres (1640); ou por Gertrudes Margarida de Jesus que, entre 1761-1762, empreendeu uma curiosa polémica com um Frei Amador do Desengano (pseudónimo), em duas cartas publicadas em folheto de cordel, suporte acessível em que previsivelmente devem ter tido algum impacto:
“Os defeitos das mulheres vêm da ignorância em que teimam os homens em mantê-las”, escreveria ousadamente Gertrudes Margarida de Jesus.
Este silêncio da historiografia do feminismo em relação ao século XVIII (na Europa e ainda em Portugal) é tanto mais injusta quanto essas mulheres muitas vezes se deram conta da complexa teia que unia aquelas três áreas consignadas pela História: a dos direitos políticos, a dos direitos da maternidade e a dos direitos económicos. Manuela Tavares, na obra Feminismos (2008) demonstrou já o quanto é prejudicial para a própria causa do feminismo identificá-lo somente com situações-limite ou com posições mais radicais que oponham a “causa feminina” à “causa masculina”, como se o caso se limitasse a uma guerra entre amazonas e donjuans. Colocado como antónimo do Machismo, o Feminismo (como “excesso”) encerrar-se-ia numa androfobia que equivaleria à misoginia. É certo que os termos em que se colocam as polémicas setecentistas são extremadas pela anormalidade dos argumentos “feministas”, muitas vezes publicitados por homens que defendem as mulheres, relembrando as virtudes heroicas das mulheres, mulheres-viris, mulheres-soldados, que defenderam a pátria ou incentivaram os homens a servi-la, como a Notícia de muitas heroínas portuguesas, de Diogo Aires de Azevedo (1730?) ou a obra de Louis R. Saint-Jorry, Les Femmes Militaires (1735). Mas a questão dificilmente se circunscreve a um imaginário masculino, se soubermos que, em 1792, Théroigne de Méricourt, que frequentava a Assembleia Nacional Francesa vestida de Amazona, apresenta a essa mesma assembleia o projeto de criação de uma legião de Amazonas, prontas a lutar fisicamente pela Revolução Francesa. Ou que, na moda feminina, no final do século XVIII, começam a aparecer cortes e adereços que as mulheres tomam aos homens: o formato do casaco para andar a cavalo de pernas afastadas, as franjas que cobrem as testas, o cabelo caído “à amazona”. São essas mulheres-heróis que muitas vezes aparecem em romances, de autoria masculina ou feminina.
Entre a realidade e a ficção instala-se uma novidade difusa, que não é menos revolucionária por se disfarçar de futilidade. O tema da mulher-soldado, ou da mulher-caçadora, tem muitas variantes na literatura setecentista: as revisitadas Amazonas, a lembrança terrífica das Valquírias, ou de Diana, a deusa da caça, ou Medeia, feiticeira que se vinga de Jasão matando os filhos comuns, manhosas donzelas que agora desobedecem aos pais para casar com quem amam, e desobedecem a quem amam para reivindicar honra, virtude viril (passe aqui o pleonasmo, já que ambas as palavras derivam desse atributo somente masculino que é ser homem). A honra feminina, coisa antes invisível e muda, passa a reivindicar atos públicos e palavras (Farge, 1990: 581). Muitos são os romances e peças de teatro setecentistas feitas de mulheres que escapam aos homens, confundindo-se com eles, lutando como eles : Marthésie, première reine des Amazones, de La Motte (1699), L’Amazone Française, de Marie-Jeanne L’Héritier de Villandon (1718), Le Faux Chevalier de Warwick, de Dupré d’Aulnoy (1736), as Mémoires de Mlle de Mainville ou Le Feint Chevalier, de D’Argens (1736), Les Amazones, de Anne Marie du Bocage (1749), Corinne, de Mme de Staël (1807), com traduções ou adaptações em italiano, alemão, português. Por paradoxal que pareça, essas mulheres-soldado estão próximas das mulheres mais pobres, apresentadas por vezes como mais livres, porque podem ganhar a vida por si: as empregadas domésticas, as aias, essas variantes das Paulinas e Clarisses que são a principal causa de sucesso dos romances de Samuel Richardson (Pamela, or Virtue Rewarded, 1740, Clarissa, or The History of a Young Lady, 1748). As mulheres aristocráticas reveem-se nessas mulheres presas e usadas, que fogem e lutam pela sua autonomia. La religieuse, de Diderot, é um romance sobre uma mulher que passa de exploração em exploração, até acabar “blanchisseuse”, assalariada, mas livre. A Rainha Marie Antoinette, refugiava-se no Petit Trianon, vestida com uns fatos de camponesa e revê-se nas palavras revolucionárias de Beaumarchais, as mesmas que, anos mais tarde, justificarão a sua morte na guilhotina. A Literatura setecentista é, antes de qualquer movimento feminista do século XIX ou XX, a imaginação sistemática da liberdade, igualdade e fraternidade entre os dois sexos.
Imaginar-se livre é uma etapa (onda?) fundamental no processo de ser livre. A Mulher que o não parece, de Manuel de Figueiredo, é uma peça de teatro sobre duas mulheres que não aceitam o casamento como infantilização, ou o convento como prisão. As odes de Catarina de Lencastre proclamam aos soldados a vontade de os seguir, lamentando o sexo em que os atos heroicos estão limitados:
[Deus] Já que esta alma me deu, melhor fizera
Se aos campos, aonde ides colher louros,
Eu seguir-vos pudera.
Mas nem sempre, na ordem que nos rege,
Vem o poder unido com o desejo.
(apud Borralho, 2008: 157)
Podemos argumentar, retomando até Simone de Beauvoir na época em que escreveu Le Deuxième Sexe, que toda a historiografia masculina do feminismo (nomeadamente, acrescentaríamos, o feminismo setecentista) o torna desinteressante (Beauvoir, 1981: 28 ss.): com efeito, já muito pouco interessante nos parece a polémica que, em 1800, retoma os argumentos satíricos de Baltazar Dias e Paula da Graça, agora entre dois autores anónimos: A Bondade das Mulheres contra a Malícia dos Homens vs. Malícia dos Homens contra Bondade das Mulheres. Mas o pioneirismo que Beauvoir vê na obra jurídica de Léon Richer, no final do século XIX (cf. Id.,1981: 157), bem poderia ser associado (cum grano salis) à reedição em 1785 de uma “esquecida” Lei sobre as prorrogativas das mulheres, publicada por Ruy Gonçalves no século XVI. E há em Luís António Verney uma inovadora defesa da igualdade feminina, ao defender a importância da escolaridade feminina na última carta do Verdadeiro Método de Estudar (1746: Carta XVI), em termos que muito superam a visão mais tradicional do iluminismo, melhor representada pelas Cartas sobre a Educação da Mocidade de Ribeiro Sanches (de 1760), obra que reserva a educação intelectual às senhoras nobres e se preocupa sobretudo com as virtudes da sua vida doméstica (Sanches, s.d.: 191-2). O mesmo conservadorismo de resto marcará o Rapport sur l’instruction publique, redigido em grande parte por Talleyrand, no contexto revolucionário de 1791 (Talleyrand, 1791). Podemos apontar como vanguardistas algumas considerações de Diderot…, Mas o pensamento dominante então seria bem representado por Rousseau, autor do libertador Contrato Social:
“Si la femme est faite pour plaire et pour être subjuguée, elle doit se rendre agréable à l’homme au lieu de le provoquer; sa violence à elle est dans ses charmes; c’est par eux qu’elle doit le contraindre à trouver sa force et à en user. L’art le plus sûr d’animer cette force est de la rendre nécessaire par la résistance. Alors l’amour-propre se joint au désir, et l’un triomphe de la victoire que l’autre lui fait remporter. De là naissent l’attaque et la défense, l’audace d’un sexe et la timidité de l’autre, enfin la modestie et la honte dont la nature arma le faible pour asservir le fort.” (Rousseau, 1817: V, 363)
Reconheçamo-lo. Alguma razão terão certas historiadoras para negligenciar a historiografia do movimento feita por homens. Acompanhar a reação nos jornais portugueses de 1911 da polémica provocada por Carolina Ângelo ao inscrever-se nos boletins de voto das primeiras eleições republicanas não deixa de ser uma investigação reveladora de muitos lugares-comuns dos homens sobre as mulheres. Do ponto de vista retórico, a maior parte dos leitores e correspondentes dos jornais são do sexo masculino, escrevem e fazem opinião para o sexo masculino. Mas a leitura dos documentos da época revelaria também, ainda que talvez com menos propriedade, os lugares-comuns das mulheres sobre as mulheres. Muitos argumentos são comuns, ainda hoje, a homens e a mulheres:
- a mulher não deve querer ser homem porque fica masculina e perde doçura;
- a mulher não foi feita pela Natureza para a vida pública, mas para cuidar dos filhos, do marido e do lar, missão doméstica que a exalta;
- a mulher não deve corromper-se com a política, coisa geralmente suja…
Outros argumentos parecem mais tipicamente masculinos:
- a mulher tem um marido que o faz política por ela…;
- a mulher não tem um número significativo de representantes para que a lei se ocupe delas em especial, não porque não constitua uma larga parte da população, mas porque a população que importa no sufrágio (ainda na masculina) é a população que possui meios económicos de subsistência capazes de atestar uma hipotética independência intelectual…
No partido republicano, existe também um curioso grupo de comentadores que vê nas mulheres um corpo coletivo reacionário, incapaz de sair das opiniões conservadoras que lhe são formatadas pelos pais, pelos maridos ou pelos padres que as querem submissas. Também o argumento contrário se pode encontrar entre os partidos mais conservadores, A imagem da mulher republicana, maçónica, livre-pensadora, professora, às vezes ligadas a movimentos de espiritismo, colocava em causa a segurança do próprio lar…: representando o voto a evidência da sua autonomia financeira e intelectual, e ainda quando não estava para todos em causa o sufrágio feminino universal (cf., Esteves, 2014: 474 et passim), poder votar era, em geral, “poder ter” opinião crítica.
Acresce-se por fim a estes fatores – a complexidade das causas e dos efeitos dos fenómenos de reivindicação e a invisibilidade dos documentos que os podem comprovar – a inexistência da palavra “feminismo” antes do século XIX e a dificuldade da História em estudar o não nomeado.
A palavra "feminist" teria entrado em 1894 pela primeira vez no Oxford English Dictionary, e, em 1895, encontraríamos já o substantivo abstrato, "feminism" (v.g., Tandon, 2008: 1). A origem da palavra é francesa, mas a primeira edição de Littré (de 1863-1877) considera somente o verbo “féminiser”, com uma citação de Chateaubriand (Littré, online). Acreditam uns que a palavra foi inventada em 1837 por Charles Fourier, defensor da igualdade jurídica dos dois géneros: segundo Leslie F. Goldstein, teria sido depois divulgada pelos escritos da sufragista francesa Hubertine Auclert. Outros, com boas razões, contestam esta ideia-comum: é que não encontram a palavra “feminismo” ou “feminista” em qualquer texto de Fourrier. Geneviève Fraisse, desenvolvendo diferentes pistas de trabalho (de que já tinha falado aliás em 1984 e 1988), só encontraria a palavra num texto panfletário de Alexandre Dumas Filho, L’Homme-Femme, de 1872 (cf. Fraisse, 2010: 281). O autor d’A Dama das Camélias verifica em alguns homens, nas franquezas amorosas de alguns homens que foram atraiçoados por mulheres, as mesmas características físicas dos doentes de tuberculose. Retomaria então o termo usado num estudo médico, Du Féminisme et de l’Infantilisme chez les Tuberculeux, publicado no ano anterior por Ferdinand-Valère Faneau de la Cour que detetara nos homens tuberculosos sinais de efeminação e infantilização: cabelo fino, pele macia, barba rala órgãos genitais mais recolhidos. A palavra “feminismo” (aplicada assim pela primeira vez aos homens) começa pois por ser conotada com a doença e a falta de virilidade, sendo certo que, no final do século XIX, como o testemunham os dicionários de língua francesa e inglesa, tem já o valor que em geral lhe é dado ainda hoje: em lato sensu, a ideologia em que as mulheres se definem, individual e coletivamente, como seres com direitos iguais aos homens.
Esta perspetiva médica porém, tem ainda origem no século XVIII, nos estudos médicos sobre a fisiologia feminina, continuados e sistematizados pela ciência positivista do século XIX. Em 1818, uma Dedução Filosófica da Desigualdade dos Sexos e dos seus Direitos Políticos por Natureza (assinada agora anonimamente por R. F. C.) atribui agora à Natureza o que antes do século XVIII era atribuído a Deus: a criação da mulher e de uma funcionalidade específica: a da maternidade, a do recolhimento do lar.
Talvez seja útil analisar os argumentos num livro que marcou grande parte do conhecimento médico sobre a mulher, com sucessivas edições ao longo do século XIX: Systhème de la Femme, de Roussel (1742-1802). Enquanto no homem os órgãos sexuais se encontram em exibição exterior, projetando a sua força criadora, os órgãos femininos são internos, descritos como receptáculos dessa força. O cérebro do homem, segundo medidas rigorosamente descritas, era também maior na generalidade dos homens com a mesma idade: ora sendo o tamanho do cérebro indicador da importância do raciocínio criativo, a mulher manter-se-ia num estado inferior de abstração. Tal argumento seria aliás corroborado pelos traços que mantinha em comum com a criança: enquanto os jovens machos, na puberdade, engrossavam a voz, aumentavam a quantidade de pelos e aumentavam a sua estatura, aa mulher permanecia em geral mais baixa, sem pelos e de pele lisa, com a voz ainda nos tons agudos das crianças. Tudo afinal batia certo na natureza: quando intelectuais, as mulheres eram emotivas; quando levadas pelo desejo sexual, eram histéricas, quando socialmente empenhadas, perdiam doçura de traços. Dando-lhe a natureza mole e fluida uma propensão para a ternura, desviava-a no mesmo grau da disciplina das ciências abstratas e da constância de algumas artes: (cf. Roussel, 1845: 43).
Assim, a nosso ver, não devemos negligenciar o papel legitimador que vai tendo o discurso masculino, sobretudo no século XVIII, na afirmação de igualdades jurídicas ao longo dos dois últimos séculos: ele é fruto de um entendimento cada vez mais alargado dos ideais iluministas, ainda que o tenha sido através de polémicas, aparentes avanços e aparentes recuos. A questão historiográfica não deve ser tanto a de quem diz e o sexo de quem diz, mas porque é que diz e como diz. Ao longo do século XVIII, a questão não teria sido aliás somente a de escritores-homens que falam sobre a consideração da igualdade dos sexos como questão simplesmente teórica (cf. Silva, 1983: 875-6). As questões teóricas raramente são somente teóricas: uma teoria é sempre, até na etimologia, um ponto de vista da realidade sensível, cujas implicações não podem deixar de ser práticas: teoria vem do grego “theoría”, "acção de observar, acção de ver uma festa" (cf. Pereira, 1969: 667). Por outro lado, é ao longo do século XVIII que encontramos uma parte significativa das polémicas abertas sobre a igualdade dos géneros, não tanto de autoria masculina, mas maioritariamente com intervenção feminina. Por muito consensual que fosse o texto de Talleyrand, o certo é que La Déclaration des Droits de la Femme et de la Citoyenne, da autoria de Olympe de Gouges, tinha sido redigida para influenciar o Rapport sur l'instruction publique. Incomodaram tanto ou tão pouco as suas ridículas ações que Olympe de Gouges se viu condenada à morte pelo mesmo poder revolucionário que a inspirara. Mas que mal haveria em alguém declarar (teoricamente) que toda a mulher nasce permanece livre e igual ao homem em direitos?
« Toute femme naît et demeure libre et égale à l’homme en droits; les distinctions sexuelles ne peuvent être fondées que sur l’utilité commune. […] La garantie des droits de la femme est pour l’utilité de tous et non pour l’avantage de celle à qui elle est accordée.» (Gouges, 1791, online).
E, em 1792, Anna Laetitia Barbauld, acentuaria ainda mais o tom do manifesto político, em tom que depois Marx imitaria cerca de meio século depois: “Yes, injured woman — rise, assert thy right!” (apud Ashfield, 1998, online).
Cremos que, na história do feminismo, há uma história a reescrever com mais frequência: a da “onda”/ “fase” setecentista, quando a consciência de ser mulher e a consciência de ser homem se começaram a cruzar. Um mundo que exige agora outras maneiras de ser homem. Em 1788, um autor como José Daniel Rodrigues da Costa, que tantas vezes satirizou os homens efeminados e as mulher masculinizadas do século XVIII, sonha ainda com um "século de oiro", o século XVI, em que tudo era império e armas, quando “Cobrião a cabeça os Portuguezes/ Com férreo capacete;/ Servia-lhes o arnez de sobretudo,/ De curta niza o chapeado escudo./ Huma buida cortadora espada/ De horroso pezo;/ E segundo das forças que prezumo,/ Davão pancadas que botavão fumo” (Costa, 1788: 8 e 10). Os tempos mudaram: exigem agora mais subtilezas. Sendo a mulher cada vez mais homem e o homem cada vez mais mulher, o “feminismo” andou entre um e outro sexo. Como também dirá depois, em 1819, outra personagem de José Daniel Rodrigues da Costa, os homens efeminados decorrem naturalmente de uma reorganização social que lhes exige novas funções e novas competências: saber usar da palavra e não somente da espada, mover-se num jogo de sedução que exige uma nova forma de ser marido ou pai, ou súbdito:
“Não duvido do que dizem; mas então cada homem era para sua cousa, hoje todos os homens são para tudo” (Costa, 1819: VII, 21).
O mesmo se dirá então e depois para as mulheres.
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POLÍTICAS DE GÉNERO NA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA
Maria Manuela Aguiar
1 - NO TEMPO DAA EXPANSÃO
As políticas para a emigração portuguesa até meados do século XX limitavam-se praticamente ao controlo dos fluxos migratórios e, ao longo de séculos (se olharmos o fenómeno em sentido lato, por forma a abranger o êxodo que começou com a Expansão, o Império do Oriente, a colonização do Brasil), tiveram um carater sobretudo limitativo ou repressivo, atingindo mais as mulheres do que os homens. Foi sempre nítida a diferenciação de género, que discriminava fortemente o feminino, a ponto de podermos afirmar que a mais invariável das políticas de colonização e de emigração, no caso português, é a proibição geral da saída de mulheres.
Os normativos e as práticas em que se traduziu, sob uma capa do protecionismo, não parecem ter suscitado grande oposição pública, nem entre os populares nem a nível das elites sociais e políticas. Talvez o mesmo se possa dizer das próprias interessadas, embora saibamos que algumas quiseram partir com maridos ou pais e obtiveram a necessária autorização régia. E períodos houve de inflexão da estratégia dominante de povoamento e colonização através da miscigenação, da união incentivada ou permitida de portugueses com mulheres nativas. Foi o caso da colonização de casais, ensaiada em várias parcelas do Império, - nas ilhas do Atlântico, Angola, Brasil... - , ou de casamentos das "orfãs d'El- Rey", que iam do reino ao encontro dos maridos que lhes destinavam.
Destas relativamente poucas pioneiras da história da Expansão dá-nos Júlia Néry um retrato no seu romance "Da Índia, com amor - a extraordinária e desconhecida aventura das mulheres na Carreira da India". Um retrato, que para além do seu interesse literário, nos leva a pensar nas pessoas, jovens sujeitas aos perigos e incertezas de viagens sem regresso, à vida em comum com homens desconhecidos, em terras longínquas: o preço humano das políticas de Estado, numa leitura feminista.
Da literatura à ciência, o olhar retrospetivo sobre as políticas de género na colonização portuguesa, é, ou pode ser, igualmente negativo.
CR Boxer, historiador e especialista desta época, que abordou questões de género, mais ou menos negligenciadas por quase todos os outros, dedicou-lhes especial atenção numa série de palestras, publicadas, em 1975, com o título original de "Mary and Misoginy". Na tradução portuguesa, de 1977, o enfoque na misoginia perde-se completamente, num invólucro de contrastante neutralidade, que aponta apenas para "O papel da Mulher na Expansão Ultramarina Ibérica". Mas,de facto, em múltiplas passagens desta sua obra, Boxer não poupa críticas à situação das mulheres portuguesas, enclausuradas dentro de suas casas por pais ou maridos, tal como nas fronteiras do território por imposição estatal, ao invés com o que acontecia no resto da península.
É certo que Boxer compara, sobretudo, a colonização castelhana das Américas com a nossa presença no Império do Oriente, e que o número e proporção de mulheres envolvidas na edificação do Brasil, em condições de vida mais semelhantes às do reino, é bastante superior, como ele próprio não deixa de reconhecer. Contudo, a divergência fundamental persistia: a Coroa espanhola (ou castelhana) fomentava a colonização por famílias inteiras, enquanto a portuguesa barrava a partida das mulheres. Castela legislou, recorrentemente, sobre a obrigação de os homens chamarem as esposas para junto de si, ou regressarem ao Reino para fazerem "vida de casados". Preocupação humanista - ou feminista – que era central no plano de povoamento do Novo Mundo de fala castelhana, e servia, em simultâneo, outros objetivos essenciais, como o da expansão da língua e da cultura. Dimensão ausente nas preocupações dos monarcas portugueses, aparentemente insensíveis, tanto face à sorte das mulheres, quanto à sua importância na preservação dos costumes, formas de estar em sociedade, valores culturais...
O papel das mulheres na expansão ibérica que surge como homogéneo no título da edição portuguesa de “Mary and Misiginy” era, pois, muito diferentemente reconhecido pelas duas potências ibéricas que, então, dividiam o senhorio dos mares.
Com isso, ao longo dos tempos, desde o Século XVI, terão perdido as portuguesas, os portugueses e, igualmente, Portugal. Como diz Lokchart, ao comparar as estratégias de colonização peninsulares: […] grandes regiões da América espanhola tinham mulheres em número suficiente para permitir manter intactas a cultura e tradições ibéricas, ao contrário do que aconteceu em muitos estabelecimentos portugueses, onde elas eram poucas ou nenhumas, e onde a língua, a religião e a cultura dos portugueses se reduziram drasticamente (Boxer, 1977:37))
Assim aconteceria, depois da partida dos navegadores portugueses por todo o Oriente, salvando-se alguns preciosos núcleos de lusofonia, que a pertença religiosa e, através dela, laços culturais e afetivos vêm mantendo até hoje (pensemos, por exemplo, em Malaca, onde o próprio falar, originário da língua quinhentista, tomou a designação de “kristang” e vem sendo defendido contra o risco de extinção, por professores e dirigentes associativos locais, como Joan Marbeck (Marbeck, 2004), em ligação com universidades asiáticas, e com a Fundação Gulbenkian (1).
O português manteve, como sabemos, o seu estatuto de “língua franca”, por quase um século, depois do declínio do império do Oriente. Mas isso revela-nos, essencialmente, que se tornara veículo de comunicação no mundo das transações comerciais, um mundo de homens. Em muitos lugares da antiga presença lusa ficou a pedra dos monumentos, os apelidos dos descendentes dos navegadores, difusas memórias, porventura também afetos, potencialmente criadores de um espaço onde a lusofilia poderá renascer, como, na atualidade, só Adriano Moreira parece ter compreendido, com a convocação dos primeiros congressos mundiais de cultura portuguesa, nos anos 60 do século XX. (2)
2 - DA EXPANSÃO À EMIGRAÇÃO
Se na própria colonização promovida pelo Estado o papel das portuguesas foi subavaliado e a sua inclusão contrariada, não era de esperar que o fosse menos na fase de emigração.
A marginalidade das mulheres na aventura da exploração dos mares e das terras teve a ver, como Boxer salientou, com uma tradição misógina que se manteve incólume, ao longo de 500 anos. Só ela explica a incompreensão do significado da componente feminina num projeto colonização, em que se visava implantar valores civilizacionais.
Não era esse o caso na emigração, vista apenas como meio de ganho material, sem se entrever a autêntica relevância social e cultural das comunidades nascidas de sucessivas vagas migratórias. Na verdade, poucos foram os que, como Afonso Costa, se deram conta da importância da chegada de tantos portugueses ao Brasil independente, para aí ajudaram a manter a matriz lusófona, numa nova situação de concorrência com outros povos europeus. Muitos o fizeram contra leis e políticas extensivas aos dois sexos, mas sempre mais permissivas para os homens. Porquê? Antes de mais, porque os Governos queriam garantir o envio de remessas para o país. O montante atingido por essas verbas– uma infinidade de pequenas poupanças que representavam grandes sacrifícios, a acrescer ao sofrimento da separação familiar dos dois lados do oceano – era de tal ordem, que delas dependia o equilíbrio da balança de pagamentos com o exterior.
A reunificação familiar significava o fim das remessas (divisas) e, em muitos casos, também o enraizamento em sociedades estrangeiras. As mulheres subvertiam, perigosamente, o fenómeno migratório. no sentido do não retorno, quer das pessoas, quer das divisas - um mal absoluto! Os académicos foram os primeiros a configurá-lo assim. O Prof. Afonso Costa, que não se opunha (bem pelo contrário!) à emigração masculina, via na abalada de mulheres “uma depreciação do fenómeno migratório”, porque como reconhecia, falando do “emigrante – homem”[…] é quando a família fica na terra que ele envia mais regularmente as suas remessas”: (Costa, 1913: 182). O Prof. Emídio da Silva, outro grande especialista nesta área da investigação, partilhando o mesmo pensamento, escrevia, que a nova tendência de saída maciça de mulheres era “uma constatação tremenda” pelos perigos de “desnacionalização” e “cessação de remessas” (Silva, 1917: 132)
Fazedores de opinião, de políticas, numa avaliação puramente economicista das vantagens do “fenómeno migratório”...
Porém, não houve discurso, nem lei, nem autoridade que conseguisse estancar o êxodo (nem tão pouco, desviá-lo do destino brasileiro para as colónias que restavam). De facto, na primeira década do século passado, com o embaratecimento dos custos do transporte marítimo, aumentou substancialmente, a reunificação familiar no outro lado do Atlântico. As portuguesas e as crianças que as acompanhavam, constituíam cerca de 30% (um acréscimo de 107% nessa fase, segundo Emygdio. da Silva), percentagem, que, ao longo do século, aumentou, progressivamente, atingindo a quase igualdade na emigração intra europeia.
Apesar da proximidade geográfica, também para a Europa, os homens iam à frente, como dantes, mas, os tempos eram outros, com o reagrupamento familiar a ser facilitado, em nome de direitos humanos fundamentais, embora, em muitos países, as mulheres tivessem autorização de residência com um estatuto jurídico de dependência, que não lhes dava acesso ao trabalho – restrição que, porém, quase todas foram eficazmente torneando. E o trabalho salariado mudou o seu destino e, também, o das comunidades portuguesas. Com dois salários e um relacionamento mais igual e mais aberto com os outros, compatriotas ou estrangeiros, se avançou na boa integração do casal e dos filhos. (Leandro, 1995)
O mundo associativo refletia esta realidade, do mesmo passo que favorecia a recriação de espaços extra territoriais de língua e de costumes portugueses. A participação de mulheres, de famílias inteiras, transformou os clubes masculinos – muitos criados à imagem de tabernas ou cafés de aldeia - em verdadeiros centros de cultura popular, com o folclore, o teatro, o restaurante de sabores caseiros, o desporto, as escolas.
As mulheres contribuíram poderosamente para o enraizamento lá fora e, em grande número, como é sabido, resistem ao regresso, em maior sintonia com as segundas gerações (Ramos, 2009). Mas não se pode ignorar que, em contrapartida, são, sobretudo, elas as guardiãs da língua e da memória das origens, do espírito da Diáspora, em que, bem vistas as coisas, se continua, no povo e na cultura, uma segunda vida da Expansão
3 - UMA REVOLUÇÃO NAS POLÍTICAS DE EMIGRAÇÃO
A história das nossas políticas de emigração demonstra que mais facilmente mudaram os regimes do que as políticas, que praticamente se resumiam ao controlo e condicionamento dos fluxos de saída (sobretudo femininos), ao desígnio nacional de captação e exploração das remessas, e a uma constante falta de apoios no estrangeiro. Da monarquia tradicional à constitucional, do regime monárquico à Republica e desta à ditadura do "Estado Novo", neste campo, quase nada mudou.
A revolução de 1974 foi a primeira das revoluções que teve uma significativa e imediata repercussão no domínio das migrações: com o reconhecimento da liberdade de circulação e de um estatuto de cidadania dos expatriados. A Constituição de 1976 veio proclamar a igualdade de direitos de ambos os sexos, impondo ao Estado o dever de criar as condições para a sua efetivação, nomeadamente no que respeita à participação na vida pública. Todavia, o organismo constituído para esse fim, uma comissão para a igualdade (cuja designação se foi alterando mais do que as suas competências...) desenvolveu o seu trabalho, prioritariamente, dentro das fronteiras territoriais, sem articular ações com os serviços da Secretaria de Estado da Emigração, que, por seu lado, ignoravam a especificidade das situações das migrantes - só muitos anos depois, num caso exemplar, mas esporádico (a organização de cursos de formação profissional para mulheres, após a nossa adesão à CEE), suscitaram a colaboração da comissão da igualdade (Paiva.2005:14).
Omissão constante, num período em que as fronteiras se fecharam aos ingressos de homens trabalhadores e se abriam, apenas, às mulheres, para reunião familiar, em que muito se falava de "feminização" da emigração e de "dupla discriminação" das emigrantes, mas nada se fazia, no plano governativo, perante o manifesto descaso dos movimentos da sociedade civil por estas questões. Aliás, o desinteresse vem de trás: os movimentos feministas, do início do século, nunca olharam, solidariamente, as mulheres das Diásporas (Aguiar, 2008: 1248); o associativismo feminino das nossas comunidades, mais voltado para meritórias obras de beneficência, à maneira convencional, foi tradicionalmente pouco sensível a reivindicações sufragistas e à urgência do“empoderamento” das mulheres; o associativismo misto na emigração, dirigido quase exclusivamente por homens, nunca deu voz às mulheres, nem curou das especificidades da sua situação.
O Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), criado em 1980 e eleito dentro do universo associativo (incluindo os meios de comunicação social), veio evidenciar essa realidade, dada a total ausência de mulheres eleitas no 1º Conselho, e, também, a inexistência de recomendações que lhes dissessem respeito. Uma segunda eleição, em 1983, trouxe ao CCP duas jornalistas, Maria Alice Ribeiro, de Toronto, e Custódia Domingos, de Paris. Fica a dever-se à Conselheira do Canadá a proposta inédita de convocação de um encontro mundial de mulheres migrantes, para delinear políticas com a componente de género. O encontro teve lugar em Viana do Castelo, em Junho de 1985, com a presença de portuguesas que se dedicavam ao jornalismo e ao associativismo (as duas componentes do CCP).
Aí, as participantes (selecionadas pelo curriculum e pela apresentação de comunicações) procederam a um vasto levantamento de situações e de potencialidades, falando não só de si próprias, mas das comunidades como um todo e do seu futuro. No fim, apresentaram recomendações e fizeram propostas -tornando a reunião numa espécie de CCP no feminino e manifestando a intenção de constituir uma organização internacional feminina da Diáspora. Como quiseram salientar, Portugal tornara-se com este congresso, que foi patrocinada pela UNESCO, um país pioneiro, pois, no respeitante a políticas de“empoderamento” das mulheres, antecipara em 10 anos uma das principais recomendações da IV Conferência das Nações Unidas (Rego, 2012:96)
Para implementar as principais recomendações do 1º Encontro e dar seguimento à audição das migrantes, a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas decidiu instituir, em 1987, uma "conferência para a participação das mulheres" a funcionar, periodicamente, na órbita do CCP (3).
A queda do governo, nesse ano inviabilizou a sua implementação, tal como o funcionamento normal do CCP, que viria a ser extinto. A experiência pioneira começada em Viana foi interrompida, num interregno de mais de duas décadas.
4 - AS POLÍCAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
Em 1993, algumas das intervenientes do Encontro de Viana instituíram, em Lisboa, com um projeto transnacional, a "Mulher Migrante, Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade - uma ONG inspirada na experiência de 1985, que veio despertar a consciência para o facto do vazio de atuação pública, e para a necessidade de diálogo e de cooperação Estado - sociedade civil, neste domínio. Em 1995, a nova Associação convocou um congresso mundial, com centenas de participantes dos cinco continentes - o maior e mais mediático até hoje reunido no país - sob o lema "Diálogo de gerações". Contudo, nos anos que se seguiram, a cooperação estabeleceu-se, sobretudo, com as comissões para a igualdade, perante o descaso da SECP bem mais atenta à componente da juventude do que às questões de género (4).
A rotura com esta tradição de indiferença, por parte da SECP, verifica-se no ano de 2005 e fica, de algum modo, a dever-se, a uma proposta apresentada pela AEMM ao SECP Dr António Braga - para o recomeço do diálogo com as mulheres da Diáspora, decorridos, precisamente, 20 anos sobre a data do 1º Encontro mundial.
António Braga imprimiu ao projeto um desenho original: as ações de mobilização ficariam diretamente a cargo das ONG’s, em parceria com o governo, e seriam realizadas em diferentes regiões do mundo, só depois convocando um congresso mundial.
Os “Encontros para a Cidadania – a igualdade entre homens e mulheres” foram, assim, da responsabilidade da Associação” Mulher Migrante “, em estreita colaboração com associações das comunidades em cada uma das regiões - América do Sul (Buenos Aires, 2005), Europa (Estocolmo, 2006), América do Norte, costa leste (Toronto, 2007), na África (Joanesburgo, 2008), e América do Norte, costa oeste (Berkeley, 2008). Em 2009. realizou-se o Encontro internacional (em Espinho,) com a participação de relatoras de cada uma das reuniões regionais. (Aguiar, 2009:33-44).
Em todas as reuniões, estiveram envolvidas as missões diplomáticas portuguesas e instituições privadas (a Associação da Mulher Migrante Portuguesa da Argentina, a Federação das Associações de Mulheres Lusófonas (PIKO), na Suécia, a associação "Working Women" e outras, no Canadá, a Liga das Mulheres Portuguesas na África do Sul, as professoras portuguesas do Departamento de Estudos Europeus da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA).
O governo esteve sempre presente, através de António Braga, Secretário de Estado das Comunidades, ou Jorge Lacão, Secretário de Estado da Presidência, (com a tutela da comissão para a igualdade). Um paradigma baseado numa dupla parceria: entre Estado/ Sociedade Civil e entre as Secretarias de Estado que tutelam os serviços de emigração e a comissão da igualdade.
Em 2005, em Buenos Aires, António Braga manifestava a intenção de retomar nas políticas públicas "a questão de género que tem andado esquecida ao longo dos anos"; Jorge Lacão, no Encontro de 2006 e na Conferência para a Igualdade em Toronto, assumia que o dever constitucional imposto ao governo de promover a igualdade entre mulheres e homens se estende ao espaço da emigração, dizendo que: “No seu programa, o XVII governo português comprometeu-se a estimular a participação cívica dos membros das comunidades portuguesas, tendo como princípio orientador a Igualdade de Oportunidades entre todos os portugueses e todas as portuguesas, nomeadamente a igualdade de género, independentemente de serem ou não residentes em Portugal". Reconhecia, também, que a igualdade de género ganhara o seu lugar central, “através da transversalização da perspetiva de género em todas as áreas prioritárias de política social, económica e cultural (gender mainstreaming), ao qual se associam medidas de carater positivo onde persistem notórias assimetrias de género”.(Lacão, 2009:9)
Era esse, incontestavelmente, o caso da (não) participação igualitária no mundo associativo da Diáspora, que, persiste na maior parte dos países de destino, mesmo em sociedades estrangeiras, onde a integração foi não só conseguida como impulsionada pelas mulheres (Ramos, 2009:49). Daí que o foco do programa para a igualdade em 2005/2009 incidisse nas questões de cidadania, de inclusão no plano da intervenção cívica e política, da liderança do movimento associativo.
O CCP, órgão de diálogo sobre definição de políticas de emigração onde as mulheres nunca estiveram em número e posição igual, tornou-se o alvo da primeira aplicação da "Lei da Paridade", voltando a ser figurante da história das políticas de género, apesar dos resultados da aplicação da Lei na sua composição e funcionamento terem sempre, até hoje, ficado aquém das metas da paridade (4)
Um novo passo significativo foi dado na Assembleia da República com o debate e a aprovação da Resolução nº 32/2010 sobre a igualdade de género na emigração. Nunca antes o parlamento português se debruçara sobre esta problemática, instando o governo a ação imediata e continuada, apontando a via da cooperação estreita entre Estado e ONG's das comunidades, fazendo do "congressismo" - colóquios, debates, jornadas de reflexão - um dos instrumentos privilegiados de sensibilização para a igualdade.
O XIX governo constitucional, com o Secretário de Estado Dr. José Cesário (que, na qualidade de deputado, havia sido o autor da referida proposta de recomendação), seguiu as linhas estratégicas contidas na Resolução, com isso, retomando o fio condutor das políticas do Executivo anterior, renovando parcerias com as ONG’s do país e do exterior. Os congressos mundiais de 2011 (na cidade da Maia) e de 2013 em Lisboa, no Palácio das Necessidades, alternaram com encontros e debates em comunidades europeias e transoceânicas, em alguns casos envolvendo a co-organização com prestigiadas universidades, dentro e fora de Portugal, pondo em contacto e interação dois mundos que nem sempre convivem facilmente, o associativo e o político com o académico, cuja colaboração é essencial à definição de políticas que acompanhem as transformações da realidade a que se aplicam, dando ao saber a melhor utilização prática. A maior visibilidade das migrações femininas depende em larga medida dessa cooperação. E, antes do mais, da tomada de consciência pelas mulheres migrantes da importância de viverem a igualdade nas comunidades do estrangeiro. Por outras palavras, do seu “empoderamento”.
Conclusão:
Nesta breve exposição, centramos a atenção nas políticas do Estado, em séculos de discriminação das mulheres (ou de descaso) e numa década singular, norteada pela ideia da igualdade e pelo acento numa cultura de diálogo, usando o que chamamos “congressismo” como instrumento insubstituível, por um lado, para a compreensão de uma realidade em constante mudança (redimensionada por novas migrações em massa, incluindo as femininas, cada vez mais heterogéneas e dispersas geograficamente), e, por outro lado, para a expressão de projetos próprios da sociedade civil, que cabe ao Estado potenciar com os seus meios, e não dirigir com os seus ditâmes.
Assim aconteceu ao longo dos últimos dez anos, numa linha de continuidade que resistiu à alternância democrática de governos. Um tempo demasiadamente curto para falarmos de enraizamento de uma tradição, mas já suficiente para criar a expetativa de que isso venha a acontecer, num contexto europeu e nacional de crescente sensibilidade para as questões de género.
Notas
(1) Joan Margaret Marbeck foi bolseira da Gulbenkian, e contou com o apoio da Fundação para publicações sobre o “kristang”, uma fala em risco de se perder, como expressão de uma comunidade euro asiática, luso malaia, da qual é é uma dinâmica dirigente
(2) Adriano Moreira, na qualidade de presidente da Sociedade de Geografia, tomou a iniciativa de convocar e organizar dois Congressos das Comunidades de Cultura Portuguesa, que constituíram as primeiras grandes reuniões do mundo lusófono, unido pela Cultura – tornando-se um verdadeiro precursor da CPLP
(3) Foi o CCP que aprovou uma recomendação para a criação de várias conferências – para o ensino, a juventude, os assuntos económicos - não, porém, a destinada a incentivar a participação das mulheres, a única que foi acrescentada àquela lista, por iniciativa do próprio Governo
(4). Algumas das poucas iniciativas tomadas pelo CCP, neste campo, foram muito importantes, mas circunscreveram-se ao nível local, com destaque para o Canadá, EUA e Uruguai.
No Canada, o coordenador do CCP, Conselheiro Manuel Leal, promoveu uma série de seminários e ações de sensibilização para a igualdade, acompanhado, sobretudo, pela Conselheira Maria Alice Ribeiro. Nos EUA, foi a Conselheira Manuela Chaplin quem desenvolveu algumas ações semelhantes, com o apoio do coordenador do CCP neste país, conselheiro João Morais. Na América do Sul distinguiu-se o Conselheiro Luís Panasco Caetano, que representava o Uruguai e um conjunto de outros países com pequenos núcleos de portugueses, e mantinha contactos estreitos com o movimento associativo no sul do Brasil e Argentina (é um dos históricos organizadores dos “Encontros do Cone Sul”).. Em vários desses países, foi ele que diligenciou uma multiplicidade de encontros informais, visando o envolvimento das mulheres no associativismo, em colaboração com a associação “Mulher Migrante”.
BIBLIOGRAFIA
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José Viriato Capela
Professor Catedrático e Presidente da Casa Museu de Monção/Universidade do Minho
A ideia de Nação e Nacionalismo, como é sabido, é uma ideia “moderna”, do nosso século XIX, depois levada ao paroxismo com os Estados-Nação do século XX. Na base tem comumente o sentido de construção e reforço de identidade nacionalista e patriótica dos povos, com horizontes expansionistas assentes em múltiplos fatores, linguísticos, étnicos, geográficos, históricos, económicos, entre outros.
Na Península Ibérica eles também atuariam no sentido de reforço dos Estados e estão na origem da construção de Estados totalitários – Franquista e Salazarista – que se formaram em paralelo dos violentos Estados Fascistas italiano e nazi-alemão.
No que diz respeito a Portugal e Espanha, no seio da Península Ibérica, eles serviram para firmar as identidades e claras separações entre os dois Estados Peninsulares, isto sem embargo, algumas colaborações e aproximações entre ambos os regimes. A construção do Nacionalismo unitário franquista em Espanha teve, de algum modo, de se construir com e contra os nacionalismos e autonomias regionais; em Portugal o Nacionalismo português não se debateu com projetos de nacionalismos ou autonomias regionais. Reforçou a identidade nacional face a Espanha, de algum modo também o todo unitário de Estado colonial. E na Historiografia desenvolveu os estudos na perspetiva de valorizar dos fatores da identidade e singularidade da História portuguesa no conjunto peninsular.
A História Portuguesa, tem sido construída na base de uma Historiografia escrita por homens. Em particular, esta História dos Nacionalismos, que sendo um capítulo que envolve, de modo especial, domínios ligados a Ação política e militar, tem sido escrita sobretudo com base na História Política e militar e dos feitos heroicos dos portugueses.
As formas de nacionalismos, de base regional, que querem exprimir a força e identidade dos povos, numa perspetiva da sua afirmação particular em conjuntos mais vastos, que não passam necessariamente pela construção de grandes Estados, é uma realidade que não deve ser esquecida da História dos Povos, até porque eles põem em marcha outros agentes e referentes.
E relativamente a Espanha aí estão as múltiplas formas históricas de lutas, com base nas suas identidades «nacionais», pelos regionalismos, pelos estatutos autonómicos, pela própria independência nacional. Em Portugal, as manifestações desta índole nunca foram além de reivindicações regionalistas, sem horizontes políticos que não sejam o de defesa e promoção dos interesses regionais e num vago Provincianismo de base administrativa. A Língua Portuguesa – que é única e forte no todo nacional e nas terras da Expansão Portuguesa – e a precoce construção de um Estado centralizado nunca propiciaram desenvolvimento de entidades regionais. O que é facto é que estes Estados fortemente centralizados provocam os maiores desequilíbrios no desenvolvimento nacional, que tanto ou mais que outros sentimentos de secundarização política, social, ou cultural, provocaram os movimentos reivindicativos regionais.
São conhecidos em Espanha desde o século XIX as lutas de algumas regiões, designadamente na nossa vizinha Galiza que desembocaram nos Estatutos Autonómicos. São também conhecidos em Portugal as reivindicações regionalistas da mesma etapa, que acabam por definir prosaicamente e temporariamente a Província (1936) como entidade administrativa. A tradição municipalista entre nós, desembocou, no Poder Local. A História dos movimentos regionalistas e pela autonomia ou mais prosaicamente, pela defesa das tradições e «liberdades» dos povos – face às Culturas e Estados Nacionais – escreve-se na Galiza e em Portugal, também com o nome de duas mulheres, Rosalía de Castro e Maria da Fonte. Elas vão associadas a processos de defesa e construção de identidades nacionais no século XIX de base regional e deixam bases para o futuro. Nessa perspetiva se lhes aplicará também o epíteto de Figuras de Nação, porque vão associadas à construção das bases e ideias dos Nacionalismos para as suas terras e regiões (caso de Rosalía) ou de outro modo de conhecer (defender) a Nação tradicional Portuguesa face às mudanças do Liberalismo (Maria da Fonte).
Apesar destas circunstâncias, não parecerá a muitos admissível a aproximação destas duas figuras, que exprimem a sua intervenção de modo muito diferenciado. De facto, uma, Rosalía de Castro, figura histórica bem fixada, na sua terra natal, na sua biografia, na sua obra literária e cultural; outra, Maria da Fonte, de difícil se não impossível fixação pessoal – identitária, mais expressão de movimento coletivo de mulheres, do que ação individual, isto é, mais mito do que realidade.
Mas a razão desta aproximação decorre do papel que ambas as figuras tiveram no processo de defesa e construção de identidades locais e regionais, em tempo de ativa absorção estadual e cultural dos seus territórios, a Galiza no grande Estado e Nação de Espanha, o Minho, e por ele uma certa personalidade e identidade social e cultural, no Estado e Nação Portuguesa, no século XIX.
São ambas contemporâneas do processo de abolição do Antigo Regime e de construção do Liberalismo em Espanha e Portugal, de disputas entre liberais e absolutistas e dos seus diferentes projetos de Sociedade. Atentam ambas por meados do século XIX, num estádio já desenvolvido da implantação do novo Estado Liberal, mais centralista que o Estado Absolutista do passado. E vivem e refletem o quanto essa evolução política tem sido feita contra ou a desfavor dos Povos e das Culturas das suas regiões e províncias.
Rosalía fixará por então desde meados do século XIX em prosa e poesia a mais dolorida expressão a que está a ser votado o Povo Galego, pelo desprezo e desclassificação a que está a ser votada a Língua galega e sua Cultura no seio de outras Nações peninsulares, face a Castela, sobretudo. E também, às forças económicas e anímicas da Galiza, que se estão a exaurir sob o efeito da Emigração. Galiza que considera e elege como mais rica e úbere região de Espanha se a libertarem dos estrangulamentos a que vai submetida.
Maria da Fonte, de armas na mão, a partir da Póvoa de Lanhoso, também a meados do século, desde 1846, mobilizará o povo minhoto e nortenho contra as instituições do Liberalismo e do Cabralismo em defesa das «Santas Liberdades» que aqui são a uma expressão mobilizadora a defesa das velhas tradições contra um Estado e Governo Ditatorial.
Aproxima então Rosalía de Castro e a Maria da Fonte o mesmo sentido de defesa da autonomia das terras e das regiões e vontade da sua afirmação política e cultural, em tempos, em que regiões e províncias periféricas como a Galiza e o Minho estão a ser secundarizadas e diminuídas.
Estamos em face de movimentos de natureza diferente: um que pelas Letras e Cultura quer defender e promover o seu povo e lançar os fundamentos do resgate do Povo galego; outro que pelas Armas quer combater um Estado centralista e opressor que governa contra a Nação, isto é, contra os Povos.
São conhecidas as armas e as gestas militares da Revolução da Maria da Fonte que logo se estenderá a todo o Minho e que tomará a designação de Revolução do Minho.
Para Rosalía de Castro é a Cultura e a Língua que devem ser as Armas defesa do Povo Galego. Vale a pena fixar aqui a apresentação de Rosalía à sua mais notável obra que virará matriz do galeguismo, os «Cantares galegos» (1ª ed., 1863; 2ª ed., 1872)..
«E a nossa língua não é aquela que bastardeiam e champorrem torpemente nas mais ilustradíssimas províncias, com uma risa de mofa, que a dizer verdade (por mais que esta seja dura), demonstra a ignorância mais crassa e a mais imperdoável injustiça que pode fazer uma provincia à outra provincia irmã, por pobre que esta seja. Mais é aqui que o mais triste nesta questão é a falsidade com que fora daqui pintam, assim os filhos da Galiza como a Galiza mesma, a quem geralmente julgam o mais despreciado e feio de Espanha, quando acaso seja o mais fermoso e digna de alabança».
Qual o diferente legado das ações e obras destas duas figuras (movimentos)?
Em Rosalía de Castro o mais profundo sentido otimista do destino do Povo e Nação galega. E também do papel e lugar da sua Língua que com a sua obra será a verdadeira fundadora do Galego como Literatura Moderna. Na Maria da Fonte e Revolução do Minho, o sentido da luta contra os autoritarismo e despotismos e a defesa dos valores tradicionais dos povos e regiões.
A Maria da Fonte, como ação política teve efeito imediato no Levantamento Minhoto, Nortenho e Nacional contra o Governo de Costa Cabral e suas medidas, que levam à sua queda. A obra literária e poética de Rosalía de Castro só será o fundamento da luta pelo nacionalismo galego, mais tarde, porque a sua obra só será publicada lida e reconhecida, por finais do século XIX e no século XX em que perduraria pela «atração insuperada dos seus versos regionais».
De qualquer modo ambas tiveram um papel importante nos processos dos ressurgimentos nacionais e nacionalistas de finais do século XIX, que preparam os movimentos republicanos, em Espanha e Portugal, e que passam, em ambos os casos pela valorização, papel e lugar que devem ter os territórios, as províncias, as regiões no processo global dos Ressurgimentos Nacionais.
Rosalia de Castro virará a maior referência dos promotores do Nacionalismo Galego. Maria da Fonte, suporte de um vago Regionalismo e Provincianismo bandeira de forças liberais e conservadoras, na sempre expressão da capacidade das terras e regiões de afirmar a sua identidade e tradição.
No final de contas, também, dois modos diferentes de intervir, de base feminina: o literário, o cultural, da obra individual que mobilizará as vontades a mais largo prazo do povo que contra e a quem se dirige; o belicoso e guerrilheiro do movimento coletivo, de rutura e gestos violentos mas que sempre também se perpetuam e vem à memória.
EXPRESSÕES DE CIDADANIA NO FEMININO
Nassalete Miranda
Diretora do Jornal “ As Artes entre as Letras”
Agradecer e felicitar, dois verbos que se impõem para falar da excelente e oportuna iniciativa cultural e cívica que foi a que teve como título: “Expressões de Cidadania no Feminino” e que aconteceu em Monção em 5 de Setembro do ano da Luz 2015.
Agradecer ao Município de Monção, à Reitoria da Universidade do Minh e à Casa Museu de Monção todo o apoio dado, e desde o primeiro momento, à ideia de levar a terras de Deu-la-Deu, um debate e uma exposição de pintura e de escultura, em acto de efectiva descentralização da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante. Associação a que é devida uma palavra de felicitações, nas pessoas das Dras. Manuela Aguiar, Rita Gomes e Arcelina Santiago – obreiras incansáveis que teimam em não cruzar braços no que respeita ao apoio da integração da mulher portuguesa emigrada mundo fora, através precisamente da Cultura, no sentido mais abrangente e global da palavra e da solidariedade.
Coube-me a honra de moderar um debate rico pela qualidade dos intervenientes e que teve sobre si o olhar sorridente da figura emblemática e mítica de Deu-la-Deu Martins - que muitos ainda pensam que foi homem…mas não – foi mulher e resolveu, pela astúcia e com pão, o cerco a Monção durante as guerras fernandinas, no séc. XIV.
Falou-se do futuro, nessa tarde que reuniu mulheres e homens não só de Monção, mas idos de várias partes do País e que na secular Casa Museu partilharam saberes, experiências e sobretudo, projectos, na certeza que o passado interessa estar presente na justa medida em que impulsiona para a concretização dos objectivos futuros.
A Reitoria da Universidade do Minho fez-se representar através do Prof. José Viriato Capela, director da Casa Museu de Monção, o Município de Monção na pessoa do seu vice-presidente, a Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante, através das presenças das Dras. Manuela Aguiar, Rita Gomes e Arcelina Santiago e a Universidade do Porto na pessoa da professora Maria Luísa Malato.
Um agradecimento particular dirigido ao senhor Alcaide de Salvaterra do Minho, que se fez representar pelo Dr. E que com o seu apoio titulou como internacional e transfronteiriça a referida sessão que contou com o apoio da Quinta de Santiago e do jornal As Artes entre Letras.
Há que felicitar também todos os que se envolveram directa ou indirectamente para dar luz ao evento, destacando e agradecendo a presença dos artistas que integraram a exposição colectiva de pintura e de escultura, comissariada pela Drª Arcelina Santiago, a abelha mestra e mediadora daquela inesquecível tarde.
Todas as intervenções foram dominadas pela preocupação com a igualdade de género, através da Cultura e da Educação
sendo de salientar o trabalho pedagógico e contínuo do município de Monção no combate à violência doméstica, já com resultados positivos. O Dr Paulo ESteves, um estudioso da matéria, mostrou a firme vontade de continuar este trabalho na certeza de que o ser humano afirma-se pelo que decide e que qualquer fatalismo é sempre contraditório à humanidade
Neste sentido e sob o lema “Nenhuma pessoa é estrangeira numa sociedade que vive os direitos humanos”, nasceu a Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante que já conta com mais der duas décadas a desempenhar papel importante e transversal entre a Cultura e a Cidadania, ajudando a manter vivas as tradições e língua lusa com um trabalho exaustivo junto das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, dando destaque e revalorizando o desempenho da mulher nesse sentido.
