O propósito de uma exposição aberta unicamente a “Mulheres d’Artes” não é o de excluir, segundo o sexo - é, pelo contrário, o de procurar caminhos de compreensão e valorização mútua. O masculino vem, desde sempre, sendo padronizado - é o "paradigma", enquanto o feminino é visto como a alteridade. Todos os movimentos e práticas que contribuam para o reconhecer vão no sentido de um verdadeiro encontro de metades (ainda, em muitas domínios, a que o artístico, porventura, em alguns casos, não escapará), separadas, e, consequentemente, no sentido da expansão e universalização da nossa vida cultural.
Esta iniciativa poderá, assim, incitar à reflexão sobre condicionantes e estereótipos “sexistas”, sobre a relação entre “género” e formas de expressão da criatividade e do talento, sobre os modos de asserção do feminino” nesta área, mas nem por isso deixa de ser, antes do mais, um tempo para o convívio e para a revelação da excelência de tantas obras de arte que valem e se impõem por si próprias, sem olhar a quem, a nomes e a títulos.
O Museu Municipal de Espinho orgulha-se de acolher esta mostra inédita nas suas galerias, transfiguradas pela beleza e diversidade da Arte feita de muitas artes e artistas.
O meu “obrigada” às participantes, que vieram de norte a sul do País, e às autoras da ideia, surgida numa conversa a que assisti entre pintoras do Porto e Nassalete Miranda, uma conversa ocasional e breve, que espero venha, através das bienais, a converter-se num projecto com longo futuro.
Maria Manuela Aguiar
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