quinta-feira, 1 de março de 2012

COMUNICAÇÃO DE DEPUTADO CARLOS PÁSCOA

O tempo e os modos de viver a Cidadania

Para falarmos em viver a cidadania precisamos começar
por definir o que é cidadania.

Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da
sociedade para melhorar sua vidas e a de outras pessoas.
Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais
necessitam.

A cidadania deve ser divulgada através de instituições
de ensino e meios de comunicação para o bem estar e
desenvolvimento da nação.

A cidadania consiste no simples gesto de não jogar papel
rua, não sujar os muros, respeitar os sinais e placas,
respeitar os mais velhos (assim como a todas as outras
pessoas), saber dizer obrigado, desculpe, por favor
e bom dia quando for o caso … até saber lidar com o
abandono e a exclusão de pessoas necessitadas, o direito
das crianças carentes e outros grandes problemas que
enfrentamos em nosso país.

Como surgiu a cidadania?

A ideia de cidadania surgiu na Idade Antiga, após Roma
conquistar a Grécia (séc. V d.c.), se expandindo para
o resto da Europa. Apenas homens (de maior) eram
cidadãos. Diminuindo assim a ideia de cidadania, já que
mulheres, crianças, estrangeiros e escravos não eram
considerados cidadãos.

Na Idade Média (2ª era – séc. V até XV d.c.), surgiram na

Europa, os feudos (ou fortalezas particulares). A ideia
de cidadania se acaba, pois os proprietários dos feudos
passaram a mandar em tudo, e os servos que habitavam
os feudos não podiam participar de nada.

Após a Idade Média, terminaram-se as invasões Bárbaras,
terminando-se também os feudos, entrando assim, em
uma grande crise.

Os feudos se decompõem, formando cidades e depois
países (os Estados Nacionais).

Entra a 3ª era (Idade Moderna – séc. XV ao XVIII d.c.). Os
países formados após o desaparecimento dos feudos
foram-no em consequência da união de dois grupos: Rei e
a Burguesia.

O Rei mandava em tudo e tinha um grande poder, graças
aos impostos que recebia. Com todo esse dinheiro nas
mãos, o Rei construía exércitos cada vez mais fortes, além
de dar apoio político à Burguesia.

Em consequência dessa união, a Burguesia ficava cada
vez mais rica e era ela quem dava apoio económico aos
Reis (através dos impostos).

Com o tempo o Rei começou a atrapalhar a Burguesia,
pois usava o poder para manipulá-la. A Burguesia ficava
cada vez mais rica e independente, vendo o Rei como um
perigo e um obstáculo ao seu progresso. Para acabar com
o Absolutismo (poder total do Rei), foram realizadas cinco
grandes revoluções burguesas:

- Revolução Industrial

- Revolução Filosófica (Iluminismo)

- Revolução Francesa

- Independência dos Estados Unidos

- Revolução Inglesa

Todas essas cinco revoluções tinham o mesmo objetivo:
tirar o Rei do poder.

Com o fim do Absolutismo, surge um novo tipo de Estado,
o Estado de Direito cuja principal característica é: “todos
têm direitos iguais perante a Constituição”, ocorrendo
assim, uma grande mudança na Cidadania.

A Burguesia precisava do povo e o convencia de que
todos estavam contra o Rei e lutando pela igualdade.

Acontece a grande contradição: Cidadania X Capitalismo.

A Cidadania é a participação de todos em busca de
benefícios sociais e igualdade, a sociedade capitalista se
alimenta da pobreza.

Começaram a ocorrer pressões contra os capitalistas por
parte dos trabalhadores, que visavam uma vida melhor e
sem exploração no trabalho.

Da função de político, o homem passa para a função de
consumidor, o que é alimentado de forma acentuada pela
mídia.

Isso se mantém até aos dias de hoje (ideia de consumo).
Para mudar essas ideias, as pessoas devem criar seus
próprios conceitos e a escola aparece como um fator
fundamental.

Na evolução dos tempos a Cidadania foi ajustando o ser
humano proporcionando-lhe qualidade de vida.

Para terminar gostaria de deixar uma mensagem aos
jovens.

Caros jovens, não permitam que a ideia de que somos
desinteressados da realidade em que vivemos se prolifere:
levante, lute e combata.

Enquanto houver uma criança passando fome, um idoso
abandonado, um jovem que não se levanta para que
um idoso se sente nos meios de transporte, enquanto
não tivermos o hábito de dizer bom dia e obrigado, não
teremos Cidadania.

Conquiste seu título honroso de cidadão combatendo
as atrocidades que se alastram pela nossa sociedade.
É através da Cidadania que alcançaremos uma melhor
qualidade de vida.

Maia, 26 de Novembro de 2011

Carlos Páscoa
Deputado à Assembleia da República

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