“Expressões de Cidadania no Feminino” foi o tema do colóquio que apenas figura no passado do calendário, porque há um movimento para que este tema mantenha vivo o interesse de outros debates também no mundo de todas as expressões no masculino.
A Profª Maria Luísa Malato, da Faculdade de Letras da UPorto levou a debate a figura de Catarina de Lencastre, 1ª Viscondessa de Balsemão, mulher que marcou literariamente o século XVIII e XIX e que foi alvo da sua tese de doutoramento. Apesar de estar esquecida no tempo, ou até talvez por isso mesmo… continua a levantar a questão, entre outras, da existência de uma escrita no feminino.
Numa época em que só existe o que é visível, levar àquela sessão o nome de Catarina de Lencastre foi um enorme desafio a algumas modas intelectuais que teimam em manter fechadas as páginas da História escritas e protagonizadas por mulheres. É que os tempos vão mudando mas há vontades que permanecem!
A Dra. Maria Manuela Aguiar, sabemos, os que temos o privilégio da sua atenção, é uma das nossas guerreiras.
Deveria entender-se bem com a Deu-la-Deu…
A intervenção da Dra. Maria Manuela Aguiar foi viva e recheada de episódios de vivências nos cinco continentes onde mulheres portuguesas se encontrar emigradas. Presidente da Assembleia Geral da Associação "Mulher Migrante" da qual foi uma das fundadoras, a Dra. Maria Manuela Aguiar possui um curriculum vasto e rico, sendo o denominador comum da sua viva a defesa dos direitos no que respeita a igualdade de género.
Se eu tivesse que escolher uma ”dama de ferro” portuguesa, nesta nossa contemporaneidade, seria sem dúvida a Dra. Manuela Aguiar que se assume feminista sem ocultar o feminino e que se entrega à Diáspora em trabalho missionário!
Professora Arcelina Santiago, Mestre em Ciências Sociais Políticas e Jurídicas pela Universidade de Aveiro, está ligada a Monção por laços familiares e a um projecto de vinho Alvarinho e a sua intervenção foi dominada presença literária e histórica de Ana Harthely que fez da sua viva um cruzamento entre história, diáspora, arte e literatura.
Detentora de palavra viva aproveitou a ocasião para lançar o desafio da criação do projecto cultural Monção/Salvaterra do Minho - Euro Cidade.
Pois que é preciso que este projecto saia do papel…
O Prof. José Viriato Capela foi o último palestrante. A presidir desde 2002 à Casa Museu de Monção - que é um braço cultural da Universidade do Minho, integra o corpo docente daquela Universidade bem como o Centro de Investigação transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, desta Instituição de Ensino Superior. Foi o nosso anfitrião numa Casa que é o exemplo vivo de como uma Universidade pode e deve estar ligada ao meio.
Intervenção que recolocou no debate a importância da descentralização deste tipo de iniciativas, pontuada pelo relato de factos históricos que catalogam Monção como uma terra de História, de vinho, de tradição e quer também afirmar-se pela Cultura num esforço conjunto entre a Academia, o Município e o desafio transfronteiriço.
Seguiu-se a inauguração da exposição A Arte no Feminino integrada por 6 mulheres: Luísa Prior, as Filomenas Fonseca e Bilber, Maria André, Teresa Heitor, Lena Álvares, e um homem o artista monçanense Ricardo de Campos – não, este artista não foi a cereja no topo do bolo – foi o homem/pintor convidado porque o feminino também se cumpre no masculino!
Passado que está este tempo sobre essa tarde de fim de verão em Monção, na Casa Museu, mantenho vivas as cores das telas, as formas das esculturas, as palavras dos intervenientes, a frescura e o gosto do Alvarinho da Quinta de Santiago e sobretudo o sorriso de todos e aquela sensação indescritível de que durante umas horas o mundo avançou e com ele o nosso País e a nossa Gente!
Havemos de voltar ao lugar onde fomos felizes!
- Colóquio "Diálogos sobre Cultura, Cidadania e Género, Sorbonne Nouvelle
O PAPEL DOS MEDIA PORTUGUESES NA EMERGÊNCIA DE UMA DIÁSPORA LUSÓFONA
José Arantes
Diretor da RTP África
No dia 27 de junho de 1214, o rei Afonso II escreveu um texto muito curioso:
“Eu rei Afonso pela gracia de Deus Rei de Portugal, sendo sano e saluo, (…) fiz mia mãda per que depois mia morte meus filios e meu reino e meus vassalos e todas aquelas cousas que Deus mi deu en poder sten en paz e folgãncia”.
O testamento do rei Afonso, já lá vão oitocentos anos, constitui o primeiro documento escrito nessa língua singular que tomaria o nome de “Português” e passaria a representar o início da grande aventura da língua portuguesa. Uma aventura, portanto, de oito séculos, vivida através de mares tenebrosos, florestas tropicais, praias exóticas, até ao extremo oriente ou à ponta sul das Américas.
Claro que no séc. XIII a língua já era falada pelo povo mas teria pouco relevo se o rei Afonso não a tivesse utilizado num documento oficial de tamanha importância. Confinado a um pequeno espaço na ponta ocidental da Europa, o português assim permaneceu por dois séculos até à grandiosa epopeia das navegações portuguesas do séc. XV. Com os Descobrimentos, levámos a bordo das naus portuguesas a nossa maneira particular de ver o mundo, a nossa língua. O português navega para sul, ganha expressões regionais, torna-se língua de comércio e de tráfego, lança as bases da sua futura internacionalização. Torna-se também a língua de outros povos.
Por quatro séculos a língua portuguesa fica entregue ao acaso e à necessidade. O séc. XX, já para lá do seu meio, apenas conhece dois países de língua portuguesa: Portugal e Brasil. Sem concertação de políticas ou de interesses, muitas vezes sem democracia nem liberdade de expressão, nenhum dos dois foi capaz de articular uma política da língua ou uma estratégia para a sua projeção.
Com a democratização portuguesa em 1974, inicia-se a chamada “3ª Vaga da Democratização” que se estenderá ao Brasil. Em África surgem cinco novos países de língua portuguesa. Em conjunto, este grupo de sete países criará, 22 anos depois, a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa – CPLP.
A CPLP é uma comunidade de estados muito particular. Todos os seus membros são países marítimos, têm problemas de desenvolvimento assimétrico, não têm fronteiras partilhadas e, com exceção de Portugal, são ricos em petróleo e hidrocarbonetos.
Hoje a CPLP é composta por nove membros efetivos, estando pendentes dois pedidos de adesão, seis membros associados e treze pedidos para membros observadores. Esta espantosa evolução é muito bem ilustrada pela importância do português no mundo: é falado por 250 milhões de pessoas, é a primeira língua no hemisfério sul e a terceira na internet, é língua oficial em vinte e seis organizações internacionais. Esta projeção não seria possível, ou pelo menos não teria a dimensão que tem, sem todos aqueles que, espalhados pelo mundo, falam o português.
As comunidades lusófonas, criadas ao longo de séculos com sucessivos movimentos migratórios, são o protagonista central desta aventura da língua, iniciada há oitocentos anos.
Devemos à emigração muita da importância da nossa língua.
Assistimos hoje a um novo movimento migratório, traduzido na saída do país de jovens qualificados, em busca de realização pessoal e profissional. Podemos ver neste fenómeno algo de negativo, um movimento que empobrece o país, privando-o de parte da sua gente mais jovem e mais qualificada. É sem dúvida verdade, embora não toda a verdade.
Quem hoje deixa Portugal, munido de boas qualificações e de altos graus académicos, ocupa muitas vezes lugares de destaque em importantes empresas, universidades e várias organizações internacionais. Todos estes portugueses constituem um ativo importantíssimo para o nosso país. Em conjunto formam uma rede de contactos, influencias e conhecimento que pode ser posta ao serviço do interesse nacional.
Assistimos hoje à constituição de novas comunidades portuguesas, mais pequenas, mais dispersas e mais atomizadas mas muito influentes e prestigiadas. O grande objetivo terá de ser o de pôr toda essa gente a colaborar em rede e de lhe dar unidade e coerência. É um trabalho diplomático e consular mas também das associações portuguesas e de toda a sociedade civil.
Portugal dispõe, neste início de séc. XXI, de três ativos importantes: a nova plataforma continental e as possibilidades de exploração marinha que ela oferece, a relação privilegiada com África e o seu potencial económico e cultural e as Comunidades Portuguesas e o seu peso nas relações internacionais. Estes ativos, sobretudo os dois últimos, assentam na língua portuguesa e na capacidade de orientar politicamente e de forma coerente o “bloco da lusofonia”.
Criar um “sentimento de pertença”, comum a todos quantos no mundo falam o português, é um grande desafio posto aos países lusófonos. Esse desafio só poderá ser enfrentado com êxito se incorporar uma vertente sólida de comunicação social; ela é o instrumento mais poderoso na criação desse “sentimento de pertença” e na construção de uma plataforma cultural onde se revejam todos quantos falam o português. Na sua diversidade, é esse o papel que podem assumir a televisões, rádios e jornais, nacionais e comunitários.
As Comunidades sempre evoluíram mais rapidamente do que os órgãos de comunicação social. Por isso cabe aos jornalistas e toda a indústria de media encontrar formas de suprimir esse atraso, encontrar novas formas de intervenção, acertando o passo pela dinâmica das comunidades, num esforço de modernização e de maior relevância junto dos seus públicos.
Os media portugueses terão de ser o elemento central na criação de um “lóbi português” à escala mundial, o que pressupõe também um entendimento estratégico entre os nove Estados da CPLP. Só assim poderemos dar continuidade a essa aventura, velha de oito séculos, que é a Língua Portuguesa.
ccc
ORIGENS E EVOLUÇÃO DO 1º CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS (1980-1987)
O seu papel na génese das políticas de género na emigração: o 1º Encontro das Mulheres Portuguesas (1985) e os "Encontros para a Cidadania"
Maria Manuela Aguiar
I - O PARADIGMA FRANCÊS
Na primeira metade do século XX, dois Conselhos de Emigrantes foram criados na Europa, como instrumentos de representação dos cidadãos residentes no estrangeiro, e ambos estão em funções no século XXI - o suíço (1916) e o francês (1948). Um e outro são oriundos de grandes movimentos transnacionais, configurando, porém dois modelos distintos. A "Organização dos Suíços no Estrangeiro", suporte do conselho e dos congressos anuais dos suíços expatriados, mantém a sua natureza privada como porta-voz dos interesses dos expatriados junto do governo, ainda que beneficie de subsídios para atividades nos domínios social e cultural (ensino, campos de férias para jovens ), e na área da informação. (AGUIAR e GUIRADO, 1999:16). O Conselho Superior dos Franceses do Estrangeiro é um órgão instituído pelo Estado, muito embora tenha surgido como resposta a uma reivindicação da "Union des Français de l' Étranger" (UFE), que, praticamente desde o seu início, em 1927, apelou a uma institucionalização da colaboração com o governo, colocando o enfoque na igualdade de direitos entre residentes e expatriados, e no direito de voto nas eleições nacionais.
O início de novecentos foi um tempo de grande expansão de movimentos associativos dos expatriados europeus, que formaram extensas redes internacionais, com as suas cúpulas federativas (M Böhm, 1993), a coincidir com o aumento de vagas migratórias da Europa para as Américas, favorecido pelo progresso tecnológico e pela diminuição dos custos das viagens transoceânicas. Esta é uma realidade que nós próprios conhecemos bem, com um êxodo para o Brasil em números jamais vistos, sem, contudo, acompanhar a tendência para a internacionalização do associativismo, que era fortíssimo a nível local, mas avesso a ultrapassar as fronteiras de uma cidade, ou, quando muito, de um país. (1) (2).
Nessa época, só em França, no discurso da UFE, aflorou a clara consciência da situação de discriminação dos expatriados no plano político, com a reclamação da igualdade de exercício de direitos da cidadania face ao país de origem. A pertinência dessa pretensão era evidente, reconhecidos os laços de pertença culturais, económicos, afetivos, que guardavam com a pátria, mas a força do dogma territorialista - a soberania exercida dentro de fronteiras - assim como a preocupação de não abrir precedentes que obrigassem a dar reciprocidade a estrangeiros, num país de imigração, mais do que de emigração, levou sucessivos governos a rejeitarem uma proposta tão ousada.
Como se explica o pioneirismo do Conselho francês? Em parte, certamente, pela história da República, de uma tradição de representação das antigas colónias pela via de Conselhos Superiores, mas também pela visão e cultura política do fundador e principal dirigente da UFE, Gabriel Wernlé, num tempo em que a igualdade de direitos de cidadania dos emigrantes era uma utopia. Teve, naturalmente, a invencível oposição de sucessivos Governos e da Diplomacia francesa, mas soube contornar os obstáculos e encontrar uma solução de compromisso: avançou com a fórmula inovadora da intervenção dos expatriados no espaço público através de um órgão de consulta governamental, que, após duas décadas de porfiados esforços, viria a ser criado em 1948 - o "Conseil Supérieur des Français de l' Étranger" (CSFE). (4)
A sua constituição fora precedida pela presença de um pequeno núcleo emigrantes franceses no Conselho Consultivo da Resistência Francesa, que funcionou como forum da França livre, durante a 2ª Guerra mundial, sob a égide do General De Gaulle. Na sua 1ª reunião, em 1943, na Argélia, reuniu 83 homens, 5 representantes dos expatriados, e apenas uma mulher, Marthe Simard, membro da resistência no Canadá. (GARRIAUD-MAYLAND, 2008: 19)
Essa primeira ligação entre expatriados em razão da guerra e emigrantes, em sentido estrito foi continuada no CSFE, onde os antigos combatentes, enquanto tal, tiveram, desde a primeira hora, assento entre os “membros de direito”, juntamente com representantes da UFE, das Câmaras do Comércio e dos professores, a par dos 45 “membros eleitos” pelas associações e dos 5 “membros nomeados” (pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente do órgão consultivo). Entre as mais importantes prerrogativas do "Conselho" estava - como está atualmente na Assembleia dos Franceses do Estrangeiro - a de escolher os senadores dos franceses residentes fora do país, processo em que só intervêm os membros eleitos. O voto dos expatriados para a Assembleia Nacional tardaria a ser reconhecido, pelo que o Conselho, como um dos colégios eleitorais do Senado, foi a sua primeira instância representativa. E depois que os direitos de participação política foram sendo atribuídos, não perdeu importância, enquanto órgão de representação específica dos emigrantes. Foi, aliás, nesta veste que influenciou todos os organismos públicos criados, na década de 80, nos países europeus de emigração tradicional– Portugal, Itália e Espanha. (AGUIAR, 2003: 9).
O CSFE reúne em plenário anualmente (funcionando entre as sessões anuais, com regularidade, a Comissão Permanente) e aprova relatórios, resoluções, dá pareceres, faz interpelações sobre matérias que interessem aos residentes no estrangeiro, nomeadamente, direitos políticos, nacionalidade, ensino, pensões, assuntos económicos. (5) Em 1982, passou a ser eleito por sufrágio direto e universal (o modo de eleição que foi adotado pelos homólogos italiano e espanhol, que são posteriores a essa data, e pelo CCP, a partir do seu ressurgimento, em 1996). Em 2003, foi “constitucionalizado” (no art. 39 da Constituição) e, em 2004, alterou a sua designação para "Assemblée des Français de L' Étranger" (Assembleia dos Franceses do Estrangeiro). Na última das numerosas reformas que marcam o percuso do CSFE e da AFE, na sequência da instituição, por sufrágio direto dos "Conselhos Consulares" (Lei de 22 de julho de 2013), a AFE passou a ser eleita pelos conselheiros consulares, por sufrágio universal indireto, e integra os deputados eleitos pelos franceses residentes no estrangeiro (cerca de 2 milhões) e os 12 senadores, eleitos de entre os seus próprios membros.
Cada um dos Conselhos existentes na Europa tem, evidentemente, a sua própria história, com soluções e modos de atuação concreta muito diversos. Apesar de prosseguirem finalidades em larga medida análogas, nunca procuraram refletir, em conjunto, sobre os seus êxitos e dificuldades, como meio de aperfeiçoar os seus poderes e sua "praxis". (6) A partilha de experiências, se vier a ser tentada, poderá ser especialmente proveitosa para Portugal, pois o CCP foi, de todos os congéneres europeus, o que teve vida mais acidentada (AGUIAR, 2008: 259). A visão comparativa ajudará, certamente, a compreender algumas das razões do sua maior instabilidade e a procurar formas de o solidificar como instituição - por exemplo, integrando - o na arquitetura da Constituição, tal como aconteceu em França em 2003, ou indo ainda mais longe, configurando-o como órgão de Estado, fora da esfera de competência do governo. Estas soluções novas foram, em Portugal, aventadas em duas audições parlamentares, promovidas pela Subcomissão das Comunidades Portuguesas sobre "mecanismos específicos de representação de emigrantes", em 2003 e 2004 (BARBOSA DE MELO, 2004: 33).
Sendo estes mecanismos instrumentos de uma cultura de diálogo, de aproximação a pessoas e instituições geograficamente mais distantes dos centros de poder, expressão da democracia participativa, não pode deixar de se colocar em relação a eles a questão da igualdade de género - em França já alcançada em termos mais equilibrados do que na Assembleia Nacional e no Senado, em Portugal, mantendo, apesar da aplicação obrigatóriada Lei da Paridade, um perfil predominantemente masculino - longe do patamar atingido na Assembeia da República, quer´do ponto de vista quantitativo, quer no acesso às instâncias de coordenação. e à presidência de comissões
II - O CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS (CCP)
- Conselho das Comunidades ou Conselho de Emigrantes?
Nas eleições intercalares de 1979, o programa eleitoral do governo da AD previa a criação de um "Conselho das Comunidades Portuguesas no Mundo", onde estas se poderão fazer representar". (7) O único paradigma que se oferecia ao legislador era o Conselho francês, apesar da diversidade das realidades a que procuravam ajustar-se. No nosso caso, sem qualquer âncora no passado colonial ou na situação dos antigos combatentes, por um lado, e, por outro, num quadro constitucional que consagrava já a representação dos emigrantes na Assembleia da República, as sem o suporte de um forte associativismo a nível internacional. (8) Em França, como dissemos, a UFE foi o grande paladino do Conselho e o parceiro de primeira hora. Em Portugal era o Governo que queria promover a agregação numa "casa comum" do movimento associativo desprovido de qualquer rede e cúpula transnacional. Uma "casa comum" da lusofonia e da lusofilia e não apenas da emigração. A "União das Comunidades de Cultura Portuguesa", que poderia ter sido, como a UFE o interlocutor privilegiado, já não existia. Fora criada em 1964 e tivera vida breve. (9)
Havia que adaptar figurino alheio a realidades próprias e trabalhar contra o tempo. O horizonte do governo, oriundo de eleições intercalares era curto, tudo era urgente e o Conselho ainda mais... Foi constituído, no começo de janeiro, no gabinete da Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas (a quem estava cometida a tarefa), um grupo de trabalho, coordenado pela Dr.ª Fernanda Agria. (10). Cerca de um mês depois, ouvidos especialistas e funcionários da SEECP,diplomatas e deputados da emigração, o anteprojeto estava concluído e foi enviado a Conselho de Ministros. Depois da tramitação para parecer dos diversos departamentos ministeriais,foi aprovado, com pequena emendas, a 1 de abril.
A falta de ampla audição das comunidades seria suprida, através da consulta posterior aos eleitos, a quem caberia, na primeira reunião do CCP, repensar as suas grandes linhas e apresentar sugestões de alteração. O próprio governo tomou a decisão de destinar à revisão uma das seis secções previstas. Essa foi a secção, onde se verificaram as maiores polémicas e afrontamentos, e onde se forjou, em compromissos e consensos, a vontade comum de existir, que verdadeiramente fez do CCP uma realidade viva.
Tal como em França no "Conséil Superieur", no CCP coexistiam três categorias de participantes - membros eleitos (os representantes das comunidades do estrangeiro), membros natos (representantes dos governos, nacional e regionais e do parlamento) e nomeados (representantes dos parceiros sociais, peritos, funcionários de serviços de apoio).
Mais do que pôr os conselheiros frente a frente, numa sala de reuniões fechada, a falarem entre si e com Ministros ou Secretários de Estado do governo, pretendia-se assegurar o contacto com a sociedade civil, com responsáveis da administração pública ecom os "media" nacionais. Essa foi a razão, ainda hoje largamente incompreendida, que determinou a heterogeneidade da composição do órgão consultivo e o facto de todos poderem participar nas sessões de trabalhos, As assessorias (dos diversos departamentos ministeriais) viriam a dar, como se esperava um contributo facilitador das recomendações e pareceres dos eleitos. As recomendações das primeiras reuniões (1981-1985), publicadas pelo Centro de Estudos da SECP, assim como as atas das diversas secções da 1ª reunião, revelam total predominância das intervenções dos Conselheiros eleitos, face aos demais, que raramente intervieram e, quando o fizeram foi, quase sempre, para prestar esclarecimentos.
Os conselheiros manifestaram o propósito de reduzir o CCP ao núcleo dos eleitos, mas logo abriam, pela via de convites seus, as portas dos CCP a todas as categorias de participantes previstos na lei - uma forma de reconhecimento das vantagens de dialogarem com uma pluralidade de participantes em forum alargado.
- O nascimento da Instituição.
Se foi célere a elaboração da legislação, em 1980, durante o VI Governo Constitucional, não o foi menos, em 1981, no VII Governo Constitucional, o processo de organização das primeiras eleições, de acordo com as normas transitórias previstas no DL 373/80 de 12 de setembro: por convocatória pelas embaixadas ou consulados dos delegados das associações legalmente constituídas na sua área, para a eleição de um determinado número de representantes, que decorria da aplicação dos critérios legais.
Futuramente, as "Comissões de País" reuniriam, para o efeito, por direito próprio, como colégios eleitorais do Conselho. A lei não definia o seu modo de organização e funcionamento, a nível de país ou área consular: o número de efetivos, o programa, as atividades,(e tudo o mais), a nível local, era decidido pelos respetivos membros, ( todos eleitos de entre as associações legalmente constituídas), que se inscrevessem na "Comissão". Estabelecia-se, assim, uma completa descentralização, julgada imprescindível face a realidades tão díspares, como são as das comunidades dos cinco continentes. Onde existisse já uma federação - caso do Brasil - podiam funcionar quase só como colégio eleitoral. Em comunidades mais divididas, esperava-se que pudessem contribuir para reforçar a cooperação inter associativa e a sua expansão. Mas, nem o governo nem os consulados interferiam.
O VII Governo Constitucional tomou posse em Janeiro de 1981 e a reunião realizou-se, decorridos 3 meses, em abril, no salão nobre do Palácio Foz.
A abrir os trabalhos, a Secretária Geral, Fernanda Agria lembrava que "o próprio diploma criador do Conselho está, de certa maneira, e ser testado na realidade da prática". Na qualidade de Presidente do Conselho das Comunidades, eu própria salientei o carater histórico daquele momento: "Estamos a participar no primeiro ato da vida de uma nova instituição - o CCP - que, estou certa, virá a desempenhar, como todos esperamos e desejamos, durante muito tempo e ao longo de muitas gerações, um papel de relevo, meritório e eficaz, no conjunto das instituições nacionais" [...]: "Não temos, infelizmente, em Portugal, uma tradição muito rica neste género de instituições [...] o CCP, no seu processo de funcionamento, terá, pois, menos uma tradição a seguir do que uma tradição a criar; terá uma forma própria a assumir e não um modelo rígido a limitá-lo". (AGUIAR, 1986:91)
Quando a Secretária-geral se preparava para dar sequência à ordem do dia do plenário, ouviu-se a primeira voz contestatária, prenúncio da partidarização, que viria da Europa e, sobretudo de Paris, e daria da instituição uma imagem pública de conflitualidade, só parcialmente verdadeira. O incidente, em si, não prejudicou o andamento dos trabalhos, mas foi ampliado em toda a imprensa afeta ou próxima do PCP, sobretudo em "O Diário" (11). Foi apenas a primeira de muitas vezes em que a estratégia de confronto e de ataque político ao governo foi ensaida, por parte daquela pequena minoria. Aconteceu, porém, sempre, à margem da procura de soluções para problemas concretos da emigração, onde o consenso era, naturalmente, desejado por todos. Este duplo aproveitamento do CCP, imposto por alguns aos restantes conselheiros, colocou o CCP nas antípodas do seu modelo francês, caraterizado, desde o início, pela boa vontade geral de alcançar compromissos - modo de ser e de estar que não seria alterado, nem mesmo pela mutação, em 1982, para um novo paradigma, o de sufrágio universal, com intervenção de partidos políticos na contenda eleitoral.
- CCP - Plenário e Secções
O programa delineado para a primeira reunião mundial previa a alternância de plenários e de debates em seis secções - Educação e Ensino, Segurança Social, Regresso e Reinserção, Comunicação Social, Revisão do DL 373/80 e Secção Especial (temas livres).
O plenário do Conselho foi o grande palco mediático da confrontação e as secções, como, em regra, acontece na Assembleia da República, com as Comissões Parlamentares, converteram-se no espaço privilegiado de análise de propostas e de compromissos, quase sempre conseguidos, como de constata nas 102 recomendações aprovadas pelo coletivo. O espírito de grupo nasceu, verdadeiramente, entre os conselheiros, assessores (constantemente elogiados pelo seu competente apoio técnico), dentro do círculo que constituiu cada secção, incluindo aquela que mais diretamente pensava o futuro do CCP. As recomendações dão uma imagem objetiva da construção do órgão como coletivo, através de um impressionante conjunto de propostas- desfecho que, depois de um começo fraturante, não parecia, de modo algum, garantido.
Uma parte das recomendações são programáticas, algumas delas mera enunciação de matérias, testemunho de preocupações globais expectáveis numa reunião sem passado, sem experiência - mas outras houve que apontavam para já soluções precisas. e inovadoras, que vieram a inspirar políticas com concretização no imediato ou a prazo, designadamente as seguintes: criação de Institutos de Língua Portuguesa; integração do português nos "curricula" escolares dos países de imigração; recrutamento, preferencialmente, de professores oriundos das comunidades; organização de cursos de férias e intercâmbios, cursos de formação para professores de português no estrangeiro, alargamento do regime de inscrição voluntária de emigrantes na segurança social portuguesa, (instituído em data recente, pelo Decreto Regulamentar 7/80 de 3 de abril); aumento das isenções alfandegárias e fiscais (que começaram a ser regulamentadas, logo depois da revolução de 1974, para incentivar os regressos e atrair remessas); realização de programas de apoio a rádios das comunidades; distribuição generalizada dos noticiários da ANOP (que a SEECP passaria a assegurar, para os terminais de telex dos próprios media ou dos consulados); aproveitamento dos programas de televisão, produzidos, para os emigrantes de França e Alemanha (desde 74/75), para canais ou emissões de televisão das comunidades em outros continentes (o que seria dificilmente negociado com a RTP...); o porte pago; a realização de um Encontro Mundial dos Órgãos de Comunicação Social das Comunidades, (logo convocado para o ano seguinte); exigência da dupla cidadania (acolhida na ordem jurídica poucos meses depois); voto na eleição presidencial (alcançado em 1997); alargamento do número de deputados da emigração (ainda não aceite atualmente). Reforço dos serviços da SEECP, com aumento de delegações no estrangeiro e abertura de balcões de apoio aos emigrantes nos aeroportos (prontamente conseguido).~
- A Secção para "a revisão do DL 373/80 de 12 de setembro"
A Secção, que foi a verdadeira “alma mater” da instituição nascente, considerou “aprovadas todas as disposições constantes do DL 373/ 80, que não colidam com a recomendação infra”. Nessa recomendação (nº 99), as principais inovações apontam para: a composição do órgão apenas por membros eleitos; escolha do presidente de entre emigrantes ou ex-emigrantes residentes em Portugal; a nomeação do Secretário-Geral pelo conselheiro eleito presidente do CCP, embora continuando a ser apoiado pelos serviços da SEECP; a eleição do CCP no círculo das associações, (com a possibilidade de ser complementada pelo sufrágio direto de candidatos fora das associações).
. As traves mestras e as finalidades principais da legislação apresentada ao exame crítico dos conselheiros não eram postas em causa, "maxime" as prioridades do legislador de 1980 – a “salvaguarda da identidade da cultura lusíada no mundo” e a “promoção do movimento associativo, com respeito pela sua liberdade estatutária e identidade própria”. A recomendação da eleição do presidente do CCP entre os eleitos (que não levantara, note-se, oposição do Governo), foi alterada em 1983, com a aceitação da norma em vigor (presidência pelo MNE, ou pelo SECP).
– Um CCP em construção
Avanços e retrocessos, controvérsias e roturas assinalaram a trajetória do CCP, num ciclo de sete anos. No VIII Governo Constitucional, em 1982, o novo Secretário de Estado e Presidente do CCP decidiu não convocar o plenário, invocando a necessidade de rever previamente a lei, de acordo com as recomendações de 1981. O funcionamento do Conselho foi retomado no IX Governo Constitucional, em 1983, com o regresso ao cargo da primeira Presidente e teve o seu período de maior estabilidade até 1987. Voltou a ser desconvocado a partir de 1988, durante o XI Governo Constitucional, até ser extinto em 1991.
Na base da pirâmide, a nível das áreas consulares, as “Comissões de País”, mantiveram sempre um regular funcionamento, graças à sua completa independência da convocatória do governo ou dos consulados. (13)
Ficou, assim, por demais, evidenciada a dependência do funcionamento do CCP mundial da vontade dos titulares da pasta da emigração, ou seja, a sua fragilidade institucional - consequência da falta de tradição do órgão e, porventura, também da falta de tradição democrática de um país saído de cinco décadas de ditadura. Ao radicalismo político de um setor minoritário, acabou por responder o poder político, adotando uma fórmula que punha em causa a autonomia de todo o órgão, em vez de lidar com essa minoria, como ficou provado que era possível, durante a sua fase mais estável.
Durante esse período é de destacar:
- A realização da 2ª reunião plenária (1983), que decorreu no Porto e em Aveiro, e aprovou, entre outras, duas importantes recomendações o enquadramento dos órgãos de comunicação social numa " Secção Permanente", e a criação de quatro Conselhos Regionais (África, América do Norte, América do Sul e Europa). Contrariando a orientação do 1ªreunião, os conselheiros aprovaram a continuidade da presidência do órgão pelo MNE (ou pelo SEECP, por delegação de competências).
- A "regionalização" do CCP foi consagrada, pelo DL 367 /84 de 25 de novembro, nos termos do qual o Conselho passava a reunir no País, por secções, e, alternadamente, nas comunidades, por regiões. O Conselho da América do Norte teve lugar nos EUA, em Danbury, Connecticut, o da América do Sul e África em Fortaleza, Brasil, no último trimestre de 1984. O da Europa, previsto para La Rochette, foi adiado "sine die", por oposição dos conselheiros de França (13). Em 1984 foi ainda constituída, por proposta dos conselheiros, uma "Comissão Permanente de Peritos", destinada a garantir o apoio técnico constante e maior operacionalidade aos trabalhos do Conselho. A Comissão, nomeada livremente pela presidente, era formada por 3 mulheres e 3 homens.
- O "1º Encontro de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo" , convocado nos termos de uma recomendação aprovada na Reunião Regional da América do Norte em Danbury, no ano anterior.
- A constituição de uma "Comissão Permanente" integrando dois conselheiros de cada uma das quatro regiões, e, ainda, o representante da Austrália, em cumprimento de uma recomendação da 3ª reunião plenária. que ocorreu em Porto Santo e no Funchal, em 1985. Na sessão inaugural, em Porto Santo, foi anfitrião o Presidente do Governo Regional, a comprovar a boa cooperação entre governo da República e governos Regionais, no domínio da emigração, com reflexos num órgão de consulta oficial, onde partilhavam, harmonicamente, o papel de interlocução. As Regiões Autónomas tinham já então as suas instâncias próprias de representação ou de reunião das suas comunidades (Rocha- Trindade, 2014: 19), e, embora o governo da República nelas não tivesse assento, a SECP foi sempre convidada e esteve presente nos seus trabalhos.
- Em 1986, o "Conselho por Regiões" repartiu-se entre Toronto, Canadá (América do Norte), Maringá, Brasil (América do Sul) e Estugarda, Alemanha (Europa). Na Reunião Regional da América do Norte, esteve presente o Presidente do Governo Regional dos Açores.
Em 1987, secundando pareceres do Conselho, foi criada uma "comissão interministerial", (com competência específica para preparar a próxima reunião plenária, agendada para o último trimestre do ano, assim como para dar, depois, sequência às recomendações do CCP - um sinal da sua crescente importância política), e constituídas várias “conferências” junto do CCP - “Ensino”, “Assuntos dos Jovens”, e “Investimentos e Assuntos Económicos e Financeiro”, e "Promoção da Participação da Mulher". Esta última não expressamente prevista pelos Conselheiros, era uma prioridade governamental, o gritante desiquilíbrio de género. Pretendia-se, por este meio, valorizar a participação horizontal no órgão consultivo, e reforçar fortemente a audição de mulheres e de jovens .
A queda do X Governo, no verão de 1987, veio colocar um ponto final no que parecia o estádio da definitiva afirmação do CCP. Durante a 4ª reunião plenária realizada no Algarve (Albufeira) todos pressentiam que seria a última, como realmente foi. Todavia, em alguns países, Brasil, França, Argentina, os Conselhos das Comunidades (antigas Comissões) continuaram ativos como federações associativas, mantendo uma dinâmica que vinha de trás, ainda que circunscrita à esfera privada.
Em 1996, após quase uma década em suspensão, o CCP ressurgiu, eleito por sufrágio universal, desligado da memória da sua primeira vida e das suas origens associativas, embora prossiga os mesmos fins e continue a emergir, essencialmente, do viveiro de lideranças, que são as grandes instituições das comunidades portuguesas.(14)
III - DESIGUALDADE DE GÉNERO - UMA CONSTANTE NO CCP
Não havia mulheres entre os membros eleitos, os observadores da Comunicação Social, os deputados, os representantes das Regiões Autónomas, entre os representantes dos parceiros sociais (nomeados por indicação das respetivas corporações), mas o Conselho português foi, historicamente, o primeiro a ser presidido por uma mulher, a Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas. Por sua nomeação, algumas funcionárias públicas, participaram na reunião de 1981, como peritas - além da Secretária-geral, Fernanda Agria, as moderadoras e relatoras Maria Beatriz Rocha Trindade (Secção da Educação e Ensino e Secção Especial - 2ª geração e identidade cultural) e Rita Gomes (Secção Regresso e Reinserção) e as que exerceram a assessoria das secções, Alexandra Lencastre da Rocha (Secção Especial), Maria Helena Lúcio (Segurança Social e Secção Especial) e Maria Manuela Machado Silva (Ensino e Educação).
Em 1983, as primeiras mulheres Conselheiras, Maria Alice Ribeiro, do Canadá, e Custódia Domingues, de França, representavam, ambas, os meios de comunicação social. Maria Alice Ribeiro, diretora do mais antigo jornal português de Toronto ( "O Correio Português"), foi a proponente da convocatória de um congresso mundial de mulheres migrantes . O "1º Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo" realizou-se em junho de 1985, tal como o próprio CCP, de onde dimanava, reuniu as componentes "associativismo " e "media", chamando a Portugal 35 mulheres com largo curriculum nesses dois domínios. À semelhança dos plenários do CCP, o "Encontro" foi um espaço democrático de debate, de audição de representantes da sociedade civil (mulheres) pelo governo, de procura de soluções em conjunto. Foi, obviamente, a forma possível de dar à metade feminina das comunidades a voz que lhe faltava no órgão oficial de consulta. Significou, por isso, o primeira passo nas políticas públicas para a emigração, com uma componente de género.
Nesse anos de 1985, como referimos, a paridade foi assegurada na "Comissão Permanente de Peritos"..
A preocupação face à desigualdade em razão do sexo, foi visível, na esfera de decisão do governo ao longo do percurso do 1º CCP, em tudo o que não interferisse na genuinidades dos processos eleitorais, Mas,sendo então impraticável o sistema de quotas, incidiu, de início, ao seu suporte técnico e administrativo, e evoluiu para formas de consulta paralela - no encontro mundial de 1985, na conferência instituida em 1987, que não chegou a realixzar-se.. . E não teve, nunca, eco entre os Conselheiros - homens, numa instituição, onde apenas uma mulher, por uma vez, fez toda a diferença. Comprova-o a ausência do feminino, também, no que respeita às recomendações - as especificidades das migrações de mulheres são praticamente ignoradas. Entre 1981 e 1985, apenas uma se refere diretamente às mulheres, usando a palavra “mulher” e para manifestar a preocupação pelo facto de, na Austrália, terem, em certos casos, melhores condições de trabalho do que os homens, facto que poderia levar a conflitos familiares (recomendação 35). Podem, é certo, considerar-se como dirigidas especialmente às mulheres, embora sempre designadas como “cônjuge”, algumas, poucas, recomendações aprovadas, em matéria de reagrupamento familiar. Foi, pois, através de uma só proposta da Conselheira Alice Ribeiro, que o Conselho fica ligado ao início das políticas de género, em Portugal, com o encontro mundial de mulheres portuguesas, em 1985. A Conferência para a Promoção da Participação das Mulheres, que lhe dava continuidade, no âmbito do funcionamento do CCP, teria feito história em direito comparado, antecipandoz, em 20 anos, as medidas tomadas pelo seu homólogode francês em direção à paridade. A Lei da Paridade viria a ser aplicada aos respetivos órgãos consultivos de emigrantes, nos dois países, em 2007. Com uma diferença a iniciativa para a adoção das regras para a promoção da igualdade em França veio de dentro do próprio órgão, por proposta dos senadores dos franceses do estrangeiro (isto é, de conselheiros da AFE), e foi secundada por uma enorme maioria dos membros da Comissão das Leis e Regulamentos da AFE (GARRIAUD- MAYLAND, 2008: 51). Em Portugal, mais uma vez, a decisão partiu do Governo...
Acresce que a proporção de mulheres no CSFE já antes da aplicação da Lei da Paridade, era superior a 36%, enquanto no CCP ficámos muito àquém dessa meta, apesar da ligeira melhoria quantitativa registada nas eleições de 2007. Se o caso francês demonstra que um elevado nível de participação feminina se pode alcançar sem qualquer forma de ingerência legislativa, o caso português revela as dificuldades de atingir os objetivos de leis deste tipo, quando depara com grandes resistências de facto. (15)
As causas desta realidade não estão estudadas. De entre as hipóteses que se podem aventar para a persistente desigualdade de que falámos nesta instituição, uma - sobretudo na sua atual configuração - é o desinteresse das próprias mulheres na corrida às eleições (desinteresse por terem o seu enfoque principal em questões que consideram fora das prioridades do CCP?), Outra é, porventura, a da sua marginalização num movimento associativo que conserva uma grande importância na organização de listas e no desenvolvimento de campanhas eleitorais (atualmente, o grau de participação de meulheres e homens, é, ou não, diverso no mundo do associativismo e no Conselho?).
Por outro lado, podemos também perguntar se a obrigação do Estado de garantir as condições de igualdade de participação se esgota na aprovação da Lei da Paridade.
Desde 2005, a SECP relançou as políticas de género, nomeadamente, através dos "Encontros para a cidadania - a igualdade entre homens e mulheres", que tiveram sequência em novos encontros mundiais de mulheres e em multiplas ações que se enquadram na designação de "congressismo". Contudo, o CCP poucas vezes esteve (se é que alguma vez esteve) no centro desses debates. Dar a esta instituição prioridade na luta pela igualdade de participação será, porventura, tão importante para as mulheres migrantes como cidadãs. como para o CCP, enquanto instituição verdadeiramente representativa da realidade das comunidades portuguesas.
Notas
(1) Para além da França, com a UFE, da Suiça com a "Organização dos Suiços no Estrangeiro" (da qual é oriundo o Conselho suíço) também, por exemplo, a Áustria Associação Mundial dos Austríacos no Estrangeiro,)a Bélgica ("Flamengos no Mundo" e "Union Francophone des Belges à l' Etranger"), a Alemanha ("Associação para a Cultura Alemã no Estrangeiro", fundada em Berlim, em 1881, com o nome de "Associação Geral das Escolas Alemãs"), a Espanha ("Fundação dos Espanhóis no mundo"), a Inglaterra ("Associação para os Direitos dos Ingleses no Estrangeiro"), a Itália ("Sociedade Dante Alighieri, a "União dos Italianos do Estrangeiro" e organizações regionais, como "A família Veneziana" e "A Família Milanesa"), a Polónia (com "Comunidade Polaca", criada em 1990), a Suécia (com duas associações internacionais "A Suécia no Mundo" e a "Associação Educativa das Mulheres Suecas") - organizações sobre as quais incidiu o relatório de M Böhm, aprovado na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. O relatório não menciona a "União das Comunidades de Cultura Portuguesa", talvez pelo seu carater efémero, apesar de se enquadrar nesta forma de associativismo. A "União das Comunidades de Cultura Portuguesa" foi instituída durante o 1ºCongresso das Comunidades de Cultura Portuguesa, organizado pela Sociedade de Geografia, então presidida por Adriano Moreira. O 2º Congresso decorreu em Moçambique, em 1967. O 3ºCongresso, que iria realizar-se no Brasil, deparou com obstáculos levantados pelo governo de Marcelo Caetano. Foi adiado "sine die" e a "União", ainda em fase embrionária, e, por isso, sem verdadeiro enraizamento na Diáspora, foi desativada. Não era um órgão governamental, do tipo do Conselho Superior francês, não precisava de apoio oficial para existir. Contudo, num regime anti-democrático, não gozou de liberdade para continuar, porque tinha a sua sede numa instituição de Lisboa e não nas comunidades do estrangeiro, que escapavam ao controlo da ditadura.
(2) Uma das explicações para a não existência de um movimento internacional da Diáspora portuguesa poderá ser o facto de uma grande proporção dos fluxos migratórios se dirigir a um só destino, o Brasil. A Federação das Associações Portuguesas e Luso Brasileiras, nunca ultrapassou as fronteiras quase continentais deste país.
(3) O Prof Emygdio da Silva, no início do século, rejeitava a ideia do voto nacional dos emigrantes, e apontava já para um sucedâneo, que seria a representação dos emigrantes num órgão próprio. Um verdadeiro percursor dos Conselhos, no plano puramente teórico.
(4) O papel desempenhado pela UFE na criação do Conselho explica a preponderância do associativismo na sua composição. Os candidatos às eleições deviam ser, obrigatoriamente, membros de uma associação do estrangeiro e ter, cumulativamente, a nacionalidade francesa.
(5) Jöelle Garriaud - Mayland, Conselheira e Senadora pelos franceses do estrangeiro, ao historiar o percurso do CSFE, destaca o seu papel no domínio do ensino, da proteção social e pensões, na aceitação da dupla nacionalidade e do lado menos positivo, refere a pouca notoriedade de que goza, apesar da sua importância, quer dentro de França, quer também entre os expatriados (GARRIAUD-MAYLAND, 2008: 44). Este é certamente um problema com o qual se confronta, igualmente, o CCP.
(6) Os Comités de Italianos no Estrangeiro foram criados, em 1985, sob a égide dos consulados, com eleições por sufrágio direto, exceto nos países onde proíbam o processo eleitoral, caso em que são nomeados. Em 1989, foi instituído o Conselho Geral dos Italianos no Estrangeiro, presidido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, com 65 membros eleitos e 29 nomeados pelo governo. Os "Conselhos de residente espanhóis", que tal como os "Comitati" italianos funcionam junto dos consulados e o "Conselho Geral da Emigração" foram instituídos em 1987. O Conselho Geral era composto por um presidente nomeado pelo Ministro do Trabalho. e por 60 membros eleitos (inicialmente, 36) e nomeados (oriundos de entidades regionais, profissionais, sindicais ou da administração pública). (AGUIAR e GUIRADO, 1999: 18)
7) O Programa Eleitoral da AD, no capítulo da Política Externa distinguia políticas para a "Emigração" (medidas de proteção aos emigrantes e seus descendentes, acento no ensino, na cidadania, nos direitos de participação política, na facilitação do regresso), e para as "Comunidades Portuguesas no Mundo", como realidade que exigia meios próprios, gestos de aproximação das comunidades da Diáspora, antes de mais a criação de um conselho representativo : "Para além dos núcleos de emigração antigos e recentes, existem espalhadas pelo mundo numerosas comunidades portuguesas ou de descendentes de portugueses cujo significado histórico, cultural e patriótico se impõe reconhecer e preservar. [...] Assim, o Governo da Aliança Democrática criará um Conselho das Comunidades Portuguesas no Mundo, onde estas se poderão fazer representar e conceder-lhes-á apoio constante e permanente."
(8) Contemporânea da "União", também nascida dos Congressos de 60, é a "Academia Internacional de Cultura Portuguesa", mas de “criação governamental" (MOREIRA, 1988: 7). Os Congressos de 60 assumiam já, a meu ver, pela sua natureza civilista e fraterna, uma feição pós-colonial, acentuada pela prioridade dada ao relacionamento das diásporas lusófonas, à língua, à expansão da "fronteira cultural" e, latamente, à lusofilia. Poderão mesmo ser considerados precursores da CPLP, como os via o maior impulsionador desta comunidade, Embaixador José Aparecido de Oliveira, sobretudo se, como ele queria, se valorizar futuramente, a componente das culturas, da união dos povos e não só dos Estados.
9) Não era exigido aos conselheiros o vínculo da nacionalidade, nem sequer o de ascendência portuguesa, apenas o sentimento de pertença, que se comprovava pela participação ativa e relevante no universo do associativismo lusófilo. Tão grande abertura era uma singularidade portuguesa, da qual se aproximava apenas o a legislação italiana, ao prever a participação de italo-descendentes, cooptados pelos eleitos no meio associativo italiano..
O 2º CCP perdeu, por completo, esta perspetiva, visto que conselheiros e os eleitores são obrigatoriamente portugueses de nacionalidade.
(10) Foi possível ultimar o diploma num período tão curto graças, ao apoio do MNE e Vice-primeiro Ministro Freitas do Amaral e ao trabalho "pro bono" de juristas com uma uma enorme experiência na "arte de legislar": -Fernanda Agria e Eduardo Costa, antigos colegas no Centro de Estudos do Ministério das Corporações e Segurança Social, e Luis Fontoura, colega de curso da Faculdade de Direito de Coimbra. O Deputado José Gama do CD (ex-emigrante nos EUA) e eu própria estivemos, com frequência, informalmente, sentados com eles, à volta da mesa de trabalho. Foi através de José Gama, que conheci o Prof. Adriano Moreira, a primeira das personalidades que era indispensável ouvir. Todavia, não houve maneira de dar, como queríamos, prioridade à vertente cultural (a emigração recente impôs-se, desde a primeira hora), nem meios para desdobrar o CCP num Conselho de Emigrantes e num Conselho da Diáspora. Há, agora, um grupo que se chama precisamente "Conselho da Diáspora": reúne, de vez em quando, com o Presidente da República, porém, sem agenda nem estratégia conhecida. O nome já existe. Pode ser que um novo Presidente lhe queira dar corpo e alma.
A propósito de encontros sob a égide presidencial, é de referir que estava previsto, em 1980,integrado nas comemorações Camonianas, o 1º Congresso das Comunidades Portuguesas. Decorriam já, nos termos do DL 462/79, de 30 de novembro, as suas reuniões preparatórias, dentro e fora do país, e a lei apontava para a "institucionalização de formas de representação dos emigrantes junto do país", sem as especificar. Porém, o novo Governo, decidiu adiar o Congresso para junho do ano seguinte, e criar, em 1980, o Conselho das Comunidades Portuguesas. Em resposta ao adiamento "unilateral" do Congresso pelo Governo, o Presidente Eanes reteve o diploma do CCP durante meses (com um "veto de bolso", como correntemente se dizia). A promulgação a 30 de agosto e a publicação em 12 de setembro determinou o adiamento da 1ª reunião do Conselho. E, por isso, Conselho e Congresso das Comunidades aconteceram, respetivamente, em abril e junho de 1981, gerando, na opinião pública e nas comunidades, enorme confusão entre a sua natureza e objetivos, num ambiente de dissenso e animosidade política. O Congresso foi do domínio do efémero, um" happening" irrepetível, que não deixou marcas no percurso do CCP.
(11) Segundo "O Diário ", cuja informação factual é precisa: " Mal a Secretária de Estado da Emigração e Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar, terminou o seu discurso de saudação e de votos de bom trabalho, o delegado da Comissão da Comunidade Portuguesa de França, Carlos Duarte Morais, levantou-se e perguntou: Qual é a nossa participação nesta sessão inaugural? Fernanda Agria comunicou-lhe que ele ficava inscrito para falar, o que só se verificou às 11.50. Entretanto os presentes ouviram as exposições de seis funcionários da SEECP, que os informaram sobre o âmbito de competência dos respetivos departamento" . Com o sub título "Protesto", o Diário continua a reportagem: "O representante da CCP de França disse estar ali para protestar contra o facto de isto tudo estar preparado para nós sermos figurantes, constatou a ausência de Manuela Aguiar, exatamente quando falava o primeiro emigrante e comentou o teor das intervenções dos seis altos funcionários".( De facto, a Secretária de Estado ausentou-se numa parte do programa em que estavam previstas apenas informações técnicas dos funcionários). Na parte final do artigo, há breves citações de conselheiros da emigração transoceânica, dissonantes das posições do orador de França. Só um vê escrito o seu nome: Carlos de Sousa (Venezuela), que "fez um apelo à união de todos os emigrantes e disse que considerava o decreto -lei que institui o Conselho como uma "certidão de nascimento" e como tal devia ser encarado".
Não obstante o seu cariz partidário, a narrativa é elucidativa do ambiente em que decorreram os debates no "dia um" do CCP: a contestação ensaiada pela Comissão de França, a divisão entre a Europa e todos os outros continentes, que viam o Conselho criado pelo governo como positiva. A falta de consonância, em função das tendência política dos "media" é evidenciada nos títulos dos diversos jornais, a 7 de Abril: O Diário (comunista),"Tudo preparado para sermos figurantes"; Portugal Hoje, (socialista), "Trabalhos abrem com polémica"; Diário deLisboa (socialista/comunista), "Emigrantes exigem um papel ativo e recusam o lugar de "figurantes": Nos jornais mais próximos da AD, ou menos hostis, o tom é neutro a notícia é apenas a reunião: JN: "Houve pouca abertura de alguns setores" - lamenta Manuela Aguiar (crítica que se referia à dificuldade de aumentar a representação política dos emigrantes), A Tribuna: "Conselho das Comunidades teve ontem início"; Correioda Manhã, "Conselho das Comunidades reuniu pela primeira vez"; Comércio do Porto, "Conselho reunido até 6ª feira - Congresso das comunidades já em fase de preparação". O título deste diário portuense comprova a ligação que erroneamente estava estabelecida entre Conselho e Congresso das comunidades.
(12) O atraso no processo legislativo - a Lei 367/84 seria publicada só em 25 de novembro - obrigou a que as Reuniões Regionais fossem convocadas, ao abrigo da lei vigente, interpretada no sentido de permitir que a consulta a nível mundial "por regiões", em vez de o ser "por secções". Sendo a lei omissa quanto ao modo de funcionamento do órgão consultivo, a SECP argumentava que a consultaaos conselheiros era mais abrangente na modalidade regional, visto decorrer sempre em plenário, do que na modalidade do plenário, complementado por secções, já que estas ocorriam simultaneamente. Todos os conselheiros da emigração transoceânica perfilharam o entendimento do governo, excepto os de França, que recorreram judicialmente da decisão. Perderam o recurso no Supremo Tribunal Administrativo.
(13) A Conferência para a promoção da participação das Mulheres, ao contrário das demais, não esteva prevista na recomendação do plenário do CCP em Porto Santo – foi da iniciativa da SECP.
(14). O 2º CCP (1996/2015), tem também conhecido adiamentos de processos eleitorais ou de reuniões plenárias, Continua sob o signo da incerteza e, por isso, a meta da constitucionalização pode ser vista como condição da sua própria existência. A Subcomissão das Comunidades Portuguesas realizou, em 2004, uma audição sobre "mecanismos específicos de representação de migrantes", centrada na questão constitucional com intervenções dos Professores Barbosa de Melo, Adriano Moreira e Bacelar de Gouveia.
(15) A Lei da Paridade em Portugal exige apenas a proporção um terço de mulheres ou homens na composição das listas (1 em 3), em França é de 50%. No que repeita aos Senadores representantes dos Franceses do estrangeiro a paridade é perfeita.
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. MARIA ARCHER O LEGADO DE UMA ESCRITORA VIAJANTE, Lisboa, Fundação Prof Fernando de Pádua, de novembro
NAS TRILHAS DA “FILOSOFIA DE UMA MULHER MODERNA”: CONFIGURAÇÕES DA VIDA SOCIAL E AS CRÔNICAS DE MARIA ARCHER.
