COLECTIVA DE PINTIRA E DE ESCULTURA
FEMININO PLURAL
A Arte é o maior espaço de diálogo entre povos e suas culturas.
A Arte é embaixatriz de sentires e de olhares, em movimento cruzado de
gestos intemporais, de palavras desenhadas em pautas, em palco e no
teclado e de metáforas filmadas e esculpidas em barro e em bronze.
A Arte dança em verso e nas telas, e senta-se à mesa com todos os que
levam no bolso um poema e os que abrem a janela ao pôr-do sol.
A Arte de 30 mulheres pintoras e escultoras junta-se neste final de
Outono 2011 no Forum da Maia, no âmbito do 3º Encontro Mundial de
Mulheres Portuguesas na Diáspora, a todas as outras artes da palavra e
da intervenção social e profissional de centenas de mulheres lusas em
partilha policromática de múltiplas formas e texturas.
Esta exposição, que dá pelo nome sugestivo Feminino Plural acontece na
certeza de que é pela Cultura que tudo se combate, da exclusão social à
intervenção política. E acontece pela primeira vez neste âmbito, o que
significa um passo em frente nos propósitos das mulheres da diáspora.
Mulheres portuguesas que mostram a sua arte fora do País, umas
já radicadas há décadas no estrangeiro, como a surrealista Isabel
Meyrelles outras que adoptaram a geografia portuguesa, como a
brasileira “naíf”Constância Néry, a espanhola Ana del Rio, a columbiana
Angela Mathias ou a moçambicana Elsa Lé, mas todas a teimarem nesta
linguagem universal que é a Arte.
Sentir a Cultura impõe-se hoje mais do que ontem e, inevitavelmente,
menos do que amanhã.
Precisa-se sentir a Cultura em crescendo, de mãos dadas e em colectivo
de responsabilidade para com o futuro – esse futuro que começa sempre
no momento.
Sentir a Cultura sem preconceitos, sem barreiras e sem fronteiras é
olhar mais além, é criar raízes de desenvolvimento e de modernidade.
Sentir a Cultura como elemento humano, como um órgão vital da
civilização e da independência dos povos é trabalho de todos e de cada
um.
É neste sentir e empenho em afirmar Portugal pela Cultura que
dizemos PRESENTE: as artistas plásticas, as, e os, participantes no
Encontro, a Associação da Mulher Migrante, a Secretaria de Estado das
Comunidades Portuguesas e a Câmara Municipal da Maia.
Como é “pelo sonho que vamos” é aí, no sonho, que os nossos encontros
e reencontros estão marcados, porque sabemos que onde está uma
portuguesa está um mundo multifacetado de saberes, que áss vezes só
necessita de uma pequena oportunidade para os mostrar.
A História dos povos faz-se assim, de iniciativas que revelam
criatividade, inovação, algum arrojo e uma vontade férrea de fazer
caminho em que os obstáculos são torneados com a solidariedade,
generosidade e sentido de responsabilidade colectiva para o futuro.
Agradeço reconhecida, não só enquanto comissária desta exposição
mas sobretudo como portuguesa, a generosidade de todas as artistas
plásticas que integram esta mostra que pode ser vista e sentida
entre “sorriso” maiatos até 31 de Dezembro.
Nassalete Miranda
Comissária
Directora do jornal cultural “As Artes entre As Letras”
Maia, 24 de Novembro 2011
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