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> 1 - A sua deslocação ao Canadá insere-se nos “Encontros para a
> Cidadania: A Igualdade entre Mulheres e Homens nas Comunidades
> Portuguesas”. Como é que surgiu esta oportunidade?
>- Em concreto, onde e quando vai ocorrer o Encontro?
>2 - Tendo em conta que os Encontros para a Cidadania eram um ciclo a ser
> desenvolvido pela Direcação Geral dos Assuntos Consulares e das
> Comunidades Portuguesas entre 2005 e 2009, em que quadro se insere este prolongamento?
>3 - No que é que vai consistir este Encontro?
>4- Qual o objectivo principal da sua presença neste Encontro?
> 5- Qual a sua percepção das principais lacunas da comunidade portuguesa
> do Canadá no que concerne a estas questões da igualidade?
>6- Que outras iniciativas pretende fazer no futuro, envolvendo a
> comunidade portuguesa do Canadá?
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> --Cristina Alves
1 - É ainda a vontade de promover uma maior igualdade de género que move a Associação da Mulher Migrante na presente iniciativa. Uma maior participação feminina é essencial para as próprias comunidades portuguesas, como o Governo reconheceu ao patrocinar a nossa ideia, dando-nos meios que de outra forma não teríamos para nos lançarmos nesta autêntica campanha de mobilização, que conta sempre também com a responsabilidade de uma organização local. Aliás, a Mulher Migrante não foi a única ONG a integrar-se numa eficaz parceria pela parte do país. A Fundação Pro Dignitate da Drª Maria Barroso, a Universidade Aberta, a Rede Jovem para a Igualdade estiveram irmanadas em tudo quanto se fez!
O próximo seminário realiza-se na Casa do Alentejo, em Toronto, nos dias 22 e 24 de Outubro.
2 - Sim, na verdade estas iniciativas, voltadas para a área particular dos “media” - da imagem e da intervenção das mulheres migrantes através do jornalismo e dos jornalistas - podem considerar-se como uma maneira de prosseguir os “encontros para a cidadania”. Neste plano, visava-se incentivar a participação cívica das portuguesas no estrangeiro e, por isso, se procurou o envolvimento do mundo associativo, onde achamos que podem dar uma contribuição muito maior do que lhes foi permitido no passado. E como os “media” das comunidades são parte desse universo, oferecendo oportunidades muito específicas, propusemos como que um projecto com vida própria dentro do projecto global. E assim nasceu esta série de seminários paralelos, todos previstos para antes do congresso internacional de Espinho, que marcava o termo da parceria com a Secretaria de Estado, entre 2005 e 2009.
Apenas foi possível realizar o primeiro, na Universidade de Massachussets – Dartmouth, com uma rápida intervenção da Cônsul de Portugal, antes dessa data. Mas, como o interesse da programação se mantinha, a Secretaria de Estado aceitou a sua continuação. O segundo seminário foi em Montreal, em fins de Março de2009, também organizado pelo Consulado de Portugal e pelo Jornal Luso Press e o terceiro em Newark – igualmente uma parceria do Consulado e da universidade local. O de Toronto será, pois, o último, para fecharmos “com chave de ouro”!
3 – Cada encontro é diferente, à imagem de quem o organiza, embora a temática seja semelhante: uma análise da forma como a “media” vem tratando a mulher migrante e a sua inserção no interior da comunidade e da sociedade de acolhimento. Há os que o fazem já muito bem, outros ainda não… Queremos despertá-los, a todos, para a necessidade de ajustar as notícias à realidade, não”esquecendo” a vida e a obra das mulheres, quase sempre mais importante do que parece ou transparece nas páginas dos jornais, na rádio, na tv... E, por outro lado, dar conta do papel das mulheres jornalistas, que são cada vez mais e cada vez mais em postos relevantes.
4 – A organização cabe à Drª Humberta Araújo, que participou no seminário de Newark, e que procurará, certamente, chamar ao debate jornalistas, mulheres e homens, dirigentes associativos e, de um modo geral, as pessoas que se interessam por estas matérias. A ideia é não só saber o que se passa em Toronto, mas o que pode mudar – a mudança é o objectivo principal de todos estes projectos. Um “brainstorming”, par abrir novas perspectivas! Um debate aberto, franco, informal, motivador.
5 – De Portugal há sempre alguém das instituições que compõem a parceria que deve estar presente, para poder intervir, dar conta dos objectivos das acções, “fazer a ponte” entre elas e apresentar relatórios ao Governo, que as tem apoiado tão fortemente.
Cabe-me a mim, em Toronto, esse agradável trabalho, que faço com gosto.
6- A perfeição não foi atingida em parte alguma, mas, no que respeita à participação das mulheres portuguesas, julgo que Toronto e, em geral, o Canadá dão muito bons exemplos – sobretudo a nível do associativismo jovem.
E no jornalismo não poderemos nunca esquecer Málice Ribeiro, uma verdadeira pioneira, um brilhante paradigma feminino de capacidade de intervenção cívica, de coragem e de força anímica! Vamos justamente, por iniciativa da Drª Humberta, prestar-lhe a nossa homenagem. Ela foi, também, fundadora e grande animadora da Associação Mulher Migrante. Está sempre presente no nosso pensamento.
7 - Numa fase, em que um determinado programa termina, mais do que apresentar sugestões o que pretendo é ouvir as pessoas e procurar corresponder ao que elas quiserem. Podem contar não só comigo, com a minha disponibilidade, mas connosco, Associação voltada para as questões da emigração e para os problemas de mulheres e de homens, que sempre tratamos por igual, trabalhando lado a lado.
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