Elisabeth Battista
Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT/Brasil. Diretora da Faculdade de Educação e Linguagem – FACEL. Docente no Programa de Pós-graduação em Estudos Literários – PPGEL, da Pós-doutora pela Universidade de Lisboa – UL
Esta leitura articula-se em torno da instigante produção criativa e intensa atividade intelectual de Maria Archer para os meios de imprensa, em meados do século XX, em Portugal, porque nos estudos que estamos realizando sobre a participação de escritoras na imprensa e a circulação literária entre os países que têm o português como língua de comunicação, temos colhido gestos e presenciado a intensa movimentação com vistas à ampliação das relações de trocas e possibilidades de abertura e aproximação cultural nas relações literárias e culturais ibero-afro-americanas.
A coletânea Filosofia duma mulher moderna, de autoria de Maria Archer foi publicada em Lisboa em 1950, pela editora Porto e compõe-se de 27 narrativas. As crônicas literárias, em sua maioria voltam-se para o tema da condição da mulher na sociedade portuguesa, fatos vivenciados por Maria Archer, com base na observação da vida social, na qual faz um engajamento literário nas suas obras. A articulação de elementos da vida social se torna um dos muitos que interferem na economia do livro, ao lado dos psicológicos, religiosos, linguísticos e outros.
É relevante afirmar que a produção e o lançamento de Filosofia de uma mulher moderna (1950) é contemporânea ao lançamento da obra O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, publicada originalmente em 1949. A referida obra francesa, amplamente difundida, é construída em uma perspectiva fenomenológica existencial de gênero, a autora volta-se para o estudo da dinâmica das ações femininas e focaliza o conceito de “experiência vivida”, que contribui para compreensão e o “desalinhamento” da perspectiva do status quo. Em sua abordagem, Beauvoir será crítica dos parâmetros discursivos da tradição, que se consagram em princípios lógicos e ontológicos, Beauvoir propõe novas formas de abordagem sobre a condição da mulher. Desta forma, na condição de autora, ao lançar um novo olhar sobre a condição feminina, propiciou a reflexão e o surgimento de uma nova visão acerca do perfil feminino.
Beauvoir recusava também enclausurar-se como pensadora e como mulher na esquadria de um sistema de pensamento e, pois, de comportamento já determinado pela história. A condição feminina deveria, então, se voltar para novas vias de ação, de argumentação e de reflexão que não as mesmas trabalhadas pelos homens na história da cultura. (SANTOS, 2012, p.928).
Vale lembrar que as lutas de caráter mais radical pelas igualdades e a construção de uma identidade feminina, bem como o surgimento do atuante movimento feminista, naquela altura, estavam apenas no início. Isto porque os ensaios de Beauvoir em O Segundo Sexo produziram sobre o público leitor um efeito prático, modificando a sua conduta, sua visão de mundo e, sobretudo reforçando o sentimento do valor social da mulher. Para a lusitana Maria Archer, contudo, em Filosofia de uma mulher moderna (1950), a vida social e a condição feminina serão o “fermento orgânico“ de que resultarão em fértil produção criativa e a expressão literária de uma diversidade coesa.
Isto porque, em suas páginas, a autora leva em conta o elemento social como referência em suas crônicas produzidas para os jornais em Lisboa e, posteriormente reunidas na referida coletânea. Neste sentido, a captação do olhar fixado no território da escrita para os jornais serão a expressão de uma certa época e de uma sociedade determinada, que permite situá-la, não somente em seus aspectos sócio-histórico-culturais, mas como fator preponderante na sua elaboração artística, ou seja, sua coletânea deriva no registro literário que sinaliza a interpretação estética da vida social.
O ESBOÇO E O SURGIMENTO DE UMA NOVA MULHER
Nas narrativas para os jornais, a autora coloca em cena a mulher na condição de dona de casa, trabalhadora do lar, viúva, separada, e todos os seus atributos humanos como a ambição, a inveja, egoísmo, maledicência, a mulher estigmatizada que se torna “mal vista” perante a preconceituosa sociedade da época. Seus temas derivam para aquilo que afirma Alfredo Bosi (1996, p. 11),
É nesse sentido que se pode dizer que a narrativa descobre a vida verdadeira, e que esta abraça e transcende a vida real. A literatura, com ser ficção, resiste à mentira. É nesse horizonte que o espaço da literatura, considerado em geral como o lugar da fantasia, pode ser o lugar da verdade mais exigente.
Um olhar ainda que superficial pela coletânea de narrativas percebe-se um elemento curiosos e unificador: o absoluto predomínio de personagens femininas na condição de protagonistas. Os homens assumirão papéis secundários, enquanto a autora descreve a personagem feminina em dois ou mais parágrafos, especificando as qualidades da mulher da época, ela descreverá o homem em pouco mais de um período.
Outro aspecto que marca a coletânea composta de 27 narrativas é o registro de que o tratamento que será dispensado à mulher está diretamente ligado ao seu estado Civil. Neste sentido, as mulheres casadas obterão reconhecimento social, enquanto as desquitadas e divorciadas não encontravam acolhida no seio social, ficando fadadas ao isolamento e impedidas de contraírem uma segunda união conjugal, fora do plano da clandestinidade. Um exemplo emana da regra explícita de que os funcionários públicos, sobretudo os de cargo elevado, não poderiam contrair matrimônio com mulheres desquitadas ou divorciadas.
A crônica Filosofia duma mulher moderna, atendendo ao meio em que fora originalmente publicada, estrutura-se no âmbito de uma linguagem coloquial, de fácil entendimento, a personagem feminina age com a razão e não a emoção, fato que, no plano da narração, é justificado por preferir perder o pretendente a marido, que fora promovido e terá que ser transferido para fora do país, do que arriscar perder o domínio de um vantajoso contrato de locação. Constitui-se uma crônica jornalística, pois ali o que temos são quadros representativos da vida social contemporânea portuguesa.
Narrada a partir de uma visão por trás, narrador onisciente intruso, portanto, é contada em 3º pessoa, conforme os estudos de Gancho (2003), “um narrador que fala com o leitor e julga a conduta da personagem, que fica bem explícito no trecho a seguir, [...] Uma maravilha”! Julgo que ela preferia um ataque de bexigas negras, a queda do cabelo, mesmo o reumatismo, a que lhe tirassem a casa [...] (ARCHER, 1950, p. 10). Ao mesmo tempo em que o narrador avalia os desejos da protagonista Teresa, ele coloca a importância que, mesmo alugada, a casa situada sítio nobre, representa para o conforto da personagem e seu único filho e, portanto, abriria de mão de qualquer coisa, entretanto, abrir mão de um antigo contrato que fixava o valor da renda muito abaixo do valor que a casa representa, estaria fora de questão.
A personagem, aqui representante de uma classe, deriva para aquilo que Abdala (2004, p. 40) define como: “O conceito de pessoa refere-se ao indivíduo pertencente ao espaço humano, enquanto personagem refere-se à persona (máscara) da narrativa. A personagem é um ser fictício, que se refere a uma pessoa”. O ser da ficção, que é representado por uma pessoa, no caso aqui, a Teresa, que tem seu valor para a economia da obra.
As personagens que compõem a narrativa são Teresa, sr. Seabra, o filho deles, Eduardo, a mãe de Teresa e suas amigas. No entanto o Sr. Seabra, as últimas personagens, e o filho de Teresa, são vistos neste espaço como personagens secundárias, atuam na trama, porém, suas intervenções não alteram significativamente seu sentido, diferentemente das personagens centrais, que é o caso de Teresa e Eduardo. A Teresa por sua vez podemos considerá-la ainda, como uma personagem plana, devido as características em que ela se encaixa. Gancho (2003, p. 16) afirma que [...] personagens planos, são caracterizados com um número pequeno de atributos [...] e que pode ser reconhecido por característica típicas, invariáveis, quer sejam elas morais, sociais, econômicas ou de qualquer outra ordem[...], reconhecemos essas características quando a escritora nos descreve Teresa:
Como ia passar dois anos no estrangeiro mostrava-se imensamente «snob» e impertinente. Exibia-se e luzia-se nos conhecimentos da vida dos povos que habitam para lá do nosso modesto horizonte. Não se calcula como nos irritava! E eram as minucias... Não se ia e vinha, como os caixeiros viajantes... Demorava-se... Viveria num hotel de luxo... Compraria peles preciosas... Vestidos... Perfumes... Voltaria com as malas cheias... Daria passeios lindíssimos... Exercitar-se-ia a falar... Oh! O sotaque, numa língua, dá o tom... (ARCHER, 1950, p. 9).
Dentre os elementos que estruturam a narração identificamos, no tocante ao tempo, que a autora narra a sua contemporaneidade e esta se dá em meados do século XX, momento em que Portugal vivia o regime austero da ditadura Salazarista. Enquanto elemento estruturante, de acordo com Nunes (2002, p. 20), ocorre um tempo cronológico, as cenas vão ocorrendo em uma ordem natural, do início para o fim, “[...] Baseado em movimentos naturais recorrentes, como os cronométricos a que já nos referimos, o tempo cronológico, por esse aspecto ligado ao físico, firma o sistema de calendário [...]” (idem), pois, essa cronometria é que coloca a ordem dos acontecimentos e os qualificas.
O espaço socialmente verificável em que a trama ocorre é na cidade de Lisboa “[...] A mãe de Teresa deixara o sossego da sua casa da província para viver em Lisboa esses dois anos, de guarda a casa da filha [...]” (ARCHER, 1950, p.13). Abdala (2004, p. 48) diz que o espaço se articula com as demais categorias da narrativa ao nível da história, e podem aparecer ligadas a um lugar físico, onde circulam as personagens e se desenvolve a ação.
O ambiente do enredo é mostrado a partir do termino do divórcio de Teresa com o senhor Seabra, já havia nascido um filho, com isso após o desenlace ele deixara a Teresa na confortável casa alugada por uma renda muito accessível. O narrador fornece detalhes do espaço situando-nos acerca do nível de conforto do ambiente.” Imagine-se uma moradia com quintal, e jardim, e um vestíbulo com ferros forjados, e aquecimento central, e três casas de banho, e salas ligadas por arcadas-com o senhorio a morar no primeiro andar e a Teresa no rés-do-chão.” (ARCHER, 1950, p.10).
Os elementos do espaço serão, para a economia da narrativa, decisivos para a solução estética, como veremos adiante. Percebemos, pela minuciosa descrição do espaço em que se desenrola o enredo da narrativa que trata-se de uma casa ampla e, em muito bom estado de conservação onde Teresa habita com o seu filho menor. Vale registrar que o ambiente eventualmente está presente através de certas indicações que o artista faz, como descrições, atitudes conscientes das personagens, regular disposição de acontecimentos, inversão de fatos, descrição de lugares, resultado inesperado de certas cenas, etc.
Este diz respeito aos aspectos sócio econômicos, ou seja, a situação-ambiente constitui-se, muitas vezes um detalhe não atingível, inapreensível objetivamente na obra, e resulta de uma observação do leitor em torno dos elementos apresentados ou sugeridos pelo artista na combinação das atitudes das personagens e na ação. Entretanto o ambiente faz referência à vida da personagem. Essa descrição também pode considerar como situação-ambiente conforme define Ataíde (1941): A situação ambiente é como um pano de fundo que serve para o desenrolar da ação e a vivência das criaturas ficcionais. É um resultado da experiência sobre o tempo e espaço. (p. 51).
Consideramos neste contexto a situação-ambiente, pois, é a partir da fruição desta que veremos o desenrolar da exegese ficcional, além de despertar o interesse pela leitura, aproximando a personagem da representação literária da vida social. De certo modo é neste ambiente que ocorrerá o conflito do enredo, criando o ponto culminante da a história, que podemos chamar de clímax, ou seja, o momento em que a narrativa atinge seu maior ponto de tensão, em seguida, temos o desfecho, a solução estética, o qual o autor nos surpreenderá com um final feliz ou não. Solução esta que segundo Gancho (2003, p. 11) “o desfecho é a solução dos conflitos, boa ou má, vale dizer configurando-se num final feliz ou não. Há muitos tipos de desfechos: surpreendente, feliz, trágico, cômico, etc”. O desfecho da narrativa, é surpreendente, pois, Teresa tinha consciência que o Eduardo estava com ela por causa do filho desta, (no seu primeiro casamento) o Quim, todavia, ela não cogitou em levar o menino consigo.
Toda gente, nas relações do casal, compreendia o assunto e o discutia. Mas toda a gente supunha, eu incluída, que a Teresa gostava do Eduardo. Por isso estranhei a resposta dela, há dias, quando lhe perguntei se levava consigo o filho: - Fica com minha mãe... O advogado insiste em que o deixe ficar... Calei-me – mas os meus olhos devem ter sido eloquentes porque a Teresa, logo em seguida, diz-me, como quem se justifica: - Olha, menina... Um outro marido como o Eduardo arranjo eu... Uma casa como esta é que não... (ARCHER, 1950, p.16).
O final, imprevisto para os padrões romanescos, sinaliza para o valor que materialismo e a razão assumem em detrimento da vivência do romance a sensibilidade, na vida da protagonista. No trecho acima, percebemos que a casa era mais importante para Teresa do que seu companheiro, no recorte selecionado, a importância dos bens materiais prevalecerá para a personagem.
AS TRILHAS E A CONDIÇÃO FEMININA
A crônica é emblemática e sinaliza para o registro literário do nascimento de um novo perfil de mulher, agora mais consciente e menos dependentes dos ditames sociais e de um status quo. A crônica selecionada por exemplo, permite-nos observar as relevantes mudanças no comportamento da mulher portuguesa que vive no meio urbano, em contato permanente e crescente com a instauração gradativa da modernidade, principalmente no que tange ao processo de formação da sociedade capitalista.
A narrativa intitulada “Faça mal quem o fizer quem o paga é a mulher”, à partida já se nota o um trocadilho, a apropriação da linguagem coloquial, que sua estrutura pode ser separada em versos de forma que temos “Faça o mal quem o fizer/ Quem o paga é a mulher”, este é formado de redondilha maior, com rima rica, e de fácil memorização.
O conflito gira em torno da personagem Anica, que por ter decidido deixar o marido opressor e acompanhar o amante, torna-se mal vista aos olhos da sociedade. A personagem lança-se ao impulso de suas escolhas emocionais. Anica – um nome próprio no grau diminutivo já é sintomático – será guiada pelo sentimento da paixão, ao invés da razão, não se importando com o futuro. A representação da personagem foi contemplada na ficção de Maria Archer e deriva para aquilo que Anatol Rosenfeld (2011) afirma:
A ficção é um lugar ontológico privilegiado: lugar em que o homem pode viver e contemplar, através de personagens variadas, a plenitude da sua condição, e em que se torna transparente a si mesmo: lugar em que, transformando-se imaginariamente no outro, vivendo outros papéis e destacando-se de si mesmo, verifica, realiza e vive sua condição fundamental de ser autoconsciente e livre, capaz de desdobrar-se, distanciar-se de si mesmo e de objetivar a sua própria situação.
É neste sentido, pois que, em seu percurso, ao longo da breve narrativa, Anica enquanto protagonista, será construída como personagem esférica. As “personagens esféricas” não são claramente definidas por Forster, mas concluímos que as suas características se reduzem essencialmente ao fato de terem três, e não duas dimensões; serão, portanto, organizadas com maior complexidade e, em consequência, capazes de nos surpreender, pois, conforme diz Candido (2000, p.63):
A prova de uma personagem esférica é a sua capacidade de nos surpreender de maneira convincente. Se nunca surpreende, é plana. Se não convence, é plana com pretensão a esférica. Ela traz em si a imprevisibilidade da vida, — traz a vida dentro das páginas de um livro” (Ob. Cit., p.75). Decorre que “as personagens planas não constituem, em si, realizações tão altas quanto as esféricas, e que rendem mais quando cômicas. Uma personagem plana séria ou trágica arrisca tornar-se aborrecida” (Ob. cit., p. 70).
A narrativa breve indica sumariamente que Anica, embora dispusesse de uma condição financeira estável, andava muito insatisfeita com a vida que levava e, na ânsia de dar um novo rumo à sua existência, ao lado de um novo companheiro, lança-se à nova experiência conjugal, sem, entretanto, assegurar-se, muito menos estudar melhor o caráter do novo pretendente. Desta maneira Anica, como veremos no trecho abaixo, a protagonista inconscientemente assume os riscos, na medida em que não se importou se um dia Ramiro a deixasse e ela viesse a perder tudo, se arrisca para viver uma paixão:
A Anica, desvairada de amor, fruia com intensidade o momento presente e não pensava nas consequências temerosas dos seus passos de mulher banida da vida das famílias nem no que poderia ser o seu futuro, um dia, se o Ramiro a amasse menos, a amasse pouco, ou a abandonasse. (ARCHER, 1950, p. 193).
A narração é feita por um narrador testemunha, aquele que participou e vivenciou os fatos do enredo, que pode ser justificado com a fala dele, [...] Lembro-me bem daquele dia, há anos, em que o escândalo da sua fuga com o Ramiro ribombou por Lisboa e deixou a sociedade – este meio de gente rica e janota e preconceituosa que a si mesmo se classifica de sociedade – deixou-a espantada e atordoada [...]( Idem, p. 191).
Ele narra em 1ª pessoa, mas é um “eu” já interno à narrativa, que vive os acontecimentos aí descritos como personagem secundaria que pode observar, desde dentro, os acontecimentos, e, portanto, dá-los ao leitor de modo mais direto, mais verossímil. Testemunha, não é à toa esse nome: apela-se para o testemunho de alguém, quando se está em busca da verdade ou querendo fazer algo parecer como tal. (LEITE, 2002, p. 37).
Conforme adianta o narrador testemunha, a qual faz o uso do verbo lembrar, no pretérito, dá a perceber que o narrador conhecia Anica, e vivenciou o fato ocorrido. Segundo Ataíde (1941, p.55) o ponto de vista da trama é visto de modo externo, ou seja, está sendo apresentado por alguém que sabe dos acontecimentos, mas não os vivenciou. Ao olhar para a construção da obra, e para a sua ordem temporal veremos que esta obedece ao tempo cronológico, ou seja, o enredo corre de maneira sucessiva, desde que Anica saiu de casa, passou a viver com Ramiro, mudaram de cidade, e ao fim acaba sendo gradativamente abandonada pelo parceiro e ficando sozinha, isto pode ser percebido nos recortes: (ARCHER, 1950, p. 196) “[...] a Anica via-o partir dia após dia, noite após noite [...] Meses consecutivos, com muitos dias e muitas noites em cada mês[...], para Ataíde:
O tempo cronológico é aquele que se mede pelo relógio, pela sucessividade dos dias e das noites, pelo movimento da terra e da lua, pela alternância das estações. O tempo cronológico consiste num esforço do homem para opor uma barreira ao tumulto subjetivo, às presentificações da memória à duração interior que é imprevisível e incontrolável. (ATAIDE, 1941, p. 47).
A personagem experimenta dupla condenação: o isolamento social por parte dos seus familiares e o afetivo, na medida em que vivenciará o gradativo abandono por parte do amado. Tal constatação deriva do que pode ser percebido na construção narrativa e nos dá a impressão de que os espaços utilizados articulam-se com as demais categorias da narrativa ao nível da história. Na obra são divididos em três sequências, no dizer de Abdala: “Num sentido mais abstrato, é importante que seja considerado o espaço social, a ambiência social pela qual circulam as personagens, e o espaço psicológico, as suas atmosferas interiores”. (ABDALA, 2004, p.48).
Desta forma relacionamos os acontecimentos que ocorrera com Anica, através destes espaços, ao qual, no início, ela circulava tacitamente pelas ruas de Lisboa e fazia parte da alta sociedade, podendo relacionar este como espaço social, em seguida ao fugir com Ramiro, se vê obrigada a passar por sua irmã, e aos poucos acaba ficando isolada em casa, num país estrangeiro, não tendo a liberdade de circular pelas ruas, ou seja, este se torna um espaço físico restritivo, sua vida se restringirá aos limites da sua modesta morada. A partir de então, dará vazão à dimensão do espaço psicológico, pois, a restrição dos deslocamentos funcionará como elemento propulsor para Anica na tomada de consciência do espaço que oprime e como estes podem se tornar espaços de fuga.
Assim, ao impacto das suas constatações, o desfecho da trama se dá quando Anica deixa Ramiro, e volta para Lisboa sem o parceiro e despojada dos seus bens materiais. Notamos a distinção existente entre os homens da trama, enquanto o primeiro faz questão de dizer que é casado com Teresa, Ramiro omite, ou seja, esconde o relacionamento com Anica, sob o pretexto de não perder o emprego, pois o que predomina para ele é posição social, por não aceitarem homens casados com mulheres que fossem divorciadas.
A Anica, nesses anos de peregrinação pelo estrangeiro, desfalcara grandemente os seus haveres. Ao separar-se do Ramiro não dispunha de meios que lhe permitissem fixar residência em Paris. Foi-lhe forçoso regressar a Lisboa, limitar as despesas e viver de pouco. (ARCHER, 1950, p. 199).
As crônicas selecionadas são representativas de distintos perfis femininos. A primeiro trata-se de uma mulher ambiciosa e racional que se arrisca a perder o pretendente a marido, a perder a confortável casa onde vive, e na segunda narrativa, temos a representação da mulher que, ao impulso de viver a segunda experiência conjugal, não se importa com os bens materiais, foi capaz de largar tudo para viver um amor.
TRILHAS QUE SE ABREM...
A coletânea Filosofia de uma mulher moderna, em seu conjunto abordam temas como os vistos acima, exibindo o desafio vivenciado pelas mulheres na luta pela libertação de sua condição de subalternidade, entre outros. As mulheres dos meados do século XX, época da ditadura salazarista, estavam sujeitas a uma hegemonia masculina, contentando-se apenas com os serviços domésticos e a educação dos filhos. A mulher encontrava-se sob um intenso domínio familiar, antes do casamento submissa ao pai e, após o casamento, ao marido.
Historicamente, a mulher foi sempre mantida como uma figura emudecida e marginalizada em diversos aspectos. O fato de ter sido tomada por sua suposta fragilidade e incapacidade de viver fora do domínio patriarcal implicou, não raro, o sacrifício de sua própria identidade. A tradição sócio histórica relegou à mulher um papel secundário na sociedade. Na esfera doméstica restavam-lhe as atividades de administração dos afazeres do lar e de educação dos filhos de forma que reproduzissem e perpetuassem os papeis sociais preestabelecidos. (ARAUJO, 2012, p. 14).
Da mesma forma, o registro literário na coletânea revela que a condição e o papel reservado para a mulher na vida social daquele momento, onde o lugar privilegiado era destinado aos homens e as personagens femininas, dispunham de espaço restritivo e, não raro, para viver eram submetidas ao regime no qual, sendo vistas como frágeis e incapazes, seu destino seria o casamento. Dessa forma, a literatura de Maria Archer desprende-se do usual, instaura um estilo próprio com seu distinto jeito de escrever, fará aquilo que defende Teixeira: “buscando, por meio de seus personagens, estabelecerem representações que questionam e contestam as posições ocupadas por homens e mulheres na sociedade” (TEIXEIRA, 2008, p. 33 apud MOURA, 2012, p.3).
A representação literária de Archer recria o mundo a partir da sua ótica e fala a por aqueles que não tem voz própria. Como se sabe, eram poucas as mulheres que assumiam a profissão de escritoras naquela altura. O papel da escrita literária de várias autoras feminina, vista deste modo, era expor o comportamento dos perfis femininos, ligados ao período em que viviam, desta maneira, em suas publicações a representação literária e o engajamento era constante.
Ao recriar na literatura os diferentes grupos sociais é importante um posicionamento condizente com as vivências de tais indivíduos. Compreender o meio social a partir de um único viés não torna possível representar de modo eficaz os grupos que o compõem, já que, mesmo mostrando-se sensíveis e solidários a seus problemas, ainda assim estes não terão as mesmas experiências de vida. (ARAUJO, 2012, p. 34).
A literatura pode ser considerada como uma instituição social, que utiliza como expressão a linguagem, ela pode representar a vida, esta é uma realidade social. O artista se apropria da literatura para através dela fazer uma utilidade social, ou seja, apoia-se em suas vivências para se dirigir ao público. Conforme exprimem Wellek & Warren, (1955), ao discutirem a relação entre literatura e a sociedade, é costume começar-se pela frase – derivada de De Bonald - que afirma que “a literatura é uma expressão da sociedade”.
[...] Afirmar que a literatura é o espelho ou a expressão da vida será ainda mais ambíguo. Um escritor não pode deixar de exprimir a sua experiência e a sua concepção total da vida; mas seria manifestamente falso dizer que ele exprime a vida total – ou até mesmo a vida total de uma certa época - por forma completa e exaustiva. [...] (WELLEK & WARREN, 1955, p. 114).
Desta forma, o artista não é obrigado a escrever sobre aspectos que ocorreram em toda a sua vida, mas sim de determinada época, descrevendo as implicações e relações sociais deste período. Dizer que a literatura exprime a sociedade constitui hoje verdadeiro truísmo; no dizer de Antonio Candido, mas houve tempo em que “foi novidade e representou algo historicamente considerável”. Na atualidade não é necessário enunciar que a literatura representa a sociedade, conforme defende Candido:
No que toca mais particularmente à literatura, isto se esboçou no século XVIII, quando filósofos como Vico sentiram a sua correlação com as civilizações, Voltaire, com as instituições, Herder, com os povos. Talvez tenha sido Madame de Staél, na França, quem primeiro formulou e esboçou sistematicamente a verdade que a literatura é também um produto social, exprimindo condições de cada civilização em que ocorre. (CANDIDO, 2006, p. 29).
Assim, com base na sua produção e seu legado literário será possível afirmar que Maria Archer recusava enclausurar-se como intelectual e como mulher nos modelos impostos pelos ditames sociais. Essa atitude pode ser colhida nas suas produções criativas, uma vez que a autora alinha-se a um sistema de pensamento e de comportamento não previsto para a condição feminina determinado pela história. Muito pelo contrário, sua atuação revela que a condição feminina deveria se voltar para novas vias de ação, de argumentação e de reflexão que não as mesmas trabalhadas pelos homens na história da cultura do seu tempo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível entrever, por meio da representação literária, na qual incumbe-se de exprimir “A filosofia de uma mulher moderna”, como as mulheres, naquela altura, comportam-se perante seus dilemas e suas angústias existenciais. Desde a escolha entre a razão e a emoção, diante do desafio de se entregar a um novo amor, em que a personagem da primeira narrativa, ao mesmo tempo em que ela decide recomeçar sua vida amorosa, ela teme em perder a casa, agindo com a razão, ela decide deixar o filho, assim, estaria segura a sua moradia com o aluguel muito abaixo do valor de mercado.
Paradoxalmente, a protagonista da segunda narrativa selecionada, como amostra para a identificação do delineamento dos perfis femininos, sob a ótica de Maria Archer, vimos que a personagem não imaginou que seu romance poderia não vicejar, como seria evidentemente desejável para a protagonista, desconsiderou a possibilidade de vir a perder o conforto em que vivia. Ou seja, a protagonista peca por ceder ao primeiro impulso e ao excesso de sensibilidade.
A contribuição literária de autoria de Maria Archer vem sendo gradativamente estudada no âmbito de relação literária e cultural ibero/afro/americana, vimos que autora muito tem contribuído para o avanço da literatura nos países de Língua Portuguesa e pela representação feminina neste contexto literário, uma vez que pela sua visão crítica, produz narrativas que estão muito além da literatura considerada apenas como de “sensibilidade contemplativa” e “linguagem imaginativa”. Suas narrativas são inquietantes porque identificam a opressão, evocam a vida, buscam a emancipação da mulher e, talvez por isso seu nome tenha sido gradativamente apagado e, até certo ponto eclipsado na história da literatura portuguesa.
A representação literária na obra de Archer pode ser considerada um genuíno produto de vida social, pois, através de sua criação é possível entrever questões relacionadas a fatos históricos, sociais e culturais, e que ao mesmo tempo pode ser vista ainda, como um modo de comunicação e expressão do seu olhar sobre a sociedade, a qual, por meio do seu gesto de interpretação estética, o conteúdo da mensagem pode alimentar um desejo de mudança no meio social.
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MARIA ARCHER - A ESCRITORA MARIA ARCHER E O RETRATO DA MULHER DE MEADOS DO SÉC. XX
Dina Botelho
Maria Archer é uma escritora que vale a pena conhecer. Passear os olhos pelas páginas dos seus livros é transportarmo-nos para meados do século XX e, pouco tempo depois, deixarmos de simplesmente passear e ficarmos presos na sua escrita. O realismo da sua escrita é tão grande e intenso que se nós não nos identificarmos com as suas personagens, com elas identificaremos alguém que conhecemos.
Considero ter sido um marco para a época em que viveu e é nesse sentido que sempre me deram testemunho quando dela falo com pessoas mais velhas.
A preocupação/tema principal da sua obra era a situação da mulher e as dificuldades por ela sentidas. A vida da mulher, a sua relação com a família, com o trabalho e com os homens dominavam os seus romances, novelas e peças de teatro.
Mas se o tema dominante era o mesmo havia novidades em todas as suas obras. O estatuto social das mulheres que retratava era diferente, a mulher tanto era vítima como até brincava com os homens e por isso liam-se com empolgamento as suas obras. O seu conhecimento profundo do pensamento da mulher das várias classes sociais permitia-lhe falar com à vontade e realismo das suas vidas. Já João Gaspar Simões falava, em 1950, do seu «superior espírito de observação, penetrante análise social, sólida expressão literária, magistral equilíbrio no doseamento do imprevisto, pelo que não poderia deixar de ser considerada desde já um grande contista, um grande escritor».
Maria Archer dizia que escrever era fugir ao longo silêncio a que a mulher da época estava votada. Até o acesso à cultura era negado à mulher na época, como Maria Archer retrata bem na personagem de Adriana (de Casa sem Pão) que tinha de se esconder para ler livros.
Maria Archer mostrou as vozes profundas do seu ser, sem nunca recorrer a pseudónimos, o que fez dela única na sua época e no seu meio. Ela partia do real e era esse real que interessava aos seus leitores. Ela própria reconheceu que a literatura feminina da sua época não era criativa «pois a mulher encontrava-se subjugada pela estrutura social e familiar repressiva.»
Diz-nos o ensaísta João Gaspar Simões que «se existir um tema nos seus contos este é o tema social: a rebelião da mulher contra as normas sociais sacrificadoras da sua sagrada independência». O conto de Maria Archer é o conto de fundo social, o conto de costumes.» Ela é considerada por ele «um dos nossos primeiros contistas contemporâneos, um dos nossos mais fortes temperamentos de escritor».Como diz o Prof. Fernando de Pádua, seu sobrinho, a propósito destes elogios carregados de masculinidade, «só faltaria dizer que Maria Archer é um homem».
Termino com duas confissões da própria escritora, datadas de out. de 1952 (in “Revisão de Conceitos Antiquados”) que mostra bem o que passou, e o que passava qualquer mulher escritora na altura, para escrever:
«Saibam quantos fazem coro no desprestígio da obra literária das mulheres que os nossos livros são momentos heróicos. Custam-nos coragem, e angústias, que os homens, para igual feito, desconhecem de todo.»
Assim, não retrata só na escrita o que era a vida da mulher no início e meados do séc. XX mas ela própria e a sua vida foram um ótimo exemplo das vivências da mulher da época.
Sobre o lançamento do Livro de Elisabeth Battista
REVISITAR MARIA ARCHER
Rita Gomes
Presidente da Direção AMM
Começo por felicitar a Profª Elizabeth Batistta pelo pioneirismo, saber e persistência com que se tem dedicando ao estudo da obra de Maria Archer, a escritora viajante, como lhe chama.
Desde sempre, tive uma imensa admiração por ela, em grande medida influenciada por meu Pai, que a considerava uma extraordinária mulher e escritora. Era seu primo direito e muito amigo (o pai de Maria Archer era irmão da minha avó paterna, ambos alentejanos)
Eu era criança quando a conheci na minha casa de Lisboa, na Graça, e recordo-me bem da sua beleza e espírito comunicativo. Era uma progressista, intelectual de prestígio, defensora dos direitos das mulheres, dos direitos humanos, sociais e políticos. Republicana, como meu pai, enquanto a minha mãe era monárquica. Esse conflito de ideias fazia parte do nosso dia a dia, conviviamos com a política - desde então me habituei ao debate sobre questões políticas.
Mas, apesar desses laços de femília e da relação pessoal, não tinha conhecimento de muitos dados e informações, aqui neste livro recolhidas, sobre a passagem de Maria Archer por diversas partes do mundo, sobretudo em África, sobre as honras que lhe prestaram, pelo seu trabalho,mas também sobre tantas adversidades com as quais foi confrontada pela vida, imerecidamente.
Até a sua atividade como representante da União das Mulheres Portuguesas Democráticas, filiada no Movimento das Mulheres Democratas Portuguesas, para a qual tinha sido eleita presidente, constituiu uma novidade, que este estudo nos dá. Juntou, assim, a militância em organizações a outras formas de luta que passaram pela escrita.
A sua capacidade criativa era, a todos os títulos, excecional e diversificada. Além dos escritos jornalisticos, Conferências feitas em diversas Instituições Culturais, Científicas, Políticas, saliento, a propósito, as conferências que, por exemplo, fez no Liceu Pedro Nunes para Jovens, que muito a admiraram – relato feito por meu marido que foi aluno desse Liceu – e que, desde então, passou a ser um seu grande admirador.
Por eu estar ligada a trabalhos sobre a Emigração fui sabendo um pouco mais sobre a sua Vida e Obra , o que melhor me permitiu apreciá-la.
Recentemente, de forma inesperada e através de e-mail enviado do Brasil para a Drª Manuela Aguiar, conseguimos contatar em S. Paulo, durante uma Reunião da Associação Mulher Migrante, com as 2 irmãs Blanche de Bonnville e Maria Jorge de Bonnevillle, que a tiveram como percetora na sua casa de S. Paulo. Ambas continuam a ter por ela uma enorme amizade e reconhecimento.
Como testemunho dessa amizade, estão publicados pequenos textos das duas referidas Senhoras, na Revista desta Associação, “ A vida e Obra de Maria Archer – Uma Portuguesa na Diáspora” sobre o Encontro realizado em Lisboa, em sua Homenagem, ( dia 29 de Março de 2012), no Salão Nobre do Teatro da Trindade, que teve também como Parceiros a Fundação Inatel, a Fundação Fernando de Pádua, a Câmara Municipal de Espinho e a Mulher Migrante Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade.
Já referi, a capacidade criativa de Maria Archer, a todos os títulos excecional e muito diversificada. Tenho relido algumas das suas Obras, recentemente, e delas gostaria de dar aqui alguns exemplos concretos.
Recordo, por exemplo, um texto por ela escrito em 1964, num Jornal do Brasil “Portugal Democrático”, nº 83, de Maio de 1964, sobre a Reforma Agrária no Séc X1V. em Portugal:
Começa assim: “ Lendo há dias a CRONICA DE D. FERNANDO do venerável Fernão Lopes …… “
“…. É também de notar que no Portugal do século XIV já se reconhecia o valor social da propriedade imobiliária e a prioridade desse merecimento sobre o direito de posse sempre que estivesse em causa a sobrevivência do Reino. O princípio político da encampação da empresa agrícola mal administrada ou, ou subtraída à utilização pública, isto é, desviada do serviço social da Nação, ressalta nitidamente desta legislação medieval.
Mais ainda: Encontramo-nos aqui na presença dum postulado que não aparece em nenhum dos projetos de Reforma Agrária contemporâneos e chegados ao meu conhecimento – o de que a indemnização devida ao proprietário ”constrangido” seja “razoável “ e arbitrada pela Justiça, após o que não havendo entendimento entre as partes o direito de posse seria confiscado ao proprietário, e suas terras entregues ao “bem comum”.
Não entendo integralmente este termo “bem comum” por estar acentuado de “onde o houvesse” . Cuido que Fernão Lopes se referiu a bens concelhios ou municipais, não aos do Estado. possivelmente logradoiros ou baldios. Se o cronista quisesse indicar bens do Estado teria empregado a palavra “Reino”….
“Não pode haver qualquer dúvida, após esta breve leitura da secular existência, em Portugal, do princípio político da encampação da propriedade, se a mesma tiver sido desviada do seu fim de utilidade social , e com indemnização ao proprietário. Se alguém voltar a afirmar- me que esse aspeto da questão agrária foi gestado pelas filosofias do materialismo dialético, protestarei e dando o seu a seu dono recomendarei ao ignorante que estude a legislação do século XIV.”
Muitos outros textos reveladores da sua vasta cultura, e que são pouco conhecidos, podemos encontrar nas Revistas Municipais de Lisboa, entre 1939, 1940, 1941. 1942, 1943 e 1945 - artigos de Maria Archer nos quais se abordam assuntos, como eles dizem, “pitorescos e intimidades citadinas”.
Assim, num Artigo de 1939 sobre “TIPOS POPULARES”, é referido que os traços que Maria Archer documenta podem parecer-nos hoje comezinhos… mas terão interesse para gerações vindoiras, justamente por terem aspetos flagrantes do viver de muitos, um interesse de “documentário anedótico” .
Entre os diversos TIPOS POPULARES, escreveu sobre:
PORTEIRAS Rev. nº 2 Ano de 1939
O ARDINA “ nº3 “ “ 1940
A PEIXEIRA “ nº4 “ “ 1940
A CRIADA “ nº 5 “ “ 1940
O MOÇO DE RECADOS nº 8/9 1941
O COCHEIRO Nº 10 1941
O PADEIRO Nº 11 e 12 1942
OS GANGAS Nºs 13 e 14 1942
O ENGRAXADOR Nºs 24 e 25 1945
Esta diversidade simboliza bem a inteligência crítica da autora, a sua vocação para estudos etnológicos, a sua captação das singularidades de Figuras Tradicionais do SÉC XX . Hoje quem, com a minha idade, se lembra delas no seu quotidiano, acha FANTÁSTICA a CARACTERIZAÇÃO que é registada nestes textos. Razão tinham aqueles que, em 1939, se lembraram de fazer uma recolha sobre TIPOS POPULARES, a pensar nas gerações vindoiras. Estes trabalhos de Maria Archer, sobre a realidade da vida desses tempos, têm, assim, tanto valor literário como interesse humano . É também o que se pode dizer da generalidade das suas Obras.
Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-76607714752756651742016-01-13T15:54:00.007-08:002020-08-09T06:25:51.553-07:00À conversa com o SECP José CesárioÁ CONVERSA COM
DR. JOSÉ CESÁRIO
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas do XX Governo Constitucional
Miguel Leite e Manuela Aguiar
ML – No âmbito do exercício das suas funções, e em jeito de balanço final de mandato, quais os aspectos que o Sr. Secretário de Estado gostaria de destacar, concretamente focando as acções que mais lhe pareceram bem-sucedidas e, naturalmente, referenciando também aqueles aspectos que eventualmente tenha considerado menos bem conseguidos…
JC – Há aspectos em que considero que tivemos sucesso. Em outros admito que não tenhamos atingido a totalidade dos objectivos. Conseguimos dar um passo que considero muito importante na credibilização da rede de ensino espalhada por esse mundo fora. Em 2011, tínhamos umas centenas de professores que o Estado pagava, mas não sabíamos exactamente quantos alunos é que frequentavam os cursos, não avaliávamos as suas aprendizagens, nem sequer tínhamos programas... E havia uma desigualdade total entre o que se passava fora da Europa e na Europa!
ML – Se me permite a interrupção, podemos admitir que havia um plano pouco organizado, ou semi-organizado, no qual os senhores pegaram e reorganizaram com objectivos definidos…
JC – A questão é esta: Não havia sequer um plano! Bastava-lhes dizer que tinham não sei quantos professores colocados em determinados países. Independentemente dos resultados.
ML – Independentemente de se aferirem resultados…
JC – Ora bem: O que nós fizemos – e é uma das coisas de que eu mais me orgulho - apesar das grandes dificuldades económicas, que nos obrigaram realmente, em determinados momentos, a reduzir o número de professores - foi credibilizar o ensino que ministrávamos às crianças. E como? 1º - Passou a haver Programas; 2º - Organizámos o registo dos alunos que frequentam os cursos; 3º - Passámos a avaliar as aprendizagens e a certificá-las… Hoje os alunos que frequentam esses cursos têm um certificado das aprendizagens. Os últimos certificados à escala central tinham sido passados há, pelo menos, uns vinte anos atrás! Esta é uma questão fundamental.
MA – Era um sector que dependia do Ministério da Educação...
JC – Era. Também me orgulho muito de termos lançado um Plano de Incentivo à Leitura, que implicou a aquisição de milhares e milhares de livros de autores portugueses (livros infantis e juvenis), num total de cerca de 700 mini-bibliotecas que foram distribuídas por escolas, bibliotecas escolares e associações com actividade cultural, com um objectivo preciso: tentar que as Comunidades Portuguesas leiam, começando pelas crianças e pelos jovens… Ninguém em Portugal adquiriu tantos livros a autores portugueses como nós, nestes quatro anos!
MA – E isso pode dizer-se tanto para a Europa como para fora da Europa?
JC – Globalmente. Aliás, há aí um progresso a salientar, que é o de termos voltado a distribuir Manuais Escolares fora da Europa, para além das mini-bibliotecas. Criámos Coordenações de Ensino, onde não existiam, por exemplo, na Austrália, na Venezuela.
Outro aspecto significativo - que teve um grande impacto sobretudo nas comunidades mais periféricas - foi o Programa das Permanências Consulares. Desde 2013, o Serviço Consular Itinerante chegou a cidades onde nunca tinha havido a prestação de serviços consulares, com equipamentos novos de tecnologia portuguesa, que permitem hoje aos postos consulares tratar dos documentos administrativos essenciais para os portugueses. Vamos junto das pessoas.
ML – Portanto, mesmo em terras onde não há Consulados…
JC – Em mais 150 Cidades onde não há Consulados.
ML – Aumentaram muito a rede de serviços…
JC – Sim. Eu dou-vos exemplos concretos: Cambridge, Edmonton, Manaus, São Luís do Maranhão, S. Diego, Turlock, Tulare, Sault Ste. Marie, Winnipeg, Kitimat… Por exemplo: Winnipeg tem Consulado Honorário, mas não podia fazer Cartões de Cidadão. E com este equipamento passou a poder fazer.
MA – Winnipeg tinha um homem competentíssimo à frente do Consulado!
JC – É, tem. É muito competente.
Portanto, isto em mais de 150 cidades e a correr bem!
MA – Também na Europa e fora da Europa?
JC – Em todo o lado. Foi um trabalho global. Mas mesmo na Europa há problemas gravíssimos a esse nível. Deixem-me dar-vos um exemplo curioso- o Luxemburgo, onde o ponto mais distante em relação ao consulado está a 40 quilómetros… Ora, fizemos aí mais de 70 permanências consulares por ano. Prova de que era necessário! Há um fenómeno europeu, que tem a ver com a proximidade em relação a Portugal (também acontece fora da Europa, mas menos), que é as pessoas tratarem dos documentos de identificação, quando vêm a Portugal de férias. Porquê? Porque a acessibilidade aos consulados é difícil. Implica sempre a perda de pelo menos meio-dia de trabalho.
Isto correu bem! Outra coisa de que se pode dizer o mesmo é termos conseguido, nestes anos, através de múltiplas acções de formação, encontros, etc. despertar umas dezenas de dirigentes associativos, mais ou menos jovens, que estão hoje a trabalhar em muitas associações em que não trabalhavam…
MA – E mulheres?
JC – Muitíssimas mulheres! Desses dirigentes associativos novos eu diria que, seguramente, metade são mulheres. Posso até referenciar alguns casos: Ana Miranda em Nova Iorque, Jennifer e Raquel Rosa na área de Nova Jersey… Gente nova… Em breve vou para o Encontro do Cone Sul, onde há um Grupo de Mulheres, quer em Buenos Aires (jovens, algumas à frente de associações), quer em Ijuí, quer em Porto Alegre… Em Montevideu já há três ou quatro mulheres jovens que me parecem capazes de pegarem, futuramente, na Casa de Portugal...
MA – Acontece em alguns países - o rejuvenescimento da liderança traz a igualdade de género…
JC – Há casos em que isso é muito evidente. São talvez fifty/fifty, (homens e mulheres)... Isto correu bem!
Coisas que não correram tão bem: por exemplo, as campanhas de mobilização para a participação política! Embora num país ou noutro se tenha dado já um salto, estamos muito aquém daquilo que é minimamente desejável, quer na vida política portuguesa, quer na vida política local.
ML – Deveria haver muito mais participação política…
MA – Quanto a participação política, seria interessante comparar o paradigma galego com o nosso. Eles participam, têm muito mais inscritos no recenseamento e votam muito mais…
JC – Votam muito mais.
MA - Estão mais concentrados em certos países…
JC – É.
MA - Não seria interessante organizar uma espécie de Cimeira Luso-Galaica?
JC – Acho que nós começamos por ter um problema mais grave do que qualquer outro povo no Mundo: a falta de cultura política!...
MA – Em relação, por exemplo, aos Galegos?
JC – Eu creio que têm mais… E não são só os Galegos. Há outras comunidades em Espanha, a Comunidade Valenciana, a Comunidade Basca… Todas aquelas realidades regionais espanholas têm uma expressão nas respectivas comunidades, uma participação, que nós não temos.
MA – Nós também temos uma expressão regional muito forte na Madeira e nos Açores, embora não em termos de participação política...
JC – Porquê? Porque não há cultura política.
MA – Em alguns países onde predominam madeirenses e açoreanos, a participação política é ainda menor…
JC – É claramente pior! A participação política das comunidades insulares é inferior à das comunidades continentais…
MA – Não tenho dados sobre os outros casos da Espanha - só sobre a Galiza…
JC – A Galiza é dos mais participativos.
MA – Quando há campanhas eleitorais os principais candidatos ao governo autonómico, vão aos países de grande comunidade, à Argentina, à Venezuela… Têm um peso enorme! Cerca de meio milhão de eleitores, que votam mesmo…
JC – Eles têm eleitos directamente nos Parlamentos Autonómicos…
MA – Eu estou a comparar a Galiza com Portugal inteiro - só a Galiza tem muito mais votantes, não é?
JC – Provavelmente uma coisa que poderá vir a ser discutida outra vez é a presença directa nos Parlamentos Regionais…
MA – Sou absolutamente a favor! E a Constituição não é impeditiva…
JC – Acontece isso em Espanha. Eles têm! Na Galiza têm! Tal como, por exemplo, em Itália… Em Itália, têm uma série de Senadores…
MA – Se houvesse representação nas Assembleias Legislativas Regionais, talvez a mobilização fosse muito maior… Os Governos Regionais têm uma ligação muito mais próxima com as suas comunidades do que qualquer outra região de Portugal…
JC – Talvez fosse… Mas não vale a pena iludirmo-nos, o problema da falta de cultura política é sério. O Português é mais acomodado. Veja-se o que se passa com o Conselho das Comunidades: os níveis de participação são absolutamente miseráveis! E estamos a falar de eleitos muito próximos das pessoas.
MA – Talvez porque não saibam o que é o Conselho...
JC – Não sabem. Mas a verdade é que cada candidato, à partida, é um líder (teoricamente). e lidera 30, 40, 100 pessoas…Tirando o caso de Macau, em que há especificidades…
MA – No que respeita ao Conselho das Comunidades, e no que respeita à questão de género, os números não são muito animadores…
JC – Não.
MA – E há países que não têm representação feminina, o que é verdadeiramente estranho: Por exemplo, a América do Norte, apesar da presença de jovens, concretamente em Nova Iorque.
JC – É um dos locais onde têm aparecido mais jovens!
MA – Mas, curiosamente, não se interessam pelo Conselho. E não há uma única mulher representante nos Estados Unidos ou no Canadá, onde a Maria Alice Ribeiro e a Manuela Chaplin foram pioneiras…
JC – A Raquel Rosa esteve para fazer lista, mas depois acabou por desistir da ideia…
MA – O contrário aconteceu na Argentina e na Venezuela, onde as nossas associadas foram cabeças de listas e ganharam as eleições!Foi importante a "Mulher Migrante" ter centrado o associativismo feminino também no campo da participação cívica e política, e não só no setor social, como era a regra. Ou ainda é...
JC – Sim. É, em regra é.
MA – Sinal dos tempos, este movimento cívico feminino na emigração...
JC – Pois. É verdade. Não tenham dúvidas… Estão a aparecer muitas, mesmo muitas!
MA– O Conselho tem apenas 12, não é?
JC– Sim… Há 12 em 63!
MA– A Lei da Paridade só obriga a que o terceiro elemento de cada lista seja uma mulher… Ora muitas listas só elegem um ou dois elementos, homens…Deve ter sido o que se passou no Canadá e nos Estados Unidos.
JC– No Canadá é pior do que isso… Porque no Canadá, em Toronto, não houve candidaturas… Em Vancouver também não houve…
MA– Em Vancouver ,Toronto, Montreal…
JC– Em Montreal, houve.
MA– Mas Toronto era o epicentro do Conselho das Comunidades do Canadá…
JC– Houve lá uma rapariga nova, muito activa, que está a trabalhar no Consulado, é a responsável social, a Paula Medeiros… Quis fazer uma lista, mas não podia por ser funcionária consular… Essa tereia conseguido, é dos elementos novos que ali está com muita garra! Toronto é dos casos que claramente correram pior. Estes são os aspectos que eu acho que correram bem e os que correram menos bem…
MA– O Ensino fora da Europa ainda está fundamentalmente nas Associações, ou não?
JC– A maior parte dos alunos que temos fora da Europa estão em Cursos Integrados. Por exemplo, no Canadá, a maior parte dos alunos estão nos Cursos do Distrito Escolar Católico de Toronto e nas Escola Públicas de Toronto… Não é o caso de Montreal, em que estão na Escola de Santa Cruz.
MA– Uma Escola fantástica, com centenas de alunos!
JC– Claramente. E, nos Estados Unidos, a maior parte dos alunos estão no Ensino Integrado de Massachusetts, que, aliás, recruta professores portugueses, cá.
MA– As Paróquias também tinham escolas muito importantes…
JC– Têm. Temos uma rede de escolas associativa… Só em Massachusetts, há pelo menos uns 7 mil alunos…
ML– 7 mil?
JC– Sim.
ML– Nas Paróquias, se calhar são muitas, mas sem esse número tão significativo de alunos…
JC– Hoje já não estão tanto nas Paróquias, mas nas Associações… Nas Associações devemos ter para aí uns mil e tal ou dois mil alunos. Na Venezuela, a nossa coordenação dá apoio. A maior parte dos nossos alunos estarão nas Escolas Privadas e até nalgumas Públicas… Na Austrália é tudo associativo… Na Argentina temos uma pequena experiência com uma Associação (na Gonzalez Catan) que, aliás, é presidida por uma mulher… Na África do Sul estão quase todos em Escolas Oficiais, não há associativas…
MA– Na África do Sul foi um rude golpe para as associações o facto de o Ensino ter passado para o sector público… Isso aconteceu há já muito tempo…
JC– As associações na África do Sul estão a atravessar uma fase muito difícil… É dos países em que estão pior…
MA– O Ensino Associativo era muito importante para a a frequência e animação das Associações…
JC– Nós temos lá, ainda, vinte e tal professores daqui…
MA– E o ensino dado na perspectiva da Lusofonia?… Cursos apoiados pela SE da Cooperação, na Namíbia, na África do Sul…
JC– Na Namíbia está com uma expressão enorme! E já temos no Zimbabwe, na Suazilândia… Estamos agora a fazer lá a formação de professores. Começamos há três anos. Na África do Sul estamos na Wits e na Universidade de Pretória. Tudo isto com o Instituto Camões na vertente de Ensino de Português no estrangeiro. Temos lá um Leitor de Português só para formar professores nessa área. Em Harare também já temos um professor…
MA– No Centro Diogo Cão havia muitos alunos, os números eram superiores aos da África do Sul!
