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segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Autarca durante 11 anos concorre agora às Legislativas de França Alexandra Custódio é candidata a deputada para a Assembleia Nacional francesa
Após sete anos como conselheira municipal na Câmara de Saint-Étienne, a portuguesa Alexandra Custódio aceitou abraçar um desafio maior: a Assembleia Nacional Francesa. E pela primeira vez, é candidata às eleições legislativas em França, pela circunscrição de Saint-Étienne (perto de Lyon) nas listas da UMP, o partido do Presidente Nicolas Sarkozy.
A entrada na vida política foi para Alexandra Custódio, uma “consequência” do seu trabalho
associativo. Era vice-presidente da Associação Cultural Portuguesa de Saint-Étienne e em 2001 o presidente da Câmara convidou-a a concorrer às eleições autárquicas. Aceitou, por achar que “era um sinal de reconhecimento em relação à nossa comunidade”, como afirmou a O Emigrante/Mundo Português. O seu partido venceu as eleições e Alexandra foi durante sete anos, conselheira municipal. Trabalhou no processo de geminação da cidade de Saint- -Étienne com Oeiras e dinamizou vários projetos de intercâmbio entre as duas cidades.
Natural de Tavira, Alexandra Custódio tinha seis anos quando chegou a França com os irmãos e com a mãe, ao encontro do pai. Esteve sempre ligada ao associativismo português, por ter crescido a ver o pai trabalhar no meio associativo. A nível profissional, é diretora financeira numa empresa
em Saint-Étienne e tem ainda um gabinete de contabilidade e gestão.
É também presidente do Portugal Business Club de La Loir e diretora do Business Club de Lyon e defende a importância dos empresários portugueses radicados nas comunidades que afirma serem
“uma mais valia que Portugal não sabe aproveitar”. “Eles são uma plataforma natural para a
entrada dos empresários portugueses no mercado francês e ainda para o investimento dos
empresários franceses em Portugal”, afirmou a este jornal.
Agora, nesta nova etapa da sua vida política, Alexandra Custódio espera contar também
com os votos dos luso-decendentes e dos portugueses com nacionalidade francesa, que podem
votar nas Legislativas deste ano, apesar de ser “muito difícil mobilizar os compatriotas”.
“Os autarcas franceses não sabem aproveitar a força da comunidade portuguesa, mas também muito por conta da própria comunidade, que não se impõe politicamente”, alerta,
defendendo que o universo cultural e associativo português poderia dinamizar mais a
participação política lusa.
Mostra-se confiante na sua eleição “já à primeira volta”, a 10 de junho (a segunda volta acontece no dia 17), mas diz que o resultado das eleições presidenciais - que decorrem a 22 de abril e 6 de maio - terão muita influência sobre legislativas.
Se for eleita, afirma que será “uma deputada de França”, mas sabe que ira passar “uma imagem de sucesso e relevo da comunidade portuguesa”.
“Não serei deputada de uma comunidade e sim do meu círculo eleitoral, mas levarei comigo as mais-valias de minha cultura portuguesa”.
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