quarta-feira, 2 de junho de 2010

Seminário de NEWARK

MIGRANT WOMEN – THE MULTIMEDIA AS PLACES OF ACTION AND REPRESENTATION
The main goal is to create awareness among migrant women and men regarding gender stereotypes, sub-valorization or distortions and discriminations that affect the image of women in the communities’ media and generate ways to become conscious and denounce those situations – every time media don’t follow, indeed, the evolution of reality or don’t help its development, in this domain or in a dynamic perspective.
In order to prepare students, association members and journalists, we recommend a previous exercise of reading or listening to media programs/ shows of the Portuguese community or other foreign communities, as well as American, for a first comparative analysis of its content, in this specific area of influence.
Target public: College students; journalists, association directors
Documents to hand in: The Universal Declaration of Human Rights; Convention concerning elimination of all forms of discrimination against women; Practical Guide of Journalist (rights and duties, rules of behavior); Newspapers and taped local programs/ shows.
PROGRAM PROPOSAL:
1st Day
Opening: Seminar goals. Reference of past seminars that took place at University of Mass-Dartmouth and at Portuguese Association of Montreal, in 2009
Subject
“The gender question in the making and reading of the media”
Which making? (Priorities of media – general information, or specialized, preservation of connections with the country of origin, its cultural traditions, integration in the new country, provide public service, commercial goals?)
Which reading? (Exercises related with listening and watching media programs, social networks, and blogs). Correspondence with proprieties aimed?
2nd Day
1st Subject:
“Rules and limits of each type of media: what we can see and what we can expect trough a more active attitude from the women themselves (radio, TV, newspapers, social networks and blogs)”
2nd Subject
“The intervenient(s) – possibilities of access in the making and influence in the media and multimedia production by women; (from several generations) – introduction also the generational question in a specific community (from Nj?), and its instruments of “defense”, while consumers”.
PORTUGAL
Território e Cultura

"Fazei, Senhor, que nunca os admirados
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses
Possam dezer que são pera mandados
Mais que pera mandar, os Portugueses"

Há anos, um dos nossos grandes políticos, intelectual, professor catedrático, propôs que o Dia de Portugal passasse a ser aquele em que se comemora a batalha que consolidou no trono o primeiro rei, Dom Afonso Henriques, como sendo o dia em que, por esse facto, se abre o caminho à independência nacional.
Nunca me tinha encontrado em maior desacordo com ele - pessoa que estimo e admiro... A meu ver, uma Nação pode fundar-se em inevitáveis confrontos bélicos, mas é na vivência, na persistência, na cultura que se refunda, duravelmente, pelo que acentuar este último aspecto, sem desvalorizar o primeiro, só é de enaltecer...
Foi preciso, é certo, um território nosso para existirmos, mas a Nação construiu-se pela vontade política de sermos Portugueses, com a nossa língua, crenças, tradições, feitos e projectos colectivos, independência verdadeira (para dedidir, e "pera mandar", na expressão do Poeta), com a capacidade de continuar um percurso histórico, cada vez mais longo, cada vez mais disperso, pelas sete partidas do mundo, com uma presença universal encarnada em milhões de cidadãos expatriados...
"Portugal é mais uma cultura do que uma organização rígida".
Lembro-me de ouvir estas palavras do Dr. Francisco Sá Carneiro, em 1980. Ficaram comigo, para sempre, como uma síntese feliz do que somos e queremos ser: uma cultura em expansão - em comunidades situadas na geografia de todos os continentes. Uma língua das mais faladas a nível planetário, no século XXI, um elo de ligação entre povos que partilham passado, presente e, previsivelmente, partilharão futuro.
Por isso, mais do que guerras, confrontos, conflitos, dentro de fronteiras e no espaço de um império (que também os houve e foram uma parte do processo de "Expansão"...), o que perdura, como matriz deste Portugal maior, é a sua cultura e experiência de convívio com outras culturas.
Que imagem do País, captado nesta sua essência esplêndida e eterna, poderíamos nós encontrar, melhor do que a dos poemas Camões, melhor do que a da Diáspora - a dos portugueses habitam, ainda agora, muitos dos lugares do nosso mítico passado?
A proposta que comecei por referir é, afinal, bem característica de uma certa forma de insatisfação nacional, a obsessão da mudança pela mudança, ou de uma subserviente a imitação de exemplos estrangeiros. Tendo nós encontrado uma fórmula ideal de nos olharmos, de nos mostrarmos, de bem connosco e com os outros, no simbolismo do dia nacional, ainda assim havia quem quisesse uma alternativa, evocando querelas e pelejas entre mãe e filho, entre clãs da aristocracia da época, apartando a Galiza, hoje cada vez mais próxima, distanciando de nós, na celebração, a memória dos Lusíadas de tempos idos, e dos novos Lusíadas, os emigrantes do tempo que corre!
Não teve acolhimento a sugestão e, assim, Portugal continuará, de uma forma tão original e tão expressiva dos seus valores, a rememorar Camões e as Comunidades Portuguesas, a 10 de Junho.
E, como bem sabemos, os que tivemos, como eu tive, a sorte de viver esta comemoração, ano após ano, junto de muitas e diversas comunidades da Diáspora, a celebração é mais sentida, mais emotiva, mais agregadora, fora do próprio território pátrio do dentro dele.
Esta é para mim, por tudo isto, uma data muito especial, cheia de recordações e de saudades. Uma ocasião para dizer aos amigos do Brasil e de outras comunidades, que eles são, para nós, motivo de imenso orgulho e, sobretudo em momentos de assustadora crise e de incerteza, como os que atravessamos, uma razão de esperança!
É a hora de reler os versos do Poeta, e, nas suas palavras inspiradas, adivinhar ou buscar a profecia:
"Olhai como depois de um grande medo
Tão desejado bem logo se alcança".

Maria Manuela Aguiar