JC– Sim, na Namíbia, os últimos números referiam dois mil e tal ou três mil alunos! A questão é que só em Windhoek há 100 mil falantes de português, angolanos…
MA– Há uma população angolana muito grande, esse ensino era muito dirigido também aos angolanos… Recordo-me que, em 2003, quando estive na RAS com uma delegação parlamentar, Portugal foi muito elogiado pelo Ministro da Cultura do Gauteng precisamente por ser o único país europeu que organizava cursos da sua língua para as populações africanas…
ML– Estávamos então a focar-nos na Cultura… Cultura e Educação são, quanto a mim, conceitos complementares de certo modo mas, também, diferenciados… Sabemos, até directamente, que no exercício das suas funções teve também uma acção nesse aspecto… (Não descurou esse lado, digamos, da sua função). Portanto, gostava que nos falasse não só a título executivo ou governamental e geral de mandato, mas também que nos pudesse dar o seu testemunho pessoal…
JC– Quando há pouco eu referi que houve um conjunto de dirigentes associativos novos que despertaram para a vida pública comunitária nestes últimos anos, estava a lembrar-me de que a maior parte das actividades que estes dirigentes desenvolveram foram precisamente de âmbito cultural… Por exemplo: Voltando aos tais exemplos dos Estados Unidos, do Canadá, da Argentina, etc. Cada vez que eles vinham a Portugal, nós fazíamos acções de formação com eles e procurámos que eles construíssem projectos culturais, culturais ou sociais…
ML– Esse aspecto de lá para cá também é muito interessante…
JC- … E projectos culturais e sociais a contarem com os meios que existem lá e com os meios que existem em Portugal, conjugando tudo e até procurando que trabalhassem em rede… E, de facto, houve vários projectos… Acções do género das que a Associação Mulher Migrante levou a cabo, nomeadamente connosco...Houve várias instituições locais a promoverem coisas idênticas… Deslocando artistas lá, de vários tipos… O Trio “Rumos Ensemble”, por exemplo, foi integrado em algumas dessas iniciativas… Houve imensos escritores que realizaram acções muito diversas… Conferências, Encontros com grupos, quer de alunos, quer de membros da comunidade…
ML– Das Artes Plásticas e Visuais, também?
JC– Menos, menos…
MA– Um dos aspectos mais interessante destas Conferências/Concerto "Portugalidade", que levámos a cabo com a SECP, foi o não serem apenas concertos, mas lições...
JC– Aquilo que vocês tentaram fazer foi debate sobre questões culturais. Isso talvez tenha faltado noutras iniciativas… Acho que valeria a pena explorar mais esse aspecto futuramente. Agora: É muito importante que cada associação, que está algures, em França ou na África do Sul, diga aquilo que pretende… Para onde é que querem ir, O Rumos Ensemble foi à África do Sul e à Namíbia. E, pelo que sei, gostaram. Pode ser que tenham criado ali um “bichinho” qualquer…
ML– Mas isso já foi, como diz, um conjunto de acções que nasceu em colaboração com Associações Locais… Porque a SECP também tinha meios exíguos ou limitados, parece-me…
JC– Sim, tínhamos… É verdade. Mas, reparem: Em boa verdade, com meios limitados bem administrados consegue-se fazer muita coisa… Por exemplo: O que é custa a deslocação de um escritor? A Luísa Fortes da Cunha (por exemplo), que escreve e edita muitos livros, e é muito activa, relativamente jovem, é uma mulher de 40 anos… Quanto custa levá-la à Austrália, à África do Sul? É apenas um bilhete em Classe Económica…Depois, está lá durante um período de tempo, pode vender livros, angariar leitores… Não é uma coisa cara! Faz-se uma acção com uma utilidade enorme, gastando apenas três ou quatro mil euros.
MA– E também enriquece a programação cultural das próprias associações, atraindo novos públicos…
JC– Claro que sim! E obriga os responsáveis consulares e das embaixadas a terem de estar a trabalhar conjuntamente com as pessoas dessas associações… Como sabem, a maior parte da actividade cultural das nossas embaixadas é muito para consumo do Corpo Diplomático… O Instituto Camões gasta muito mais dinheiro que a área das Comunidades. Não há comparação possível!
MA– O ideal era tentar fazer um articulação das acções…
JC– E a orientação foi sempre essa! Só que a verdade dos factos é que, na prática, vai um determinado pianista não sei onde…
MA– Depende muito das pessoas… Lembro uma acção da Associação Mulher Migrante em parceria com a SECP, que foi excelentemente apoiada pelo Instituto Camões em Bruxelas!
JC– Mas Bruxelas tem uma particularidade… Quem estava à frente da Embaixada, interinamente, era o Conselheiro João Terenas,que tem vocação para isso e, apesar de ter poucos recursos, como estava sozinho, entregou a programação cultural à coordenadora de ensino… uma jovem, que trabalha muito com as comunidades! Isso são casos, não é?
MA– Sim, mas esses casos deviam servir de exemplo....
JC– De acordo. Só que a maior parte dos nossos embaixadores promove a cultura muito virada para estratos que não são propriamente os das nossas comunidades…
MA– Julgando que as nossas comunidades não apreciam…
JC– Certo. Eu queria aqui voltar atrás e dizer que a SECP procurou também desenvolver acções dirigidas à mulher, mas tudo isto integrado numa lógica global de reforço da participação, consciente de um facto: para as nossas associações se renovarem e terem uma actividade regular é fundamental a participação de três estratos: as mulheres, os jovens e o sector empresarial. Porque, hoje, os empresários começam a organizar-se nas comunidades, e a verdade é que, atrás da actividade económica, vem a actividade cultural… Em França, se não fosse a Câmara de Comércio Franco-Portuguesa não havia nenhum jornal português!
MA– No Conselho Francês, desde o início tinham representação as Câmaras de Comércio, os Professores de Francês - em Portugal nunca se foi muito por aí… Seria importante ter um Conselho representativo dos emigrantes, das comunidades mais recentes, mas também um verdadeiro Conselho da Diáspora?
JC– Temos, à escala local, os Conselhos Consultivos que funcionam nessa lógica…Está lá tudo… Nos Conselhos Consultivos estão os professores, estão os dirigentes associativos (não todos, mas estão) …
MA– E articula com o Conselho das Comunidades a nível local?
JC– Tem de ser o Cônsul a fazer essa articulação.
MA– Isso não significa pôr um capacete estatal numa coisa que deve ser mais solta?
JC– É uma coisa que irá acontecer, segundo lei… Passarão a participar também nesses Conselhos Consultivo, elimina-se esse afastamento, à escala local. Outra coisa é aqui! Aqui é outra história…
MA– Mas, à escala local, no fundo, o associativismo foi feito sem os Cônsules, não é?
JC– Isto não é por causa do associativismo. É por causa da comunidade no seu todo! A ideia é termos ali um órgão em que estejam representados os sectores mais significativos de cada comunidade. E aí entram os empresários… A França, neste momento é o maior exemplo, mas no Brasil também se começa a notar isso. A instituição mais activa de S. Paulo é a Câmara do Comércio. E, em França, (não é em Paris, é em França), a mais ativa é claramente a Câmara Franco-Portuguesa, que é, nomeadamente, proprietária do Luso Jornal…
MA– Eu estava a pensar na ideia do Prof Adriano Moreira de coexistência de dois Conselhos, um para aos problemas sociais da emigração, outro para o universo maior da Lusofonia, com a sua dilatada fronteira cultural - e mais distante da partidarização...
JC– Isso é diferente. Não. Isso não temos.
MA– O que se designa como Conselho da Diáspora , sob a égide do Presidente da República, não é nada disto! Não têm um projecto, uma ideia!
JC– Deveria ter uma estrutura diferente. Reduz-se um encontro anual de um conjunto de pessoas…
ML– Sem grande utilidade…
JC– No fundo, eles vêem-se mostrar ao Presidente da República… E depois regressam às Comunidades e dizem: Eu estive com o Presidente da República!
MA– Agora, além da comunidade dos empresários, irá crescer também muito a comunidade académica, com base neste surto da nova emigração?
JC– Não sei se cresce.Primeiro: A nova emigração não se mistura com a emigração tradicional…
MA– Essa era outra questão que eu lhe queria colocar… A nova emigração e o velho associativismo… Como é que isso se conjuga?
JC– É muito raro haver essa integração. Admito que isso venha a evoluir, ao fim de dois ou três anos… são mais individualistsa (isso é muito claro) . A questão é: O que é que eles querem fazer? É muito complicado… Há países em que é mais fácil… Mas dou um exemplo, em S Paulo: Eles vão à Câmara de Comércio de S. Paulo, mas não vão à Casa de Portugal… Sei que há movimentações para tentar levá-los à Casa de Portugal… E estamos a falar de empresários…
MA– Empresários de lá e investimento português lá...
JC– Mas muitos deles são até empresas privadas de cá, que foram para lá, e que têm lá quadros… Uns são proprietários e outros não… Que dificuldade é que têm em ir à Casa de Portugal ou ao Clube Português? Nenhuma! Mesmo esses não vão… Então os outros nem se fala! O português que vai trabalhar para Zurique ou para Basileia ou para Genebra… Esses então não vão de todo.
MA– Manuela Bairos, quando foi Consul em Boston criou o Boston Festival, que reunia todos, incluia tudo o que de bom se fazia na comunidade...
JC– Mas o essencial do Boston Festival eram as comunidades que já estavam lá implantadas!
MA– Eram. Mas o Festival trouxe a comunidade académica para junto da tradicional. Com o Prof. Mariano Gago (eu continuo a achar que Mariano Gago era um génio!), conseguiu todos aqueles acordos e trouxe a comunidade do MIT , de Harvard...
JC– Sim, mas a participação deles era feita apenas num evento…
MA– Para criar uma imagem, uma marca de Portugal, envolvendo toda a comunidade…
JC– O problema é que a participação deles era feita apenas num evento, depois, não vão participar nas Associações…
MA– Não. Não vão. Mas o Festival é uma fórmula em que participam todos…
JC– O Boston Festival continua a existir, mas no dia em que o Consulado teoricamente fechasse o Boston festival, ele acabava! O problema maior é fazer com que as acções criem uma estrutura que caminhe por si. A ideia do Boston Festival é magnífica! Só que aquilo tuinha de ter ganho autonomia e não ganhou. São os ônsules a puxar por aquilo.
O contrário se passava, por exemplo - justiça lhe seja feita! - com o Bernardino Coutinho, que manteve a parada do Dia de Portugal, durante vinte anos!
MA– Era o maior 10 de Junho do Mundo!
JC– Era... Mas o maior ainda acho que foi sempre o de Toronto! E não tem nada a ver com o Consulado… É a Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas. Voluntários… Agora, o Boston festival nasce, e bem, da seguinte maneira: a Manuela Bairos começa a bater á porta de um conjunto de empresas e entidades, arranja um pacote de dinheiro, chama as associações, constitui uma comissão entre elas e designa que o dinheiro vem destes apoiantes… E continua a ser assim. O actual Cônsul faz a mesma coisa, o anterior também fez... A Aliança faz as coisas de outra maneira… Para o 10 de Junho, arranja meio milhão de dólares (que é o orçamento total), em que o Estado português não gasta um cêntimo - nem pode, porque aquilo dá lucro!
MA– O 10 de Junho é uma das pontes de congregação…
JC– Vocês conhecem as grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra, de Fall River… Ali não há Consulado. São eles! (Neste caso são açorianos) … Na Califórnia… Há realizações e estruturas que caminham por si!
MA– Considera que o grande paradigma de congregação associativa é a comemoração de uma data especial, religiosa ou civil, o 10 de junho, o 25 de abril?
JC– O 25 de Abril ainda não consegue ser, mas o 10 de Junho já é!
O TEMPO PASSARA MUITO DEPRESSA... ERA TARDE...
TERMINÁMOS A CORDIAL E LONGA CONVERSA COM O DR JOSÉ CESÁRIO, ABORDANDO O TEMA DAS VÁRIAS FÓRMULAS DE UNIFICAÇÃO DAS NOSSAS COMUNIDADES, HOJE - COMUNIDADES PLURAIS, DIVERSAS, QUE TÊM DE ENCONTRAR O SEU MODO PRÓPRIO DE CONVIVER E DE COOPERAR ENTRE SI E COM PORTUGAL, COM A SECP, COM OS CONSULADOS...
CONTUDO, NÃO LHE DISSEMOS DURANTE A ENTREVISTA, E QUEREMOS FAZÊ-LO AGORA, NO TERMO DO SEU MANDATO COMO SECRETÁRIO DE ESTADO, EM NOME DA AEMM, O QUANTO APRECIÁMOS E AGRADECEMOS TODO O SEU APOIO, O CONVITE PARA INICIATIVAS CONJUNTAS, OS CONSTANTES INCENTIVOS Á NOSSA AÇÃO JUNTO DAS MULHERES DA DIÁSPORA, A SUA SENSIBILIDADE PARA AS QUESTÕES DA IGUALDADE E DA CIDADANIA
E, POR FIM, AGRADECEMOS MAIS ESTE GESTO DE SIMPATIA, NUM DIÁLOGO TÃO ABERTO E INFORMALMaria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-91605783609302572462016-01-07T19:31:00.000-08:002016-01-07T19:34:32.573-08:00MARIA BARROSO NA NOSSA MEMÓRIA<div class="MsoNormal">
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<b><br class="Apple-interchange-newline" />EDITORIAL<o:p></o:p></b></div>
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<b><br /></b><b><br /></b></div>
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<b>COM MARIA BARROSO NA LUTA PRO DIGNITATE <o:p></o:p></b></div>
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<b><br /></b></div>
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Há 20 anos, a "Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade", dava-se a conhecer no maior congresso de portuguesas da Diáspora jamais organizado no país, sob o lema “Diálogo de género e de geração - para dar a conhecer a emigração feminina e contribuir para que esta se sentisse e fosse tratada como uma metade igual à outra, no mundo das comunidades portuguesas. Nesse mês de Março de 1995. Maria Barroso esteve lá, em Espinho, connosco – e nunca mais deixou de estar.<o:p></o:p></div>
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Marcou indelevelmente a memória desse congresso fundador e o seu futuro, pela força da sua palavra – a fascinação do mito e da pessoa, reunidos num momento privilegiado das nossas vidas.<o:p></o:p></div>
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Não, não foi um discurso de circunstância em sessão solene de encerramento, seguido de uma saída apressada. Ficou ainda por algumas horas, no meio de todos. Sabia ouvir, compreender, passar da doutrina à prática, da defesa de valores em abstrato à solidariedade, que conforta e mobiliza. Era tão inteligente e culta, tão naturalmente amável e afetiva, e tão pragmática também!<o:p></o:p></div>
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Depois, contámos invariavelmente com ela, em outros congressos, nos “encontros para a cidadania” por onde começaram as políticas públicas para a igualdade de género na emigração e em tantas outras acões para o aprofundamento da cidadania, nesse outro Portugal, sempre mais esquecido…<o:p></o:p></div>
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2015 encerra duas décadas de trabalho em comum com Maria Barroso.<o:p></o:p></div>
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É o ano em que partiu, pouco depois de ter dito, numa última entrevista à televisão, serena e risonha, com a sua imagem, a sua voz eternamente jovem: “Em breve vou partir”.<o:p></o:p></div>
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Maria Barroso deixou um país inteiro saudoso de si, definitivamente órfão do seu sorriso maternal, da sua demanda de justiça, de uma cultura de paz e tolerância.<o:p></o:p></div>
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Tem, assim, o seu lugar na história da democracia e do feminismo em Portugal e um lugar muito especial no coração do Povo. Foi no momento em que se despedia dela, surpreso e comovido, que o País redescobriu - ou descobriu - a inteira dimensão da sua personalidade, o pleno significado de uma longa e variada história de vida, que atravessou épocas e regimes, sempre norteada pela coerência de interesses cívicos e humanistas. Uma infinidade de testemunhos, de comentários, de artigos, de reportagens, de entrevistas, acabou por dar uma ideia mais exata da excecionalidade da sua ação, que foi em crescendo, a força da experiência aliada à capacidade de antever e convocar o futuro.<o:p></o:p></div>
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As suas prioridades há muito não passavam pela intervenção nas instituições do Estado, nem pela atividade partidária, mostrando, limpidamente, como se podem afirmar os valores humanistas, fazer a diferença, mover o mundo, a partir da sociedade civil. A "sua" Fundação Pro Dignitate foi a sede de um sem número de iniciativas, de grande projetos, que ultrapassaram fronteiras, sobretudo na esfera da lusofonia e da Diáspora.<o:p></o:p></div>
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Para Maria Barroso, na sua luta pela dignidade de cada ser humano, não havia favoritos : portugueses, africanos, timorenses, refugiados, imigrantes, velhos, jovens, mulheres, homens... Pró Dignitate, ideia- força para responder aos desafios maiores no novo milénio - os combates por um mundo sem guerras, sem violência, em diálogo sobre um futuro comum, a partir de uma diversidade de heranças culturais, que se possam descobrir e aceitar mutuamente. Uma perfeita consonância coma a divisa da Mulher Migrante”: Não há estrangeiros numa sociedade que viva os direitos humanos!<o:p></o:p></div>
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20 anos passados, muitos anos de trabalho há pela frente!<o:p></o:p></div>
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Um olhar retrospetivo ou prospetivo, leva-nos sempre, neste 2015, a Maria Barroso, porque nos mostrou, no movimento da sua própria vida finita, como todos, individualmente, podemos procurar o progresso coletivo, e porque o seu legado de cidadania é verdadeiramente intemporal.<o:p></o:p></div>
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Maria Manuela Aguiar<o:p></o:p></div>
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<b><span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">1.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-weight: normal;"> </span></span></b><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">NA NOSSA MEMÓRIA<o:p></o:p></span></b></div>
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<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Drª MARIA BARROSO<o:p></o:p></span></b></div>
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<b><span style="font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">MARIA DE JESUS BARROSO </span></b><b>– UMA MULHER DE TODOS OS TEMPOS</b><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><o:p></o:p></span></b></div>
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A forma súbita e abrupta como se desenrolaram os eventos dos primeiros dias de julho de 2015, provocaram em nós uma enorme onda, inicialmente de incredibilidade e subsequentemente de sentimento de perda indescritível. É sempre difícil, se não impossível, descrever o que sentimos quando somos confrontados com a perda de uma referência de cidadania e humanismo como sempre foi a Dr. Maria de Jesus Barroso. <o:p></o:p></div>
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Enumerar, mesmo muito ligeiramente, cada um dos objectivos que alcançou e cada uma das suas contribuições para a sociedade portuguesa em particular e para a humanidade em geral seria um processo quase impossível de alcançar, pois muitas foram as suas áreas de intervenção tanto na sociedade privada e pública, como na política, nas artes, e no mecenato. Distinguiu-se em todas estas atividades fruto ao rigor e zelo que dedicava a tudo o que fazia, mas acima de tudo pela sua entrega total a todas e cada uma das causas que defendia. Aliás a sua capacidade de entrega absoluta era precisamente uma das suas caraterísticas mais impressionantes. Sempre que a sua presença era solicitada, em prol de qualquer causa ou em representação de alguma das muitas instituições que representava, estava sempre presente e ativamente participante.<o:p></o:p></div>
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Uma das melhores recordações que guardo está relacionada com a sua ida à Califórnia, mais precisamente à Universidade da Califórnia, Berkeley para participar no 5º Encontro para a Cidadania promovido pela Associação Mulher Migrante e o Programa de Estudos Portugueses da referida Universidade. Tive a honra de ser designada para fazer o transporte entre o aeroporto de San Francisco e a cidade de Berkeley. Como a viagem entre Portugal e San Francisco é consideravelmente longa, o plano era ir diretamente para o hotel, mas para minha surpresa, foi levantada a sugestão que seria muito agradável fazermos um pequeno passeio por San Francisco antes de nos dirigirmos para Berkeley. Assim fizemos por várias horas, e quando estávamos a atravessar a famosa ponte do Golden Gate, a Dr. Maria Barroso disse calmamente: “o que eu gostava muito de fazer era molhar os pés no Pacífico, com todas as viagens que fiz com o meu marido, nunca tive a oportunidade de molhar os pés no Pacífico.” Claro que fizemos o desvio, e nesse dia todos molhamos os pés no Pacífico, gelado e magnífico. Sei que o Congresso e outros eventos relacionados com o Encontro tiveram todo o sucesso, mas do que nunca me esquecerei foi a alegria desse fim de tarde numa pequena praia a norte de San Francisco. Alegria esta que se repetiu quando visitamos a sede da campanha eleitoral do então candidato para a Presidência dos Estados Unidos - Barack Obama. A visita da Dr. Maria Barroso a esse pequeno centro cheio de voluntários a preparar cartazes, encher envelopes e ao telefone com prováveis eleitores, fez com que o mesmo parasse completamente quando entramos e apresentamos a visitante como a ex-primeira Dama de Portugal. A sua simplicidade e simpatia cativou os jovens voluntários que ficaram com uma ótima imagem de Portugal e dos Portugueses. Melhor que ninguém, a Dr. Maria Barroso sempre foi uma excelente representante do nosso país e da nossa gente. Para todos ela tinha um ouvido atento, e uma palavra afável.<o:p></o:p></div>
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A Drª. Maria de Jesus Barroso era sem dúvida uma mulher admirável e inesquecível, por muitas razões e um exemplo a seguir. No meu caso, agradeço-lhe o ter-me ensinado que só se pode ser integra e digna se fizermos todo o possível para que os nossos cocidadãos também tenham oportunidade de o ser. A Drª. Maria de Jesus Barroso nunca deixou de ser mulher para ser militante política, ou deixou de ser militante política para ser humanitária. Nela tudo se conjugava e complementava sem conflito. Durante a sua vida serviu Portugal e os Portugueses de forma exemplar, teremos muitas saudades, mas os grandes, os verdadeiramente grandes, nunca morrem e Maria de Jesus Barroso viverá eternamente na memória de todos nós e nas páginas de honra da história de Portugal.<o:p></o:p></div>
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Saudosamente<o:p></o:p></div>
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Deolinda Adão, Professora catedrática da Universidade de Berkeley, Califórnia<o:p></o:p></div>
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<b>MARIA BARROSO<o:p></o:p></b></div>
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Hablar de María Barroso, es realmente hablar de una de las Mujeres más destacadas de Portugal, de todos los tiempos.<o:p></o:p></div>
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Bajo mi óptica puedo decir que fue una Mujer multifacetica, Diputada, Profesora, artista, defensora de los derechos humanos, defensora del sentido de familia, fundadora de la ONGD Pro Dignidade, se ocupó de la lucha contra el Racismo, la Xenofobia, la Violencia, fue creadora del Movimiento de Emergencia de Mozambique, se ocupó de los niños, fue la primera mujer portuguesa presidente de la Cruz Roja, una gran presidente.<o:p></o:p></div>
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Por esta y otras creaciones que ha realizada , María Barroso, está en el corazón de todas las personas que la conocieron, nunca pasaba inadvertida donde se hallara por su gran personalidad, dando el comentario necesario, la palabra justa.<o:p></o:p></div>
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María Barroso era una Mujer con un gran conocimiento de la Historia Portuguesa, siendo parte activa de su Patria al lado de su esposo , Presidente de la Nación, Dr. Mario Soares, se dice de detrás de un gran Hombre siempre hay una gran Mujer y la Dra. María Barroso reunía todos esos conceptos.<o:p></o:p></div>
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Tuve el Honor de recibir a la Dra. María Barroso el día 12 de Noviembre del año 2005 en Buenos Aires, Argentina, donde la Asociación Mulher Migrante Portuguesa de Argentina, organizó en la Sala Jorge Luis Borges, el Seminario Encontros para a Cidadania, que duró varios días, donde participaron 38 panelistas. Hombres y Mujeres de Portugal, de Brasil, de Venezuela, Uruguay,Argentina, Suecia,<o:p></o:p></div>
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Con la presencia del Secretado de Estado Dr. Antonio Braga, del Embajador António de Almeida Ribeiro y su Sra. esposa Sra. Embaixatriz Isabel de Almeida, la Dra. María Manuela Aguiar, Dra. Rita Andrade Gomes Pte. de la Mujlher Migrante de Portugal, Maria Kodama, la viúda de Borges, y muchas personalidades más, con la presencia de personalidades de la RTP de Portugal, Periodistas de la prensa Escrita y Radial, la mayor Delegación que tuvimos en la Argentina.<o:p></o:p></div>
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En otras oportunidades tuve la oportunidad de estar, en Lisboa, luego en Maia, donde pude ver su participación siempre dejando una enseñanza en todos los órdenes , reflejaba su don del saber, fue es y será siempre admirada por todos, ya que Mujeres con estas características quedan en la retina de todos que la conocieron.<o:p></o:p></div>
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Admiro a María Barroso porque le tocó luchar en una época machista, cuando una Mujer conseguía un derecho era todo una lucha personal muy costoso, ya que el papel de la Mujer no tenía ninguna oportunidad para lucirse. La que logró, logró porque tenía muchas virtudes, del conocimiento y de la ubicación personal para poder llegar a donde pretendía con sobrantes valores.<o:p></o:p></div>
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María Barroso una Mujer a imitar, por todas hoy y para siempre</div>
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Natália Renda Correia<o:p></o:p></div>
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<b>MARIA BARROSO, CIDADÃ DO MUNDO<o:p></o:p></b></div>
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Cidadã do mundo, a Drª Maria de Jesus Barroso Soares atravessou a existência, plena de humanidade e de são inconformismo, recriando-a através da promoção da realidade cívica e do culto da arte.<o:p></o:p></div>
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A edificação da Cidade é sempre irmã – gémea da criação cultural: em todos os instantes urge defender a realidade pública do viver humano e pronunciá-la como obra sempre inacabada.<o:p></o:p></div>
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Quem teve a dita e o usufruto pessoal de contactar com esta Senhora, acolheu do seu exemplo esta vertigem da responsabilidade: a comunidade das pessoas exige direitos e deveres, à semelhança de um reduto onde deverá ser impossível a violência.<o:p></o:p></div>
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O espaço da paz é uma instância aberta aos seus protagonistas, cultivando a justiça, a liberdade, a cooperação solidária, iluminando-as, ao mesmo tempo, com o cultivo do bom gosto e da arte. A Vida real é feita de acontecimentos, tanto mais reais quanto sentidos pelos outros.<o:p></o:p></div>
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Mais singulares que os nossos, são sempre os valores (presentes ou ausentes) alheios. O exílio da realidade é o estado normal da desumanização. Pois bem. O tom humano e humanizado da Drª Maria de Jesus, manifesto da forma mais espontânea, representou sempre uma lição de sensibilidade, de envolvência cívica, de unidade franca e afectiva.<o:p></o:p></div>
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As pessoas e os seus acontecimentos foram uma sua porção, uma sua pátria, uma sua comunidade, uma sua família, sem exibicionismos nem saltos à visibilidade. O mundo humano e desumano era a sua casa, sempre a habitar e a prover das entidades com que se transforma o mundo.<o:p></o:p></div>
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Esta a exigência de uma ética planetária, a qual rege o comportamento comum, sem monopólios nem discriminações.<o:p></o:p></div>
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É missão de qualquer convivente do universo a prática da justiça, a incomodidade face ao desrespeito dos direitos, o devotamente aos vazios, para que cessem, de acordo com a sentenças clínica e transversal a diferentes culturais: “faz aos outros o que querias que os outros te fizessem”.<o:p></o:p></div>
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A “Pro Dignitate”, instituição que dirigiu, teve sempre o sentido de um brasão: a favor da dignidade: Mas, mais do que um emblema, sempre personificou um compêndio de convicções ou da certeza de princípios. A luta a favor da erradicação da pobreza, o serviço á paz nas suas dimensões plurais, a sensibilidade à educação e à pedagogia, o culto da verdade e da isenção da comunicação social, a vivência da diáspora portuguesa e da sua condição migrante, o diálogo inter-religioso, a cultura nas suas várias manifestações com relevo para a arte da representação e da dicção, e demais sectores humanos, traduziram respostas concretas a problemas da cidadania.<o:p></o:p></div>
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Desde sempre foi este universo de saberes e preocupações, um gesto e uma predilecção. De igual modo, as suas naturais boas maneiras constituíram um modelo de respeitabilidade. Talvez por esse motivo, que nunca por tom palaciano, a opinião pública sempre a distinguiu como “Senhora”, que era!<o:p></o:p></div>
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A naturalidade, a dedicação sem limites, a abertura de espírito, a adesão a causas de exclusão, a tolerância, a cordialidade solidária, o carisma do diálogo, a coerência prática diante de opções cívicas, políticas e até confessionais, são muitas das cores com que pinto, interiormente, o retrato que me deixou da sua vida!<o:p></o:p></div>
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A alguns meses de sua morte, confidenciou-me que se andava a desprender da vida.<o:p></o:p></div>
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E acrescentou: “Vivo em paz e em serenidade”.<o:p></o:p></div>
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Uma mulher portuguesa, digna, recta, justa e solidária, a Senhora Drª Maria de Jesus Barroso Soares!<o:p></o:p></div>
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O seu sonho de mudar o mundo nunca foi em vão!<o:p></o:p></div>
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Há pessoas que não morrem. Foi o caso! <o:p></o:p></div>
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D. Januário Torgal Mendes Ferreira, Bispo emérito<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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<b>MARIA BARROSO – DESPEDIDA EMOCIONANTE, INESQUECÍVEL!</b><o:p></o:p></div>
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Desde jovem, pude acompanhar a vida da Drª Maria Barroso, com a maior admiração pelas excepcionais virtudes que foi revelando.<o:p></o:p></div>
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Recordo-me ainda e muito bem, por exemplo, de a ter visto como Atriz, no Teatro Nacional Dona Maria II, onde se estreou em 1944. Apreciei igualmente o seu talento de atriz no cinema. Foi uma revelação fantástica, uma artista inovadora, cheia de sensibilidade e força anímica!<o:p></o:p></div>
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Através de notícias, através dos Jornais, Revistas da TV, continuei a acompanhar o seu trajeto, nas suas mais diversas facetas: na política, na cultura, na literatura, na poesia, como a de grande defensora dos direitos humanos, lutadora pela liberdade e pela democracia, antes e depois do 25 de Abril. Comoveu-me o modo como se converteu ao catolicismo, coma maior dignidade e convicção, num tempo dramático da sua vida<o:p></o:p></div>
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Como conheci pessoalmente a Drª Maria Barroso?<o:p></o:p></div>
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Por motivos de trabalho (voluntário), após a minha aposentação do lugar de Presidente do Instituto de Apoio à Emigração e às Comunidades Portuguesas, passei a participar na «Mulher Migrante – Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade», que me proporcionou um conhecimento pessoal da Drª Maria Barroso, na sua qualidade de Presidente da Fundação PRO –DIGNITATE.<o:p></o:p></div>
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Pude, então vê-la em ação, com as qualidades excecionais que possuía, e também com a sua simpatia, com a atenção que concedia a todas e a todos os que com ela contatavam.<o:p></o:p></div>
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A sua serenidade, a sua elegância, a sua cultura, par do vigor da sua palavra, deram-me momentos inesquecíveis, em muitos dos trabalhos de parceria entre a PRO-DIGNITATE e a Associação Mulher Migrante.<o:p></o:p></div>
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Lembro, em especial, o dia do lançamento do último Livro de Maria Barroso “A Violência na Comunicação Social”, na Fundação PRO- DIGNITATE, em 02/06/2015.<o:p></o:p></div>
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Fez uma fantástica Intervenção, nas belas e acolhedoras instalações da Fundação, nesse dia cheias de amigos. Para mim, como para muitos, entre eles algumas associadas da Mulher Migrante, foi o derradeiro Encontro.. Terminou com uma sessão de autógrafos, durante a qual, a autora manteve sempre o seu sorriso, a sua simplicidade.<o:p></o:p></div>
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Quem nos havia de dizer que de forma tão inesperada a perderíamos para sempre, no dia 7 de Julho de 2015 ?<o:p></o:p></div>
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Nesse dia acordei com tão triste notícia e logo decidi ir prestar homenagem à estimada Amiga, a quem tanto ficámos a dever, para todo o sempre.<o:p></o:p></div>
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Fui até ao Colégio Moderno ( o seu Colégio), pelo qual tanto lutou, impulsionando-o para o topo dos melhores que há no País.<o:p></o:p></div>
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A «câmara ardente» estava instalada no Colégio. Ali a vimos, rodeada das mais belas flores e de lindíssimas ornamentações e, sobretudo de uma multidão imensa de admiradores, que lhe dizia adeus, sentidamente -entre eles muitos membros da «Associação Mulher Migrante».<o:p></o:p></div>
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Jamais esqueceremos esses momentos. Foi impressionante assistir a esse sincero testemunho de condolências à Família e aos Amigo - por parte de Altos Titulares de cargos políticos , Artistas ( do Teatro, do Cinema, da TV), Representantes da Igreja Católica, e da Comunicação Social, e por parte de cidadãos comuns.<o:p></o:p></div>
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Esta excepcional homenagem foi um agradecimento á ação da “Primeira Dama do Povo”, como também lhe chamavam, pelo conjunto de portuguesas e portugueses de várias classes sociais, dos vários quadrantes políticos, de Jovens e Idosos...do País inteiro!<o:p></o:p></div>
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2 de Novembro 2015<o:p></o:p></div>
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Rita Gomes, Presidente da Associação" Mulher Migrante"<o:p></o:p></div>
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<b>ATÉ SEMPRE, DRª. MARIA DE JESUS BARROSO</b><o:p></o:p></div>
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O que dizer mais nesta minha singela, mas muito sentida homenagem a esta grande Mulher, que há tão pouco tempo nos deixou e de quem já tantas saudades nos invadem? E, tal como<o:p></o:p></div>
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Manuela Aguiar afirma nesta publicação… <i>deixou um país inteiro saudoso de si, definitivamente órfão do seu sorriso maternal, da sua demanda de justiça e de bem estar para todos, da mobilização para uma cultura de paz e de amizade.</i><o:p></o:p></div>
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O que dizer mais, depois de ter lido tantos textos magníficos e que tive o privilégio de conhecer, uma vez que integro o grupo que coordena esta edição?<o:p></o:p></div>
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É uma tarefa difícil, impossível até, reduzindo-me a um resumo dos momentos de partilha e de aprendizagem que me foram proporcionados pela Associação ECS Mulher Migrante, aquando dos muitos eventos que realizou e onde estivemos juntas.<o:p></o:p></div>
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E tudo começou em 1995, no aeroporto de Pedras Rubras, agora Sá Carneiro, quando tive a honra de a ir esperar para trazer para Espinho ao encerramento do Encontro Mundial Mulheres Migrantes –<i>Gerações em Diálogo</i> ao que iria presidir. Tal como diz a Arcelina no seu texto, também quando nos cumprimentamos, … <i>o seu sorriso aberto e franco, dava a entender que já nos conhecíamos há muito tempo</i>.<o:p></o:p></div>
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De então para cá, muitas oportunidades houve para a conhecer e que me levam a ter a ousadia de fazer minhas, todas as palavras das restantes autoras.<o:p></o:p></div>
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Viajamos juntas, ficamos alojadas no mesmo hotel em Buenos Aires, em Estocolmo, em Joanesburgo aquando da nossa deslocação para os <i>Encontros para a Cidadania.</i> Oportunidades fantásticas para ouvir as suas conferências, sempre brilhantes e poéticas, para conversarmos durante as refeições, para andarmos às compras ou visitar museus, sempre interrompidas por anónimos que a cumprimentavam e com quem conversava amenamente, não para dizer palavras de circunstância, mas para as conhecer melhor, com aquela simpatia e simplicidade que magistralmente a caraterizavam.<o:p></o:p></div>
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Mas também em Portugal, sempre em organizações da Associação Mulher Migrante.<o:p></o:p></div>
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Em todos esses momentos pude perceber a dimensão multifacetada da sua personalidade vanguardista, que felizmente é dada a conhecer nos testemunhos incluídos nesta publicação, qual instrumento precioso para nunca esquecermos esta Mulher e dar a conhecer às gerações vindouras, o seu… <i>legado de cidadania verdadeiramente intemporal</i>, tal como nos diz Manuela Aguiar.<o:p></o:p></div>
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Graça Guedes, Professora Catedrática Universidade do Porto<o:p></o:p></div>
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<b>O SEGREDO DE MARIA DE JESUS BARROSO<o:p></o:p></b></div>
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Em 2002, em nome da Universidade de Toronto, e por sugestão da nossa Leitora do Instituto Camões, Dra. Aida Baptista, enderecei um convite a Maria de Jesus Barroso, para fazer a abertura do <u>I Congresso Internacional</u> <u>A Vez e a Voz da Mulher Imigrante Portuguesa</u>. Esse congresso seria parte das comemorações do cinquentenário da imigração portuguesa para o Canadá. Como não conhecia pessoalmente Maria Barroso, imaginava que tivesse uma agenda muito preenchida, e receava que não aceitasse viajar para Toronto.<o:p></o:p></div>
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Para grande regozijo das organizadoras e de cerca de centena e meia de participantes, em setembro de 2003, tivemos o privilégio de contar com a sua comunicação de abertura no auditório do edifício Northrop Frye, Victoria College. Nessa e noutras sessões do congresso, apercebemo-nos da simpatia, afabilidade e simplicidade no trato, ao partilhar connosco os seus conhecimentos e preocupações.<o:p></o:p></div>
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Creio que esse encontro de 2003 sobre a temática da imigração, com enfoque na mulher imigrante portuguesa, foi inesquecível também para Maria Barroso. Confessou-nos que algumas das questões abordadas nos trabalhos do congresso lhe pareciam dizer respeito, dada a sua experiência de exilada em Paris, na década de sessenta e mulher de um ativista constantemente preso e exilado. Afirmou a certa altura:<o:p></o:p></div>
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“A situação da mulher migrante é, em geral, mal conhecida. [...] eu própria convivi de perto com o problema da emigração, quando acompanhei o meu marido no exílio político a que o antigo regime o votou. Aí vivi esse problema, experimentando os mesmos dramas e dificuldades com que os nossos concidadãos se confrontavam.” (Marujo, Batista, Barbosa, 2003, p. 12). <o:p></o:p></div>
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Bem informada também sobre as questões que diziam respeito ao Canadá, realçou a importância da educação das crianças e jovens luso-canadianos, o valor do ensino do português como língua de herança e de identidade, a taxa de emprego das mulheres imigrantes portuguesas, o envelhecimento e, sobretudo, referiu a importância da integração na sociedade canadiana. Deixou uma mensagem muito clara sobre os direitos devidos às mulheres e salientou que “a voz da mulher migrante tem de começar a ser ouvida. Através da sua participação política, individual ou concertada, é menos provável que se atinjam os graves problemas da exclusão”.<o:p></o:p></div>
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A Dra. Maria Barroso participou nos debates com interesse, sensibilizou-se com alguns dos testemunhos, e mostrou-se grata pela oportunidade de estar a conviver não só com académicos do Canadá mas também da Austrália, do Brasil, dos EUA, da Inglaterra, de Portugal continental e do arquipélago dos Açores.<o:p></o:p></div>
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Voltei a encontrar em 2007, a Dra. Maria Barroso, em Toronto, a convite da organização Associação Mulher Migrante, e da Dra. Amélia Paiva que, nessa altura, exercia as funções de Cônsul-Geral de Portugal. Nesses “Encontros para a Cidadania”, uma vez mais nos impressionou pela sua participação ativa, entusiasta e conhecedora das questões. O cansaço de uma viagem intercontinental não era razão para recusar o desafio, sempre que a sua presença fosse considerada essencial.<o:p></o:p></div>
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Em 2008, atrevi-me a convidá-la para ir a Ponta Delgada participar no <u>I Congresso Internacional A Voz dos Avós: Migração e Património Cultural</u>. Este Congresso foi organizado pela Universidade de Toronto em parceria com a Universidade dos Açores. O reitor, Professor Avelino Menezes, e a Doutora Rosa Simas, do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas, deram apoio incondicional para a organização de um primeiro congresso memorável. Na sessão de abertura, a Dra. Maria Barroso lembrou comovida o papel que a sua avó materna tivera na sua formação, sublinhando:<o:p></o:p></div>
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“É indispensável e fundamental não esquecer o papel dos avós, que urge recuperar. Tão importantes são os avós sobretudo no acompanhamento dos netos. São um enorme reservatório de afetos.<o:p></o:p></div>
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Temos de encurtar o salto geracional entre os anciãos e os jovens para que estes possam beneficiar de toda a sua sabedoria – como disse alguém ‘a sabedoria amadurecida no coração, a sabedoria que é como a plenitude de Outono, rica de cores e de tonalidades’”. (Marujo, 2010, p. 13).<o:p></o:p></div>
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A estadia na ilha de São Miguel, na companhia desta senhora sempre conversadora, dinâmica e amável, foi uma dádiva. O apoio do Presidente do Governo Autónomo Carlos César e de Maria Luísa César foi imprescindível. A Dra. Maria Barroso teve o acolhimento que lhe era devido como ex-primeira-dama do governo da República, celebrado com um jantar dado em sua honra, no elegante palácio da Conceição, sede do governo Regional, e para o qual foram convidados todos os participantes. Foi, então, motivo de comentários de admiração geral, a belíssima e maior carpete de Arraiolos que cobre o soalho de um dos salões do palácio, oferecida por Mário Soares nos anos da Presidência Aberta, e que a esposa nunca tivera oportunidade de apreciar. Nesse ambiente de festa, uma Maria de Jesus divertida e cheia de humor animou um serão que se prolongou noite fora.<o:p></o:p></div>
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O congresso com a temática “Avós”, que a levara aos Açores, impressionou de forma muito positiva a Doutora Maria Barroso. Por esse razão, prontificou-se, de imediato, a ceder as instalações da Fundação Pro Dignitate em Lisboa, para a realização do segundo, dois anos depois. Assim, foi nossa graciosa anfitriã no <u>II Congresso A Voz dos Avós: Migração, Memória e Património Cultural</u> realizado em 2010. Este congresso foi organizado pela Universidade de Toronto, em parceria com a Universidade Aberta (CEMRI – Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais) e a Fundação. Maria Barroso esteve presente em todas as sessões, acolheu os participantes dos vários países, atendeu jornalistas e entidades especiais presentes nesse encontro, que teve a amabilidade de convidar. Graças a esse valioso patrocínio da Fundação foi publicado o livro <u>A Voz dos Avós – Migração, Memória e Património Cultural</u>, já em segunda edição.<o:p></o:p></div>
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Depois destas manifestações de simpatia, sempre que me deslocava a Lisboa, nunca deixei de a ir cumprimentar à Fundação Pro Dignitate. Ia com o coração aberto para a ouvir e com ela aprender. A sua memória e cultura geral fascinavam-me. O seu interesse pelas causas que lhe tocavam a alma eram contagiantes.<o:p></o:p></div>
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Em dez anos de convívio espaçado, passei bons momentos no seu belo e histórico gabinete - denominado A Sala da Rainha (ou de D. Maria I), junto à Basílica da Estrela, parte do antigo Convento do Sagrado Coração de Jesus -, a partilhar conversa, cafezinhos e chocolates que ela muito apreciava. E até um almoço amigável e inesquecível, no seu apartamento do Campo Grande, com a amiga comum Aida Baptista. Muito ao jeito português, mostrou-nos a casa, fotografias e objetos queridos.<o:p></o:p></div>
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Ficar-lhe-ei para sempre grata, em particular pela sua compreensão pelas minhas causas, sua generosidade e extrema/inexcedível simpatia. Perguntei-lhe muitas vezes a brincar, “Gostaria de ser como a senhora! Qual é o seu segredo?” e ela respondia: “Não se pode parar, o segredo é não parar”. <o:p></o:p></div>
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Maia Barroso parou, por fim, a sua atividade. Porém, a sua incansável energia, cultura e maneira de estar no mundo não vão parar de me inspirar!<o:p></o:p></div>
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Manuela Marujo, Diretora Associada - Departamento de Espanhol e Português<o:p></o:p></div>
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Universidade de Toronto<o:p></o:p></div>
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<b>TESTEMUNHO<o:p></o:p></b></div>
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Maria Barroso uma mulher muito ativa, solidária com inúmeros projectos desenvolvidos para destacar o papel da mulher, para conseguir o reconhecimento da igualdade de capacidade, de visão, deforça e coragem de um e outro género! Para mim, foi importante como exemplo de todas aquelas qualidades, e como inspiração no trabalho voluntário. Foi uma honra estar com Ela em diversos seminários em Portugal e, especialmente, no que se realizou realizado aqui na Argentina, na Biblioteca Nacional, pela forma como nos deu ideias e auto confiança e nos abriu perspetivas. Trouxe Portugal até nós, mostrou como pertencemos ao mesmo passado e como podemos continuar a trabalhar no futuro comum, onde quer que estejamos, longe ou perto uns dos outros. <o:p></o:p></div>
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Uma Grande Senhora, uma simpatia, um lindo ser humano e, principalmente, uma Grande Portuguesa<o:p></o:p></div>
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Maria Violante Martins, Presidente da Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina<o:p></o:p></div>
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Conselheira do CCP (Conselho das Comunidades Portuguesas)<o:p></o:p></div>
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<b><span lang="EN-US">HOMMAGE À UNE FEMME D’EXCEPTION</span></b><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></div>
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Les gens dépassionnés, je les plains.</div>
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Je trouve qu'il faut être passionné.</div>
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Si on veut donner un sens à sa vie,</div>
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il faut aimer quelque chose au-delà de soi-même. (Jenny Alpha)<o:p></o:p></div>
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L’exercice en forme de récit auquel je me livre aujourd’hui est étourdissant, et il est vrai que j’ai le droit de le craindre. On ne sort pas indemne d’une rencontre avec Maria de Jesus Barroso Soares, femme exemplaire, généreuse, avec une sincérité désarmante.<o:p></o:p></div>
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Des mots qui traversent les âges et ré-inventent le passé.<o:p></o:p></div>
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Cette Grande Dame petite par la taille mais grande par sa conviction a consacré sa vie à se battre contre les systèmes qui brisent femmes et hommes, pour plus de Justice, pour l’humanité, pour la vie tout simplement.<o:p></o:p></div>
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Vous avez été certainement abreuvée de jalousie par une minorité, mais une large majorité continue à vouer une sorte de culte à l'icône que vous êtes devenue.<o:p></o:p></div>
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Avec une rigueur à toute épreuve, vous êtes, en vérité, une éternelle rebelle sous un habit de douceur. Vous êtes féministe, vous défendez la cause des femmes avec une fermeté implacable, mais vous n'adhérez pas aux thèses de celles qui, à l'image de Simone de Beauvoir, nient les différences entre les sexes. <span lang="EN-US">Vous êtes du côté des plus faibles, mais vous refusez toute victimisation. </span>La vie, qui n’a pas toujours été tendre avec vous, n’a cessé, cependant, comme pour s'excuser, de vous offrir des chances qui sont autant d'hommages à votre personne, à votre intégrité et à votre talent. Vous avez toujours été libre, véhémente et sereine. Vous le resterez, tout au long de vos fonctions, et au-delà. Sur plusieurs points, vous avez su marquer votre indépendance.<o:p></o:p></div>
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À plusieurs reprises, dans des bouches modestes ou dans des bouches augustes, j'ai entendu parler de votre caractère. <span lang="EN-US">C'était toujours dit avec respect, avec admiration, avec affection, mais avec une certaine conviction : il semblerait, Madame, que vous aviez un caractère difficile. Difficile ! Oui, Madame Maria de Jesus Barroso était une femme de caractère et avant-gardiste dans bien des domaines, elle savait exactement ce qu’elle voulait.<o:p></o:p></span></div>
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<span lang="EN-US">Il y a en vous comme un secret : vous êtes la tradition même et la modernité incarnée. Je vous regardais, Madame : vous me faisiez alors penser à ces grandes dames d'autrefois dont la dignité et l'allure imposaient le respect. Et puis, en regardant votre parcours, je vous ai toujours vu comme l’une de ces figures de proue en avance sur l'histoire. Votre curiosité intellectuelle insatiable et votre sens aigu des détails signalaient une nature inquiète et fiévreuse qui a fait avancer le monde. </span>J’ai retenu de vous qu’on apprenait souvent davantage de vos interrogations que de vos réponses.<o:p></o:p></div>
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Oui, il y avait de l'énigme en vous : une énigme limpide et lumineuse jusqu'à la transparence qui suscitait de l’admiration mais, dans votre cas, quelque chose d'autre s'y mêlait : du respect, de l'affection, une sorte de fascination. Beaucoup, au Portugal et au-delà des frontières, auraient voulu vous avoir, pour confidente, pour amie. J’ai eu la chance inouïe d´être votre amie et le bonheur de passer des instants inoubliables à vos côtés, d’apprendre de votre exigence, de votre savoir, de votre humanisme et de votre liberté. <o:p></o:p></div>
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De toutes les figures de notre époque, vous êtes sans l’ombre d’un doute l'une de celles que préfèrent les portugais, mais non seulement. Les seuls sentiments que vous pouvez inspirer et à eux et à nous sont l'admiration et l'affection. Vous incarnez avec plus d'éclat que personne les temps terrifiants où nous vivons, où la violence s'est déchaînée comme peut-être jamais tout au long de l'histoire de l’humanité et où quelques-uns, comme vous, ont lutté contre elle avec détermination et courage et illustré les principes, qui ne nous sont pas tout à fait étrangers, de liberté, d'égalité et de fraternité.<o:p></o:p></div>
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En guise de conclusion, il y a encore des personnes hors du commun qui vous font changer votre façon de voir les choses et de croire en ce rêve d’un monde meilleur<b>.</b>Non pas par la force brute, mais par la force de la vie, la beauté et la puissance de leur personnalité<b>. </b><span lang="EN-US">Votre seul défaut, Madame, était de vous oublier pour les autres, mais comment pouvait-on vous le reprocher? </span>Aujourd’hui, je veux avant tout me souvenir de ces moments que nous avons partagés et je continuerai à porter avec d’autres, les mêmes combats que vous avez portés. Votre mémoire perdure à jamais parmi nous ! Soyez-assurée que votre survie est un pont entre deux mondes !</div>
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Isabelle Oliveira, Vice Reitora da Universidade Sorbonne<o:p></o:p></div>
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<b><i>“SOS-África”- um combate de Maria Barroso pela dignidade dos media, também a partir de Cabo Verde</i></b><o:p></o:p></div>
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<b>- <u>A génese</u></b><o:p></o:p></div>
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Maria Barroso saíra magoada da Cruz Vermelha Portuguesaem 2003. Não era o afastamento em si, decidido pelo ministro da altura. Oque a incomodava era o “modus faciendi", pouco digno de pessoas de caráter: os maneirismos,os <i>complots</i>, os jovens de gabinete do ministro, promovendo notícias e boatos sobre a gestão “danosa” da Presidente deixaram-na de rastos.<o:p></o:p></div>
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A nível internacional Maria Barroso estava a trabalhar, a partir do segundo mandato , no fortalecimento dos laços entre as CVlusófonas. Era um projeto inovador e que reforçava o peso e a presença da língua portuguesa no espaço internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Em 2003, na reunião de Maputo lançava a “CPLP da Cruz Vermelha de Língua Portuguesa” que ficaria conhecida como o <b>“fórum das sociedades nacionais de língua portuguesa”</b>, uma ideia que seria aprovada por unanimidade e com estatuto legal autorizado em Dezembro de 2003.<o:p></o:p></div>
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Mas toda a gente sabia e era correntemente admitido e pressentido pelas direções das CP do espaço lusófono que o Ministro Paulo Portas queria afastar a curto prazo a Presidente da CVP. Tinham comigo conversas de corredor sobre essa convicção. Eu também sabia que quando do final do primeiro mandato, numa reunião entre Paulo Portas e Maria Barroso pouco se tinha falado dos problemas da CVP; o Ministro passou a maior parte do encontro a falar da “importância e relevo” que a Presidente da CVP tivera, como cidadã, na eleição do Mário Soares para a Presidência da República. Eu sempre achara esta conversa desapropriada e relacionada com o risco do prestígio de Maria Barroso vir a influenciar e promover próximas candidaturas presidenciais. Era desconhecer Maria Barroso…mas para mim, o destino da Presidente ficara traçado nesse momento.<o:p></o:p></div>
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Em 2003, de forma discreta mas eficaz, os presidentes das sociedades lusófonas presentes quiseram ultrapassar o risco do afastamento de Maria Barroso, institucionalizando o cargo de presidente do “Fórum das sociedades de língua portuguesa”, propondo, por unanimidade o seu nome para tais funções.<o:p></o:p></div>
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Um dos grandes promotores deste projeto foi o Dr. Dário Dantas dos Reis, um distinto médico cabo verdiano que regressara ao país depois da independência e que assumira as funções de Presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde.<o:p></o:p></div>
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<u>De volta a Cabo Verde</u><o:p></o:p></div>
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Em 2004, ainda por influência e sob os auspícios do Dr. Dantas, a Presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde e o ministério da defesa, então dirigido pelo comandante Armindo Maurício lançam um repto à Pro Dignitate, aquele que seria um dos grandes projetos dos últimos anos da vida de Maria Barroso : O combate contra a violência nos <i>media</i>, sobretudo nas rádios e televisões. Uma luta que conduzira também a partir da Cruz Vermelha, com mesas redondas envolvendo jornalistas prestigiados, as “ong” e a organização internacional “repórteres sem fronteiras”.<o:p></o:p></div>
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Ano de debate em Cabo Verde. Havia um verdadeiro caso estudo: o desastre de aviação no aeroporto de Santo Antão. Reinava ainda no ar a poeira dos boatos, má-informação e o “diz-que-diz” à volta de um terrível desastre aéreo que ocorrera alguns anos antes no aeroporto de Santo Antão, que levara ao encerramento do aeroporto por longos anos:<o:p></o:p></div>
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- e a sociedade civil como se tinha comportado?<o:p></o:p></div>
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- os órgãos de comunicação social tinham sido capazes de transmitir o drama com objetividade, com distanciamento jornalístico, quimicamente puro?<o:p></o:p></div>
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- tinham as organizações chamadas para atuar na ocasião -serviço de proteção civil, bombeiros, polícia e outras forças de segurança atuado de forma correta?<o:p></o:p></div>
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- tinham prestado a informação correta, esclarecedora às populações, através de comunicados transmitidos na rádio e nos restantes<i>media</i>? Era necessário fazer uma reflexão. Estava tudo debaixo do tapete e em aberto.<o:p></o:p></div>
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A proposta que nos fora endereçada, através do ministro da defesa era: está a Presidente da Fundação Pro Dignitate e antiga presidente da CVP disposta a organizar, aqui em Cabo Verde, um debate sobre esta matéria? Tem equipa para o fazer?<o:p></o:p></div>
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Esta matéria ligava-se a outras duas também fundamentais. É que o jornalismo em situação de crise levanta questões de "direito internacional humanitário” –como proteger e o que proteger. Colocava outro problema: a Fundação devia alargar a sua tarefa à formação de quadros africanos permanentes nas áreas de da atuação do jornalista em situações de crise e de conflito: o tal jornalismo ao serviço da paz .<o:p></o:p></div>
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Todo o sucesso da iniciativa se ficou a dever a uma série de nomes de pessoas de Cabo Verde:<o:p></o:p></div>
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O Ministro da defesa participou e coorganizou o colóquio sobre “o comportamento dos <i>media</i> em situações de crise” que constituiu uma ação de formação para jornalistas, animadores sociais de todo Cabo Verde e que para esse efeito se deslocaram ao Mindelo. Do lado da Pro Dignitate, fora escolhido Ronaldo Monteiro, um estagiário e bolseiro da Fundação para preparar o evento e organizar, in loco, toda a viagem de Maria Barroso a Cabo Verde.<o:p></o:p></div>
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Presente também Isaura Gomes, Presidente da Câmara de São Vicente, uma grande Amiga de Maria Barroso. Em muitas ocasiões ouvi Maria Barroso incentivar Isaura: “Não se fique pela Câmara, você tem estofo para vir a ser a primeira Mulher a ocupar o cargo de Presidente da República de Cabo Verde” e perante o silêncio dos presentes acrescentava: “já viu a importância e o exemplo que seria para todo o espaço de língua portuguesa”? E não resisto a uma observação pessoal: acho que Maria Barroso gostaria de ter ocupado tal cargo em Portugal. Recordo a esse propósito uma outra nota: Maria Barroso costumava contar que a Rainha de Espanha a incentivara diversas vezes: “porque não concorres à Presidência?” Nunca respondera mas sempre entendera, julgo eu, que tal facto não seria bem aceite pelo Marido.<o:p></o:p></div>
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Outro dos grandes Amigos com que ficou na altura foi o Presidente da Câmara de Porto Novo, Dr. Amadeu Cruz. que a convidou para proferir, a 10 de Dezembro, uma palestra sobre os Direitos Humanos e o Direito Internacional Humanitário. Ficou encantada com a visita a Porto Novo, que incluiu visitas ao hospital e a escolas primárias. Ficou sempre ligada à ilha de Santo Antão que tentou apoiar em diversas ocasiões e através de distintos projetos.<o:p></o:p></div>
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Os nomes da Rádio Nova, e do seu diretor dessa altura também não podem ser esquecidos.<o:p></o:p></div>
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Não é por acaso que nasce de dois destes Homens, Amadeu Cruz e Ronaldo Monteiro, a ideia de que se dê continuidade à Pro Dignitate e aos seus programas na área do combate à violência nos <i>media</i>, sobretudo em África, pela criação da ONG-SOS-África, sedeada precisamente em Mindelo, onde se iniciara em 2004, o envolvimento da Pro Dignitate no projeto de jornalismo ao serviço da paz e do desenvolvimento. Trabalharam com Ela nas últimas décadas.<o:p></o:p></div>
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A Comunicação Social no Terceiro e Quarto Mundo infelizmente não acompanha a realidade dos países e das regiões fora do espaço do mundo industrializado; o poder e os <i>lobbies</i> dos <i>media</i> são controlados por preocupações que nada têm de ético; as escolas de jornalismo, dentro de uma tradição eurocêntrica e colonial , reforçam a perspetiva de uma informação acética que não sabe ler, escutar e ver as comunidades em que se inserem. Esta será a luta que, em nome de Maria Barroso, vamos continuar num verdadeiro esforço SOS.<o:p></o:p></div>
