Como se fundaram as Academias do Bacalhau em Portugal?
A primeira Academia a ser fundada fora do continente africano, foi a Academia do Bacalhau do Funchal,
na Ilha da Madeira, no dia 10 de Julho de 1987.
Depois, outras se seguiram: Lisboa; Porto; Algarve; São Miguel; Costa do Estoril; Estremoz; Viseu; Aveiro;
Braga; Terceira; Coimbra; Faial e Setúbal.
PERMITAM-ME AGORA QUE REFIRA DE UMA MANEIRA MUITO ESPECIAL A MINHA MUI BRIOSA E
TRIPEIRA ACADEMIA DO BACALHAU DO PORTO, FUNDADA EM 16 DE SETEMBRO DE 1989.
ACADEMIA DO BACALHAU DO PORTO
Uma Receita de Sucesso.
A Academia do Bacalhau do Porto, há 22 anos a semear amizade, solidariedade e portugalidade, é hoje
uma Academia exemplar em Portugal e no mundo e uma referência cultural e filantrópica no distrito e
que apesar da crise não pára de crescer pois está perto de atingir 300 associados efectivos (Compadres e
Comadres) .
O ano passado bateram-se todos os recordes no que diz respeito a presenças nos Jantares-Tertúlia da Academia
do Bacalhau do Porto, com os dados oficiais a apontarem para uma média mensal de 140 compadres e comadres,
número este que significa um aumento de cerca 540 por cento face ao período compreendido entre 1996 e 2005.
A justificação para este crescimento sustentado deve-se à introdução de um conceito trazido do meu mundo
empresarial, ou seja, uma Gestão Por Objectivos, bem como um princípio que sempre me acompanhou e o
qual procuro passar aos mais novos, incentivando-os a sair da vulgaridade, como forma para alcançarem
sucesso nos seus projectos de vida.
“Sair da vulgaridade é fazer e ser diferente no sentido positivo”.
E, a verdade é que na Academia do Bacalhau do Porto, têm-se introduzido coisas novas, nomeadamente
a criação inédita de Vice-Presidências importantes tais como: Área da Saúde (Vasco Gama, médico
cardiologista e Director da Cardiologia do Centro Hospitalar de Gaia e Luís Ferraz, médico urologista e Director
de Urologia do mesmo Hospital); Área Cultural (Delfim Sousa, Director da Casa Museu Teixeira Lopes,
Nassalete Miranda, professora universitária e Júlio Couto, escritor); Área da Juventude (Francisco Rodrigues,
engenheiro, Marisa Pinho jornalista e Nuno Nóbrega, gestor); Área Jurídica (Rui Duarte e António Duarte-
advogados), sempre disponíveis quando solicitados, a prestarem a sua melhor ajuda a Compadres da nossa ou
doutras Academias do país e do estrangeiro,
A «receita» para o invulgar crescimento desta Academia está assim relacionada com a visão estratégica
de juntar à vertente de tertúlia, a vertente cultural, tornando os Jantares-Tertúlias mais apelativos por
força da presença de reconhecidas personalidades das mais diversas áreas, da saúde à economia, passando
pelo mundo académico, cultural, desportivo ou social, as quais apresentam interessantes e úteis palestras
subordinadas a temas das suas especialidades.
Mas, a mais importante e eficaz “receita” para o sucesso da Academia do Bacalhau do Porto, reside na
motivação, empenhamento e esforço colectivo daqueles Compadres e Comadres que me acompanham e
sentem o verdadeiro espírito desta Academia.
E permitam-me citar Aquilino Ribeiro, ”como quem alcança, não cansa”, vamos continuar nesta rota com
o mesmo, senão com redobrado entusiasmo e trabalho de equipa cada um dando o seu melhor para ajudar,
dentro das nossas possibilidades, os mais desfavorecidos tendo como prioridades Centros de acolhimento de
crianças, Lares para a terceira idade e Instituições Sociais que mitigam a fome a quem, sem culpa própria,
nada tem para comer.