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António Pacheco, Secretário-Geral da Fundação PRO DIGNITATE<o:p></o:p></div>
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<b>A MINHA HOMENAGHEM A MARIA BARROSO</b><o:p></o:p></div>
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Do palco do teatro ao da política foi “grande Mulher”, “grande Senhora” e “grande Humanista”. Foi uma mulher que pela sua forma de estar, de ser e de fazer, marcou o seu tempo, e irá perdurar nas nossas memórias, como uma mulher da cultura, da solidariedade, da família e da Fé.<o:p></o:p></div>
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Enriqueceu a sua vida dedicando-se a grandes causas sociais e humanitárias e por esse mundo fora lutou pelos direitos de igualdade através da “Associação Mulher Migrante”.<o:p></o:p></div>
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Os meus agradecimentos pelos serviços que prestou às nossas comunidades.<o:p></o:p></div>
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Bem haja.<o:p></o:p></div>
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Até um dia, certamente nos voltaremos a encontrar.<o:p></o:p></div>
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Luísa Prior <o:p></o:p></div>
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<b>TESTEMUNHO</b><o:p></o:p></div>
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A Senhora Doutora Maria de Jesus Barroso era uma das personalidades públicas mais estimadas do País.<o:p></o:p></div>
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O seu desaparecimento provocou um sentimento muito alargado de consternação. Eram infindáveis a s filas de pessoas que quiseram prestar-lhe uma última homenagem, num movimento a que raramente se assiste em Portugal. Apesar da sua avançada idade, a doçura do seu sorriso fazia-nos pensar nela como uma Mãe de todos nós.<o:p></o:p></div>
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Dizia sempre “presente” quando lhe pediam conselho, colaboração ou participação. Nunca abandonou as causas da sua vida e não recusava qualquer convite onde pudesse exprimir e verbalizar a importância de lutar por aquilo em que acreditava.<o:p></o:p></div>
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A primeira das suas batalhas, a da defesa da Liberdade, condição de base para o exercício dos direitos humanos que sempre defendeu e promoveu. Fê-lo com denodo, coragem e verticalidade quando era difícil e perigoso e nunca se amedrontou.<o:p></o:p></div>
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A segunda das batalhas que empreendeu ao longo de toda a sua vida foi a do ensino e do ensino com qualidade. Pedagoga de méritos reconhecidos e com provas dadas, orgulhava-se das diferentes gerações das mesmas famílias que tinha tido o gosto de ensinar e conhecia todos pelo nome! Lia-se-lhe nos olhos o afecto com que tinha exercido a docência e como continuava a acompanhar, todos os dias, o que se passava no seu Colégio.<o:p></o:p></div>
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A terceira das batalhas, a defesa e a promoção da Cultura.<o:p></o:p></div>
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Declamadora respeitada e reputada, contribuiu para a divulgação da obra das nossas grandes poetisas e dos nossos grandes poetas.<o:p></o:p></div>
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Era incansável, generosa, afectiva, corajosa e doce. Nunca receou envolver-se na defesa de princípios, mesmo quando essa defesa era incómoda, como a da denúncia da cultura de violência veiculada pelos meios de grande difusão. Entregava-se às ideias que defendia de corpo inteiro: com convicção e sólida argumentação!<o:p></o:p></div>
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Foi uma Mulher enorme, na sua vida privada e na sua vida pública. E soube estar sempre junto das portuguesas e dos portugueses lá onde quer que elas e eles se encontrassem –em qualquer parte do Mundo.<o:p></o:p></div>
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O que dela podemos dizer, em tempos conturbados como aqueles que estamos a viver, é que esta grande Senhora, que espalhou portugalidade pelo Mundo inteiro, que soube sofrer com os que sofriam e construir esperança junto de quem não a tinha, nos faz falta!<o:p></o:p></div>
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Faz-nos, mesmo, muita falta, sobretudo pela imensidão do que ainda teríamos que aprender com ela e com a sua generosa forma solidária de estar no Mundo!</div>
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Maria de Belém Roseira<o:p></o:p></div>
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<b>O ENCONTRO INESQUECÍVEL EM ESPINHO</b><o:p></o:p></div>
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Conhecer Maria Barroso pessoalmente foi para mim a confirmação daquilo que eu imaginava desta cidadã que se afirmou na sociedade portuguesa pela sua ação e postura. Sempre a admirei muito e penso que é um sentimento generalizado a todos os portugueses. Habituamo-nos a admirá-la não apenas pela sua ação enquanto primeira dama do país, como mulher do primeiro ministro, e depois como mulher do Presidente da República, mas por aquilo que ela foi enquanto cidadã, defensora de causas, pedagoga, mulher sensível e com uma capacidade de comunicação excepcional.<o:p></o:p></div>
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Foi em Espinho, na altura do Encontro Mundial da Associação Mulher Migrante. Cumprimentámo-nos e sorrimos. Encetámos uma conversa onde temas diversos foram aflorados. Mais adiante, revelámos projetos, e trocámos ideias. Parecia que nos conhecíamo-nos há muitos, muitos anos. Certamente que tínhamos muito em comum, mas a empatia que se apoderou de nós foi determinante. E não me esqueço da expressão acolhedora, simpática , sempre atenta e atenciosa, escutando tudo serenamente. No fim, disse-me " tem já tanta experiência, faz tantas coisas e é tão novinha!" Foi um elogio marcante, embora eu lhe tenha dito que não era assim tão nova...<o:p></o:p></div>
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Mais tarde, outra vez em Espinho, encontramo-nos nas comemorações do Centenário da República. Maria Barroso presenteou-nos com uma comunicação fantástica, fazendo jus às mulheres mais marcantes da Primeira República.<o:p></o:p></div>
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Apresentei-lhe um grupo de alunos que ansiavam conhecê-la. Maria Barroso foi a inspiradora da vontade destes alunos quererem estudar a vida dessas mulheres naquele período da nossa história. O papel das mulheres na Primeira República apresentado pela Dra Maria Barroso deu-lhes a conhecer os papéis relevantes de mulheres numa sociedade marcada pelo masculino. Quando mais tarde aconteceu uma réplica de um serão republicano , promovido pela Câmara Municipal de Espinho, alguns destes alunos encarnaram algumas dessas personagens. Entretanto, estava prestes a chegar o dia 28 de Maio. Esse dia era muito especial pois fazia 99 anos que a primeira mulher portuguesa votou. Ela foi pioneira em Portugal e na Europa. Com base numa carta que a própria Carolina Beatriz Ângelo escreveu ao director do jornal A Capital, tentando repor a verdade e esclarecer sobre o que se passara no dia anterior, foi elaborada uma dramatização, recriando esse momento histórico. Vivemos intensamente toda a envolvência da época, do vestuário ao local, sentimentos, opiniões, tomadas de posição, ou seja, um cenário revelador de um tipo de sociedade, numa República ainda a despontar. Fomos convidados pela senhora Vereadora da Cultura, Dra. Manuela Aguiar, para a representar na Tertúlia “ O Papel das mulheres na República dos homens” na Biblioteca Municipal de Espinho, no dia 28 de Maio e aceitámos o desafio. Poderemos concluir que tudo isto aconteceu graças à Dra.Maria Barroso.<o:p></o:p></div>
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Os alunos, quando a conheceram ficaram surpresos com a sua jovialidade, entrega, simpatia e simplicidade. Na verdade, todos concordaram que estávamos perante uma grande senhora que ficará para sempre na memória coletiva de um povo.<o:p></o:p></div>
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Foi uma mulher inspiradora, mulher de pensamento e de ação. Mulher sábia, mulher solidária, mulher acolhedora, mulher de paz, mas mulher guerreira na defesa de causas e valores. Partiu, mas deixou-nos um precioso legado, um exemplo como pessoa e cidadã . Foi para mim um privilégio conhecê-la de perto e ter tido a honra de estar em algumas iniciativas promovidas pela Associação Mulher Migrante. A última aconteceu em Lisboa na Fundação Pro Dignitate que acolheu a exposição de arte no feminino e onde celebrámos os vinte anos da Associação e os da nossa inesquecível anfitriã - Maria Barroso!<o:p></o:p></div>
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Arcelina Santiago, Professora, membro da Direção da AMM<o:p></o:p></div>
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<b>HOMENAGEM À DRa MARIA DE JESUS BARROSO</b><o:p></o:p></div>
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Nesta tão justa e merecida homenagem à Dra. Maria de Jesus Barroso tenho muita honra e gosto em associar-me à comemoração que assinala a vida desta notável portuguesa.<o:p></o:p></div>
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A actuação da Dra. Maria Barroso, numa vida longa e plena de causas e projectos, pautou-se sempre pela coerência na defesa dos valores da democracia, neles se integrando a sua postura de defesa e promoção da igualdade de género pelo que com estas minhas palavras, quero prestar o meu apreço e reconhecimento público pela acção consistente em prol desses valores.<o:p></o:p></div>
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Ao longo dos anos tive o privilégio e o gosto de poder, em diversas ocasiões, privar da companhia e da sabedoria da Dra. Maria de Jesus Barroso, quer quando pela primeira vez tive a oportunidade de a conhecer no papel de Primeira-Dama em Nova Iorque, por ocasião da celebração do 50º aniversário das Nações Unidas, quer mais tarde na minha qualidade de Presidente da Comissão para Igualdade e para os Direitos das Mulheres. Uns anos mais tarde voltámos a encontrar-nos, em Toronto, onde fui co-organizadora dos “<i>Encontros para a Cidadania: A Igualdade entre Mulheres e Homens nas Comunidades Portuguesas</i>” naquela cidade, em 2007, promovidos pela Associação Mulher Migrante. Tive então o grande gosto de receber a Dra. Maria de Jesus Barroso que, com as suas intervenções, muito enriqueceu os debates que, nesse contexto, aí tiveram lugar. Cruzei-me e tive ainda a oportunidade de trocar ideias com a Dra. Maria de Jesus quando coincidimos em várias Conferências e Congressos, o último dos quais nos Açores.<o:p></o:p></div>
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A sua postura pautou-se sempre pela inteligência, sensibilidade e integridade na defesa do respeito dos direitos humanos e, dos direitos das mulheres, em particular. Nas suas intervenções, de grande qualidade e entendimento das realidades sobre as quais se debruçava, mostrou sempre um enorme empenhamento na defesa da igualdade de género e da cidadania em geral, que sempre ancorou num profundo humanismo.<o:p></o:p></div>
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Mª Amélia Paiva, Embaixadora de Portugal em Varsóvia<o:p></o:p></div>
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<b>MARIA DE JESUS SIMÕES BARROSO SOARES</b><o:p></o:p></div>
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Todos os portugueses saberão tudo sobre <b>Maria de Jesus Simões Barroso Soares</b>. Sobre a mulher, a esposa, a atriz, a ativista, a professora, a lutadora pela cidadania e pela igualdade entre homens e mulheres. A Senhora das grandes causas ou, sobre a “outra metade” de Mário Soares e eu francamente nada mais sei que os meus compatriotas, sobretudo dos que mais a estimam.<o:p></o:p></div>
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Foi graças à Manuela Aguiar que organizou o Encontro Mundial de Mulheres Migrantes, na cidade de Espinho, em Março de 1995, que me levou a conhecer a Doutora Maria Barroso. Encontrei-A, nesta e em tantas outras ocasiões, mas Ela nunca me reconhecia a não ser que eu falasse; -já me lembro, o senhor é da Madeira, olhe que a sua Terra é muito bonita, já lá estive com o Mário.<o:p></o:p></div>
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A primeira vez também foi assim. O Mário estava em todas as frases, em todas as vírgulas em todos os pensamentos. Eu gostava de ter uma mulher que falasse de mim em todos os momentos. Uma mulher que tirasse as vírgulas das frases e as substituísse pelo meu nome. Uma mulher que visse em todos os homens a minha cara e que mesmo assim fosse tão independente e livre como Ela era.<o:p></o:p></div>
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No tal jantar, na primeira vez que nos encontramos, ficamos um ao lado do outro. Os nomes de chefes de estado, de presidentes, de viagens e de lugares surgiam a uma velocidade que ultrapassava o sonho e nenhum sonho de nenhum mortal poderia ser tão completo. Fiquei quieto. Às tantas fez-me uma pergunta que eu não percebi. Pelo que e muito bem, deu a resposta e desatamos a rir. Sorria inclinando-se ligeiramente para a frente para que ninguém percebesse. Falava amiúde de nobres causas mas notava-se que das suas palavras saiam ações. Militante da liberdade, admiradora da Humanidade e da Obra sublime da Criação entendia que o Seu dever para com todos ultrapassava de longe a sua própria e frágil forma física. Não julguei nunca que necessitasse de reconhecimento. Bastava-lhe o Povo português, a sua família e, claro está o Mário.<o:p></o:p></div>
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Tiramos uma foto, a Manuela a falar, a Rita Gomes a olhar para mim, a Maria Beatriz muito séria, a Doutora Maria de Jesus Barroso e eu, olhando um para o outro, rindo de nós próprios, não me lembro porquê. Guardo esta foto no meu “ wall of fame”, onde estão outras individualidades que a vida me levou a conhecer.<o:p></o:p></div>
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Das outras vezes que falamos recordo sempre o carinho, a simpatia mas sobretudo a determinação de Maria Barroso e o seu empenho em executar algo de extraordinário. Tratava-se de uma Figura de Estado ímpar que incorporava em si o que de melhor a Pátria tem para oferecer, de uma dimensão que ultrapassava o comum dos mortais. Sempre que podia, sentava-me ao seu lado, mesmo que não me reconhecesse, mesmo que fosse para dizer nada.<o:p></o:p></div>
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Aqui têm o meu motivo. Falo pois e tenho legitimidade de falar, de quem vive comigo na minha casa, na casa dos meus sonhos, não tenho outros amigos senão os que vivem em mim e admiro, pois é graças a eles que encontro o meu caminho e a minha responsabilidade de servir o coletivo, Maria Barroso foi um grande exemplo para muitos de nós.<o:p></o:p></div>
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Paz à Sua Alma<o:p></o:p></div>
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Gonçalo Nuno Mendonça Perestrelo dos Santos</div>
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<b>MARIA BARROSO</b> - <b>Ausente Presença</b><o:p></o:p></div>
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Nela, vejo a liberdade como princípio de vida, a família como força e estrutura de caráter, a política como disciplina de comportamento, a fé como misteriosa e firme revelação em idade madura. Vinte anos depois de me ter perguntado se eu queria escrever a sua biografia, penso em Maria Barroso com a alegria de bem a ter conhecido e o fundo desgosto de a ter perdido. Ausente presença a guardo e a revejo, até hoje sou capaz de ouvir o som da sua voz.<o:p></o:p></div>
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Nas celebrações da morte, perguntaram-me a sua maneira de ser, o ambiente em que nasceu, os estudos, os amigos, o teatro, o amor, a política. Falou-se dos seus gestos de atenção aos outros, aos mais simples, aos anónimos. Foi relembrada a sua maneira clássica de vestir, a determinação no estilo, a harmonia nas cores, conforme as variadas circunstâncias em que estava presente. Forte e claro era o seu discurso amoroso constante, sempre que falava do seu amor de juventude, com devoção. As prisões, os exílios, as separações, os medos. Compensados pela coragem, pelo atrevimento, pela liberdade com que sempre se exprimiu nas causas que desde sempre defendeu.<o:p></o:p></div>
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Na sua expressão pública, Maria Barroso disse a importância da família na ordenação da sociedade, o perigo da violência, o valor da educação, a firmeza da palavra dada. Empenhou-se na assistência, aos flagelados, às vítimas de seca ou de chuva, no socorro às margens da sociedade. Nas questões políticas e sociais, intervinha, bem conhecendo os problemas comuns a todos e a todas, neste tempo. Podendo ser intolerante e até radical quando discordava, ela sentia a compaixão e praticava a misericórdia, a solidariedade, a doçura.<o:p></o:p></div>
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Na sua postura, vejo a marca de formação que recebeu como atriz nos anos 40 da sua juventude. Desde que no Teatro Nacional pertenceu à Companhia de Amélia Rey-Colaço-Robles Monteiro, para sempre lhe ficou a clareza na maneira de falar, a certa medida das frases, a colocação de pausas e pontos finais, o momento justo da respiração. As costas direitas, o olhar determinado, a expressão dos olhos a confirmar o que dizia e como dizia.<o:p></o:p></div>
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Desde o fim do segundo mandato do Presidente Mário Soares e até à morte, Maria Barroso teve uma média de duzentas intervenções públicas por ano. Dezenas de percursos pelo país inteiro. Uma vintena de viagens anuais, para destinos de curta e de longa distância. Fez conferências em escolas e universidades, participou em debates e congressos. Pela defesa dos direitos humanos, e pela cooperação lançou campanhas, procurou e conseguiu ajudas, apoios, parcerias. Na urgência de realizar, acreditava que as soluções possíveis existem.<o:p></o:p></div>
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E até hoje recordo e aqui cito o testemunho que deixou: “O meu reencontro com a fé deu-me uma serenidade muito grande para olhar todo o percurso da minha vida, despedir-me deste mundo sem receio nem angústia.” Escrevi-o no último capítulo da sua biografia. Sem imaginar que algum tempo depois, a hora da morte lhe chegava.<o:p></o:p></div>
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Leonor Xavier</div>
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<b>In Memoriam: Dr. CARLOS CORREIA~<o:p></o:p></b></div>
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Evocar a memória do Dr. Carlos Correia obriga-nos a recuar algumas décadas, ao início dos anos oitenta, quando o conhecemos como técnico do Instituto de Apoio à Emigração, onde fazia parte de um grupo extenso de personalidades, que se distinguiam pela sua generosidade e trabalho.<o:p></o:p></div>
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As muitas tarefas exigidas pela administração pública em período pós-revolucionário, acordado pela intensidade dos movimentos emigratórios e expansão das comunidades portuguesas - em curso desde o início dos anos sessenta -, tornavam os serviços centrais da emigração bastante solicitados. Parcos em meios, sofriam ainda os impactos de uma reforma da administração, melhorada com a entrada de jovens licenciados e o interesse do tema pelos meios de comunicação social e população académica interessada no desenvolvimento de estudos científicos sobre a emigração portuguesa.<o:p></o:p></div>
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Os dados então centralizados relativos à dimensão, características e extensão deste fenómeno no território e na sociedade, passam a ser requisitados por diversos investigadores e interessados, que não pertencendo aos quadros da administração central do Estado, desejam aprofundar o assunto, conhecer a sua história recente, permitir novas leituras e incidências nas comunidades locais.<o:p></o:p></div>
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A emigração passa a ser um tema de investigação científica e o estigma das suas histórias, reflexos e incidências sociais e políticas, constituem-se como temas de análise de investigadores isolados e de grupos de investigação. É neste contexto, de procura de informação e pesquisa de fontes, que tivemos o ensejo de conhecer o Dr. Carlos Correia.<o:p></o:p></div>
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Reservado no trato, afável e compreensivo no diálogo, eficiente no exercício das suas funções, foi assim que o conhecemos em Portugal e sobretudo no estrangeiro, onde teve possibilidade de desenvolver um extenso trabalho junto das comunidades portuguesas.<o:p></o:p></div>
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Meses antes da sua partida confirmámos a sua disponibilidade e interesse de sempre: dar de si às comunidades e serviços que o viram crescer e formar neste meio complexo marcado pela mobilidade humana, a emigração e as comunidades portuguesas.<o:p></o:p></div>
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Nesta ocasião e homenagem em sua memória, saudamos a família que tão cedo o viu partir e os colegas e amigos que nos acompanham na partilha dos mesmos sentimentos.<o:p></o:p></div>
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J. Arroteia<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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<b><br /></b>“Conheci o Carlos Correia há 20 anos. Na altura, estava eu colocado na Embaixada em Luanda. O Carlos chegou uns meses depois, vindo do gabinete de um anterior secretário de Estado das Comunidades . Ao fim de pouco tempo já éramos amigos, e a nossa amizade foi-se reforçando, mais e mais, até ao dia em que foi tragicamente interrompida, quando ele “se apagou”, à minha frente, no início de mais um daqueles almoços, onde falávamos de tudo e de nada, em cavaqueira aberta e cúmplice.</div>
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Era um homem naturalmente tímido e conciliador, que só se abria verdadeiramente com quem ele considerava ser seu amigo. Mas também era de uma inexcedível amabilidade, lealdade e sensibilidade (facilmente se comovia) para com aqueles com quem trabalhava, muitas vezes com o sacrifício da sua vida familiar. Era um homem de família – adorava a filha, que era a menina dos seus olhos, a mulher, os netos e o genro.<o:p></o:p></div>
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Orgulho-me de que tivesse sido meu amigo, e estou certo de que o mesmo sentimento é partilhado por todos os que tiveram o privilégio de ser seus amigos. Sempre o lembraremos com imensa saudade, e também pelos maravilhosos momentos de convívio, que juntos todos tivemos.<o:p></o:p></div>
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Embaixador Luís Cristina de Barros</div>
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<b><o:p></o:p></b><br /></div>
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Ausente de Portugal e a participar no Capítulo Geral da Ordem Franciscana, que decorre em Assis, Itália, entre 10 de maio e 7 de junho, fico-lhe muito grato por esta oportunidade de poder associar-me, através de mensagem de e-mail, à justíssima e tão oportuna homenagem, que o Colóquio promovido pela Associação Mulher Migrante com tanta felicidade e justeza decidiu prestar a esse grande português e impar defensor dos direitos e dignidade das pessoas migrantes, que foi o saudoso Dr. Carlos Correia.<o:p></o:p></div>
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Tive o privilégio de com ele privar e servir a causa dos migrantes na Presidência da então Caixa Central dos Trabalhadores Migrantes bem como nas mais diversas missões que de modo tão competente e generoso desenvolveu em Portugal, no Luxemburgo e em tantas outras partes do mundo.<o:p></o:p></div>
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Ele é de verdade o paradigma do homem de valores e causas, que consagrou a sua vida ao serviço de Portugal e dos trabalhadores migrantes e suas famílias precisamente em função desses valores e da nobre causa da dignidade dos direitos da pessoa humana.<o:p></o:p></div>
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Portugal e o mundo da migração devem-lhe memória e reconhecimento sem limites.<o:p></o:p></div>
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Honra e glória ao seu nome, Paz eterna à sua alma.<o:p></o:p></div>
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Felicitando o Colóquio por esta tão louvável iniciativa e agradecendo a oportunidade que me é facultada de homenagear tão querido amigo e tão ilustre servidor de Portugal, a todos saúdo com a maior estima, consideração e apreço.<o:p></o:p></div>
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P. Vitor Melícias, de Assis<o:p></o:p></div>
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<b>Um amigo e um irmão<o:p></o:p></b></div>
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É difícil explicar como uma amizade se torna eterna e incondicional. Durante nossa vida conhecemos muitas pessoas e cruzamos -nos com elas em diversas situações, mas só algumas permanecem por muito tempo. Há amigos que surgem de forma inexplicável e se tornam especiais sem estarmos contando com isso. São aqueles que têm uma personalidade genuína, um bom coração e que lutam todos os dias para ver um sorriso no nosso rosto e principalmente sempre disponíveis a ajudar o próximo.</div>
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Assim era o meu amigo Carlos um humanista que nunca baixava os braços, nem que tivesse de trabalhar 24 horas, para ajudar as nossas Comunidades Portuguesas, um superior ou um amigo.<o:p></o:p></div>
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Funcionava sempre de forma discreta e aberto ao diálogo. Em privado adorava conviver com os amigos e ali sim relaxava e criava um ambiente inesquecível de muito bom humor e alegria.<o:p></o:p></div>
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Nas minhas funções desde os anos 80 em prol das Comunidades Portuguesas na Alemanha e depois na Suíça sempre pude contar com o seu apoio em momentos difíceis que nunca esquecerei.<o:p></o:p></div>
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Para mim será sempre como um irmão que nunca tive. Obrigado por tudo Carlos e descansa em Paz.<o:p></o:p></div>
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António Francisco Dias da Costa</div>
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<b>RECORDANDO LAURA BULGER<o:p></o:p></b></div>
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Neste ano de 2015, outra das nossas associadas e das mais antigas, nos deixou: Laura Bulger.<o:p></o:p></div>
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Conheci a Laura há trinta anos, em Viana do Castelo, no emblemático 1º Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo, organizado pela Secretaria de estado das Comunidades Portuguesas.<o:p></o:p></div>
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Veio em representação do Canadá e, especificamente, enquanto responsável pelos Estudos Portugueses na York University de Toronto, onde era Professora, para nos dar a conhecer a problemática da mulher imigrante numa sociedade pluralista, como é a do Canadá (In Actas do 1º Encontro de portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo. Porto: Edição do Centro de Estudos da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, pp. 49-51).<o:p></o:p></div>
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Algum tempo depois e a seu convite, conheci bem de perto os jovens que integram os Estudos Portugueses na York University, quando aí me desloquei para proferir uma conferência e percebi a dinâmica deste grupo que a Laura liderava, na prossecução da missão que encetaram - transmissão de uma herança cultural que seja adequada à realidade atual do país de origem. Efetivamente, os valores tradicionais transmitidos pelos seus Pais e com que se identificam, mantêm uma cultura transplantada de um Portugal de há mais de 25 anos e tal como Laura nos relatava em Viana do Castelo (p 51) … <i>com elementos estáticos que os filhos não conseguem compreender nesta sociedade multifacetada e em constante evolução, </i>pelo que a missão deste grupo de estudos universitários balizava adequar a nossa herança cultural a este País de acolhimento, politicamente multicultural e incentivador da participação ativa do imigrante na nova sociedade, sem<i> </i>ter de abdicar da língua e cultura de origem.<o:p></o:p></div>
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Conheci-a então melhor, não só no seu contexto de trabalho, mas também no seu ambiente familiar, pois fez questão que ficasse alojada em sua casa. Uma moradia antiga, victoriana, localizada num pacato bairro residencial de Toronto. Com o marido John e o seu gato Chomsky, partilhamos momentos fantásticos que nunca esquecerei, impregnados da sua inteligência e do seu sorriso sereno!<o:p></o:p></div>
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Aqui ficou consolidada a nossa amizade e que perdurou.<o:p></o:p></div>
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Encontrávamo-nos, sempre que vinha a Portugal e ao Porto, onde tinha residência.<o:p></o:p></div>
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Mais tarde e de regresso a Portugal, passou a integrar o quadro docente da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD), mas continuou com residência no Porto.<o:p></o:p></div>
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A Laura era licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, onde também obteve o seu doutoramento, com uma dissertação onde o objeto de estudos foi <i>A Sibila</i> (1954) de Agustina Bessa Luís, tornando-se uma grande especialista da obra magnífica desta grande mulher da literatura lusófona e também uma grande sua amiga.<o:p></o:p></div>
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Participou em muito eventos científicos organizados pela Associação Mulher Migrante, tais como em 1995 e em Espinho, no <i>Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Gerações em Diálogo,</i> onde foi comentadora da Mesa Redonda<i> A Mulher nas Literaturas de Língua Portuguesa</i>, moderada por Agustina Bessa Luís. E também em 2011, na Maia, no <i>Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora, </i>onde interveio no Painel <i>Cidadania e Cultura, </i>com a comunicação intitulada<i> Agustina revisitada… num relance (</i>In Aguiar, M. & Guedes, G.<i> </i>Orgs.<i>Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora.</i> Edição da Associação Mulher Migrante. Espinho: Tipografia Meneses – Cooperativa Gráfica de Espinho, pp. 62-65).<o:p></o:p></div>
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Cidadania e Cultura, marcam a vida da Laura Bulger e marcaram todos e todas com quem partilhamos momentos de convívio ou de aprendizagens e que nunca esqueceremos.<o:p></o:p></div>
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O seu sorriso sereno e a sua simpatia perdurará em todos nós.<o:p></o:p></div>
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Graça Guedes<o:p></o:p></div>
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<b>PRECÍLIA, a menina que um dia sonhou viver em Portugal...</b></div>
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<br /></div>
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<i>« A França está em estado de guerra »,</i> declara o Presidente da República francesa, François Hollande, nos primeiros minutos do dia 14 de Novembro de 2015. Precisamente na véspera, quiseram apagar a luz da Cidade Luz. A luz das Luzes, essas Luzes que venceram os obscurantismos de todo o tipo, essas Luzes que levaram Paris a ser o coração que bateu numa célebre Revolução, há 226 anos, que teve por base essa ideia fantástica que “os homens nascem livres e iguais em direitos”... Desde a Revolução Francesa, até essa trágica noite de 13 de Novembro de 2015,foi para a França, mas também para o resto do mundo, a escolha de arrasar a vida vivida, a vida festejada, a vida em conjunto. E eramos todos alvo :eu e você, o francês de gema ou mais recente, o refugiado, o migrante, o europeu e o estrangeiro, que passará a ser francês ou não, mas para quem a geografia da França <i>«Abre como uma palma aos sopros do mar. Para que o pássaro do largo venha para cá e se entregue». (Nathalie de Oliveira, vereadora luso-francesa, na câmara municipal de Metz, França e membro das Comissões Nacionais do PS, França e Portugal, outro excelente exemple de « ponte » bem conseguida)<o:p></o:p></i></div>
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Assim descreve a Nathalie o estado de sítio onde se encontra França, no acordar da fatídica sexta-feira 13 de Novembro de 2015, uma data que ficará nas nossas memórias pelas razões todos e mais alguma, mas uma que tem a ver com o ponto focado no texto, o da integração, assimilação, acolhimento,…na sociedade francesa, com a simbologia de ver morrer no mesmo local, o Bataclan, pelo menos dois luso-descendentes, sendo um terrorista e outra, vítima, ambos nascidos em França, de casais mistos, mas com uma ligação a Portugal e à França, completamente opostas. Será isso que ditou o percurso radicalmente diferente, apesar do infortúnio da morte quase igual ? Quase, porque Quem vai ficar para a história, tanto francesa como portuguesa, é a Precilia Correia. No Observatório dos Luso-Descendentes, pelo menos, vamos querer mantê-la viva, como símbolo de ligação a Portugal de todos os filhos da Diáspora portuguesa.<o:p></o:p></div>
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A vida e a história da Precilia davam de facto um « case-study » ou um estudo muito interessante sobre todos os clichés e ideias bem arrumadas e reconfortantes sobre migrações e os seus supostos padrões e verdades absolutas. Fruto de uma união entre um luso-descendente 1.5 e uma francesa mononacional, portanto luso-descendente de 2ª geração 2.0, a Precilia tinha todas as probabilidades da sua ligação a Portugal já ser « diluída » como dizem a maior parte dos investigadores na matéria… « essa ligação só se mantém mesmo para quem nasce em Portugal ». Pois é, ou não é, nem tudo é branco ou preto, em nada na vida e ainda menos no "poliedro" que constitui a história das migrações, como repete incansavelmente a Dra Maria Beatriz Rocha Trindade….<o:p></o:p></div>
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No caso da Precilia Correia, como provavelmente de milhares de luso-descendentes bem instalados, integrados (e não « espalhados ») pelo Mundo, a sua ligação a Portugal era tão forte que até tinha o sonho de viver em Portugal, para sempre, e conseguiu, de certa forma, mas não em vida, infelizmente, apesar das várias tentativas…Foi numa delas, há 4 anos atrás, que se aproximou da nossa organização, o Observatório dos Luso-Descendentes, onde encontrou um porto de abrigo, face aos problemas e falta de resposta com que se deparou, nomeadamente a impossibilidade de arranjar um emprego que lhe permitiria ficar e construir uma vida em Portugal….à imagem de tantos outros jovens portugueses da mesma geração, e nascidos em Portugal. Porque seria diferente para ela? Antes pelo contrário, sentiu na pele uma certa discriminação que só não aconteceu no processo de tirar a carta de condução, que foi o que levou de Portugal, para além das centenas de fotografias que não se cansava de tirar de Lisboa e da sua gente e cuja beleza denota a sensibilidade e amor, com que o fazia….símbolo do amor pelo país das suas origens !<o:p></o:p></div>
</div>
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No caso do pai da Precília, ele sim, nasceu em Portugal, acompanhou os pais para França, com 7 anos de idade, sendo então um luso-descendente 1.5, mas sem ligação a Portugal, antes pelo contrário! Já quase não domina a língua portuguesa, nem ele nem os pais vão ser sepultados em Portugal, e não queria que a filha o fosse. e muito menos entende esse desejo dela em vida!<o:p></o:p></div>
</div>
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E contrariando todos os cenários dos especialistas, é a mãe da Precilia, francesa, nascida em França de 2 pais franceses, divorciada há muitos anos do pai da Precilia, que cultiva quase religiosamente essa ligação: fez questão de manter o apelido português, comprou um apartamento em Almada, onde vem quase mensalmente passar fins de semana e férias…e foi a única a lutar pela concretização do sonho da filha de «ser enterrada em Portugal, no caso de falecer mais cedo, no cemitério com vista para o Rio».<o:p></o:p></div>
</div>
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Face ao apelo dessa mãe desesperada perante as reticências do pai e as dificuldades burocráticas do lado português, decidimos ajudar, como organização amiga e solidária da Precilia, na concretização desse derradeiro sonho dela, tão simbólico de um dos objectivos de trabalho do Observatório dos Luso-descendentes, que é de criar pontes com a Diáspora Luso-Descendente do Mundo inteiro….que laço de amor mais forte poderíamos querer tecer ?<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Em suma, gostaria de concluir de maneira muito sintética, porque o texto já vai longo, pois achei que era necessário esta pormenorização dos « retratos da E/I migração envolvidos »para deixar muitas portas abertas de reflexão sobre a dificuldade e o perigo de etiquetar movimentos migratórios, mas sobretudo uma mensagem de esperança para a gestão da diáspora portuguesa, assim como temas de estudos sociológicos práticos. Será que a grande diferença no percurso de pesquisa identitária (sentida pela maioria dos Luso-Descendentes numa fase ou noutra das suas vidas) da Precilia Correia e do Ismaël Mostefai se deveu, à primeira ter arranjado uma esperança na sua ligação à Portugal, enquanto que o segundo a preencheu com ilusões islamistas radicais? O que/quem falhou na transmissão dos valores? O deveria/deverá ser feito?<o:p></o:p></div>
</div>
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Tenho esperança por ti e graças a ti....Merci Precilia, até sempre, pois vamos recordar-te!<o:p></o:p></div>
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<i>Emmanuelle AFONSO, Presidente Fundadora do O.L.D(Observatório dos Luso-Descendentes)<o:p></o:p></i></div>
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<br /></div>
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2 - UM PERCURSO EM TRÊS DÉCADAS</div>
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<br /></div>
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1985</div>
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<br /></div>
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Recordando o 1º Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e no Jornalismo</div>
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<br /></div>
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Maria do Céu da Cunha Rêgo</div>
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<br /></div>
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No fim da primavera de 1985, quando Portugal aderiu às então designadas Comunidades</div>
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<br /></div>
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Europeias em busca de crescimento e de sustentabilidade para a democracia, Manuela Aguiar,</div>
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<br /></div>
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então Secretária de Estado da Emigração, chamou a Viana do Castelo mulheres das</div>
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<br /></div>
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comunidades portuguesas, que se tivessem distinguido nas áreas do associativismo ou do</div>
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<br /></div>
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jornalismo nos países que também tinham feito seus. Antecipou assim, em cerca de 10 anos, o</div>
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<br /></div>
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que haveria de ser uma das principais recomendações da IV Conferência Mundial sobre as</div>
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<br /></div>
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Mulheres organizada pelas Nações Unidas em Pequim, em 1995: a indispensabilidade do</div>
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<br /></div>
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empoderamento das mulheres, de que são pressupostos, a visibilidade e o reconhecimento.</div>
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<br /></div>
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Foi, com efeito, antes de mais, uma acção positiva: as reuniões institucionais de</div>
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<br /></div>
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representantes das comunidades portuguesas eram, em princípio, redutos de homens. Dar voz</div>
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<br /></div>
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às mulheres, constatar as suas realizações, ouvir as suas críticas e as suas vontades, registar as</div>
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<br /></div>
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suas propostas, celebrar este encontro em Portugal foram objectivos conseguidos.</div>
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<br /></div>
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As comunicações - seleccionadas de entre as que enviaram “mulheres consideradas relevantes</div>
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<br /></div>
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quer no jornalismo quer no associativismo pela estrutura diplomática e consular”, no dizer de</div>
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<br /></div>
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Maria Luísa Pinto, então presidente Instituto de Apoio à Emigração - agruparam-se em três</div>
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<br /></div>
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temas e foram apresentadas por portuguesas de todos os continentes e de diversas idades:</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
· As mulheres migrantes na sociedade (com comunicações do Brasil, da República da África</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
do Sul, do Luxemburgo, de França, do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos da América);</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
· As mulheres migrantes e o jornalismo (com comunicações do Reino Unido, da Argentina,</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
dos Estados Unidos da América, do Brasil, de França e do Canadá);</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
· As mulheres migrantes e o associativismo (com comunicações dos Estados Unidos da</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
América, da Venezuela, da Argentina, de França e do Canadá).</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
Houve ainda teatro e cinema sobre a emigração portuguesa em França apresentado por jovens</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
residentes naquele país, concertos, palestras, exposições e momentos de lazer e de convívio.</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
A iniciativa, organizada pela Secretária de Estado e pelo então Instituto de Apoio à Emigração,</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
foi apoiada pela UNESCO e outras instituições a nível nacional e local. Nela intervieram, para</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
além das entidades organizadoras e de elementos do Conselho das Comunidades Portuguesas,</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
figuras públicas residentes em Portugal - deputadas, escritoras, académicos, jornalistas e</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
representantes de diversos departamentos da Administração Pública.</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
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Ficaram conclusões que, nos anos seguintes, vieram a inspirar políticas públicas em Portugal e</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
iniciativas das comunidades portuguesas por todo o mundo, incluindo a criação da Associação</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
Mulher Migrante, que actualmente integra o Conselho Consultivo da Comissão para a</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
Cidadania e Igualdade de Género. Ficou um livro a dar conta de tudo, editado pelo Centro de</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
Estudos da Secretaria de Estado, ao tempo já designada das Comunidades Portuguesas. E ficou</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
uma saudade de repetição, só concretizada 20 anos depois, numa versão actualizada, com os</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
“Encontros para a Cidadania: A igualdade de homens e mulheres nas comunidades</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
portuguesas” que tiveram lugar em diversos continentes entre 2005 e 2009 e que encerraram</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
em Espinho.</div>
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<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
E eu que, pelas funções que fui exercendo, contribuí para a organização de vários destes</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
encontros, só posso agradecer o privilégio, a alegria e o enriquecimento que este trabalho me</div>
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px;">
deu.</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"> - O CCP, O ENCONTRO DE VIANA E AS POLÍTICAS DE GÉNERO</span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; font-size: 9.5pt;">1 - </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;"> processo eleitoral, tem de repensar a sua atuação, para ocupar, mais e melhor, o espaço privilegiado, que é o seu, no diálogo e cooperação entre portuguesas e portugueses do mundo inteiro e na sua representação perante o Governo, a diplomacia, as entidades públicas de Portugal, num momento em que está essencialmente voltado para hoje e amanhã, é interessante lançar um olhar retrospetivo sobre a sua evolução, em especial no que respeita ao equilíbrio de participação de género. </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Como tornar esta singular instituição mais inclusiva, mais democrática, mais capaz de levar a Lisboa toda uma grande diversidade de situações em mudança e de problemas, novos ou recorrentes, a solucionar na emigração? O equilíbrio de género será factor decisivo para que </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">cumpra melhor as expetativas e os meios nele investidos? A paridade, globalmente, é ainda uma meta utópica, mas foi agora alcançada na Venezuela, na Argentina,em Macau...A diferença que as mulheres aí - e porventura, também noutros países - conseguirem fazer poderá mudar a forma de ser e de estar de um órgão, desde o seu início tão marcadamente masculino?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">2- Na sua primeira vida, entre 1981 e 1988, o CCP era eleito dentro do círculo das associações do estrangeiro. Espelhava, naturalmente, a realidade de um universo institucional liderado por homens, não havendo entre os seus representantes eleitos uma única mulher. Mas no Conselho tinham também assento representantes da comunicação social, e foi no interior desta segunda componente que se registaram, nas eleições de 1983, as primeiras presenças femininas, Maria Alice Ribeiro (Canadá) e Custódia Domingues (França).</span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Foi Maria Alice Ribeiro, do Canadá, quem, na reunião Regional da América do Norte, em 1984, propôs a convocação de um encontro mundial de Portuguesas do estrangeiro, A ideia obteve fácil consenso e a Secretaria de Estado da Emigração promoveu a sua organização em 1985 .</span></div>
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">A seleção das participantes foi feita com base em comunicações apresentadas por mulheres dirigentes na esfera associativa ou envolvidas na atividade jornalística - as duas vertentes em que se centrava o CCP. O 1º Encontro Mundial trouxe ao Minho, a Viana do Castelo, uma elite feminina, que se distinguiu pela sageza, visão e capacidade de chegar a consensos. Foi uma reunião diferente de todas as outras,verdadeiramente excecional... </span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Falaram da especificidade de género nas migrações, mas também da emigração como um todo: o ponto de vista feminino, até essa altura, desconhecido, sobre sociedades em transformação, às quais queriam poder dar, livre e responsavelmente, a sua parte.</span></div>
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">Essa primeira audição governamental foi uma espécie de "Conselho no feminino", preenchendo um vazio absoluto, convertendo-se em prenúncio de leis e programas, visando a paridade. A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas instituira, em 1987, a Conferência para a Igualdade de Participação, que, a par de outras conferências temáticas, funcionaria na órbita do Conselho. Porém, no verão desse ano, caiu o Governo, e com o novo Executivo caiu o CCP e tudo o que com ele se relacionava, como era o caso das conferências periódicas. E a questão de género na Diáspora e no CCP ficou esquecida durante duas décadas.</span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">3- O Encontro de Viana era precursor, em termos europeus (e, ao que se afirmou, nas sessões d 1º Encontro, em termos universais - ninguém tinha conhecimento de convocatória semelhante por parte de um governo em favor das mulheres expatriadas). Portugal era, por sinal, um Estado improvável para se tornar pioneiro neste domínio, com as suas políticas particularmente misóginas, desde os tempos da Expansão até ao 25 de Abril... E mesmo depois da revolução de 1974, continuara a centrar os esforços de promover a igualdade apenas dentro das suas fronteiras - as prioridades da Comissão para a Igualdade denunciam esta</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;"> visão" territorialista" das suas tarefas. Em 1984/85, o impulso para a inovação e para a mudança veio do CCP, onde uma mulher "fez a diferença". As pioneiras do Conselho eram poucas, mas notáveis e estiveram, em 1993, entre as fundadoras da Associação Mulher Migrante, animadas pelo projeto de criar uma associação feminina internacional, segundo a estratégia delineada no Encontro de 1985.</span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">4- Na sua segunda vida, em 1996, o CCP tornou-se um órgão eleito por sufrágio direto e universal, seguindo os novos moldes entretando adotados pelos congéneres europeus. Mas, de facto, em muitos domínios, (ensino, cultura, segurança social, recuperação da nacionalidade, participação cívica e política) as suas preocupações inseriam-se na senda do Conselhos anterior. Todavia,</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;"> apesar do escasso número de eleitas em cada novo ato eleitoral, o CCP não retomou, nos seus plenários, a ideia de um forte chamamento cívico das mulheres a uma intervenção mais ativa no seu funcionamento e nas comunidades. As principais exceções foram o Canadá, que, com Maria Alice Ribeiro e o coordenador nacional Manuel Leal, colocaram esta problemática nas prioridades da agenda no plano local (dinamizando, com sucesso, colóquios e work shops em diversas cidades), os EUA, com Manuela Chaplin e o coordenador João Morais e o Uruguai, com Luis Panasco Caetano ( que se envolveu ativamente na promoção do associativismo feminino no sul da América) . Não haverá muito mais a assinalar.</span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">A decisão de promover o aumento da presença feminina na instituição acabou por vir de fora, não em cumprimento de uma qualquer recomendação dos conselheiros, mas "ex vi legis", com a extensão às eleições do CCP das regras da Lei da Paridade, que rege a composição do Assembleia da República, das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas e das Autarquias.</span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">E, por puro acaso, fruto da cronologia eleitoral, a primeira experiência da aplicação da chamada "lei das quotas" foi justamente a elaboração das listas para o Conselho. Um teste positivo, já que a proporção da mulheres aumentou, sem prejuizo da sua competência. Porém, </span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">no que respeita a cargos formais (presidência do órgão ou das comissões), o CCP tem sido sempre um "mundo de homens", ao contrário da Assembleia da República, ondea presidência, vice-presidência, chefia de delegações internacionais, dos grupos parlamentares e de comissões por deputadas entrou no domínio da normalidade ..</span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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<span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">.</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;">5- A composição do Conselho saído das eleições de setembro passado, está muito longe da igualdade de género, com apenas 12 mulheres conselheiras, embora a paridade tenha sido alcançada, aqui e ali.... A</span><span style="font-family: "arial"; font-size: 9.5pt;"> Venezuela figura, doravante, nos anais da instituição, com a liderança feminina das listas vencedoras no conjunto das duas áreas consulares, e os nomes de Milú de Almeida e de Fátima Pontes, que encabeçaram listas rigorosamente paritárias. O mesmo se diga da Argentina, com Maria Violante Martins, e de Macau, com Rita Santos.</span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin: 0px;">
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Se quantitativamente o resultado fica muito àquém do ideal da paridade, já de um ponto de vista qualitativo ( olhando o movimento que leva as mulheres ao "empoderamento" na assembleia representativa dos emigrantes, que é o CCP), há sinais promissores de mudança. Pela primeira vez, são eleitas conselheiras oriundas de um associativismo de matriz cívica, de um "congressismo" que se reconhece no " espírito de Viana" - caso da "Mulher Migrante" com as suas ramificações internacionais, particularmente fortes na América do Sul, na Venezuela, na Argentina. Maria Violante, Milú de Almeida e Fátima Pontes são associadas e dirigentes da "Mulher Migrante"..</div>
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6 - O CCP fez história das políticas de género com a proposta do Encontro Mundial de 1985, que designámos como uma espécie de "CCP no feminino". Tem agora, com militantes de movimentos que aí nasceram, a possibilidade de levar por diante essas políticas, incluindo na sua agenda de preocupações e de prioridades de ação a metade marginalizada das comunidades, as mulheres, ou seja, de integrar, definitivamente "o feminino no CCP".</div>
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Maria Manuela Aguiar</div>
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<strong>1995</strong></div>
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<strong>UM CONGRESSO A ABRIR CAMINHOS DE FUTURO</strong></div>
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<strong><em>O ENCONTRO MUNDIAL DE MULHERES MIGRANTES – GERAÇÕES EM DI</em></strong></div>
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<strong>Introdução</strong></div>
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O Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – <em>Gerações em Diálogo</em>, realizado em Março de 1995, marca ielmente o início das atividades da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante, criada por escritura notarial em 2 de janeiro de 1994, razão pela qual valerá a pena revisitar este evento, decorridos já 20 anos, numa tentativa de evidenciar a sua importância, apesar de existirem publicações que o relataram, incluindo muitas das comunicações *.</div>
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Uma Associação, que se inspirou nas grandes conclusões o 1º. Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo organizado pela Secretaria de Estado da Emigração em 1985 e assim iniciou este caminho que vem percorrendo: de estudo e investigação que envolve a problemática da mulher portuguesa na nossa diáspora.</div>
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Este Encontro, que serviu para dar a conhecer a nossa associação, foi também a concretização de uma das recomendações do Encontro de Viana (1985), que visava a realização de um Congresso de Portuguesas no Mundo e, segundo Manuela Aguiar (2009), … <em>com a finalidade de abordar áreas temáticas, tais como a presença feminina no associativismo, na comunicação social, no trabalho, no ensino da língua, na preservação da cultura, através das segundas gerações, na preparação do regresso a Portugal.</em></div>
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No Encontro Mundial de Espinho intitulado <em>Gerações em Diálogo</em> estiveram cerca de 400 participantes, muitas das quais vindas dos cinco continentes e na sua grande maioria dirigentes associativos, professores, investigadores, antigos conselheiros do CCP, jornalistas, políticos, jovens das comunidades e de associações espinhenses.</div>
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Tive a honra e a satisfação de ter sido desafiada pela Direção e pela Presidente da Assembleia Geral para organizar este primeiro Encontro, cuja tarefa foi facilitada pela extraordinária equipa que me apoiou.</div>
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Neste recuo de 20 anos, será relatada esta experiência magnífica e, provavelmente, evidenciados factos que marcaram este Encontro que terá aberto os caminhos de futuro da nossa Associação.</div>
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<ul style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
<li><em>Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Gerações em Diálogo. Comunicações</em> (s/ data). Edição AECS Mulher Migrante. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal “A Voz de Azemeis”</li>
<li><em>Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As Ideias e os Factos Assinalados</em> (s/ data). Edição AECS Mulher Migrante. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal “A Voz de Azemeis”</li>
<li><em>Mulher Migrante – O Congresso ONLINE</em> (2009). M. Aguiar & T. Aguiar (Coordenação). Edição AECS Mulher Migrante. Porto: Rocha artes gráficas.lda.</li>
</ul>
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<strong>Organização</strong><span class="im"><br />Todas as tarefas são simplificadas, quando a equipa é coesa e dinâmica, interessada em tudo fazer para o êxito desta organização. Com diferentes vivências e formações académicas, muitos dos quais estudantes de doutoramento da minha Faculdade, propiciaram uma articulada intervenção para dar resposta a todas as necessidades.<br />Orgulho-me desta equipa que tão bem me apoiou e que muito justamente merece ser elogiada neste texto, com o meu maior agradecimento: Rosa Maria Albernaz, Isabel Aguiar, Maria José Vieira, Estefânia Ribeiro, Elsa Gaioso Vaz, Conceição Maia, Manuela Diniz, Sandra Prata, Manuela Barros Aguiar, Conceição Catarino, Sónia Teixeira, Mónica Silva, Iguatemy Lucena Martins, Luís Antonio Silva, Juarez Nascimento, Solange Nascimento, Joyce Stefanello, Wenceslau Leães Silva.<br />Desde o acolhimento no aeroporto, com o transporte fornecido pela Câmara Municipal de Espinho e que garantiu todas as chegadas, considerando a diversidade dos horários, instalação no Hotel Praiagolfe onde se realizou o Encontro, organização dos espaços e funcionamento das atividades definidas na programação, para</span></div>
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Todas as tarefas são simplificadas, quando a equipa é coesa e dinâmica, interessada em tudo fazer para o êxito desta organização. Com diferentes vivências e formações académicas, muitos dos quais estudantes de doutoramento da minha Faculdade, propiciaram uma articulada intervenção para dar resposta a todas as necessidades.</div>
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Orgulho-me desta equipa que tão bem me apoiou e que muito justamente merece ser elogiada neste texto, com o meu maior agradecimento: Rosa Maria Albernaz, Isabel Aguiar, Maria José Vieira, Estefânia Ribeiro, Elsa Gaioso Vaz, Conceição Maia, Manuela Diniz, Sandra Prata, Manuela Barros Aguiar, Conceição Catarino, Sónia Teixeira, Mónica Silva, Iguatemy Lucena Martins, Luís Antonio Silva, Juarez Nascimento, Solange Nascimento, Joyce Stefanello, Wenceslau Leães Silva.</div>
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Desde o acolhimento no aeroporto, com o transporte fornecido pela Câmara Municipal de Espinho e que garantiu todas as chegadas, considerando a diversidade dos horários, instalação no Hotel Praiagolfe onde se realizou o Encontro, organização dos espaços e funcionamento das atividades definidas na programação, para além de tudo quanto possa envolver as dúvidas e necessidades de cada participante, alguém estava atento e pronto para apoiar.</div>
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Mas para que os objetivos do Encontro se pudessem implementar, sobretudo para que houvesse uma significativa participação de mulheres vindas dos cinco continentes, foi fundamental ter tido apoios que importa salientar e reconhecer: Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, Secretaria de Estado da Juventude, Ministério da Educação, Sub-Secretaria de estado da Comunicação Social, Direção Geral da Família, Governo Civil de Aveiro, Governo Civil de Lisboa, Câmara Municipal de Espinho, Junta de Freguesia de Espinho, Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, Comissão de Turismo Rota da Luz, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana, Fundação Luso-Brasileira, Fundação Oriente, Banco português do Atlântico, Praiagolfe Hotel, Salvador Caetano, Espinfor, Centralcer, Edgar & Irmão, Saer, Solverde.</div>
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Um Comissão de Honra que também nos prestigiou com as suas presenças e intervenções. Todas e todos tiveram um papel preponderante, que julgo ser inédito e de que muito nos prestigiaram</div>
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<strong>Participação</strong></div>
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Concretizando uma das recomendações do Encontro de Viana (1985), que visava a realização de um Congresso de Portuguesas no Mundo, trouxemos a Espinho mulheres que foram criteriosamente escolhidas pela Direção da Associação ECS Mulher Migrante, dado o seu papel preponderante nas comunidades portuguesas onde vivem e mesmo membros do Conselho das Comunidades Portuguesas (Manuela Chaplin e Maria Alice Ribeiro). Do oriente (Malaca – Joan Marbeck, Goa – Fátima Garcia e Maria Lopes, Damão – Graça Rocha), ao ocidente e até á Califórnia – Mary Giglitto e Maria João Brantuas. Dos estados Unidos da América, Manuela Chaplin, Manuela Ferreira, Berta Madeira, Gabriela Vetter. Do Canadá, Conceição Freitas, Lourdes Lara, Alice Ribeiro, António Ribeiro e Idalina Silva. Do Brasil, Núbia Marques, Maria Pisolante e Benvinda Maria. Da Venezuela, Juliana Resende. Da Africa do Sul, Vera Nazaré e Maria Salgado. Da Europa, Mari Freitas (Holanda), Lígia Alvar, Olímpia Oliveira e Céu Cunha (França). Todas estiveram presentes, com intervenções magníficas.</div>
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Algumas já tinham estado em Viana, em 1985 (Eulália Salgado, Lourdes Lara, Juliana Resende, Manuela Chaplin, Berta Madeira, Mary Giglitto) e outras, agora a residir em Portugal, tais como a Laura Bulger (Canadá) e Leonor Xavier (Brasil).</div>
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Estiveram presentes cerca de 400 participantes, sendo 91 das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, muitas das quais sem terem o financiamento da Associação Mulher Migrante e indentificadas na separata do Jornal Lusitano (Edição nº 305 de 25 de Março de 1995) .</div>
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<strong>Programa</strong></div>
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Elaborar o programa deste primeiro Encontro e mundial, que pretendeu propiciar um espaço de diálogo entre mulheres e homens de diferentes idades e provenientes dos cinco continentes onde moram ou moraram, com experiências de vida diversificadas, seria uma tarefa difícil. Mas não foi!</div>
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A Drª. Manuela Aguiar, que havia sido Secretária de Estado da Emigração e depois Deputada da Assembleia da República pela Emigração e eu própria, em poucas horas definimos os vários temas que seriam abordados em Conferências e Mesas Redondas, com os diferentes intervenientes a convidar (e que quase todos aceitaram), bem como para as Comunicações Livres, que a seguir se descriminam e que ocuparam os três dias de intensa atividade do Encontro.</div>
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<u>Conferências:</u></div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>Gerações em Diálogo em Contexto da Emigração</em> – Profª Doutora Engrácia Leandro</div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>História e Política da Emigração (1850-1930)</em> – Profª Doutora Mirian Halpern Pereira</div>
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. <em>A Família Dividida pela Emigração</em> – Prof. Doutor Policarpo Lopes</div>
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<u>Mesas Redondas:</u></div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>Exercício da Cidadania nas Várias fases do Ciclo Migratório</em> – Moderadora: Drª Manuela Aguiar</div>
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. <em>Discriminação, exclusão, racismo e Xenofobia nas Sociedades de Hoje –</em>Moderadora: Drª Amélia Azevedo</div>
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. <em>Regresso de Emigrantes e Desenvolvimento Económico em Zonas Rurais –</em> Moderadora: Profª Doutora Manuela Ribeiro</div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>A Força das ONG´s – um novo olhar sobre a participação</em> – Moderadora: Drª Ana Vicente</div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>Do Presente um Olhar Retrospectivo: perspectiva de diferentes gerações. Pioneiros e Descendentes</em> – Moderador: Prof. Doutor Félix Neto</div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>Mulheres Migrantes – carreira, participação social e política</em> – Moderadora: Celina Pereira</div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>A Mulher nas Literaturas de Língua Portuguesa –</em> Agustina Bessa Luís</div>
<div style="margin: 0px;">
<u>Comunicações Livres:</u></div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>Os Jovens na Construção de Comunidades de Língua e Cultura Portuguesa –</em> Presidente: Dr. José Cachadinha</div>
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. <em>Espaço de Associativismo e Comunicação Social nas Comunidades Portuguesas –</em> Presidente: Prof. Doutor Salvato Trigo</div>
<div style="margin: 0px;">
. <em>Mulheres das Sete Partidas do Mundo</em> – Presidentes: Drª Rita Gomes e Profª Doutora Graça Guedes</div>
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anexo</div>
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Muitas das comunicações foram posteriormente publicadas pela Associação, algumas na íntegra e outras em resumo (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Comunicações. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis).</div>
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Na sessão de abertura, presidida pela Secretária de Estado da Juventude, Drª Maria do Céu Ramos e depois das boas vindas do Presidente da Câmara de Espinho, José Mota, na qualidade de anfitrião, saudando todos os presentes e salientando o seu orgulho pela realização deste evento em Espinho, manifestou a sua felicidade pela opção pela sua terra, mas também por considerar a temática ser da maior relevância e oportunidade, a Drª Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da Associação ECS Mulher Migrante, abre os trabalhos, expressando a vontade de ali se discutirem, em ambiente de grande abertura e informalidade, os problemas que preocupam as Comunidades Portuguesas do mundo inteiro, os problemas dos imigrantes em Portugal, os problemas da lusofonia e fez fé nas suas certezas. E acrescenta … <em>Sabemos que as realidades das Comunidades mudam todos os dias, queremos estar a par, queremos que nos venham dizer hoje, em 1995, o que querem de Portugal, o que podem fazer por Portugal, qual é o papel de cada um de nós, num grande e ambicioso projeto de afirmação da língua e da cultura no Mundo</em> (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As Ideias e os Factos Assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis. 9 p)<em>.</em></div>
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anexo</div>
<div style="margin: 0px;">
A encerrar esta sessão de abertura, a Secretária de Estado da Juventude, numa intervenção longa e de improviso, parte da qual está também registada na publicação atrás referida, expressa assim as razões da sua presença: <em>… a minha presença aqui significa o apoio incontroverso às mulheres de todo o mundo, mas em particular às mulheres mais jovens, que nesta relação de solidariedade estão a ser capazes de mostrar que os tempos são de mudança e que nos espera um futuro com mais igualdade de oportunidades, com maior respeito pela dignidade das mulheres, com mais solidariedade também para com os homens, porque nada se faz no mundo só com os homens ou só com as mulheres. Acima de todos, está o primado da pessoa e pessoas somos todos nós</em> (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As ideias e os factos assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis. pp. 12-13)<em>.</em></div>
<div style="margin: 0px;">
anexo</div>
<div style="margin: 0px;">
A sessão de encerramento foi residida pela Drª Maria de Jesus Barroso, esposa do Presidente da República, que desde então tem acompanhado as atividades da nossa Associação, presidindo à Comissão de Honra na grande maioria dos eventos que têm sido organizados ao longo destes vinte anos e neles participado ativamente, sendo nossa Sócia Honorária.</div>
</div>
<h1>
<span style="font-size: 11px;">Na sua intervenção e depois de ouvido atentamente as conclusões do Encontro, num improviso emocionado que galvanizou a assembleia e frequentemente interrompido pela forte ovação da sala, expressa assim as razões da sua presença neste Encontro para o qual foi convidada e que agradece: <em>Tenho muito gosto em estar aqui ao lado das representantes das várias comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Eu própria, quando vou a qualquer parte do mundo, acompanhada pelo meu marido, tenho tido o cuidado de comunicar com as comunidades, para saber como vivem, saber o que sentem, saber o que sonham, conhecer os seus anseios. Uma coisa que me comove particularmente é perceber o carinho e o amor que continuam a dispensar a Portugal</em> (in Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As ideias e os factos assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis. pp. 68-69)<em>.</em> E acrescenta…<em>Fico muito satisfeita porque os jovens estão também representados neste Encontro, desejosos e ansiosos de manter a ligação ao país de origem, seu e de seus pais. A eles direi que devem exigir, exigir e exigir aquelas condições que são indispensáveis para que possam continuar a falar a sua própria língua, para que não a percam nos países de língua completamente estranha.</em></span></h1>
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<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;"><br /><strong>anexo</strong><br /><strong>Atividades culturais</strong><br />Tal como aconteceu no Encontro de Viana em 1985 e bem explicado no livro de Atas publicado em 1986 pelo Centro de Estudos da Secretaria de Estado das Comunidades portuguesas (pp. 121-133) cujas atividades culturais incluíram Teatro, pelo Grupo Cá e Lá, Cinema, com a projeção do filme <em>Portugaises d´Origine</em>, Exposições – bibliográficas (organizadas pelo Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades Portuguesas, pela Comissão da Condição Feminina e pela Associação Portuguesa de Escritores e Livreiros), fotográfica, intitulada <em>Cantos e Recantos,</em> da autoria de Esperança Marques, patentes no espaço de convívio do Encontro e ainda uma exposição patente em Braga, evocando a História da emigração e fixação portuguesa no Hawai, intitulada <em>Os Portugueses no Hawai -</em> no final primeiro dia do Encontro e depois da receção na Câmara Municipal de Espinho pelo então Presidente José Mota, foi inaugurada num espaço central da cidade, com acesso livre a toda a população, a Exposição <em>Paisagem de um Povo,</em> da pintora Fátima Melo e que pertence à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, favorecendo assim uma ligação do Encontro com a cidade que o acolheu e que ficou aberta durante todos os dias .<br />Trata-se de uma coleção de pintura a pastel sobre papel, composta por 15 telas, representando diferentes regiões de Portugal e que havia sido encomendada à autora pela então Secretária de Estado da Emigração, Drª. Manuela Aguiar.<br />anexo<br />Este primeiro dia não terminou, sem uma oportunidade para todas se conhecerem melhor.<br />Houve um convívio cultural, onde não faltou o canto, a dança e a poesia, protagonizados pelo grupo <em>Como Elas cantam e Dançam em Paços de Brandão</em>, dirigido pela Dona Joana Ferreira Alves e considerado internacionalmente como o melhor grupo etnográfico português, pela Tuna Feminina da Universidade do Porto e pela poetisa Elsa Noronha, também interveniente na Mesa Redonda do Encontro intitulada <em>A Mulher nas Literaturas de Língua Portuguesa,</em> moderada pela escritora Agustina Bessa Luís.<br />Depois de três dias de intenso trabalho em Espinho, as participantes deslocaram-se para Lisboa, onde tiveram uma receção no Hotel da Lapa, oferecido pela Senhora Governadora Civil de Lisboa, Drª. Adelaide Lisboa, sem porém deixarem de passar por Aveiro, para um passeio turístico na Ria, num barco Moliceiro, oferecido pelo Governador Civil de Aveiro, Dr. Gilberto Madail e pela Comissão de Turismo Rota da Luz.<br /><br /><strong>Conclusão</strong><br />Seria exaustivo apresentar aqui as conclusões de cada um dos painéis que estão registadas na publicação frequentemente referida neste texto (Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As Ideias e os Factos Assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz de Azemeis) e ao longo de 11 páginas (pp. 75-86).<br />Seleciona-se uma e relativa às relações inter-geracionais, em homenagem à grande temática do Encontro: <strong><em>Gerações em Diálogo</em></strong>:<br /><br />anexos<br />A terminar, será de registar na entrevista feita pelo Jornal Lusitano à Drª Manuela Aguiar e que intitulou <em>Um Sonho Partilhado</em>, a resposta dada à questão colocada acerca do que mais importante destacou do Encontro de Espinho: <em>Quando olho para trás e vejo as pessoas que estiveram connosco, a quantidade e qualidade do trabalho efetuado, penso que aconteceu um milagre, pois era uma iniciativa extremamente difícil de gerir. O ambiente humano foi excelente, o que permitiu que todos dialogassem de uma forma fraterna, sem ter acontecido nenhuma hostilidade. Ainda por cima vive-se numa fase pré-eleitoral que é sempre conflitual e, estando presentes políticos de vários partidos, não houve nunca a tentação de politizar a reunião.</em> E acrescentou, … <em>O diálogo de gerações aconteceu</em>.<br />E assim aconteceu em Espinho, em 1995.</span></div>
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<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;"><br /></span><span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;">Graça Guedes</span></div>
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<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;">Professora catedrática</span></div>
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<span class="im" style="color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: small;">Secretária-Geral da AEMM</span></div>
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<br /></div>
<div class="adn ads" style="border-left-color: transparent; border-left-style: solid; border-left-width: 1px; font-size: medium; padding-bottom: 20px; padding-left: 4px;">
<div class="gs" style="margin-left: 30px;">
<div class="ii gt m151a7b6db5fa534f adP adO" id=":1nw" style="direction: ltr; font-size: 12.8px; margin: 5px 15px 0px 0px; padding-bottom: 5px; position: relative;">
<div class="a3s" id=":1nv" style="overflow: hidden;">
<div dir="ltr">
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<span style="color: black;">2005 – 2009 </span></div>
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<span style="color: black;">OS ENCONTROS PARA A CIDADANIA - a igualdade entre mulheres e homens</span></div>
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<span style="color: black;">Com Maria Barroso na Diáspora</span></div>
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<span style="color: black;">O 1º Encontro Mundial de Mulheres presentes no associativismo e no jornalismo da Diáspora foi, em 1985, a primeira manifestação de uma política para a igualdade na Diáspora, política que, após um hiato de 20 anos, seria relançada pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, em 2005</span></div>
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<span style="color: black;">Para presidir aos Encontros, o Secretário de Estado António Braga convidou a Dr.ª Maria Barroso – ninguém como ela poderia ser o rosto de um projeto de inclusão de género e geração na vivência plena da cidadania, em todas as comunidades portuguesas.</span></div>
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Era uma parceria Estado/sociedade civil, que envolveu na organização dos Encontros, ao longo de quatro anos a colaboração da AEMM, da Fundação Pró Dignitate e outras ONG’s do País e da Diáspora.</div>
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A Dr.ª Maria Barroso estivera presente nas iniciativas da AEMM, desde a primeira hora, como nós estivemos com ela nos quatro cantos do mundo, em todos estes verdadeiros congressos com que se fazia História da democracia portuguesa, levando a aplicação das políticas públicas da igualdade para fora dos limites territoriais.</div>
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As portuguesas da Diáspora tinham perante si um exemplo vivo da Mulher e Cidadã, que soube, sempre, de uma forma tão caracteristicamente feminina fazer muita coisa, ao mesmo tempo, e tudo muito bem – ser a mãe de família e a mulher, ser um expoente na vida profissional, na vida política, no voluntariado, na cultura.</div>
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Acho que foi determinante para apropriação do espírito do projeto por cada uma, por cada um dos presentes o facto de terem perante si uma Mulher-símbolo, que era também uma pessoa encantadora, simples e solidária. A mensagem passava, com a força da sua palavra e do seu sorriso. Todas a sentíamos como “uma de nós”, sem nunca esquecer a sua absoluta excecionalidade.</div>
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De Buenos Aires (2005) a Estocolmo (2006), de Toronto (2007) a Berkeley e a Joanesburgo (2008), reunimos com representantes das comunidades de toda a América do Sul, das duas costas da América do Norte, da Europa, da África e, em 2009, em Espinho, pudemos realizar no “encontro dos encontros”, o balanço desta experiência inédita, do ambiente em que fora vivida, das esperanças que despertara, do impacte que se prolonga até hoje, em novas iniciativas, deixando-nos a convicção de que há um período antes e depois deste encadeamento de congressos, no que respeita à política de Estado para as comunidades, e, sobretudo na consciência das questões de género, a nível das comunidades, no florescimento de novos movimentos norteados pela ideia da paridade</div>
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Buenos Aires</div>
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Na Biblioteca Nacional, o auditório Jorge Luís Borges esteve sempre cheio, foi durante os dias do congresso um espaço luso-argentino, ouvia-se o português e o castelhano, falou-se de Regina Pacini, a portuguesa que foi até hoje, a única primeira-dama estrangeira do País. A Embaixada e o Instituto Camões deram uma enorme colaboração, o Embaixador e a Embaixatriz ambos participaram ativamente nas sessões. Marcante a presença de Maria Kodama.. O mundo associativo e o mundo cultural estiveram em evidência. A cobertura mediática foi excelente, RTP. RDP. TSF, imprensa nacional e regional. Nunca se falara tanto não só das mulheres como das comunidades portuguesas da Argentina. António Braga reconhecia que as questões de género tinham andado até li muito esquecidas… Respirava-se um ar de mudança. No final, a Presidente Maria Barroso, como que sintetizando as conclusões, diria: "Considero que foi uma reflexão aprofundada sobre os problemas que dizem respeito às mulheres, e, em particular, às mulheres migrantes. Mulheres e Homens têm de assumir um papel onde ambos os géneros contribuem para a melhoria da sociedade"</div>
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A Mulher Migrante Portuguesa da Argentina, co-organizadora local do Encontro estava de parabéns e festejou, no dia seguinte o seu aniversário na Associação de Echevarria. Partimos todos de Buenos Aires para lá num modesto autocarro, que a presidente Maria Barroso insistiu em partilhar connosco.</div>
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Estocolmo</div>
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Co-presidiram ao Encontro Maria Barroso e Anita Gradin, antiga Ministra da Imigração do Governo de Olaf Palme, Comissária Europeia e Presidente da Internacional Socialista de Mulheres. Duas grandes Mulheres, porque Anita é, igualmente, um nome mítico no seu país, onde foi a primeira responsável pela aplicação do sistema de quotas (uma amiga de longa data da Dr.ª Maria de Jesus, e, por sinal, minha, também). O Secretário de Estado Jorge Lacão e outros homens ilustres, tornaram o Encontro quase paritário. E a Dr.ª Maria Barroso salientou: "É muito importante que os homens estejam presentes, não queremos uma sociedade de mulheres, mas antes de homens e mulheres conscientes dos seus direitos e deveres".</div>
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Uma ênfase na ideia da cidadania feminina para o serviço da comunidade, que nos leva a vê-la, como uma mulher eminentemente moderna no século XXI, na linha precursora dessa plêiade de Portuguesas que, no começo de novecentos, lutaram pela igualdade de sexos.</div>
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<br /></div>
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Toronto</div>
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A conferência atraiu ativistas dos direitos humanos, deputadas canadianas, universitários, investigadores, dirigentes associativos, mulheres e homens, e uma ampla cobertura dos “media” em língua portuguesa de Toronto (que são muitos e muitos de qualidade), permitindo que as mensagens chegassem à comunidade inteira.</div>
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O Secretário de Estado Jorge Lacão, o Embaixador que veio de Otava, o representante dos Açores, a Cônsul-Geral Maria Amélia Paiva (unanimemente elogiada pela organização da" Conferência") e muitos outros intervenientes lembraram o caminho percorrido e o que falta percorrer. A lei da paridade esteve no centro do debate</div>
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A Dr.ª Maria Barroso, falou de um tempo novo ("A Mulher de hoje pode governar uma Nação"), que exige mobilização e persistência. “Temos muito que lutar para que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade, mas tenho a certeza de que um dia venceremos. Já não será para mim, mas para aquelas que nos darão continuidade".</div>
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Na despedida, depois dos plenários de trabalho, das visitas a instituições da comunidade de Toronto, fica a frase de Jorge Lacão, que a imprensa reproduziu amplamente: "Viemos ver coisas extraordinárias."</div>
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Antes mesmo da Conferência, Maria Barroso tinha aceite um convite da comunidade de Montreal para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Chegara ao Canadá na noite anterior, levantou-se de madrugada para um voo matutino, cumpriu um programa intenso, visitas à Câmara Municipal, a organizações da comunidade, almoço num restaurante português, onde discursou, ao lado do Cônsul Geral e da Ministra da Imigração. Falou de democracia e de futuro. Recebeu uma infindável ovação, muitos não continham lágrimas de emoção. Regressou tarde a Toronto, sem dar mostras de cansaço, sob a neve e a ventania gélida de um Março invernoso. Ninguém notou, mas Maria Barroso estava com um princípio de gripe, tinha febre, Nós sabíamos, mas não conseguimos que se resguardasse um pouco. Era assim mesmo, era filha de um militar. Estava em pleno combate pelas suas causas.</div>
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Joanesburgo</div>
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As mulheres predominavam nas belas instalações do “Lusito” (ou não fosse o Encontro da responsabilidade da eficiente “Liga da Mulher Portuguesa na África do Sul), mas havia um significativo número de homens, o Embaixador, o Cônsul-Geral, conselheiros do CCP dirigentes das principais instituições comunidade, para ouvir a Presidente Maria Barroso falar da situação das mulheres através dos tempos e no nosso tempo e lembrou-nos que "apesar da História ter sido tecida por Mulheres e Homens só a estes é dada relevância"</div>
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Falou de uma nova agenda de temáticas em que as mulheres podem fazer a diferença - a denúncia da violência nos media, o racismo e a xenofobia, a indiferença perante tantos atropelos dos direitos humanos…</div>
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E houve ainda tempo para a nostalgia, para a Dr.ª Maria Barroso encontrar amigos que conheceu em circunstâncias dramáticas, quando do acidente do filho. E recordar um prévio encontro com o Embaixador Paulo Barbosa, em Israel, durante uma visita presidencial, que coincidiu com a trágica morte de Itzak Rabin, um grande amigo de Maria Barroso. Pedaços da história à qual ela pertence para sempre.</div>
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Na sessão de encerramento, o SECP António Braga manifestou o seu inteiro apoio ao movimento de mudança que ali se confirmara e anunciou a realização em 2009 de um Encontro Mundial de Mulheres em Portugal.</div>
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Elizabeth e Berkeley</div>
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A caminho da costa oeste, uma breve estada em Elizabeth, NJ, a convite de Monsenhor João Antão, e da paróquia portuguesa de Nossa Senhora de Fátima, em cujos salões se realizou um primeiro encontro de formação de jornalistas lusófonos, centrado nas temáticas da Paz e da Igualdade. Uma visita às Nações Unidas, outra a um Liceu de Elisabeth, muito prestigiado, e que tem o nome de Monsenhor Antão, (uma honra num país onde é raro atribuir a instituições públicas o nome de pessoas vivas).</div>
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Em Berkeley o tema do Encontro era "O papel da Mulher no futuro do associativismo e movimentos cívicos da Califórnia", pondo o enfoque nas questões do associativismo feminino, (com introdução da grande especialista Profª Deolinda Adão), da colaboração intergeracional, do papel dos media na formação para a igualdade, seguido de um encontro informal com estudantes e professores de Berkeley, na companhia do SECP António Braga</div>
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Ao abordar, tanto em Berkeley como em Elizabeth, o tema da interculturalidade entre comunidades migrantes de diferentes países que se expressam em Português, Maria Barroso, mostrava acreditar que, também neste domínio, o entendimento entre as mulheres migrantes dos vários quadrantes da lusofonia pode fazer a diferença – no que todos nós a secundávamos.</div>
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No regresso a Portugal, nova passagem por Elizabeth e pela paróquia portuguesa. Monsenhor João surpreendeu a Dr.ª Maria Barroso com a mais bela das homenagens: nos poucos dias da nossa ausência na Califórnia, Roger Gonzalez um talentoso artista, pintara o seu retrato, à entrada da ala da residência onde ficou hospedada</div>
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Ao findar um périplo por tantas comunidades, a Presidente dos Encontros deixava, assim, o seu retrato num mural na América do Norte, tal como deixara, por todo o lado, o retrato de corpo inteiro de uma cidadã, a mobilizar, pela palavra e pelo exemplo, pelo advento de sociedades, mais livres, mais abertas a todos, ou seja, mais humanas.</div>
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<br /></div>
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
Maria Manuela Aguiar</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
2015</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><strong>A - OS CONCERTOS </strong><span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">"A Portugalidade"</span></span></span></span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"> - Comemorações do 75ºaniversário do Maestro António Vitorino de Almeida</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">As conferências/Concertos com Miguel Leite e o Maestro António Vitorino de Almeida integraram-se na homenagem promovida pela SECP, em parceria com a AEMM, ao compositor português mais importante da atualidade, que, tendo vivido mais de 30 anos em Viena, é também um símbolo da emigração altamente qualificada, que hoje assume proporções jamais vistas.</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">A iniciativa permitiu atingir dois objetivos, em simultâneo: levar às comunidades do estrangeiro, em palcos internacionais, a Arte e a Cultura portuguesas, em atuações de caráter didático e formativo, e celebrar, em ambiente festivo, uma data especial na vida de uma pessoa especial- um expoente da nossa Cultura, e da nossa Música, que é também um genial comunicador.</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Em 2015, realizaram -se os primeiros espetáculos no Luxemburgo (no Auditório Municipal da cidade de Esch) e em França (Paris - no Conservatório Jean-Baptiste Lully da Municipalidade de Puteaux) - momentos inesquecíveis, emocionantes, que terminaram, da mesma maneira, todos de pé, num imenso aplauso ao homenageado. Na fórmula adotado, um diálogo entre dois especialistas, que, no palco falavam de grandes músicos portugueses e de outros vultos da cultura deles contemporâneos, havia sempre ocasião para os mementos mágicos em que o Maestro tomava conta do piano, ou em que o piano tomava conta dele, na execução de obras desse compositores, ou em pura improvisação - memorável o improviso dedicado soa Cristos de Mestre Adelino Ângeli, em Puteaux - com o mestre comovido a exclamar "igual a Wagner!"Presentes no Luxemburgo o Embaixador e o Cônsul - Geral, (a quem se deve a esplêndida organização), e em Puteaux, o SECP e o Deputado Carlos Gonçalves e a Vice-Reitora da Sorbonne Isabelle Oliveira, que foi a grande impulsionadora local do concerto, que decorria no final do Colóquio realizado na Universidade da Sorbonne (Diálogos sobre cultura, cidadania e género).</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Em Esch, a ordem foi invertida, primeiro o concerto, ao fim da tarde, seguido de um jantar tertúlia, com portugueses do Luxemburgo.</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Esta iniciativa da SECP de homenagem ao Maestro, não teve, no nosso país, o eco que deveria ter nos meios de comunicação social, mas no Luxemburgo a cobertura mediática foi excelente, na rádio e no jornal Contacto, que, para além da notícia, realizou entrevistas com o Maestro, Miguel Leite, e, na perspetiva da emigração atual, um dos temas da tertúlia, também Manuela Aguiar. Num relato conciso, Henrique de Burgo salienta: "A conferência-concerto decorreu num ambiente descontraído. Victorino d' Almeida passou em revista alguns dos momentos marcantes dos seus 75 anos de vida e relembrou alguns compositores portuguese. Ao piano, tocou o fado "A Severa, de compositor ignorado, Frederico de Freitas e "Verdesanos " de Carlos Paredes, entre outras obras. [...] Victorino de Almeida conta com mais de 200 composições (sinfonias, óperas, fados, música de Câmara) e 14 livros."-j Miguel Leite acentuou a importância deste projeto para mostrar que "Há outro tipo de música. Portugal é um país que tem grandes compositores, grandes pianistas e jovens músicos a dar cartas pelo mundo fora em grandes orquestras. Somos bons em tantas coisas, mas somos maus a divulgar. Também o Maestro deu uma expressiva entrevista a Henrique de Burgo, em que começa com uma afirmação que faz o título principal:</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">EM PORTUGAL SINTO-ME COMO UM PESCADOR DE BALEIAS NA SUIÇA</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">transcrever na íntegra</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Passar para o ponto em que se referem os media???? c</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">B. Os COLÓQUIOS</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A AEMM co-organizou quatro colóquios, ao longo de 2015: em 21 de maio em Lisboa, com a Universidade Aberta, em Monção, em 5 de setembro, com a Casa Museu de Monção, pólo cultural da Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Monção , em Paris, em 10 de setembro, com a Sorbonne, e em Lisboa, com a Fundação Prof Fernando de Pádua.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Alguns dos lançamentos das edições da AEMM "40 anos de migrações em Liberdade"(coord Manuela Aguiar, Graça Guedes, Arcelina Santiago) e "Califórnia, Madrasta dos meus Filhos" (org Delinda Adão") foram, também realizados no contexto dos colóquios (em Lisboa na Universidade Aberta e na Sorbonne), ou num modelo mais informal de tertúlia (no Café Guarani), ou debates, na Biblioteca José Marmelo e Silva de Espinho, no espaço cultural Viva Cidades, no Porto. Deles daremos nota no ponto seguinte.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">B1 - Os Programas</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Colóquio “Migrações e Género. Novas Perspetivas de Intervenção” – Lisboa</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Universidade Aberta - Palácio Ceia - Lisboa 21 de Maio de 2015</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Abertura dos Trabalhos</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Profª Drª Rosa Sequeira –Coordenadora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), Universidade Aberta; Profª Drª Ana Paula Beja Horta, CEMRI, Universidade Aberta;Drª Maria Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade – Mulher Migrante (AEMM);Drª Rita Gomes, Presidente da Direção da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade – Mulher Migrante (AEMM)</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Homenagem Póstuma ao Dr. Carlos Pereira Correia</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Lançamento da Publicação da AEMM: <i>1974 – 2014 - 40 Anos de Migrações em Liberdade- </i>DrªMaria Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da AEMM</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Temas em Análise e Debate</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Tema I. Revisão da Lei do Conselho das Comunidades Portuguesas e perspetivas departicipação das mulheres</span></i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Dr. Victor Gil. Ex-diretor do Gabinete de Ligação ao Conselho das Comunidades Portuguesas; Moderadora: Profª Doutora Maria Beatriz Rocha Trindade, CEMRI, Universidade Aberta</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Tema II. Desenvolvimento e Género</span></i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Profª Drª Sónia Frias, ISCSP, Universidade de Lisboa, Investigadora do CEsA, ISEG, Universidade de Lisboa e Investigadora do CEMRI, Universidade Aberta; Profª Drª Joana Miranda, Universidade Aberta, Investigadora Responsável pelo Grupo de Investigação – Estudos sobre as Mulheres, CEMRI, Universidade Aberta; Moderadora: Profª Drª Natividade Monteiro, Investigadora do CEMRI, Universidade Aberta</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Debate final</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Colóquio "Expressões de Cidadania no Feminino"</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Programa ( Colocava aqui o convite e programa com imagem e tirava esta parte</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Casa Museu da Universidade do Minho, Monção, 5 de Setembro</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Intervenientes no Colóquio: Paulo Esteves, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Monção, Luísa Malato, Professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Maria Manuela Aguiar, Presidente da AEMM, Viriato Capela, Professor da Universidade do Minho e Director da Casa Museu de Monção Arcelina Santiago, Professora e Comissária das Exposição e Nassalete Miranda, directora do Jornal Artes entre Letras e Moderadora do Colóquio</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Ao colóquio seguiu-se a inauguração da Exposição de pintura e escultura com os artistas: Luísa Prior, Filomena Fonseca, Maria André, Teresa Heitor, Maria Helena Álvares, Filomena Bilber e Ricardo Campos (artista monçanense convidado).</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Colóquio “DIÁLOGOS SOBRE CULTURA, CIDADANIA E GÉNERO”</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Universidade da Sorbonne Nouvelle Sala Bourjac10 de setembro de 2015<br /><br />SESSÃO DE ABERTURA</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Professora Doutora Isabelle OLIVEIRA – Universidade da Sorbonne Nouvelle; Sua Excelência o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José CESÁRIO.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Temas</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“O papel dos mídias portugueses na emergência de uma diáspora lusófona”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Dr. José ARANTES – Director RTP África.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“Homenagem à Drª MARIA BARROSO.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"A génese das políticas de género para aemigração. Encontros para a Cidadania – 2005-2009”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Drª Manuela AGUIAR – Presidente da Assembleia Geral da Associação MulherMigrante.<br />Encerramento Drª Rita GOMES – Presidente da Direção da Associação Mulher Migrante.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Lançamento da PUBLICAÇÃO da AEMM1974- 2014 – 40 Anos de Migrações -Maria Manuela Aguiar(Coordenadora da Publicação)</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. MARIA ARCHER O LEGADO DE UMA ESCRITORA VIAJANT</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">E, Lisboa, Fundação Prof Fernando de Pádua, de novembro</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Lançamento do livro de Elizabeth Batistta, com o mesmo título</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Sessão de Abertura</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Prof Fernando de Pádua ( Sobrinho predileto de Maria Archer e herdeiro do seu espólio, dado à estampa no livro ali apresentado, o Professor traçou um relato sobre a vida da escritora em familia - o seu relacionamento particularmente afetivo com ela, a ajuda que lhe deu para prosseguir o curso - e sobre o seu percurso como escritora e ativista da liberdade, que a levou ao longo exílio no Brasil)</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Drª Manuela Aguiar ((salientou o perfil da grande escritora como feminista e contrariou o lugar comum de que se trata de uma Mulher de Letras "auto-didatata", lembrando o pano de fundo autobiográfico do seu livro "Os aristocratas" - Maria Archer é uma das "aristocratas" que recebeu um esmerada educação, com os melhores professores de português e outras línguas, de história, de matemática, todavia sem a chancela dos exames oficiais, como era costume para meninas da sua classe social. Fazer exame de 4ª classe aos 16 anos foi uma forma de leuta contra esse costume discriminatório) </span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Comunicações</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Profª Doutora Elizbeth Battista “ Nas Trilhas da Filosofia de Uma Mulher Moderna: Configurações da Vida Social e as Crónicas de Maria Archer”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Drª Rita Gomes, Presidente da Direção AMM, “ O Legado de uma ESCRITORA VIAJANTE”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Mestre Dina Botelho “ MARIA ARCHER - A escritora Maria Archer e o retrato da mulher de meados do séc. XX”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">B2 - NOTÍCIAS NOS "MEDIA"</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">1- Migrações e Género. Novas perspetivas.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O Colóquio realizado na Universidade Aberta teve cobertura na RTP2, ao abrigo de um Protocolo celebrado entre a Universidade e a televisão pública</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">2 - Jantar - tertúlia após a Conferência/ concerto "Portugalidade", em Esch, Luxemburgo. Entrevista do jornal "Contacto" a Manuela Aguiar</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="font-family: Calibri;">No início do jantar-tertúlia, Henrique de Burgo entrevistou, seguidamente, Manuela Aguiar e fez o título com uma das tónicas em que insistiu: "GOVERNO TEM DE RECONSTITUIR UMA MÁQUINA DE APOIO AOS PORTUGUESES DO ESTRANGEIRO"</span></span></span></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="font-family: Calibri;">[...] depois de ter deixado a Secretaria de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar continua a trabalhar com as comunidades portuguesas no estrangeiro. Na Associação Mulher Migrante coordena vários estudos sobre os emigrantes portugueses. Considerada uma das maiores especialistas sobre a emigração, critica qualquer governo, mesmo do seu PSD. O Governo tem a obrigação Constitucional de reorganizar os serviços de emigração, o Governo tem de reconstituir uma máquina de apoio aos portugueses nos países onde estão, para evitar fenómenos de exploração", defende Manuela Aguiar.</span></span></span></div>
</div>
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="font-family: Calibri;">[...] O governo tem de apoiar os que querem sair, mas apoiar de todas as formas possíveis, os portugueses que queiram regressar, Tem de haver uma política de regresso, ainda que não seja de imediato, e chamar as pessoas á medida que seja possível [..]. Com o sub-título "Meio milhão de Portugueses saíram no mandato deste Governo", escreve " Para a dirigente da Associação Mulher Migrante, Portugal está a viver, actualmente uma situação demográfica dramática [... ] Há emigração como nos anos 60, ainda que mais qualificada e mais dispersa. Estão a sair 120.000 a 130.000 pessoas por ano, segundo os números do actual Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. [...] Se, futuramente, a política de </span></span><span style="color: #4f81bd; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">regresso não for suficiente, para "refazer o tecido demográfico de Portugal", a antiga governante defende a emigração lusófona. "Os imigrantes podem ser de todos os países, de gente de boa vontade, mas acho que seria fantástico que se fizesse dentro do mundo lusófono [...] devíamos reforçar os laços da lusofonia através de migrações em massa. de preferência imigração altamente qualificada, porque estamos a perder jovens altamente qualificados. É um sonho que tenho, mas, na prática, só podemos fazer isso com desenvolvimento económico [..]</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: #4f81bd; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Manuela Aguiar foi quem negociou com Jean Claude Junker a "clausula de salvaguarda" que o Luxemburgo queria impor à imigração portuguesa. Diz que só 30 anos depois soube que Juncker era contra essa imposição."Foram as primeiras grandes negociações com o Luxemburgo e não foram fáceis [...] Na altura eu não sabia, mas Juncker contou numa entrevista na Gulbenkian quase 30 anos depois, que ele era dos que não queriam a cláusula se salvaguarda, Ele queria dar de imediato todos os direitos aos portugueses. Três anos depois, ele era primeiro ministro e acabou com a clausula de salvaguarda". A responsável relembra também o problema do ensino. " A dificuldade do ensino dos filhos dos portugueses, em três línguas, foi sempre o grande problema que apresentei às autoridades luxemburguesas. A resposta que me davam na altura é a mesma que dão hoje".</span></div>
</div>
</span><br />
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">3 - Expressões de Cidadania no feminino</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O Jornal "As Artes entre as Letras" deu notícia de 1ª página sobre a realização do colóquio e da exposição, com uma entrevista ao Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Dr Paulo Esteves. Também o Jornal de Monção, A terra Minhota, se interessou pela iniciativa. RECORTES</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">4 - Diálogos sobre Cidadania e Género</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A Agência Lusa e o "Luso.jornal” estiveram presentes no colóquio, ao qual deram relevante cobertura</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">RECORTE do jornal.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">5 - Maria Archer , uma escritora viajante</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Presentes jornalistas portugueses e brasileiros. Entrevistas da RDP-Internacional, o órgão de comunicação social que mais cobertura tem dado, ao longo dos anos, às iniciativas da AEMM.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">C. LANÇAMENTO DE LIVROS – EDIÇÕES DA AEMM</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"Califórnia Madrasta dos Meus Filhos" organização de Deolinda M Adão e de Joanne Câmara, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">com a presença da Profª Deolinda Adão, a<b> </b>19 janeiro na Biblioteca José Marmelo e Silva em Espinho e na Associação VivaCidades no Porto.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Deolinda Adão, professora e investigadora da universidade de San José e de Berkeley na Califórnia através da recolha e organização de cartas enviadas dos Açores por Maria Ignácia aos seus filhos, emigrados na Califórnia, entre 1909 e 1916, (realizada em colaboração com Joanne Câmara, a neta de Maria Inácia) revelou-nos uma historia da diáspora dentro da História, num período de grandes transformações a nível europeu e mundial, com o rebentar da primeira grande guerra e, em Portugal, a implantação da república.. A forma como estes acontecimentos e as novas leis e medidas da revolução foram vividas no seio de uma família açoreana estão relatadas nesta publicação, dando-nos a conhecer a outra face da emigração portuguesa - constituída pelos que ficam.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A AEMM, que, desde o sei início de atividades, vem procurando incentivar a recolha de histórias de vida na diáspora, considera um privilégio poder editar este notável trabalho da Profª Deolinda Adão, que se insere naquele projeto de uma forma superlativa.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. "1974-2014 - 40 anos de Migrações em Liberdade”, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">no<b> </b>Porto, 22 abril no Café Guarany e em Espinho a 13 maio, na Biblioteca José Marmelo e Silva</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O lançamento da nova publicação da AEMM no Porto e em Espinho reuniu muitos dos participantes nas iniciativas de 2014. Foram, assim, retomados os temas de uma série de debates, que, em Portugal e em comunidades portuguesas do estrangeiro, incidiram sobre o significado da democratização da vida política no País, a partir da revolução de 1974. Nesses debates, em auditórios de Universidades -Berkeley, Universidade Aberta de Lisboa, Sorbonne, Toronto - , em escolas do ensino secundário - Espinho, Elizabeth, New Jersey -, houve muitas oportunidades de ouvir mulheres e homens sobre o quadro geral do fenómeno migratório, sobre a descolonização e o retorno de África, assim como sobre a evolução do papel das mulheres nos movimentos de expatriação e de retorno e no movimento associativo: partindo da história e da memória de sucessivas gerações até aos dias de hoje, com a avaliação da dimensão atual do fenómeno, da sua componente feminina, das novas formas de associativismo e de vivência das relações com as sociedades de origem e de destino.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. OUTROS LANÇAMENTOS DE LIVROS</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“ A Violência na Comunicação Social ” </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">de Maria de Jesus Barroso, Presidente da Pro Dignitate , dia 2 de junho de 2015 pelas 17 horas, na Fundação, apresentado pelo Jornalista Manuel Vilas Boas</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Durante a sessão foi inaugurada a exposição de pintura e caligrafia chinesa da autoria de Ye Pei Rong.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Muitas associadas da AEMM puderam estar presentes no auditório da Fundação Pro Dignitate, e saudar a Drª Maria Barroso, ouvi-la na defesa de uma das suas grandes causas, com a energia de sempre. Seria, para todas, a última vez que a víamos</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"Yolanda" de Ester de Sousa e Sá, a 5 de setembro, em Espinho, na Biblioteca Municipal José marmelo e Silva</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Um novo romance da nossa associada e antiga emigrante em vários países do sul da África, em que as personagens se encontram nos caminhos, que lhe são familiares, da emigração, encontro de pessoas, de culturas, de espaços -- o lusófono, o anglófono, a que a Autora também pertence . Dois "lonely hearts", vindos de casamentos que a morte do outro destruiu, juntos pelo acaso no paraíso turístico do Algarve, que, nas descrições de ester de Sá, visualizamos , em toda a sua beleza, como num filme. A viagem, o movimento estão sempre presente - assim é a vida no seu melhor, quando há a força e a vontade de lutar contra a infelicidade, dando à paixão uma segunda tentativa Um hino à vida, bem vivida</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“Maria Archer – o legado de uma escritora viajante” de Elisabeth Battista </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">com Prefácio de Inocência Mata. Apresentação na Fundação Fernando de Pádua,28 de setembro às 18:30 em Lisboa, com a presença da Autora, vinda do Brasil.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A publicação vem preencher um vazio: trata-se de uma investigação e ordenação do espólio de Maria Archer - a "Viajante espacial", vista também como " viajante de ideias e discursos, tendo cultivado várias modalidades textuais e genológicas (ficção narrativa, drama, literatura infanto-juvenil, crónicas, epístolas, ensaios, biografias, reportagens)". "Este trabalho de Elisabeth Battista, agora à disposição de todos, vem tornar mais diversa e assertiva a contribuição da mulher portuguesa na luta contra o fascismo",segundo a Profª Inocência Mata .</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. O Ovo do Sagrado Feminino, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">de Maria Antónia Jardim, a 21 de outubro, no Café Guarani, no Porto</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O novo livro da Profª Maria Antónia jardim foi apresentado por Isabel Ponce Leão Professora da Universidade Fernando Pessoa, e autora de prefácio, Profª Isabel Ponce de Leão. Nas suas palavras: "A demanda do ovo, enquanto génese da vida, presentifica-se num texto linguistico e pictórico, posto que as diversas imagens, também da autoria de Maria Antónia Jardim longe de serem meras ilustrações, sejam outrossim, parte integrante do discurso"</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. Seguiu-se, como é usual no café Guarani, um animado debate moderado pela Drª Manuela Aguiar.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"Boston Festival" de Manuela Bairos, na Fundação Luso- americana, em Lisboa a</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O lançamento do livro, num auditório completamente cheio de amigos da Drª Manuela Bairos, viveu-se num ambiente de emoção contida. Sentia-se a falta do Prof .Mariano Gago, que tinha aceite fazer a apresentação e é, juntamente com professor e escritor Onésimo de Almeida, um dos prefaciadores desta obra excecional. O "Boston Festival" é um relato das atividades desenvolvidas pela Diplomata Manuela Bairos à frente do Consulado Geral de Boston, (2005 a 2009). A criação do "Boston Portuguese Festival" mudou a face de Portugal em Boston, criou novas formas de cooperação luso-americana (a começar pela área científica e tecnológica, com a decisiva intervenção do Ministro Mariano Gago)) e uniu a comunidade tradicional e os jovens da nossa comunidade académica, do MIT, de Harvard e muitas outras prestigiadas universidades .</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 3pt 0cm 0pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">D - CO- ORGANIZAÇÕES OU COLABORAÇÕES DA AEMM</span></span></b></div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; overflow: hidden; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div dir="ltr">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">D -Parcerias e Colaborações com entidades públias e ONG' s</span></span></b></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></b><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Conferência "Seniores Ativos - viveria o País sem os seus Séniores", organização da Misericórdia do Porto, Porto, Biblioteca Almeida Garrett, 21 de janeiro</span></span></b></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></b><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A dirigente da AEMM Manuela Aguiar participou numa das mesas redondas, advogando a urgência de promover uma política para os seniores ativos, que tem sido, no nosso país, completamente descurada por todos os governos-e. muito em especial, por governo "geracionaais" que endeusam a juventude, como o do PSD/CDS8 (numa tendência já visível no anterior governo PS)</span></span></b></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">. Comemoração do Dia Internacional da Mulher - 7 de março no CENTRO Multimeios em Espinho</span></span></b></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Iniciativa da AEMM em colaboração com a Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida em Espinho. A professora e organizadora desta iniciativa, Dra Isabel Nobre destacou o que de comum liga as três mulheres participantes e membros da AMM, Manuela Aguiar, Graça Guedes e Arcelina Santiago: a defesa dos direitos humanos, a luta pela igualdade das mulheres, em particular, das Mulheres da diáspora. Foi dada ênfase à personagem do livro “ Califórnia, Madrasta dos Meus Filhos”, Maria Inácia Meneses Vaz. Seguiu-se o debate em torno da liberdade e da democracia que aconteceu com a chegada de abril e as conquistas obtidas e as mudanças no panorama das oportunidades para as mulheres. Na longa caminhada pela igualdade foi relembrada a figura notável de Maria Archer, mulher vanguardista para o seu tempo, denunciadora e crítica da situação da mulher. Esta sua posição em período da ditadura, remeteu-a ao exílio. Na dramatização feita por duas alunas, o papel de Maria Archer coube a Mariana Patela e o da jornalista a Inês Pais</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><b>- 8 de março - programa da RDP comemorativo do dia internacional da Mulher</b></span></span><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><strong><span style="font-family: Times New Roman;"></span></strong></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Manuela Aguiar participou no programa, falando da situação atual das potuguesas no país e em diversas comunidades do estrangeiro.</span></span></div>
</div>
<div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"> - 9 de Março - programa da RDP-Internacional - entrevista a Manuela Aguiar, Emmanuelle Afonso e outros protugueses ligados à emigração</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">-</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><b>- As tertúlias da Cooperativa Nascente</b>. “Portugal Cais do mundo?”1 de abril</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">As tertúlias desta cooperativa cultural adotaram um modelo incomum; aos participantes era pedido que começassem por se pronunciar sobre o tema em debate e, só depois, o covidado comentava os seus comentários. A fórmula funcionou tão bem, que a AEMM vai, futuramente, utiliza-la em alguns dos debates que promoverá.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">O tema tratado em Espinho foi o de Portugal com país de irradiação de movimentos migratórios, mas tamb´rm de acolhimennto e de transito, de pessoas, de bens, de capitais,, de inovação, de globalização das relações humanas, em todos os planos, e não só no comercial ou material,</span></span></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A convidada foi a Drª Maria Manuela Aguiar e o moderador o Mestre Teixeira Lopes. Presente, com várias intervenções muito interessantes a a luso francesaDrª Emmanuelle Afonso, presidente do Observatório dos luso-descendentes</span></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="font-family: Times New Roman;"><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. III Bienal Internacional Mulheres d'Artes</span></b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">, 25 de abril no FACE em Espinho</span></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Na III Bienal comissariada pela Vereadora Leonor Fonseca, participaram algumas das Artistas Plásticas que têm colaborado com a AEMM - e mulheres migrantes, como Ana del Rio e Ludmilla, Alvarenga Marques, Ana Maia, Ariadne Papucciu, Inês Abrantes, Ny Machado, Paula Robles, Setas Ferro,Yessica de Sousa.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">VII Congresso "A vez e a voz da Mulher", Faculdade de Economia do Porto.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Foram oradoras a Profª Maria Beatriz Rocha-Trindade e a Drª Maria Manuela Aguiar e participou a Dr-ª Rita Gomes,</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Durante o Congresso foi lançado o livro da Profª Rosa Simas, apresentado pela Prof Maria Beatriz Rocha Trindade e a Drª Manuela Aguiar</span></span></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span></span></b><br /></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Fórum Municipal da INTERCULTURALIDADE, 31</span></span></b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"> de Maio de 2015 em Lisboa. e 8ª Festa da Diversidade.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A Associação Mulher Migrante esteve presente em ambos os eventos, com Rita Gomes, Ana Paula Almeida, Paulo Bento e Susana Gonçalves de Carvalho, que mantiveram um vivo diálogo com muitos dos participantes sobre as atividades da e questões de emigração. Elsa Noronha encantou com a declamação dos seus poemas.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">HOMENAGEM a D. MANUEL MARTINS, Gaia, 14 de Novembro</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Na homenagem a uma personalidade muitas vezes presente em iniciativas da AEMM, nos seus primeiros anos de vida, estiveram presente a Drº Rita Gomes, a Drª Manuela Aguiar e a Profª Doutora Isabelle Oliveira. A homenagem foi promovida pla Drª La Salet Miranda</span></span></div>
</div>
</div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="overflow: hidden;">
</div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; 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font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="color: black; font-size: small;"></span></span></b><br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div>
<table cellpadding="0"><tbody>
<tr><td style="font-family: arial, sans-serif; margin: 0px;"><div>
</div>
</td><td style="font-family: arial, sans-serif; margin: 0px;"><div>
</div>
</td><td style="font-family: arial, sans-serif; margin: 0px;"><div>
</div>
</td><td style="font-family: arial, sans-serif; margin: 0px;"></td><td style="font-family: arial, sans-serif; margin: 0px;"><div>
</div>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><strong>A - OS CONCERTOS </strong><span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">"A Portugalidade"</span></span></span></span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"> - Comemorações do 75ºaniversário do Maestro António Vitorino de Almeida</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">As conferências/Concertos com Miguel Leite e o Maestro António Vitorino de Almeida integraram-se na homenagem promovida pela SECP, em parceria com a AEMM, ao compositor português mais importante da atualidade, que, tendo vivido mais de 30 anos em Viena, é também um símbolo da emigração altamente qualificada, que hoje assume proporções jamais vistas.</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">A iniciativa permitiu atingir dois objetivos, em simultâneo: levar às comunidades do estrangeiro, em palcos internacionais, a Arte e a Cultura portuguesas, em atuações de caráter didático e formativo, e celebrar, em ambiente festivo, uma data especial na vida de uma pessoa especial- um expoente da nossa Cultura, e da nossa Música, que é também um genial comunicador.</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Em 2015, realizaram -se os primeiros espetáculos no Luxemburgo (no Auditório Municipal da cidade de Esch) e em França (Paris - no Conservatório Jean-Baptiste Lully da Municipalidade de Puteaux) - momentos inesquecíveis, emocionantes, que terminaram, da mesma maneira, todos de pé, num imenso aplauso ao homenageado. Na fórmula adotado, um diálogo entre dois especialistas, que, no palco falavam de grandes músicos portugueses e de outros vultos da cultura deles contemporâneos, havia sempre ocasião para os mementos mágicos em que o Maestro tomava conta do piano, ou em que o piano tomava conta dele, na execução de obras desse compositores, ou em pura improvisação - memorável o improviso dedicado soa Cristos de Mestre Adelino Ângeli, em Puteaux - com o mestre comovido a exclamar "igual a Wagner!"Presentes no Luxemburgo o Embaixador e o Cônsul - Geral, (a quem se deve a esplêndida organização), e em Puteaux, o SECP e o Deputado Carlos Gonçalves e a Vice-Reitora da Sorbonne Isabelle Oliveira, que foi a grande impulsionadora local do concerto, que decorria no final do Colóquio realizado na Universidade da Sorbonne (Diálogos sobre cultura, cidadania e género).</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Em Esch, a ordem foi invertida, primeiro o concerto, ao fim da tarde, seguido de um jantar tertúlia, com portugueses do Luxemburgo.</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Esta iniciativa da SECP de homenagem ao Maestro, não teve, no nosso país, o eco que deveria ter nos meios de comunicação social, mas no Luxemburgo a cobertura mediática foi excelente, na rádio e no jornal Contacto, que, para além da notícia, realizou entrevistas com o Maestro, Miguel Leite, e, na perspetiva da emigração atual, um dos temas da tertúlia, também Manuela Aguiar. Num relato conciso, Henrique de Burgo salienta: "A conferência-concerto decorreu num ambiente descontraído. Victorino d' Almeida passou em revista alguns dos momentos marcantes dos seus 75 anos de vida e relembrou alguns compositores portuguese. Ao piano, tocou o fado "A Severa, de compositor ignorado, Frederico de Freitas e "Verdesanos " de Carlos Paredes, entre outras obras. [...] Victorino de Almeida conta com mais de 200 composições (sinfonias, óperas, fados, música de Câmara) e 14 livros."-j Miguel Leite acentuou a importância deste projeto para mostrar que "Há outro tipo de música. Portugal é um país que tem grandes compositores, grandes pianistas e jovens músicos a dar cartas pelo mundo fora em grandes orquestras. Somos bons em tantas coisas, mas somos maus a divulgar. Também o Maestro deu uma expressiva entrevista a Henrique de Burgo, em que começa com uma afirmação que faz o título principal:</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">EM PORTUGAL SINTO-ME COMO UM PESCADOR DE BALEIAS NA SUIÇA</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">transcrever na íntegra</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;">Passar para o ponto em que se referem os media???? c</span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">B. Os COLÓQUIOS</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A AEMM co-organizou quatro colóquios, ao longo de 2015: em 21 de maio em Lisboa, com a Universidade Aberta, em Monção, em 5 de setembro, com a Casa Museu de Monção, pólo cultural da Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Monção , em Paris, em 10 de setembro, com a Sorbonne, e em Lisboa, com a Fundação Prof Fernando de Pádua.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Alguns dos lançamentos das edições da AEMM "40 anos de migrações em Liberdade"(coord Manuela Aguiar, Graça Guedes, Arcelina Santiago) e "Califórnia, Madrasta dos meus Filhos" (org Delinda Adão") foram, também realizados no contexto dos colóquios (em Lisboa na Universidade Aberta e na Sorbonne), ou num modelo mais informal de tertúlia (no Café Guarani), ou debates, na Biblioteca José Marmelo e Silva de Espinho, no espaço cultural Viva Cidades, no Porto. Deles daremos nota no ponto seguinte.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">B1 - Os Programas</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Colóquio “Migrações e Género. Novas Perspetivas de Intervenção” – Lisboa</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Universidade Aberta - Palácio Ceia - Lisboa 21 de Maio de 2015</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Abertura dos Trabalhos</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Profª Drª Rosa Sequeira –Coordenadora do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), Universidade Aberta; Profª Drª Ana Paula Beja Horta, CEMRI, Universidade Aberta;Drª Maria Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade – Mulher Migrante (AEMM);Drª Rita Gomes, Presidente da Direção da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade – Mulher Migrante (AEMM)</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Homenagem Póstuma ao Dr. Carlos Pereira Correia</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Lançamento da Publicação da AEMM: <i>1974 – 2014 - 40 Anos de Migrações em Liberdade- </i>DrªMaria Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia Geral da AEMM</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Temas em Análise e Debate</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Tema I. Revisão da Lei do Conselho das Comunidades Portuguesas e perspetivas departicipação das mulheres</span></i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Dr. Victor Gil. Ex-diretor do Gabinete de Ligação ao Conselho das Comunidades Portuguesas; Moderadora: Profª Doutora Maria Beatriz Rocha Trindade, CEMRI, Universidade Aberta</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Tema II. Desenvolvimento e Género</span></i><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Profª Drª Sónia Frias, ISCSP, Universidade de Lisboa, Investigadora do CEsA, ISEG, Universidade de Lisboa e Investigadora do CEMRI, Universidade Aberta; Profª Drª Joana Miranda, Universidade Aberta, Investigadora Responsável pelo Grupo de Investigação – Estudos sobre as Mulheres, CEMRI, Universidade Aberta; Moderadora: Profª Drª Natividade Monteiro, Investigadora do CEMRI, Universidade Aberta</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Debate final</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Colóquio "Expressões de Cidadania no Feminino"</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Programa ( Colocava aqui o convite e programa com imagem e tirava esta parte</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Casa Museu da Universidade do Minho, Monção, 5 de Setembro</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Intervenientes no Colóquio: Paulo Esteves, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Monção, Luísa Malato, Professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Maria Manuela Aguiar, Presidente da AEMM, Viriato Capela, Professor da Universidade do Minho e Director da Casa Museu de Monção Arcelina Santiago, Professora e Comissária das Exposição e Nassalete Miranda, directora do Jornal Artes entre Letras e Moderadora do Colóquio</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Ao colóquio seguiu-se a inauguração da Exposição de pintura e escultura com os artistas: Luísa Prior, Filomena Fonseca, Maria André, Teresa Heitor, Maria Helena Álvares, Filomena Bilber e Ricardo Campos (artista monçanense convidado).</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Colóquio “DIÁLOGOS SOBRE CULTURA, CIDADANIA E GÉNERO”</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Universidade da Sorbonne Nouvelle Sala Bourjac10 de setembro de 2015<br /><br />SESSÃO DE ABERTURA</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Professora Doutora Isabelle OLIVEIRA – Universidade da Sorbonne Nouvelle; Sua Excelência o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José CESÁRIO.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Temas</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“O papel dos mídias portugueses na emergência de uma diáspora lusófona”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Dr. José ARANTES – Director RTP África.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“Homenagem à Drª MARIA BARROSO.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"A génese das políticas de género para aemigração. Encontros para a Cidadania – 2005-2009”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Drª Manuela AGUIAR – Presidente da Assembleia Geral da Associação MulherMigrante.<br />Encerramento Drª Rita GOMES – Presidente da Direção da Associação Mulher Migrante.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Lançamento da PUBLICAÇÃO da AEMM1974- 2014 – 40 Anos de Migrações -Maria Manuela Aguiar(Coordenadora da Publicação)</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. MARIA ARCHER O LEGADO DE UMA ESCRITORA VIAJANT</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">E, Lisboa, Fundação Prof Fernando de Pádua, de novembro</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Lançamento do livro de Elizabeth Batistta, com o mesmo título</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Sessão de Abertura</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Prof Fernando de Pádua ( Sobrinho predileto de Maria Archer e herdeiro do seu espólio, dado à estampa no livro ali apresentado, o Professor traçou um relato sobre a vida da escritora em familia - o seu relacionamento particularmente afetivo com ela, a ajuda que lhe deu para prosseguir o curso - e sobre o seu percurso como escritora e ativista da liberdade, que a levou ao longo exílio no Brasil)</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Drª Manuela Aguiar ((salientou o perfil da grande escritora como feminista e contrariou o lugar comum de que se trata de uma Mulher de Letras "auto-didatata", lembrando o pano de fundo autobiográfico do seu livro "Os aristocratas" - Maria Archer é uma das "aristocratas" que recebeu um esmerada educação, com os melhores professores de português e outras línguas, de história, de matemática, todavia sem a chancela dos exames oficiais, como era costume para meninas da sua classe social. Fazer exame de 4ª classe aos 16 anos foi uma forma de leuta contra esse costume discriminatório) </span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Comunicações</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Profª Doutora Elizbeth Battista “ Nas Trilhas da Filosofia de Uma Mulher Moderna: Configurações da Vida Social e as Crónicas de Maria Archer”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"> Drª Rita Gomes, Presidente da Direção AMM, “ O Legado de uma ESCRITORA VIAJANTE”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Mestre Dina Botelho “ MARIA ARCHER - A escritora Maria Archer e o retrato da mulher de meados do séc. XX”</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">B2 - NOTÍCIAS NOS "MEDIA"</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">1- Migrações e Género. Novas perspetivas.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O Colóquio realizado na Universidade Aberta teve cobertura na RTP2, ao abrigo de um Protocolo celebrado entre a Universidade e a televisão pública</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">2 - Jantar - tertúlia após a Conferência/ concerto "Portugalidade", em Esch, Luxemburgo. Entrevista do jornal "Contacto" a Manuela Aguiar</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="font-family: Calibri;">No início do jantar-tertúlia, Henrique de Burgo entrevistou, seguidamente, Manuela Aguiar e fez o título com uma das tónicas em que insistiu: "GOVERNO TEM DE RECONSTITUIR UMA MÁQUINA DE APOIO AOS PORTUGUESES DO ESTRANGEIRO"</span></span></span></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="font-family: Calibri;">[...] depois de ter deixado a Secretaria de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar continua a trabalhar com as comunidades portuguesas no estrangeiro. Na Associação Mulher Migrante coordena vários estudos sobre os emigrantes portugueses. Considerada uma das maiores especialistas sobre a emigração, critica qualquer governo, mesmo do seu PSD. O Governo tem a obrigação Constitucional de reorganizar os serviços de emigração, o Governo tem de reconstituir uma máquina de apoio aos portugueses nos países onde estão, para evitar fenómenos de exploração", defende Manuela Aguiar.</span></span></span></div>
</div>
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: #4f81bd; font-size: 8.5pt; line-height: 13.03px;"><span style="font-family: Calibri;">[...] O governo tem de apoiar os que querem sair, mas apoiar de todas as formas possíveis, os portugueses que queiram regressar, Tem de haver uma política de regresso, ainda que não seja de imediato, e chamar as pessoas á medida que seja possível [..]. Com o sub-título "Meio milhão de Portugueses saíram no mandato deste Governo", escreve " Para a dirigente da Associação Mulher Migrante, Portugal está a viver, actualmente uma situação demográfica dramática [... ] Há emigração como nos anos 60, ainda que mais qualificada e mais dispersa. Estão a sair 120.000 a 130.000 pessoas por ano, segundo os números do actual Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. [...] Se, futuramente, a política de </span></span><span style="color: #4f81bd; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">regresso não for suficiente, para "refazer o tecido demográfico de Portugal", a antiga governante defende a emigração lusófona. "Os imigrantes podem ser de todos os países, de gente de boa vontade, mas acho que seria fantástico que se fizesse dentro do mundo lusófono [...] devíamos reforçar os laços da lusofonia através de migrações em massa. de preferência imigração altamente qualificada, porque estamos a perder jovens altamente qualificados. É um sonho que tenho, mas, na prática, só podemos fazer isso com desenvolvimento económico [..]</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: #4f81bd; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Manuela Aguiar foi quem negociou com Jean Claude Junker a "clausula de salvaguarda" que o Luxemburgo queria impor à imigração portuguesa. Diz que só 30 anos depois soube que Juncker era contra essa imposição."Foram as primeiras grandes negociações com o Luxemburgo e não foram fáceis [...] Na altura eu não sabia, mas Juncker contou numa entrevista na Gulbenkian quase 30 anos depois, que ele era dos que não queriam a cláusula se salvaguarda, Ele queria dar de imediato todos os direitos aos portugueses. Três anos depois, ele era primeiro ministro e acabou com a clausula de salvaguarda". A responsável relembra também o problema do ensino. " A dificuldade do ensino dos filhos dos portugueses, em três línguas, foi sempre o grande problema que apresentei às autoridades luxemburguesas. A resposta que me davam na altura é a mesma que dão hoje".</span></div>
</div>
</span><br />
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">3 - Expressões de Cidadania no feminino</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O Jornal "As Artes entre as Letras" deu notícia de 1ª página sobre a realização do colóquio e da exposição, com uma entrevista ao Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Dr Paulo Esteves. Também o Jornal de Monção, A terra Minhota, se interessou pela iniciativa. RECORTES</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">4 - Diálogos sobre Cidadania e Género</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A Agência Lusa e o "Luso.jornal” estiveram presentes no colóquio, ao qual deram relevante cobertura</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">RECORTE do jornal.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">5 - Maria Archer , uma escritora viajante</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Presentes jornalistas portugueses e brasileiros. Entrevistas da RDP-Internacional, o órgão de comunicação social que mais cobertura tem dado, ao longo dos anos, às iniciativas da AEMM.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">C. LANÇAMENTO DE LIVROS – EDIÇÕES DA AEMM</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"Califórnia Madrasta dos Meus Filhos" organização de Deolinda M Adão e de Joanne Câmara, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">com a presença da Profª Deolinda Adão, a<b> </b>19 janeiro na Biblioteca José Marmelo e Silva em Espinho e na Associação VivaCidades no Porto.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Deolinda Adão, professora e investigadora da universidade de San José e de Berkeley na Califórnia através da recolha e organização de cartas enviadas dos Açores por Maria Ignácia aos seus filhos, emigrados na Califórnia, entre 1909 e 1916, (realizada em colaboração com Joanne Câmara, a neta de Maria Inácia) revelou-nos uma historia da diáspora dentro da História, num período de grandes transformações a nível europeu e mundial, com o rebentar da primeira grande guerra e, em Portugal, a implantação da república.. A forma como estes acontecimentos e as novas leis e medidas da revolução foram vividas no seio de uma família açoreana estão relatadas nesta publicação, dando-nos a conhecer a outra face da emigração portuguesa - constituída pelos que ficam.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A AEMM, que, desde o sei início de atividades, vem procurando incentivar a recolha de histórias de vida na diáspora, considera um privilégio poder editar este notável trabalho da Profª Deolinda Adão, que se insere naquele projeto de uma forma superlativa.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. "1974-2014 - 40 anos de Migrações em Liberdade”, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">no<b> </b>Porto, 22 abril no Café Guarany e em Espinho a 13 maio, na Biblioteca José Marmelo e Silva</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O lançamento da nova publicação da AEMM no Porto e em Espinho reuniu muitos dos participantes nas iniciativas de 2014. Foram, assim, retomados os temas de uma série de debates, que, em Portugal e em comunidades portuguesas do estrangeiro, incidiram sobre o significado da democratização da vida política no País, a partir da revolução de 1974. Nesses debates, em auditórios de Universidades -Berkeley, Universidade Aberta de Lisboa, Sorbonne, Toronto - , em escolas do ensino secundário - Espinho, Elizabeth, New Jersey -, houve muitas oportunidades de ouvir mulheres e homens sobre o quadro geral do fenómeno migratório, sobre a descolonização e o retorno de África, assim como sobre a evolução do papel das mulheres nos movimentos de expatriação e de retorno e no movimento associativo: partindo da história e da memória de sucessivas gerações até aos dias de hoje, com a avaliação da dimensão atual do fenómeno, da sua componente feminina, das novas formas de associativismo e de vivência das relações com as sociedades de origem e de destino.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. OUTROS LANÇAMENTOS DE LIVROS</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“ A Violência na Comunicação Social ” </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">de Maria de Jesus Barroso, Presidente da Pro Dignitate , dia 2 de junho de 2015 pelas 17 horas, na Fundação, apresentado pelo Jornalista Manuel Vilas Boas</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Durante a sessão foi inaugurada a exposição de pintura e caligrafia chinesa da autoria de Ye Pei Rong.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Muitas associadas da AEMM puderam estar presentes no auditório da Fundação Pro Dignitate, e saudar a Drª Maria Barroso, ouvi-la na defesa de uma das suas grandes causas, com a energia de sempre. Seria, para todas, a última vez que a víamos</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"Yolanda" de Ester de Sousa e Sá, a 5 de setembro, em Espinho, na Biblioteca Municipal José marmelo e Silva</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">Um novo romance da nossa associada e antiga emigrante em vários países do sul da África, em que as personagens se encontram nos caminhos, que lhe são familiares, da emigração, encontro de pessoas, de culturas, de espaços -- o lusófono, o anglófono, a que a Autora também pertence . Dois "lonely hearts", vindos de casamentos que a morte do outro destruiu, juntos pelo acaso no paraíso turístico do Algarve, que, nas descrições de ester de Sá, visualizamos , em toda a sua beleza, como num filme. A viagem, o movimento estão sempre presente - assim é a vida no seu melhor, quando há a força e a vontade de lutar contra a infelicidade, dando à paixão uma segunda tentativa Um hino à vida, bem vivida</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">“Maria Archer – o legado de uma escritora viajante” de Elisabeth Battista </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">com Prefácio de Inocência Mata. Apresentação na Fundação Fernando de Pádua,28 de setembro às 18:30 em Lisboa, com a presença da Autora, vinda do Brasil.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">A publicação vem preencher um vazio: trata-se de uma investigação e ordenação do espólio de Maria Archer - a "Viajante espacial", vista também como " viajante de ideias e discursos, tendo cultivado várias modalidades textuais e genológicas (ficção narrativa, drama, literatura infanto-juvenil, crónicas, epístolas, ensaios, biografias, reportagens)". "Este trabalho de Elisabeth Battista, agora à disposição de todos, vem tornar mais diversa e assertiva a contribuição da mulher portuguesa na luta contra o fascismo",segundo a Profª Inocência Mata .</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. O Ovo do Sagrado Feminino, </span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">de Maria Antónia Jardim, a 21 de outubro, no Café Guarani, no Porto</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O novo livro da Profª Maria Antónia jardim foi apresentado por Isabel Ponce Leão Professora da Universidade Fernando Pessoa, e autora de prefácio, Profª Isabel Ponce de Leão. Nas suas palavras: "A demanda do ovo, enquanto génese da vida, presentifica-se num texto linguistico e pictórico, posto que as diversas imagens, também da autoria de Maria Antónia Jardim longe de serem meras ilustrações, sejam outrossim, parte integrante do discurso"</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. Seguiu-se, como é usual no café Guarani, um animado debate moderado pela Drª Manuela Aguiar.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">"Boston Festival" de Manuela Bairos, na Fundação Luso- americana, em Lisboa a</span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">O lançamento do livro, num auditório completamente cheio de amigos da Drª Manuela Bairos, viveu-se num ambiente de emoção contida. Sentia-se a falta do Prof .Mariano Gago, que tinha aceite fazer a apresentação e é, juntamente com professor e escritor Onésimo de Almeida, um dos prefaciadores desta obra excecional. O "Boston Festival" é um relato das atividades desenvolvidas pela Diplomata Manuela Bairos à frente do Consulado Geral de Boston, (2005 a 2009). A criação do "Boston Portuguese Festival" mudou a face de Portugal em Boston, criou novas formas de cooperação luso-americana (a começar pela área científica e tecnológica, com a decisiva intervenção do Ministro Mariano Gago)) e uniu a comunidade tradicional e os jovens da nossa comunidade académica, do MIT, de Harvard e muitas outras prestigiadas universidades .</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; margin: 3pt 0cm 0pt; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">D - CO- ORGANIZAÇÕES OU COLABORAÇÕES DA AEMM</span></span></b></div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; overflow: hidden; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div dir="ltr">
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">D -Parcerias e Colaborações com entidades públias e ONG' s</span></span></b></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></b><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Conferência "Seniores Ativos - viveria o País sem os seus Séniores", organização da Misericórdia do Porto, Porto, Biblioteca Almeida Garrett, 21 de janeiro</span></span></b></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span></b><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A dirigente da AEMM Manuela Aguiar participou numa das mesas redondas, advogando a urgência de promover uma política para os seniores ativos, que tem sido, no nosso país, completamente descurada por todos os governos-e. muito em especial, por governo "geracionaais" que endeusam a juventude, como o do PSD/CDS8 (numa tendência já visível no anterior governo PS)</span></span></b></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">. Comemoração do Dia Internacional da Mulher - 7 de março no CENTRO Multimeios em Espinho</span></span></b></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Iniciativa da AEMM em colaboração com a Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida em Espinho. A professora e organizadora desta iniciativa, Dra Isabel Nobre destacou o que de comum liga as três mulheres participantes e membros da AMM, Manuela Aguiar, Graça Guedes e Arcelina Santiago: a defesa dos direitos humanos, a luta pela igualdade das mulheres, em particular, das Mulheres da diáspora. Foi dada ênfase à personagem do livro “ Califórnia, Madrasta dos Meus Filhos”, Maria Inácia Meneses Vaz. Seguiu-se o debate em torno da liberdade e da democracia que aconteceu com a chegada de abril e as conquistas obtidas e as mudanças no panorama das oportunidades para as mulheres. Na longa caminhada pela igualdade foi relembrada a figura notável de Maria Archer, mulher vanguardista para o seu tempo, denunciadora e crítica da situação da mulher. Esta sua posição em período da ditadura, remeteu-a ao exílio. Na dramatização feita por duas alunas, o papel de Maria Archer coube a Mariana Patela e o da jornalista a Inês Pais</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><b>- 8 de março - programa da RDP comemorativo do dia internacional da Mulher</b></span></span><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><strong><span style="font-family: Times New Roman;"></span></strong></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Manuela Aguiar participou no programa, falando da situação atual das potuguesas no país e em diversas comunidades do estrangeiro.</span></span></div>
</div>
<div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"> - 9 de Março - programa da RDP-Internacional - entrevista a Manuela Aguiar, Emmanuelle Afonso e outros protugueses ligados à emigração</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">-</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><b>- As tertúlias da Cooperativa Nascente</b>. “Portugal Cais do mundo?”1 de abril</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">As tertúlias desta cooperativa cultural adotaram um modelo incomum; aos participantes era pedido que começassem por se pronunciar sobre o tema em debate e, só depois, o covidado comentava os seus comentários. A fórmula funcionou tão bem, que a AEMM vai, futuramente, utiliza-la em alguns dos debates que promoverá.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">O tema tratado em Espinho foi o de Portugal com país de irradiação de movimentos migratórios, mas tamb´rm de acolhimennto e de transito, de pessoas, de bens, de capitais,, de inovação, de globalização das relações humanas, em todos os planos, e não só no comercial ou material,</span></span></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A convidada foi a Drª Maria Manuela Aguiar e o moderador o Mestre Teixeira Lopes. Presente, com várias intervenções muito interessantes a a luso francesaDrª Emmanuelle Afonso, presidente do Observatório dos luso-descendentes</span></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="font-family: Times New Roman;"><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">. III Bienal Internacional Mulheres d'Artes</span></b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;">, 25 de abril no FACE em Espinho</span></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Na III Bienal comissariada pela Vereadora Leonor Fonseca, participaram algumas das Artistas Plásticas que têm colaborado com a AEMM - e mulheres migrantes, como Ana del Rio e Ludmilla, Alvarenga Marques, Ana Maia, Ariadne Papucciu, Inês Abrantes, Ny Machado, Paula Robles, Setas Ferro,Yessica de Sousa.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">VII Congresso "A vez e a voz da Mulher", Faculdade de Economia do Porto.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Foram oradoras a Profª Maria Beatriz Rocha-Trindade e a Drª Maria Manuela Aguiar e participou a Dr-ª Rita Gomes,</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Durante o Congresso foi lançado o livro da Profª Rosa Simas, apresentado pela Prof Maria Beatriz Rocha Trindade e a Drª Manuela Aguiar</span></span></div>
</div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span></span></b><br /></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br /></div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Fórum Municipal da INTERCULTURALIDADE, 31</span></span></b><span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"> de Maio de 2015 em Lisboa. e 8ª Festa da Diversidade.</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">A Associação Mulher Migrante esteve presente em ambos os eventos, com Rita Gomes, Ana Paula Almeida, Paulo Bento e Susana Gonçalves de Carvalho, que mantiveram um vivo diálogo com muitos dos participantes sobre as atividades da e questões de emigração. Elsa Noronha encantou com a declamação dos seus poemas.</span></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"><br /></span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;"></span></span><br /></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">HOMENAGEM a D. MANUEL MARTINS, Gaia, 14 de Novembro</span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="color: black; font-size: 10pt; line-height: 15.33px;"><span style="font-family: Times New Roman;">Na homenagem a uma personalidade muitas vezes presente em iniciativas da AEMM, nos seus primeiros anos de vida, estiveram presente a Drº Rita Gomes, a Drª Manuela Aguiar e a Profª Doutora Isabelle Oliveira. A homenagem foi promovida pla Drª La Salet Miranda</span></span><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">E. RECENSÕES</span></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"> </span></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">1 - . Apresentação do livro de Rosa Maria Neves Simas, coord., (2014). <i>A Vez e a Voz da Mulher. Relações e Migrações</i>. Lisboa: Colibri, 340 p. pela Professora Drª Maria Beatriz Rocha Trindade</span></b><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></b></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">O livro <i>A Vez e a Voz da Mulher. Relações e Migrações</i>, coordenado e organizado pela socióloga Rosa N. Simas, Professora da Universidade dos Açores, foi editado pelas Edições Colibri em dezembro de 2014. O seu lançamento viria a ter lugar, no âmbito do VII Congresso Internacional "A Vez e a Voz das Mulheres Migrantes em Portugal e na Diáspora: Mobilidades, Tempos e Espaços", que decorreu na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (2015). Uma atividade académica que dá continuidade a um programa, oportunamente lançado por Manuela Marujo, Professora da Universidade de Toronto. Sem a sua persistência, capacidade de articulação institucional e qualidade de relacionamento pessoal tal não teria sido possível.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">O tratamento de vários aspetos subordinados ao tema "mulher" confere-lhe atualidade e as migrações, que continuam a ser objeto de interesse político e científico, mantendo-se como um dos fenómenos sociais dominantes na cena internacional, merecem uma atenção privilegiada. O tema cuja amplitude permite albergar, várias aproximações, reflete observações e interpretações diversificadas selecionadas pelo critério de uma comissão científica que integrou docentes de diversas universidades.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Coube à organizadora escolher os subtemas dos seis capítulos que o constituem, de modo a que não existisse sobreposição de assuntos mas antes articulações de natureza complementar.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">No primeiro, "Vozes de Mulheres: Da Oralidade à Escrita", seis artigos traduzem não só a oralidade que exprime o pensamento e o sentir de quem se pronuncia como a forma escrita que os consagra.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Roseli Boschilia ("Memória e Subjetividade: As Venturas e Desventuras de uma Emigrante Portuguesa") fala de deslocações intercontinentais e refere as reações e os sentimentos de uma migrante - Maria de Nazaré. As trajetórias por ela realizadas, registadas na sua memória, foram transmitidas segundo as regras da metodologia de pesquisa designada como "história oral".</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Sângela Hilarino analisa os "Múltiplos Olhares de uma Imigrante Negra em Portugal". O trabalho que pode ser considerado um "estudo de caso" traduz a experiência de uma cabo-verdiana residente no país, expondo os problemas decorrentes do processo de adaptação.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">A jornalista Nita Clímaco que hoje já muitos esqueceram ou mesmo desconhecem distinguiu-se no panorama literário português sobre a migração intraeuropeia. "Quando a Literatura Retrata a Diáspora Portuguesa em França" de Isabelle S. Marques reabilita a sua memória e permite lembrar como o romance pode constituir um poderoso auxiliar para a reconstituição da sociedade que lhe serve de pano de fundo.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">O percurso de "Ana Fontes: Uma Vida Suspensa de Muitas Pontes", por Maria A. C. Baptista dá conta da mobilidade que marca o percurso de uma mulher à frente do seu tempo. O pendor poético que caracteriza esta artesã mariense encontra-se patente em cadernos manuscritos que a autora procurou trazer à luz do dia.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Cassilda T. Pascoal em "Quem tem Medo de Alice Moderno" equaciona a vida pouco convencional de uma notável açoriana que recusou sempre o papel secundário imposto pela sociedade da sua época. Dedicada a causas sociais deixou um importante legado reconstituído pela autora.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">A conjugação do mundo natural com o cultural é analisada em "Frances Dabney e Samuel Longfellow: A Natureza dos Açores numa Perspetiva Feminista e Ecocrítica", de Rosa M. N. Simas. O encadeado temático e a ilustração apresentados enfatizam o impacto da envolvência da natureza dos Açores em dois jovens artistas norte-americanos induzindo o leitor a vivenciá-la.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">O título "Comunicação: Da Carta à Internet" atribuído à Parte 2, com textos de Maria Izilda Matos, de Isaura Ribeiro e de Ana M. Diogo, explicita claramente o alinhamento escolhido, incidindo sobre a diversidade dos processos de comunicação.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"Elos de Tinta e Papel: A Presença Feminina na Correspondência entre E/Imigrantes Portugueses" debruça-se sobre as missivas que sempre constituíram ponte transmissora de notícias e de sentimentos. Para conhecer as deslocações que ocorreram entre a sociedade de partida e a de acolhimento, relacionando passado e presente, foi utilizado um diversificado e valioso suporte escrito que integra não só as cartas de chamada como as cartas pessoais.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"A Presença da Mulher na Internet", cuja introdução e evolução altera drasticamente a vida em sociedade, teve por base um estudo bibliográfico aprofundado, permitindo à autora trabalhar sobre resultados disponíveis que tiveram em conta as competências adquiridas, a regularidade do acesso, a construção de blogues e a presença nas redes sociais.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"As Mães no Uso das Novas Tecnologias pelas Crianças: Protagonismo Feminino num Universo Masculino" revela a relação que ocupam os alunos no mundo digital, relacionando o contexto familiar de onde provêm e o espaço social onde se inserem com o grau de sucesso escolar atingido.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Os textos incorporados na Parte 3, de temática e abordagem muito diferentes, contemplam o tema: "Tradições, Artes e Saberes". Carmen Ponte lança um olhar de grande interesse sobre "A Questão do Género nas Romarias Quaresmais de São Miguel". A figura feminina enquanto romeira, que nos é dada a conhecer através das histórias vividas e cantadas pela literatura e pela arte, relatam um riquíssimo conjunto de testemunhos escritos e orais graças à investigação realizada.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Seguem-se as apresentações de Ilda Januário e Manuela Marujo sobre a comunidade portuguesa imigrada no Canadá. "Coroa e Bandeira: Mulheres e Homens nas Festas do Espírito Santo no Canadá", seleciona dois elementos fundamentais do culto próprio das Festas como objeto de estudo que não poderiam ter sido tratados de melhor forma. No quadro da religiosidade popular são assinaladas as expressões, as críticas, a discrepância e proibições resultantes de uma política tradicional que conseguiu reduzir ou quase excluir, a participação do sexo feminino nas Romarias do século XX.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"Artes e Saberes Artesanais das Imigrantes Luso-Canadianas: Que Futuro?" reconhece no âmbito do quadro da arte popular a importância dos artesãos e das artesãs que conjugam memórias herdadas de uma infância, que teve lugar em espaços diferentes, com as práticas do viver atual. De entre as vertentes que pode assumir este tipo de trabalho, é dado relevo à função que ocupa como atividade profissional ou como terapia emocional. Por fim, é aberta a perspetiva de preservar a existência do trabalho artesanal através de acervos relacionados com a história da comunidade local.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"Retratos de Mulheres: Da Música à Escrita" integra quatro textos relacionados com práticas artísticas femininas dando a conhecer a potencialidade oferecida pelos discursos musicais, pela imprensa local ou por revistas femininas.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Em "Os Discursos (Re)Produzidos sob o Género Feminino na Música" Iran L. Nunes e Walkíria Martins, prestam uma particular atenção aos elementos relacionados com as representações sociais de letras musicais. A reflexão final traz a lume a carga transportada pelas práticas discursivas que muitas vezes sendo tratadas como "inocentes" transportam afinal opiniões e conceitos sobre formas de ser, de agir e de pensar.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Posteriormente, veja-se como 137 peças do jornal Açoriano Oriental e 71 do Correio dos Açores constituíram o <i>corpus</i> sobre o qual recaiu a análise feita por Ana C. Gil e Dominique Faria. "Representações da Mulher na Imprensa Regional Açoriana: O Caso Açoriano Oriental e do Correio dos Açores" dá a conhecer a forma como tem sido representada nos artigos publicados, raramente assumindo um lugar central no texto noticioso.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"Representações das Mulheres na Deportação" ressalta as considerações feitas à capacidade de apoio e suporte prestadas aos membros da família e as consequências de que são vítimas as mulheres se tal acontece a alguém a que se encontrem ligadas. A pertinência e atualidade do tema tornam particularmente oportuna a publicação do artigo de Ana T. Alves.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Leonor S.Silva, baseia em três pressupostos o artigo "Gatas Borralheiras Emancipadas? Representações de Mulheres em Duas Revistas Femininas Portuguesas". A persistência de idênticas prioridades temáticas nessas publicações confirma-as como elemento cultural. Entre crítica e fascínio, o resultado reconhecido a este tipo de revistas é o de papel apaziguador de muitas das tensões existentes na atualidade. Todo o trabalho desenvolvido foi apoiado em obras da especialidade, que revelam a cuidada preparação que precedeu a sua elaboração.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"Violência: Do Espaço Familiar à Prisão"-Parte 5 - integra quatro artigos que fazem confluir a preocupação dos autores em relação a um assunto com uma configuração muito própria. Como vítimas ("As Mulheres Enquanto Vítimas de Violência: O Caso de São Miguel no Século XIX"); confrontando o amor e o crime ("Espaços de Amor e Crime: Violência Doméstica em Lídia Jorge e Inês Pedrosa"); antevendo a mudança no devir ("Perspetiva sobre o Futuro em Mulheres com Experiência de Violência Conjugal") e o meio familiar em situações particulares de isolamento ("Reclusão Feminina e Processos de Reconfiguração Familiar") revelam uma preocupação marcante pelos ambientes e formas abusivas de relacionamentos.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Susana Serpa situa-se na sociedade micaelense do séc. XVIII e os dados apurados estendem-se até ao início do séc. XX. Sem deixar de fazer uma síntese da matéria exposta, reflete sobre o silêncio que em regra recai sobre o mundo do crime e da violência.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Deolinda Adão lança um olhar sobre a violência doméstica a partir das perspetivas de duas grandes escritoras portuguesas. Conclui mostrando como o problema da violência doméstica é ainda grave no país, justificando o que sobre ele tem sido escrito e o interesse que pelo seu tratamento têm mostrado muitos investigadores na área das Ciências Sociais.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Suzana Caldeira e Graciete Freitas colocam questões em torno da rutura de relações abusivas e remetem o leitor para a rica bibliografia citada, dando a conhecer como o tema tem sido amplamente tratado. Uma breve nota metodológica conduz às vias e aos instrumentos de pesquisa que foram escolhidos, o que constitui uma mais-valia para a interpretação dos resultados apresentados.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Rafaela Granja, Manuela Cunha e Helena Machado meteram mãos ao tratamento da "Reclusão Feminina e aos Processos de Reconfiguração Familiar", abordando os impactos sócio familiares resultantes da privação de liberdade. As implicações advindas da situação de reclusão constituem a síntese de um artigo muito rico e inovador no quadro português de análise social.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">A Parte 6, "Migração, Trabalho e Qualificação", coloca novamente em destaque o contexto migratório.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Natália Ramos, escreve sobre "Género, Identidade e Maternidade em Famílias na Diáspora"). É lembrada, mais uma vez, como a fuga à pobreza e a falta de oportunidades, associam situações de violência e de opressão existentes tanto ao nível comunitário como no interior das próprias famílias. Em destaque, o tratamento das políticas e estratégias migratórias no que toca à integração, ao desenvolvimento e ao bem-estar. A formação pioneira que detém na área do intercultural encontra-se claramente refletida na exposição temática apresentada.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">A introdução de Conceição P. Ramos no artigo "Migrações Qualificadas Femininas: Desafios e Oportunidades" transporta-nos a considerações de caráter geral que colocam as migrações no seio do crescente movimento de globalização dando lugar a importantes mudanças de natureza qualitativa. Como última proposta a autora aponta sugestões que podem ser desenvolvidas no âmbito de um melhor aproveitamento da mobilidade, tendo em conta o incremento científico cultural e económico e o aumento dos fluxos migratórios internacionais qualificados.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">"A Arte de Ser Maria: Histórias de Trabalho, Histórias de Vida", de Lená M. Menezes, lança um rápido olhar que contempla a evolução das migrações naquele país e centra a sua atenção sobre o Estado do Rio de Janeiro. A composição dos fluxos, desequilibrada em termos de género e também menos conhecida ao nível dos estudos ou comentários feitos sobre as mulheres, dá-lhe ensejo de procurar reunir um conjunto de reflexões cujo interesse é indubitável. Toda a informação colhida em trabalho de campo permite seguir os percursos pessoais e profissionais dos entrevistados que, embora representando uma escolha intencional, ilustram de forma muito rica as suas histórias de vida.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">As duas autoras do texto "As Mulheres que Trabalham com Fios: Conhecimento Forjado desde as Margens", encerram o livro com chave de ouro. Amanda Castro e Edla Eggert apresentaram os resultados da pesquisa realizada sobre a tecelagem manual no Estado de Minas Gerais. A atividade artesanal referida encontra-se mapeada e presente em cerca de um quarto dos seus municípios, mostrando a importância que aí assume tal atividade. Trazer para o campo de estudos femininos a produção de tecelagem cria um espaço de debate que permite equacionar várias perspetivas e avaliar o grau de valorização que sobre ela recai.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Ao ter assistido presencialmente ao Colóquio que criou o espaço formal para a apresentação das comunicações aqui referidas e após ter lido o livro que consagra o seu conteúdo e o faz permanecer na memória, necessário se torna felicitar a organizadora. Embora a sua generosidade e companheirismo a tivessem feito referir o nome de quem lhe prestou colaboração, a ela é devido o trabalho essencial que tornou possível a edição do livro agora analisado.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Não constitui um trabalho fácil selecionar e reunir textos de trinta autoras de formação académica diferente, que tratam assuntos de natureza diversa, procurando agrupar cada uma das contribuições sob a cobertura de um só tema cuja abrangência seja capaz de as intitular. A escolha do nome de cada uma das Partes, que quase constituindo uma introdução, fazem antever o conteúdo de cada um dos textos publicados, proporcionando uma justa cobertura temática que sem criar fronteiras rígidas e tendencialmente limitadoras consegue criar espaços capazes de albergar contribuições diversas. As autoras conseguiram fazer chegar até nós histórias de mulheres que sem constituir representações estereotipadas podem ser consideradas como casos-tipo, ajudando a compreender a diversidade e extensão de uma tão vasta problemática. Todo este material constitui um valioso acervo documental que muito contribui para o avanço do conhecimento no campo dos estudos sobre a mulher.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">2 - "Boston Festival – Um tributo aos Portugueses na América" de Manuela Bairos, 2015, Edição de Autor. Guide Arts Gráficas</span></b></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Apresentação de </span></b><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Manuela Aguiar</span></b></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Como nos promete o título, uma monografia do "Boston Festival" – a ideia original, que floresceu num projeto concreto, os seus primeiros anos, as várias direções em que irradiou num impressionante número de realizações sociais, culturais, científicas, o modo como se integou em círculos e espaços de alto prestígio e se expandiu em parcerias institucionais singulares ou duradouras.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Contudo, como o subtítulo (“um tributo aos portugueses da América”) deixa antever, é, também, uma história do passado e do presente dos emigrantes portugueses e das suas organizações, nos EUA, na Nova Inglaterra, e, em especial, na área do consulado de Boston. Fala-nos de uma cidade que é um verdadeiro símbolo do espírito que fez a América, pela liberdade, pela cultura e pela ciência e tecnologia, De um consulado antigo com cerca de 200 anos de vida (e, então, em risco de ser extinto, numa reestruturação em curso se não encontrasse, através de uma mais valia para o país, um meio de sobrevivência). De instituições centenárias de uma comunidade antiga e bem integrada - clubes, escolas, sociedades fraternais, paróquias, ritos e tradições identitários. De muitas personalidades que habitaram ou habitam este mundo lusófono e lusófilo e cujos nomes se distinguem, nos planos profissional, académico e até também político…</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">É todo um Portugal da Diáspora que emerge nas quase 400 páginas deste riquíssimo acervo iconográfico e narrativo. Uma obra de leitura obrigatória por muitas razões e, antes de mais, porque espelha a transformação nas formas de estar e conviver de uma comunidade inteira. ao mesmo tempo que relata a aventura de construir, através do Festival, as vias de penetração no "inner circle" da sociedade bostoniana, assim como de construir pontes entre os EUA e um Portugal, redescoberto na sua modernidade, ali e então.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Tudo começa no diálogo que se estabeleceu entre a Cônsul-Geral Manuela Bairos e os portugueses de Boston e prosseguiu em novos relacionamentos entre as pessoas, as entidades locais e delas com o seu país (com o país distante e com o mais próximo, que é sempre o consulado),e , igualmente, com a cidade de Boston, numa assunção de pertença, numa vontade de dar visibilidade à herança antiga e às capacidades atuais. Capacidades, recursos humanos, que, quando assim solicitados, deram vida a um espantoso espaço de cooperação luso americana nos domínios da cultura, do intercâmbio comercial e, sobretudo, da ciência e tecnologia.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Manuela Bairos encontrou em Boston um consulado a funcionar bem, do ponto de vista do atendimento público, mas, nas suas próprias palavras: “Em contrapartida, notava-se uma quase ausência de presença portuguesa e um escasso reconhecimento do contributo e influência da nossa comunidade na cidade capital do Estado de Massachussets”.Foi esta a situação que se reverteu durante uma missão de cinco anos (2004-2009), com a fórmula encontrada no polifacetado Boston Portuguese Festival. Vale a pena olha-lo como um "caso de estudo" - e um exemplo da "diplomacia global", que não negligencia nenhum dos campos que se lhe oferece em concreto para atuar, nenhum dos aspetos que o conceito abrange por natureza (falar de diplomacia económica é, por isso, absolutamente redundante, como a Autora nos recorda - quando não redutor, se leva a descurar os outros ângulos...).</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Sabido que a situação com que a Drª Manuela Bairos se via confrontade não é inédita nem incomum em muitas outras partes do mundo da emigração portuguesa, compreende-se a importância do verdadeiro paradigma em que o Boston Portuguese Festival se converteu. Nesta obra, encontramos um manancial de dados concretos, pormenorizados - diligências bem ou mal sucedidas, reações, alianças, contributos da própria comunidade, com o fio condutor de uma avaliação objetiva e exigente. Numa linguagem clara e direta, é-nos contada, a aventura fascinante do Festival, ano a ano, os projetos que não chegaram a ato e os queo integraram, através da ação conjunta, de companheirismo, através de muitas peripécias. .Não se trata, obviamente, de um espetáculo singular, num determinado setor, mas de uma programação anual abrangente, flexível, espaço de encontro da ambição de fazer coisas grandes com os meios ao dispôr, reinventando-os, apelando a novos intervenientes. </span></span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Foi preciso chamar as pessoas e as entidades ao trabalho comum, mobiliza-las, valorizando o que são capazes de fazer, por si e em conjunto.</span></span><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">O Festival é uma aliança entre as estruturas da comunidade, que aceitem colaborar e concorrer, com a sua parte, para uma programação global de qualidade. É uma entidade nova e aberta a todos, uma organização que soma organizações e promove parcerias, que levam a mais e mais parcerias e solidariedades, antes inimagináveis – dentro da comunidade luso americana, entre o Estado e a sociedade civil, entre grandes instituições americanas e portuguesas.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"> Portugal (com o seu mundo) redescoberto no Boston Portuguese Festival: o cinema de Oliveira, o Portuguese Speaking World Festival (com Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau), a música, Rão Kyao, Sarah Borges, heróis como Aristides de Sousa Mendes, reis do desporto como Eusébio, as conferências científicas de Mariano Gago e Maria de Sousa, a UE e o Tratado de Lisboa, a regata dos botes baleeiros (que é imagem de capa), o cavalo lusitano, o vinho Madeira, o computador magalhães, a causa de Timor, a língua e a literatura portuguesa em Harvard.. E tantas outras iniciativa,s que surpreenderam audiências nos melhores espaços de Boston, onde, praticamente, este Portugal nunca tinha entrado ... </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Foi essencial, na fase de arranque de um "festival" desta natureza, o papel aglutinador e mobilizador do consulado, mas, esperando `partida, que a organização se erguesse e caminhasse por si, constituíndo “o traço de união entre desafios, sonhos e pessoas, que se reuniram com orgulho, convicção e , por vezes, sacrifícios em defesa das causa portuguesas” </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Uma grande reunião em volta das "causas portuguesas, da parte da comunidade tradicional, e da parte da nova vaga da emigração portuguesa, de jovens luso.descendentes, estudantes, académicos, cientistas, políticos, artistas - eis o autêntico paradigma do Boston Festival.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">No "prefácio a quatro mãos" José Mariano Gago e Onésimo Teotónio de Almeida terminam dizendo, o que todos os leitores do livro gostariam de ter escrito : ""Uma só pessoa pode fazer a diferença. Manuela Bairos conseguiu alcondorar-se a um patamar que lhe permitiu realizar uma obra de largo alcance e que deixará frutos "à la longue". </span></span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Pudera que algum cientista do MIT conseguisse cloná-la no MN</span></span><span style="color: black;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">3. Para além dos clichésde Luísa Coelho, Leitora em Berlim do Camões –Instituto da Cooperação e da Língua </span></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">(apresentação de um projeto)</span></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><b><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Berlim, outubro de 2015</span></b><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></b></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Desde o começo da crise económica e da aplicação de medidas de austeridade que as imagens de Portugal e da Alemanha, nos respetivos espaços, sofreram modificações devido às novas dinâmicas económicas e sociais e às hierarquias de poder e dominação dentro do espaço europeu.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Este projeto ensaístico multidisciplinar da área político-social que organizei e apresentei, em colaboração com especialistas selecionados dos dois países, é composto pela edição de duas obras intituladas Contos por contar–Alemanha e Portugal (ed. Orfeu, Bruxelas, 2014) e Pontes por construir – Portugal e Alemanha (ed. Bairro dos Livros, Porto, 2015) e exprime uma vontade de abrir um discurso novo sobre os dois países.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">O objetivo é libertar as suas imagens, através de reflexões teóricas e narrativas de experiências, dos preconceitos negativos que penetram os discursos que os descrevem, sobretudo em Portugal. A oposição entre o discurso que nasce no interior e se confronta com o que cresce do exterior atravessa as obras e constitui um dos seus motivos dominantes. Os episódios históricos, políticos, sociais ou culturais contados ou discutidos acabam por tornar visíveis os perconceitos e os clichés que circulam sobre estes dois países para melhor os denunciar.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">A variação de pontos de vista adotados nestas obras, assim como a sua estruturação por temas diversos constitui um dos seus pontos fortes. Abrindo o leque temático (História, Geografia, Política, Educação, Investigação, Identidade, Cultura, Realidade e Ficção), abrange um maior número de leitores. Com efeito, apreendido sob ângulos diferentes em função da pessoa que se exprime, nativa ou estrangeira, cada país acaba por melhor poder ser apercebido na sua globalidade.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Estas duas obras são acerca de Portugal e da Alemanha mas pretendem ser, principalmente, sobre os discursos que existem sobre estes países. Gostaria que levassem os leitores a refletir sobre a forma que tomaram estes países no espaço discursivo sociopolítico português e alemão. Espaço esse, imaginário, onde a falta de conhecimento das realidades vividas pelo outro traz consigo um deficit de representações que arrastam e alimentam os mal-entendidos.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">De facto, nesta situação, é a língua que – através dos media que com a sua função política, penetram o imaginário e permitem a hegemonia ou a submissão político-cultural – se torna o veículo das mentalidades da época. Este projeto que desagua num trabalho analítico quer provocar uma rutura no preconstruído inerente à circulação ideológica e abrir caminho ao conhecimento mútuo.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"> </span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"> 4 -YOLANDA de Ester de Sousa e Sá “ pela Dra. Isabel Cristina Aluai de Araújo.</span></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Aceitei fazer a apresentação do romance YOLANDA, de Ester de Sousa e Sá, pela admiração que tenho pela autora que sei ser uma amante das artes e literaturas, cujo percurso artístico tenho acompanhado ao longo dos anos.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Ester é uma mulher que causa impacto em quem a conhece não só porque é belíssima mas também pela sua determinação, resiliência e forma apaixonada como fala das coisas em que acredita, de que gosta e dos projectos em que se envolve. A palavra impossível raramente consta do seu vocabulário, pois para ela, tudo é possível quando nos dedicamos com alma e coração.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Ester tem uma vivência de África de 44 anos, tendo feito os seus estudos na antiga Rodésia. Depois do casamento viveu em Moçambique, Lourenço Marques até à descolonização, altura em que emigrou com a família para a África do Sul.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Desde que regressou a Portugal em 1996, dedica-se inteiramente às artes e literatura, tendo feito várias exposições a nível Nacional e Internacional, no campo da pintura. Para além dos livros que já publicou, tem ainda escrito vários contos, crónicas e poemas para algumas revistas culturais. Aliás, para a autora, a poesia é a voz da alma.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Na realidade este livro, YOLANDA, é já o seu quarto livro publicado, sendo o 2º romance escrito em Inglês. YOLANDA, cuja ilustração da capa é uma aguarela da autora, é um relato simples e ao mesmo tempo, intenso, mas optimista. Esta obra leva o leitor a questionar e a potenciar os seus próprios sentimentos enquanto acompanha o percurso de uma mulher inglesa, muito doce e sofrida, que perdeu o marido, mas que resolve dar um novo sentido à sua vida e procura Portugal para se reencontrar e se reabilitar física e emocionalmente.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Esta obra leva-nos, em simultâneo, a fazer uma viagem pela Costa Vicentina, dando-nos informação do ponto de vista cultural e patrimonial, com descrições arrebatadoras de paisagens e recantos do nosso Algarve. Eu diria que é um perfeito cartão de visita que leva Yolanda a ficar completamente seduzida pelos encantos de Portugal.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">A forma como o livro está escrito, apela à reflexão e leva-nos a encarar o Amor e o Positivismo como os motores indispensáveis à superação das dificuldades com que nos deparamos e as alavancas que nos permitem erguer em momentos de sofrimento e de dor.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Em conclusão, trata-se de um livro escrito de uma forma inteligente, que quase nos obriga a não parar de ler, pois nos tornamos verdadeiros fans da personagem principal e torcemos pela sua felicidade, como se nós próprios estivéssemos a viver todos os momentos e a experienciar a ânsia de que tudo culmine num final perfeito.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">YOLANDA, é uma lufada de ar fresco num mundo carregado de negativismo. Afinal quem não gosta de Happy Endings?</span></span><br />
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O LIVRO DO SAGRADO FEMININO, de Maria Antónia Jardim</div>
<div>
por Maria Manuela Aguiar</div>
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O livro de Maria Antónia Jardim é uma grande aventura de descoberta das origens da vida, do amor e das pessoas, em muitos "encontros desencontrados", ao longo de oito vertiginosos capítulos. Um narrador masculino, cujo nome não ficaremos a saber, e uma fascinante mulher chamada Rubi.</div>
<div>
A narrativa começa no Algarve, num dia de calor tórrido, em pleno dezembro... o mar e seus mistérios... É preciso transformar a realidade num sonho, em vez de tornar o sonho realidade ...</div>
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É Natal, para celebrar a vida, -e vamos assistir à metamorfose das árvores de natal em pessoas..</div>
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à breve aparição de Pessoa, com Fabergé (a quem pede a criação de um ovo, em forma de caravela...o ovo das descobertas.</div>
<div>
Na relação apaixonada de Rubi e do narrador ,ele sente-se renascido "(É Natal, acabei de nascer", diz. "Talvez tivessemos de nos perder para nos encontrarmos". O espírito de Florbela Espanca perpassa pela históriados amantes.</div>
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O caminho faz-se dentro do ovo, entre a clara e a gema até chegar à essência: o amor..</div>
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Paris, Pessoa, Fabergé: Fabergé oferece a Pessoa o ovo à la pendulette à serpent - o relógio marca a hora 23</div>
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Paris, o encontro dos apaixonados no Hotel de la Lys, 23, rue de la Serpent.</div>
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À descoberta do ovo do sagrado feminino... Rubi. Enfim. o "encontro encontrado.</div>
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Uma forma única, mágica de contar uma história de amor, uma história de Portugal, uma história da humanidade</div>
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<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">5 - . Léa Ferreira, romance <i>Estrangeira a mim mesma</i></span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">O romance trata da história de Sophie Pereira, Nascida em França de pais portugueses emigrados nos anos 70, e que é uma jovem em busca de si mesma. Ao longo do romance, acompanhamos o seu dia-a-dia, o seu novo início em que vai ser confrontada com o seu passado e a sua dificuldade em lidar com as suas origens. É com uma pitada de humorismo que vamos assistindo às suas interrogações e ao desenvolvimento das suas relações. A sua história entrelaça-se com lembranças de familiares que emigraram nos anos 70 e explicita o que vivem os luso-descendentes dessa geração, como também trata da dura realidade dos jovens portugueses que, também hoje, são constrangidos a emigrar por causa da crise económica destes últimos anos.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">6 - MARIA ANTÓNIA JARDIM COM SIR FERNANDO PESSOA, EM PARIS!</span></b><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span></b></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">De facto, não é todos os dias que se viaja com Fernando Pessoa e até à cidade da Luz! A Maria Antónia Jardim andou com Sir Fernando Pessoa debaixo do braço. Trata-se do meu romance, cuja 2ª edição esgotou agora, no passado mês de Outubro, aquando da apresentação do livro no consulado de Portugal em Paris.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Sir Fernando Pessoa já viajou comigo para o Brasil, para a Universidade de Santa Cruz, no rio Grande do Sul; para Porto Alegre, para a Feira do livro dessa linda cidade e já viajou comigo também até Bruxelas, onde foi muito bem acolhido na embaixada de Portugal, pelos alunos do Instituto Camões.</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Para além da Maria Antónia escritora, A. Sinai, a pintora, também ela se passeou por Paris com F. Pessoa, o Mago. Um quadro que ilustra o primeiro Arcano do tarot de Marselha com um Pessoa androgeno, criativo, inovador, celebrando a “ Manicure” de Mário Sá Carneiro e infinito na mestria de criar possibilidades outras…</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">A meta de chegada foi o Carroucel du Louvre. Aí, F. Pessoa, o Mago, recebeu aplausos de jornalistas, críticos de arte, amigos e colegas artistas que por ali passaram…</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Durante a viagem foi curioso notar a curiosidade dos funcionários do controlo alfandegário do aeroporto; queriam saber tudo acerca da pintora e do quadro, até os meus dados pessoais; o mesmo acontecendo num restaurante em St. Michel. No regresso, que vejo eu nas prateleiras do aeroporto de Orly? Revistas sobre Paris e com este Inquérito na capa: “ Les femmes au pouvoir, enfim?”</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Talvez!<br />Maria Antónia Jardim</span></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;">Porto, 4 de Novembro 2015</span></span></div>
</span></span></span><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></span><br />
<span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"><o:p><span style="color: black;"> </span></o:p></span></div>
</div>
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</div>
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #222222; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 12.8px/normal arial, sans-serif; letter-spacing: normal; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
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</div>
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Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-70723531092384772592016-01-07T19:28:00.001-08:002020-08-09T06:31:11.145-07:00SHEILA COSTA DE MALACA - NO PORTOVisita de Sheila da Costa ao Porto
Graça Guedes
Em Julho, Sheila de Costa, Presidente da Selangor & Federal Territory Eurasian Association (Malásia) esteve de férias em Portugal e no Porto, tendo transmitido à Joan Marbeck, nossa associada da Malásia, o interesse em conhecer a nossa associação.
Tive o privilégio de estabelecer este contato solicitado pela Joan, que tão bem me recebeu em Malaca em 1985, quando fui enviada pela Secretária de Estado da Emigração, Drª Manuela Aguiar, para ensinar danças tradicionais portuguesas aos descendentes de portugueses que atuavam no Portuguese Seatlement para conseguirem um aumento dos seus pobres salários. Todos eles eram pescadores e este grupo, que era liderado pelo Padre Pintado e pela Joan, proporcionaram-me um experiência pedagógica excecional, que marcou a minha vida académica e que nunca esquecerei. Foram 10 dias de trabalho, com início ao final da tarde, depois de regressarem do mar e não queriam parar. Queriam dançar melhor, conhecer mais danças… e, apesar do cansaço, só acabávamos já perto da meia noite! Eu terminava emocionada e com os olhos molhados… ao ver o amor destas gentes tão simples por este património português que querem divulgar, com o maior empenho e dedicação.
E afinal, esta Associação que é presidida pela Sheila, continua a obra do Padre Pintado e da Joan, agora em Kuala Lumpur, integrando as Danças Tradicionais Portuguesas nas suas múltiplas atividades (www.saftea.blogspot.com) e que divulgam no Saftea news…
Deixo a mensagem que me enviou:
" I have Portuguese heritage and I am a Malaysian a,descendant of the Portuguese when they conquered Melaka in 1511. I am also the president of the Eurasian Association of the province of Selangor and Federal Territory in Malaysia. The word "Eurasian" means that we are peoples of a mixed European and Asian heritage. I visited Portugal for the first time in 2015 and had the pleasure of Madame Graca taking me round to see the sights of Porto.
Our association is very interested in learning the elements of Portuguese dance so that we can have a fusion of both the Portuguese and Malay dance to reflect who we are."Greetings to all.
Sheila
Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4133017166234449423.post-52335033654230761152016-01-06T16:54:00.004-08:002020-08-09T06:32:02.315-07:00AMM 2015 ATIVIDADES2015 PARCERIAS E COLABORAÇÕES DA AEMM
EM PORTUGAL
- CONFERÊNCIA "SENIORES ATIVOS - viveria o País sem os seus Séniores?", organização da Misericórdia do Porto, Porto, Biblioteca Almeida Garrett, 24 de janeiro
A dirigente da AEMM Manuela Aguiar participou numa das mesas redondas, advogando a urgência de promover uma política para os seniores ativos, que tem sido, no nosso país descurada por todos os governos - e. muito em especial, por governo "geracionais", que marginalizam os mais velhos e os vêem como um peso morto na sociedade e na política. É ostensivamente o caso do atual, coligação PSD/CDS, mas a tendência já se vinha a acentuar-se durante os dois anteriores governos (PS).
- COMEMORAÇÃO do Dia Internacional da Mulher - 7 de março no CENTRO Multimeios em Espinho
Iniciativa da AEMM em colaboração com a Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida em Espinho. A professora e organizadora desta iniciativa, Dra Isabel Nobre destacou o que de comum liga as três mulheres participantes e membros da AMM, Manuela Aguiar, Graça Guedes e Arcelina Santiago: a defesa dos direitos humanos, a luta pela igualdade das mulheres, em particular, das Mulheres da diáspora. Foi dada ênfase à figura matriarcal do livro “ Califórnia, Madrasta dos Meus Filhos”, Maria Inácia Meneses Vaz. Seguiu-se o debate em torno da liberdade e da democracia que aconteceu com a chegada de abril e as conquistas obtidas e as mudanças no panorama das oportunidades para as mulheres. Na longa caminhada pela igualdade foi relembrada a figura notável de Maria Archer, mulher vanguardista para o seu tempo, denunciadora e crítica da situação da mulher. Esta sua posição em período da ditadura, remeteu-a ao exílio. Na dramatização feita por duas alunas, o papel de Maria Archer coube a Mariana Patela e o da jornalista a Inês Pais
- 8 de março - PROGAMA da RDP comemorativo do DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Manuela Aguiar participou no programa, falando da situação atual das potuguesas no país e em diversas comunidades do estrangeiro.
- 9 de Março - PROGRAMA da RDP-Internacional sobre emigração
Manuela Aguiar, Emmanuelle Afonso, e outros portugueses ligados à emigração, foram entrevistados sobre os novos problemas e desafios que se põem nas comunidades do estrangeiro
- AS TERTÚLIAS DA COOPERATIVA NASCENTE.“Portugal Cais do mundo?” 1 de abril
Esta instituião cultural de Espinho adotou um modelo incomum num ciclo de tertúlias que ocorreu durante os primeiros meses de 2015: aos participantes era pedido que começassem por se pronunciar sobre o tema em debate e, só depois, o convidado comentava as suas asserssões. Tão bem resultou a fórmula, que a AEMM irá, futuramente, utiliza-la em alguns dos debates que promoverá.
O último tema tratado em Espinho foi o de Portugal com país de irradiação de movimentos migratórios, mas também de acolhimennto e de trânsito, de pessoas, de bens, de capitais. de inovação. De globalização das relações de toda a ordem...
A DrªMaria Manuela Aguiar foi a convidada, Mestre Teixeira Lopes, o moderador. Presente, com várias intervenções sobre os movimentos recentes de migrações, a luso francesa Drª Emmanuelle Afonso, presidente do Observatório dos Luso-descendentes.
- III BIENAL Internacional Mulheres d'Artes, 25 de abril no FACE em Espinho
Na III Bienal, comissariada pela Vereadora Leonor Fonseca, participaram algumas das Artistas Plásticas que têm colaborado com a AEMM - algumas emigantes e imigrantes, como Ana del Rio, Ludmilla, Alvarenga Marques, Ana Maia, Ariadne Papucciu, Inês Abrantes, Ny Machado, Paula Robles, Setas Ferro, Yessica de Sousa.
- VII CONGRESSO "A vez e a voz da Mulher", Faculdade de Economia do Porto.
Mais um dos grandes congressos, que têm sido organizados nos quatro cantos do mundo (da América do Norte ao Brasil, da Europa à Asia), e, que, em 2015, decorreu no Porto, com organização liderada pela Profª Maria da Conceição Ramos.
Foram oradoras as Professoras Manuela Marujo e Rosa Simas (que estiveram na origem deste movimento internacional de mulheres portuguesas), a ProfªMaria Beatriz Rocha-Trindade e a Drª Maria Manuela Aguiar. Presente esteve, igualmente, a Dr-ªRita Gomes,
Durante o Congresso foi lançado o livro da Profª Rosa Simas, apresentado pela Prof Maria Beatriz Rocha Trindade e a Drª Manuela Aguiar.
- FORUM MUNICIPAL da INTERCULTURALIDADE, 31de Maio de 2015 em Lisboa. e 8ª FESTA DA DIVERSIDADE.
A Associação Mulher Migrante foi um dos parceiros em ambos os eventos, com Rita Gomes, Ana Paula Almeida, Paulo Bento e Susana Gonçalves de Carvalho, que mantiveram um vivo diálogo com muitos dos participantes sobre as atividades da Associação e sobre diversas questões de emigração. Elsa Noronha encantou com a declamação dos seus poemas.
- VISITA DE SHEILA COSTA, Presidente da Associação Malaca
Visita de Sheila da Costa ao Porto
Graça Guedes
Em Julho, Sheila de Costa, Presidente da Selangor & Federal Territory Eurasian Association (Malásia) esteve de férias em Portugal e no Porto, tendo transmitido à Joan Marbeck, nossa associada da Malásia, o interesse em conhecer a nossa associação.
Tive o privilégio de estabelecer este contato solicitado pela Joan, que tão bem me recebeu em Malaca em 1985, quando fui enviada pela Secretária de Estado da Emigração, Drª Manuela Aguiar, para ensinar danças tradicionais portuguesas aos descendentes de portugueses que atuavam no Portuguese Seatlement para conseguirem um aumento dos seus pobres salários. Todos eles eram pescadores e este grupo, que era liderado pelo Padre Pintado e pela Joan, proporcionaram-me um experiência pedagógica excecional, que marcou a minha vida académica e que nunca esquecerei. Foram 10 dias de trabalho, com início ao final da tarde, depois de regressarem do mar e não queriam parar. Queriam dançar melhor, conhecer mais danças… e, apesar do cansaço, só acabávamos já perto da meia noite! Eu terminava emocionada e com os olhos molhados… ao ver o amor destas gentes tão simples por este património português que querem divulgar, com o maior empenho e dedicação.
E afinal, esta Associação que é presidida pela Sheila, continua a obra do Padre Pintado e da Joan, agora em Kuala Lumpur, integrando as Danças Tradicionais Portuguesas nas suas múltiplas atividades (www.saftea.blogspot.com) e que divulgam no Saftea news…
Deixo a mensagem que me enviou:
" I have Portuguese heritage and I am a Malaysian a,descendant of the Portuguese when they conquered Melaka in 1511. I am also the president of the Eurasian Association of the province of Selangor and Federal Territory in Malaysia. The word "Eurasian" means that we are peoples of a mixed European and Asian heritage. I visited Portugal for the first time in 2015 and had the pleasure of Madame Graca taking me round to see the sights of Porto.
Our association is very interested in learning the elements of Portuguese dance so that we can have a fusion of both the Portuguese and Malay dance to reflect who we are."Greetings to all.
Sheila
- HOMENAGEM a D. MANUEL MARTINS, Gaia, 14 de Novembro
Na homenagem a uma figura de grande prestígio moral - que por diversas vezes foi conferencista em colóquios e congressos da AEMM - marcaram presença a Drª Rita Gomes, a Drª Manuela Aguiar e a Profª Doutora Isabelle Oliveira. A homenagem foi promovida pela Drª La Salet Miranda e por Mestre Adelino Ângelo e contou com a participação de personalidades que, igualmente, têm dado uma grande colaboração à AEMM - a Drª Maria de Belém (antiga Ministra da Igualdade), o Maestro António Victorino de Almeida e o Prof Miguel Leite
ATIVIDADES DA MM NO ESTRANGEIRO
MÉRICA DO SUL - Argentina e Venezuela
As eleições para o CCP
As dirigentes da MM Maria Violante Martins, Milú de Almeida e Fátima Pontes foram eleitas, em setembro, Conselheiras do CCP.
Maria Violante ao vencer as eleições, tornou-se a única representante da Argentina no CCP. Milú de Almeida e Fátima Pontes, triunfaram, igualmente nas eleições, com 61 por cento dos votos nas duas áreas consulares da Venezuela.
É um sinal dos tempos, decorrência natural de um associativismo, onde as mulheres, em organizações próprias, passaram para a linha da frente e conquistaram o prestígio e o reconhecimento que lhes permite encabeçar listas paritárias. Destacando o mérito próprio
das conselheiras que são dirigentes da AEMM ( mas que não foram votadas nesta veste!), temos sobejas razões de regozijo pelo êxito por elas alcançado, nesta caminhada democrática, pela certeza do bom trabalho que vão desenvolver, e, também, por vermos, assim, tão brilhantemente ganha a aposta que, desde há mais de duas décadas, temos feito num associativismo feminino de dominante cívica, norteado para a participação igualitária na vida das comunidades - e, por reflexo, no CCP.
As conselheiras são um exemplo de determinação e de coragem no feminino, que é da maior importância,se reconhecermos que os exemplos concretos são o mais esplêndido e eficaz instrumento de luta pela mudança.
- Associação da Mulher Migrante Portuguesa da Argentina
Projeto ASAS em Villa Elisa e Buenos Aires
As Academias Seniores, a primeira criada em Villa Elisa, a segunda, no ano passado, na capital do País, continuam a atrair cada vez mais participantes, tanto portuguesas, como argentinas, sob o impulso de Maria Violante Martins, atual Presidente da Associação Mulher Migrante.
"Mulher Migrante " Venezuela
2015 foi, verdadeiramente, o ano da expansão da MM em toda a Venezuela. - através da criação das delegações, empossadas em cerimónias públicas de grande impacto e, igualmente, através do funcionamento de tertúlias dinamizadoras da atividade cívica das mulheres luso-venezuelanas, assim como da defesa de causas humanitárias.
A 1ª tertúlia “ Chá y Café” realizou-se no dia 19 outubro, promovida pela Associação Nacional Mulher Migrante Luso-Venezulana e congregou companheiras de diferentes Estados no Salón Pinto’s, no sector La Florida, em Caracas. A Presidente da Direção, Milú de Almeida, empossou a delegação regional de Caracas e Miranda, encabeçada por Mimí Coelho. A iniciativa foi levada a cabo no quadro do Dia Internacional da luta contra o Cancro da Mama e contou com um debate sobre prevenção, que esteve a cargo da Dra. Zoraida Méndez
A 2º Tertúlia “Chá y Café” no dia 19 de novembro, contou com a intervenção do periodista português Ernesto Belo Redondo “La vida nacional gira en torno de una taza”.
A MM promoveu ainda dois debates no Centro Português de Caracas, sobre: "A osteoporose", com o médico especialista , Dr. Franco Carucci Lupo e sobre um “Tema libre entre compañeras: El orgullo de ser portuguesa”.
Nas eleições para o CCP - as dirigentes da MM Venezuela Milú de Almeida e Fátima Pontes encabeçaram listas concorrentes às eleições, com um programa comum "Somos Portugalidade" e venceram as eleições no conjunto do país, com listas rigorosamente paritárias. Depois da eleição, ambas participaram, na Casa do FC Porto, num almoço de amizade, fraternidade e intercâmbio com todos os novos conselheiros, aceitando um convite pessoal do presidente Alvarinho Sílvio Moreira. Esteve presente o Cônsul Geral de Caracas, Luís de Albuquerque Veloso.
- Comissão Regional em Margarita
O 1º encontro de mulheres luso- venezuelas foi marcado pelo entusiasmo de um grande número de participantes. À frente da Comissão Regional ficou a Cônsul Honorária, Doutora Glória Santos - uma personalidade que dá a certeza de uma rápida expansão da MM em toda a região.
Um CV breve da DOUTORA GLÓRIA SANTOS:
Nasceu na Murtosa, em 1976, é casada, tem duas filhas e é analista programadora, graduada pela universidade de Carabobo (Valência). Participa, há muitos anos, nas atividades da comunidade, no Centro Social Luso- Venezuelano de Margarita e no Grupo Folclórico "O Barquinho". Gosta da gastronomia portuguesa (cozido, bacalhau à Brás, pasteis de nata...) Pratica natação e encanta-a o futebol ( é fã do SLB) e o basebol venezuelano (adepta dos "Leones de Caracas").
Nas suas próprias palavras, nesse dia inicial de mandato: “Interessei-me pelo projeto associativo da ‘Mulher Migrante’ na Venezuela porque vi nele que é de uma instituição séria que nos abre as portas, a nós as mulheres portuguesas e luso-venezuelanas, e nos dá a oportunidade de ter um espaço de expressão como alcançar metas que pensávamos ser impossíveis de atingir. Agradeço imensamente à nossa Presidente internacional Rita Gomes, à nossa fundadora Manuela Aguiar e obviamente à nossa Presidente nacional em Venezuela Milú de Almeida pelo convite que me fizeram de liderar a comissão regional da ‘Mulher Migrante’ em Margarita. Com muita humildade aceito o desafio e tenho fé de propagar esta ideologia associativa feminina em todo o território do região venezuelana de Nueva Esparta”.
- Programação de 2016
A Mulher Migrante Luso Venezuelana aprovou, em reunião de 22 de dezembro, a agenda associativa para 2016, em várias cidades, incluindo, designadamente: Cantares de Janeiras e exposição de lenços dos namorados em Caracas; encontros regionais em Punto Fijo, Puerto la Cruz, Barquisimeto, Guayana , Maracay, Maturin; cursos de português em Margarita; tarde de fados em Celarg, Caracas; Cinema - Debate em Ipapedi , Carabobo e na Casa Portuguesa em Araguaia; Comemoração do Dia de Portugal, com cortejo etnográfico em Caracas ; celebração do Dia da Madeira em Carabobo; Celebração do Dia Internacional do Café em Caracas; Assembleia Geral e Congresso nacional em Caracas; Dia Internacional do Té em Caracas; Festa de Natal em Caracas.
AMÉRICA do NORTE
No Canadá a Profª Manuela Marujo mantém-se à frente do "ASAS", iniciado, em Torronto em 2013. Nos EUA, Califórnia, aProfª Deolinda Adâo está a preparar uma 2ª edição, bilingue, do livro "Califórnia Madrasta dos meus Filhos".
EUROPA
Na Alemanha, Maria do Céu Campos continua envolvida em atividade no voluntariado e nas instituições públicas da sua cidade, onde foi reeleita. Em França, a Prof Isabelle Oliveira, Vice reitora da Sorbonne foi, em 2015, a organizadora de uma parte muito importante do programa anual da AEMM - o Colóquio de 10 de setembro, e o Concerto / Conferência "Portugalidade". com o Maestro António Victorino de Almeida
ASIA
EM malaca
E. RECENSÕES
Apresentação do livro de Rosa Maria Neves Simas, coord., (2014). A VEZ E A VOZ DA MULHER. Relações e Migrações. Lisboa: Colibri, 340 p. pela Professora Drª Maria Beatriz Rocha Trindade
O livro A Vez e a Voz da Mulher. Relações e Migrações, coordenado e organizado pela socióloga Rosa N. Simas, Professora da Universidade dos Açores, foi editado pelas Edições Colibri em dezembro de 2014. O seu lançamento viria a ter lugar, no âmbito do VII Congresso Internacional "A Vez e a Voz das Mulheres Migrantes em Portugal e na Diáspora: Mobilidades, Tempos e Espaços", que decorreu na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (2015). Uma atividade académica que dá continuidade a um programa, oportunamente lançado por Manuela Marujo, Professora da Universidade de Toronto. Sem a sua persistência, capacidade de articulação institucional e qualidade de relacionamento pessoal tal não teria sido possível.
O tratamento de vários aspetos subordinados ao tema "mulher" confere-lhe atualidade e as migrações, que continuam a ser objeto de interesse político e científico, mantendo-se como um dos fenómenos sociais dominantes na cena internacional, merecem uma atenção privilegiada. O tema cuja amplitude permite albergar, várias aproximações, reflete observações e interpretações diversificadas selecionadas pelo critério de uma comissão científica que integrou docentes de diversas universidades.
Coube à organizadora escolher os subtemas dos seis capítulos que o constituem, de modo a que não existisse sobreposição de assuntos mas antes articulações de natureza complementar.
No primeiro, "Vozes de Mulheres: Da Oralidade à Escrita", seis artigos traduzem não só a oralidade que exprime o pensamento e o sentir de quem se pronuncia como a forma escrita que os consagra.
Roseli Boschilia ("Memória e Subjetividade: As Venturas e Desventuras de uma Emigrante Portuguesa") fala de deslocações intercontinentais e refere as reações e os sentimentos de uma migrante - Maria de Nazaré. As trajetórias por ela realizadas, registadas na sua memória, foram transmitidas segundo as regras da metodologia de pesquisa designada como "história oral".
Sângela Hilarino analisa os "Múltiplos Olhares de uma Imigrante Negra em Portugal". O trabalho que pode ser considerado um "estudo de caso" traduz a experiência de uma cabo-verdiana residente no país, expondo os problemas decorrentes do processo de adaptação.
A jornalista Nita Clímaco que hoje já muitos esqueceram ou mesmo desconhecem distinguiu-se no panorama literário português sobre a migração intraeuropeia. "Quando a Literatura Retrata a Diáspora Portuguesa em França" de Isabelle S. Marques reabilita a sua memória e permite lembrar como o romance pode constituir um poderoso auxiliar para a reconstituição da sociedade que lhe serve de pano de fundo.
O percurso de "Ana Fontes: Uma Vida Suspensa de Muitas Pontes", por Maria A. C. Baptista dá conta da mobilidade que marca o percurso de uma mulher à frente do seu tempo. O pendor poético que caracteriza esta artesã mariense encontra-se patente em cadernos manuscritos que a autora procurou trazer à luz do dia.
Cassilda T. Pascoal em "Quem tem Medo de Alice Moderno" equaciona a vida pouco convencional de uma notável açoriana que recusou sempre o papel secundário imposto pela sociedade da sua época. Dedicada a causas sociais deixou um importante legado reconstituído pela autora.
A conjugação do mundo natural com o cultural é analisada em "Frances Dabney e Samuel Longfellow: A Natureza dos Açores numa Perspetiva Feminista e Ecocrítica", de Rosa M. N. Simas. O encadeado temático e a ilustração apresentados enfatizam o impacto da envolvência da natureza dos Açores em dois jovens artistas norte-americanos induzindo o leitor a vivenciá-la.
O título "Comunicação: Da Carta à Internet" atribuído à Parte 2, com textos de Maria Izilda Matos, de Isaura Ribeiro e de Ana M. Diogo, explicita claramente o alinhamento escolhido, incidindo sobre a diversidade dos processos de comunicação.
"Elos de Tinta e Papel: A Presença Feminina na Correspondência entre E/Imigrantes Portugueses" debruça-se sobre as missivas que sempre constituíram ponte transmissora de notícias e de sentimentos. Para conhecer as deslocações que ocorreram entre a sociedade de partida e a de acolhimento, relacionando passado e presente, foi utilizado um diversificado e valioso suporte escrito que integra não só as cartas de chamada como as cartas pessoais.
"A Presença da Mulher na Internet", cuja introdução e evolução altera drasticamente a vida em sociedade, teve por base um estudo bibliográfico aprofundado, permitindo à autora trabalhar sobre resultados disponíveis que tiveram em conta as competências adquiridas, a regularidade do acesso, a construção de blogues e a presença nas redes sociais.
"As Mães no Uso das Novas Tecnologias pelas Crianças: Protagonismo Feminino num Universo Masculino" revela a relação que ocupam os alunos no mundo digital, relacionando o contexto familiar de onde provêm e o espaço social onde se inserem com o grau de sucesso escolar atingido.
Os textos incorporados na Parte 3, de temática e abordagem muito diferentes, contemplam o tema: "Tradições, Artes e Saberes". Carmen Ponte lança um olhar de grande interesse sobre "A Questão do Género nas Romarias Quaresmais de São Miguel". A figura feminina enquanto romeira, que nos é dada a conhecer através das histórias vividas e cantadas pela literatura e pela arte, relatam um riquíssimo conjunto de testemunhos escritos e orais graças à investigação realizada.
Seguem-se as apresentações de Ilda Januário e Manuela Marujo sobre a comunidade portuguesa imigrada no Canadá. "Coroa e Bandeira: Mulheres e Homens nas Festas do Espírito Santo no Canadá", seleciona dois elementos fundamentais do culto próprio das Festas como objeto de estudo que não poderiam ter sido tratados de melhor forma. No quadro da religiosidade popular são assinaladas as expressões, as críticas, a discrepância e proibições resultantes de uma política tradicional que conseguiu reduzir ou quase excluir, a participação do sexo feminino nas Romarias do século XX.
"Artes e Saberes Artesanais das Imigrantes Luso-Canadianas: Que Futuro?" reconhece no âmbito do quadro da arte popular a importância dos artesãos e das artesãs que conjugam memórias herdadas de uma infância, que teve lugar em espaços diferentes, com as práticas do viver atual. De entre as vertentes que pode assumir este tipo de trabalho, é dado relevo à função que ocupa como atividade profissional ou como terapia emocional. Por fim, é aberta a perspetiva de preservar a existência do trabalho artesanal através de acervos relacionados com a história da comunidade local.
"Retratos de Mulheres: Da Música à Escrita" integra quatro textos relacionados com práticas artísticas femininas dando a conhecer a potencialidade oferecida pelos discursos musicais, pela imprensa local ou por revistas femininas.
Em "Os Discursos (Re)Produzidos sob o Género Feminino na Música" Iran L. Nunes e Walkíria Martins, prestam uma particular atenção aos elementos relacionados com as representações sociais de letras musicais. A reflexão final traz a lume a carga transportada pelas práticas discursivas que muitas vezes sendo tratadas como "inocentes" transportam afinal opiniões e conceitos sobre formas de ser, de agir e de pensar.
Posteriormente, veja-se como 137 peças do jornal Açoriano Oriental e 71 do Correio dos Açores constituíram o corpus sobre o qual recaiu a análise feita por Ana C. Gil e Dominique Faria. "Representações da Mulher na Imprensa Regional Açoriana: O Caso Açoriano Oriental e do Correio dos Açores" dá a conhecer a forma como tem sido representada nos artigos publicados, raramente assumindo um lugar central no texto noticioso.
"Representações das Mulheres na Deportação" ressalta as considerações feitas à capacidade de apoio e suporte prestadas aos membros da família e as consequências de que são vítimas as mulheres se tal acontece a alguém a que se encontrem ligadas. A pertinência e atualidade do tema tornam particularmente oportuna a publicação do artigo de Ana T. Alves.
Leonor S.Silva, baseia em três pressupostos o artigo "Gatas Borralheiras Emancipadas? Representações de Mulheres em Duas Revistas Femininas Portuguesas". A persistência de idênticas prioridades temáticas nessas publicações confirma-as como elemento cultural. Entre crítica e fascínio, o resultado reconhecido a este tipo de revistas é o de papel apaziguador de muitas das tensões existentes na atualidade. Todo o trabalho desenvolvido foi apoiado em obras da especialidade, que revelam a cuidada preparação que precedeu a sua elaboração.
"Violência: Do Espaço Familiar à Prisão"-Parte 5 - integra quatro artigos que fazem confluir a preocupação dos autores em relação a um assunto com uma configuração muito própria. Como vítimas ("As Mulheres Enquanto Vítimas de Violência: O Caso de São Miguel no Século XIX"); confrontando o amor e o crime ("Espaços de Amor e Crime: Violência Doméstica em Lídia Jorge e Inês Pedrosa"); antevendo a mudança no devir ("Perspetiva sobre o Futuro em Mulheres com Experiência de Violência Conjugal") e o meio familiar em situações particulares de isolamento ("Reclusão Feminina e Processos de Reconfiguração Familiar") revelam uma preocupação marcante pelos ambientes e formas abusivas de relacionamentos.
Susana Serpa situa-se na sociedade micaelense do séc. XVIII e os dados apurados estendem-se até ao início do séc. XX. Sem deixar de fazer uma síntese da matéria exposta, reflete sobre o silêncio que em regra recai sobre o mundo do crime e da violência.
Deolinda Adão lança um olhar sobre a violência doméstica a partir das perspetivas de duas grandes escritoras portuguesas. Conclui mostrando como o problema da violência doméstica é ainda grave no país, justificando o que sobre ele tem sido escrito e o interesse que pelo seu tratamento têm mostrado muitos investigadores na área das Ciências Sociais.
Suzana Caldeira e Graciete Freitas colocam questões em torno da rutura de relações abusivas e remetem o leitor para a rica bibliografia citada, dando a conhecer como o tema tem sido amplamente tratado. Uma breve nota metodológica conduz às vias e aos instrumentos de pesquisa que foram escolhidos, o que constitui uma mais-valia para a interpretação dos resultados apresentados.
Rafaela Granja, Manuela Cunha e Helena Machado meteram mãos ao tratamento da "Reclusão Feminina e aos Processos de Reconfiguração Familiar", abordando os impactos sócio familiares resultantes da privação de liberdade. As implicações advindas da situação de reclusão constituem a síntese de um artigo muito rico e inovador no quadro português de análise social.
A Parte 6, "Migração, Trabalho e Qualificação", coloca novamente em destaque o contexto migratório.
Natália Ramos, escreve sobre "Género, Identidade e Maternidade em Famílias na Diáspora"). É lembrada, mais uma vez, como a fuga à pobreza e a falta de oportunidades, associam situações de violência e de opressão existentes tanto ao nível comunitário como no interior das próprias famílias. Em destaque, o tratamento das políticas e estratégias migratórias no que toca à integração, ao desenvolvimento e ao bem-estar. A formação pioneira que detém na área do intercultural encontra-se claramente refletida na exposição temática apresentada.
A introdução de Conceição P. Ramos no artigo "Migrações Qualificadas Femininas: Desafios e Oportunidades" transporta-nos a considerações de caráter geral que colocam as migrações no seio do crescente movimento de globalização dando lugar a importantes mudanças de natureza qualitativa. Como última proposta a autora aponta sugestões que podem ser desenvolvidas no âmbito de um melhor aproveitamento da mobilidade, tendo em conta o incremento científico cultural e económico e o aumento dos fluxos migratórios internacionais qualificados.
"A Arte de Ser Maria: Histórias de Trabalho, Histórias de Vida", de Lená M. Menezes, lança um rápido olhar que contempla a evolução das migrações naquele país e centra a sua atenção sobre o Estado do Rio de Janeiro. A composição dos fluxos, desequilibrada em termos de género e também menos conhecida ao nível dos estudos ou comentários feitos sobre as mulheres, dá-lhe ensejo de procurar reunir um conjunto de reflexões cujo interesse é indubitável. Toda a informação colhida em trabalho de campo permite seguir os percursos pessoais e profissionais dos entrevistados que, embora representando uma escolha intencional, ilustram de forma muito rica as suas histórias de vida.
As duas autoras do texto "As Mulheres que Trabalham com Fios: Conhecimento Forjado desde as Margens", encerram o livro com chave de ouro. Amanda Castro e Edla Eggert apresentaram os resultados da pesquisa realizada sobre a tecelagem manual no Estado de Minas Gerais. A atividade artesanal referida encontra-se mapeada e presente em cerca de um quarto dos seus municípios, mostrando a importância que aí assume tal atividade. Trazer para o campo de estudos femininos a produção de tecelagem cria um espaço de debate que permite equacionar várias perspetivas e avaliar o grau de valorização que sobre ela recai.
Ao ter assistido presencialmente ao Colóquio que criou o espaço formal para a apresentação das comunicações aqui referidas e após ter lido o livro que consagra o seu conteúdo e o faz permanecer na memória, necessário se torna felicitar a organizadora. Embora a sua generosidade e companheirismo a tivessem feito referir o nome de quem lhe prestou colaboração, a ela é devido o trabalho essencial que tornou possível a edição do livro agora analisado.
Não constitui um trabalho fácil selecionar e reunir textos de trinta autoras de formação académica diferente, que tratam assuntos de natureza diversa, procurando agrupar cada uma das contribuições sob a cobertura de um só tema cuja abrangência seja capaz de as intitular. A escolha do nome de cada uma das Partes, que quase constituindo uma introdução, fazem antever o conteúdo de cada um dos textos publicados, proporcionando uma justa cobertura temática que sem criar fronteiras rígidas e tendencialmente limitadoras consegue criar espaços capazes de albergar contribuições diversas. As autoras conseguiram fazer chegar até nós histórias de mulheres que sem constituir representações estereotipadas podem ser consideradas como casos-tipo, ajudando a compreender a diversidade e extensão de uma tão vasta problemática. Todo este material constitui um valioso acervo documental que muito contribui para o avanço do conhecimento no campo dos estudos sobre a mulher.
- "BOSTON FESTIVAL" – Um tributo aos Portugueses na América" de Manuela Bairos, 2015, Edição de Autor. Guide Arts Gráficas
Por Maria Manuela Aguiar
Como nos promete o título, esta monografia do "Boston Festival" fala-nos da ideia original, que floresceu num projeto concreto, os seus primeiros anos, as várias direções em que irradiou num impressionante número de realizações sociais, culturais, científicas, o modo como se integou em círculos e espaços de alto prestígio e se expandiu em parcerias institucionais singulares ou duradouras.
Contudo, como o subtítulo (“um tributo aos portugueses da América”) deixa antever, é, também, uma história do passado e do presente dos emigrantes portugueses e das suas organizações, nos EUA, na Nova Inglaterra, e, em especial, na área do consulado de Boston. Fala-nos de uma cidade que é um verdadeiro símbolo do espírito que fez a América, pela liberdade, pela cultura e pela ciência e tecnologia, De um consulado antigo com cerca de 200 anos de vida (e, então, em risco de ser extinto, numa reestruturação em curso se não encontrasse, através de uma mais valia para o país, um meio de sobrevivência). De instituições centenárias de uma comunidade antiga e bem integrada - clubes, escolas, sociedades fraternais, paróquias, ritos e tradições identitários. De muitas personalidades que habitaram ou habitam este mundo lusófono e lusófilo e cujos nomes se distinguem, nos planos profissional, académico e até também político…
É todo um Portugal da Diáspora que emerge nas quase 400 páginas deste riquíssimo acervo iconográfico e narrativo. Uma obra de leitura obrigatória por muitas razões e, antes de mais, porque espelha a transformação nas formas de estar e conviver de uma comunidade inteira. ao mesmo tempo que relata a aventura de construir, através do Festival, as vias de penetração no "inner circle" da sociedade bostoniana, assim como de construir pontes entre os EUA e um Portugal, redescoberto na sua modernidade, ali e então.
Tudo começa no diálogo que se estabeleceu entre a Cônsul-Geral Manuela Bairos e os portugueses de Boston e prosseguiu em novos relacionamentos entre as pessoas, as entidades locais e delas com o seu país (com o país distante e com o mais próximo, que é sempre o consulado),e , igualmente, com a cidade de Boston, numa assunção de pertença, numa vontade de dar visibilidade à herança antiga e às capacidades atuais. Capacidades, recursos humanos, que, quando assim solicitados, deram vida a um espantoso espaço de cooperação luso americana nos domínios da cultura, do intercâmbio comercial e, sobretudo, da ciência e tecnologia.
Manuela Bairos encontrou em Boston um consulado a funcionar bem, do ponto de vista do atendimento público, mas, nas suas próprias palavras: “Em contrapartida, notava-se uma quase ausência de presença portuguesa e um escasso reconhecimento do contributo e influência da nossa comunidade na cidade capital do Estado de Massachussets”.Foi esta a situação que se reverteu durante uma missão de cinco anos (2004-2009), com a fórmula encontrada no polifacetado Boston Portuguese Festival. Vale a pena olha-lo como um "caso de estudo" - e um exemplo da "diplomacia global", que não negligencia nenhum dos campos que se lhe oferece em concreto para atuar, nenhum dos aspetos que o conceito abrange por natureza (falar de diplomacia económica é, por isso, absolutamente redundante, como a Autora nos recorda - quando não redutor, se leva a descurar os outros ângulos...).
Sabido que a situação com que a Drª Manuela Bairos se via confrontade não é inédita nem incomum em muitas outras partes do mundo da emigração portuguesa, compreende-se a importância do verdadeiro paradigma em que o Boston Portuguese Festival se converteu. Nesta obra, encontramos um manancial de dados concretos, pormenorizados - diligências bem ou mal sucedidas, reações, alianças, contributos da própria comunidade, com o fio condutor de uma avaliação objetiva e exigente. Numa linguagem clara e direta, é-nos contada, a aventura fascinante do Festival, ano a ano, os projetos que não chegaram a ato e os queo integraram, através da ação conjunta, de companheirismo, através de muitas peripécias. .Não se trata, obviamente, de um espetáculo singular, num determinado setor, mas de uma programação anual abrangente, flexível, espaço de encontro da ambição de fazer coisas grandes com os meios ao dispôr, reinventando-os, apelando a novos intervenientes. Foi preciso chamar as pessoas e as entidades ao trabalho comum, mobiliza-las, valorizando o que são capazes de fazer, por si e em conjunto. O Festival é uma aliança entre as estruturas da comunidade, que aceitem colaborar e concorrer, com a sua parte, para uma programação global de qualidade. É uma entidade nova e aberta a todos, uma organização que soma organizações e promove parcerias, que levam a mais e mais parcerias e solidariedades, antes inimagináveis – dentro da comunidade luso americana, entre o Estado e a sociedade civil, entre grandes instituições americanas e portuguesas.
Portugal (com o seu mundo) redescoberto no Boston Portuguese Festival: o cinema de Oliveira, o Portuguese Speaking World Festival (com Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau), a música, Rão Kyao, Sarah Borges, heróis como Aristides de Sousa Mendes, reis do desporto como Eusébio, as conferências científicas de Mariano Gago e Maria de Sousa, a UE e o Tratado de Lisboa, a regata dos botes baleeiros (que é imagem de capa), o cavalo lusitano, o vinho Madeira, o computador magalhães, a causa de Timor, a língua e a literatura portuguesa em Harvard.. E tantas outras iniciativa,s que surpreenderam audiências nos melhores espaços de Boston, onde, praticamente, este Portugal nunca tinha entrado ...
Foi essencial, na fase de arranque de um "festival" desta natureza, o papel aglutinador e mobilizador do consulado, mas, esperando `partida, que a organização se erguesse e caminhasse por si, constituíndo “o traço de união entre desafios, sonhos e pessoas, que se reuniram com orgulho, convicção e , por vezes, sacrifícios em defesa das causa portuguesas”
Uma grande reunião em volta das "causas portuguesas, da parte da comunidade tradicional, e da parte da nova vaga da emigração portuguesa, de jovens luso.descendentes, estudantes, académicos, cientistas, políticos, artistas - eis o autêntico paradigma do Boston Festival.
No "prefácio a quatro mãos" José Mariano Gago e Onésimo Teotónio de Almeida terminam dizendo, o que todos os leitores do livro gostariam de ter escrito : ""Uma só pessoa pode fazer a diferença. Manuela Bairos conseguiu alcondorar-se a um patamar que lhe permitiu realizar uma obra de largo alcance e que deixará frutos "à la longue". Pudera que algum cientista do MIT conseguisse cloná-la no MNE".
– “PARA ALÉM DOS CLICHÉS" de Luísa Coelho (Leitora do Instituto Camões –Instituto da Cooperação e da Língua, Berlim)
(apresentação de um projeto)
Berlim, outubro de 2015
Desde o começo da crise económica e da aplicação de medidas de austeridade que as imagens de Portugal e da Alemanha, nos respetivos espaços, sofreram modificações devido às novas dinâmicas económicas e sociais e às hierarquias de poder e dominação dentro do espaço europeu.
Este projeto ensaístico multidisciplinar da área político-social que organizei e apresentei, em colaboração com especialistas selecionados dos dois países, é composto pela edição de duas obras intituladas Contos por contar–Alemanha e Portugal (ed. Orfeu, Bruxelas, 2014) e Pontes por construir – Portugal e Alemanha (ed. Bairro dos Livros, Porto, 2015) e exprime uma vontade de abrir um discurso novo sobre os dois países.
O objetivo é libertar as suas imagens, através de reflexões teóricas e narrativas de experiências, dos preconceitos negativos que penetram os discursos que os descrevem, sobretudo em Portugal. A oposição entre o discurso que nasce no interior e se confronta com o que cresce do exterior atravessa as obras e constitui um dos seus motivos dominantes. Os episódios históricos, políticos, sociais ou culturais contados ou discutidos acabam por tornar visíveis os perconceitos e os clichés que circulam sobre estes dois países para melhor os denunciar.
A variação de pontos de vista adotados nestas obras, assim como a sua estruturação por temas diversos constitui um dos seus pontos fortes. Abrindo o leque temático (História, Geografia, Política, Educação, Investigação, Identidade, Cultura, Realidade e Ficção), abrange um maior número de leitores. Com efeito, apreendido sob ângulos diferentes em função da pessoa que se exprime, nativa ou estrangeira, cada país acaba por melhor poder ser apercebido na sua globalidade.
Estas duas obras são acerca de Portugal e da Alemanha mas pretendem ser, principalmente, sobre os discursos que existem sobre estes países. Gostaria que levassem os leitores a refletir sobre a forma que tomaram estes países no espaço discursivo sociopolítico português e alemão. Espaço esse, imaginário, onde a falta de conhecimento das realidades vividas pelo outro traz consigo um deficit de representações que arrastam e alimentam os mal-entendidos.
De facto, nesta situação, é a língua que – através dos media que com a sua função política, penetram o imaginário e permitem a hegemonia ou a submissão político-cultural – se torna o veículo das mentalidades da época. Este projeto que desagua num trabalho analítico quer provocar uma rutura no preconstruído inerente à circulação ideológica e abrir caminho ao conhecimento mútuo.
–“YOLANDA”, de Ester de Sousa e Sá, pela Dra. Isabel Cristina Aluai de Araújo.
Aceitei fazer a apresentação do romance YOLANDA, de Ester de Sousa e Sá, pela admiração que tenho pela autora que sei ser uma amante das artes e literaturas, cujo percurso artístico tenho acompanhado ao longo dos anos.
Ester é uma mulher que causa impacto em quem a conhece não só porque é belíssima mas também pela sua determinação, resiliência e forma apaixonada como fala das coisas em que acredita, de que gosta e dos projectos em que se envolve. A palavra impossível raramente consta do seu vocabulário, pois para ela, tudo é possível quando nos dedicamos com alma e coração.
Ester tem uma vivência de África de 44 anos, tendo feito os seus estudos na antiga Rodésia. Depois do casamento viveu em Moçambique, Lourenço Marques até à descolonização, altura em que emigrou com a família para a África do Sul.
Desde que regressou a Portugal em 1996, dedica-se inteiramente às artes e literatura, tendo feito várias exposições a nível Nacional e Internacional, no campo da pintura. Para além dos livros que já publicou, tem ainda escrito vários contos, crónicas e poemas para algumas revistas culturais. Aliás, para a autora, a poesia é a voz da alma.
Na realidade este livro, YOLANDA, é já o seu quarto livro publicado, sendo o 2º romance escrito em Inglês. YOLANDA, cuja ilustração da capa é uma aguarela da autora, é um relato simples e ao mesmo tempo, intenso, mas optimista. Esta obra leva o leitor a questionar e a potenciar os seus próprios sentimentos enquanto acompanha o percurso de uma mulher inglesa, muito doce e sofrida, que perdeu o marido, mas que resolve dar um novo sentido à sua vida e procura Portugal para se reencontrar e se reabilitar física e emocionalmente.
Esta obra leva-nos, em simultâneo, a fazer uma viagem pela Costa Vicentina, dando-nos informação do ponto de vista cultural e patrimonial, com descrições arrebatadoras de paisagens e recantos do nosso Algarve. Eu diria que é um perfeito cartão de visita que leva Yolanda a ficar completamente seduzida pelos encantos de Portugal.
A forma como o livro está escrito, apela à reflexão e leva-nos a encarar o Amor e o Positivismo como os motores indispensáveis à superação das dificuldades com que nos deparamos e as alavancas que nos permitem erguer em momentos de sofrimento e de dor.
Em conclusão, trata-se de um livro escrito de uma forma inteligente, que quase nos obriga a não parar de ler, pois nos tornamos verdadeiros fans da personagem principal e torcemos pela sua felicidade, como se nós próprios estivéssemos a viver todos os momentos e a experienciar a ânsia de que tudo culmine num final perfeito.
YOLANDA, é uma lufada de ar fresco num mundo carregado de negativismo. Afinal quem não gosta de Happy Endings?
5 - . Léa Ferreira, romance "ESTRANGEIRA A MIM MESMA". O romance trata da história de Sophie Pereira, Nascida em França de pais portugueses emigrados nos anos 70, e que é uma jovem em busca de si mesma. Ao longo do romance, acompanhamos o seu dia-a-dia, o seu novo início em que vai ser confrontada com o seu passado e a sua dificuldade em lidar com as suas origens. É com uma pitada de humorismo que vamos assistindo às suas interrogações e ao desenvolvimento das suas relações. A sua história entrelaça-se com lembranças de familiares que emigraram nos anos 70 e explicita o que vivem os luso-descendentes dessa geração, como também trata da dura realidade dos jovens portugueses que, também hoje, são constrangidos a emigrar por causa da crise económica destes últimos anos.
MARIA ARCHER O LEGADO DE UMA ESCRITORA VIAJANTE, de Elizabeth Batistta, 2015, Lisboa, Fundação Prof Fernando de Pádua
Por Rita Gomes
A prof Doutora Elizabeth Batistta, uma das maiores especialistas sobre Maria Archer, cuja escrita foi tema da sua tese de doutoramento na Universidade de São Paulo, Brasil, vem agora neste livro publicar uma recolha do espólio de Maria Archer, com muita documentação inédita, à qual, cuidadosa e competentemente, dá tratamento científico, abrindo, assim, caminho a futuras pesquisas. Mas a obra, para além dessa vertente académica, permite-nos conhecer melhor a escritora, sensibiliza-nos para muitos episódios da sua vida, para muitas dificuldades e obstáculos, até para doenças que teve de enfrentar nos seu últimos anos no Brasil e em Portugal, e dá-nos conta do seu ativismo como feminista, para além da escrita, também como representante da Uniâo das Mulheres Democratas, filiada no Movimento das Mulheres Democratas Portuguesas, da qual foi eleita presidente.
Um livro essencial para conhecer o percurso literário e existencial de Maria Archer.
- MARIA ANTÓNIA JARDIM COM SIR FERNANDO PESSOA, EM PARIS!
De facto, não é todos os dias que se viaja com Fernando Pessoa e até à cidade da Luz! A Maria Antónia Jardim andou com Sir Fernando Pessoa debaixo do braço. Trata-se do meu romance, cuja 2ª edição esgotou agora, no passado mês de Outubro, aquando da apresentação do livro no consulado de Portugal em Paris.
Sir Fernando Pessoa já viajou comigo para o Brasil, para a Universidade de Santa Cruz, no rio Grande do Sul; para Porto Alegre, para a Feira do livro dessa linda cidade e já viajou comigo também até Bruxelas, onde foi muito bem acolhido na embaixada de Portugal, pelos alunos do Instituto Camões.
Para além da Maria Antónia escritora, A. Sinai, a pintora, também ela se passeou por Paris com F. Pessoa, o Mago. Um quadro que ilustra o primeiro Arcano do tarot de Marselha com um Pessoa androgeno, criativo, inovador, celebrando a “ Manicure” de Mário Sá Carneiro e infinito na mestria de criar possibilidades outras…
A meta de chegada foi o Carroucel du Louvre. Aí, F. Pessoa, o Mago, recebeu aplausos de jornalistas, críticos de arte, amigos e colegas artistas que por ali passaram…
Durante a viagem foi curioso notar a curiosidade dos funcionários do controlo alfandegário do aeroporto; queriam saber tudo acerca da pintora e do quadro, até os meus dados pessoais; o mesmo acontecendo num restaurante em St. Michel. No regresso, que vejo eu nas prateleiras do aeroporto de Orly? Revistas sobre Paris e com este Inquérito na capa: “ Les femmes au pouvoir, enfim?”
Talvez!
"O OVO DO SAGRADO FEMININO!, de Maria Antónia Jardim, 2015, Porto, Lápis Lazuli
apresentação de Maria Manuela Aguiar
Ao ler o livro de Maria Antónia Jardim, ( com um belíssio prefácio deIsabel Ponce de Leão, " Passaporte para a eternidade"), pensei, insolitamente, em Elizabeth Cady Stanton e no notável grupo de feministas, que, com ela ,ousaram redescobrir a Bíblia, libertando-a da sua questionável misoginia. Mulher e homem criados, simultâneamente, à imagem de Deus... A Woman´s Bible....O ovo do sagrado feminino é a história de Rubi, ( história), contada por um homem, cujo nome não nos é dado a conhecer, É uma fantástica aventura de descoberta das origens da vida, do amor, de um relacionamento de iguais na diferença, , mulher e homem, através de muitos "encontros desencontrados".
No princípio era Rubi, o mar, o Algarve, um dia de calor tórrido em Dezembro... Em oito vertiginosos capítulos uma mulher e um homem partem à descoberta mútua. É. preciso transformar a realidade em sonho, em vez de tornar o sonho a realidade. É Natal, para celebrar a vida. "É Natal, acabei de nascer", diz o homem... Na sua paixão por Rubi sente-se renascido.
Nascimento, descoberta... No enredo, presenças breves, significativas, de Pessoa, Fabergé, também de Florbela Espanca para conduzir, espiritualmente a caminhada dos amantes... "Talvez tivessemos de nos perder para nos encontrarmos".
Paris, Pessoa, Fabergé: Fabergé oferece a Pessoa o ovo "à la pendulette à serpent" - o relógio marca a hora 23. Assim, o encontro dos apaixonados será no Hotel de la Lys, 23, rue de la Serpent, Paris.
O caminho faz-se caminhando dentro do ovo, entre a clara e a gema, até chegar à essência: o amor A demanda chega ao seu termo, no quarto do pequeno "hotel de charme", naquela rua antiga, na hora certa. Enfim. o "encontro encontrado".
Uma forma única, onírica, arrebatadora de contar uma história de amor.Maria Manuela Aguiarhttp://www.blogger.com/profile/09250586936456169729noreply@blogger.com0