Quanto à integração da Mulher neste movimento, há que reconhecer que numa primeira fase a necessidade
de se reforçarem os laços de fraternidade entre os portugueses, conduziu à criação das Academias muito
à semelhança dos clubes masculinos de influência anglo-saxónica. Torna-se claro que a Mulher não teve,
no início, uma presença constante nas primeiras tertúlias das Academias, situação que só ocorreu anos
mais tarde e duma forma progressiva, como aconteceu na Academia do Bacalhau do Porto, com alguma
resistência inicial, mas que acabou por singrar e este exemplo foi a pouco e pouco seguido pela maioria das
outras Academias. No que me diz respeito valeu a pena tal esforço e luta.
Mas para evitar confusões e más interpretações até já foi aprovada em Congresso Mundial uma moção
segundo a qual a mulher pode ocupar quaisquer lugares nos Órgãos Sociais das Academias, desde que
seja Comadre efectiva o mesmo é dizer, Comadre de pleno direito, ficando assim bem claro que os corpos
dirigentes não estão apenas destinados aos homens, pois as Academias do Bacalhau, não são nem nunca
serão “clubes machistas” sendo necessário e prioritário desmistificar, de uma vez por todas, esta absurda
ideia.
As senhoras, designadas Comadres sempre tiveram lugar nas Academias desde a saudosa Amália
Rodrigues, Vera Lagoa, a outras que até fizeram parte de Governos como a distinta Comadre Manuela
Aguiar, aqui presente e muitas mais.
Felizmente que a maioria das Academias soube interpretar correctamente estes princípios e até algumas,
como por exemplo a de Toronto, que tem como Presidente uma Comadre ou como a do Porto, que integra
nos seus Órgãos Sociais Comadres, Nassalete Miranda e outras, exemplares no bom desempenho das suas
funções, bem como na construção da boa imagem que hoje a nossa Academia desfruta em Portugal e no
mundo. Quem assim não pensa nem procede, não está a interpretar correctamente o verdadeiro espírito das
Academias, num mundo onde a Mulher desempenha cada vez mais, importantes papéis em todas as áreas.
Concluindo, “a presença da mulher é absolutamente necessária e imprescindível em todas as Tertúlias e
não somente, como algumas Academias permitem, nos Jantares de Natal ou Aniversários” pois à mulher
se deve, a consolidação de ligação do núcleo familiar a Portugal no que respeita: à preservação da língua
portuguesa ensinada e falada em casa; aos costumes portugueses (religiosos, gastronómicos, etnográficos,
etc); à transmissão de valores e princípios educacionais, bem como, à prática de economia familiar de
poupança.
BEM-HAJA POIS A TODA AS COMADRES DAS ACADEMIAS DO BACALHAU DO MUNDO
Termino afirmando “em primeira mão” que face à gravíssima situação com que estamos confrontados a
SOLIDARIEDADE DA ACADEMIA DO BACALHAU DO PORTO DECLAROU GUERRA SEM TRÉGUAS CONTRA A
CRISE.
Muito ainda ficou por dizer mas saúdo-vos pela paciência e generosidade com que me ouviram.
MUITO OBRIGADO E APROVEITO A OPORTUNIDADE PARA A TODOS VÓS E VOSSAS FAMÍLIAS,
DESEJAR UM BOM NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO, COM MUITAS SAÚDE, PAZ E SUCESSO.
César Gomes de Pina
Maia, 25 de Novembro de 2011
“Papel da Mulher na Integração Social nas Academias do
Bacalhau no Mundo”
Dr. César Gomes de Pina
APRESENTAÇÃO DO ORADOR
Para nos falar deste interessante tema e deste curioso movimento
filantrópico, genuinamente português, nascido há quase meio
século na África do Sul e hoje espalhado pelos quatro cantos do
mundo vamos conversar com Dr. César Gomes de Pina, Gestor
Empresarial, que desde 2006 é o Presidente da Academia do
Bacalhau do Porto e sem dúvida o seu grande impulsionador ao
longo destes 22 anos de existência.
Homem determinado e amigo do seu amigo, considera que a
Presidência da Academia, nunca foi um simples “hobby”, mas
sim uma verdadeira paixão e a experiência mais gratificante e
enriquecedora da sua vida.
Com a muita dedicação, amor e entusiasmo contagiante, conseguiu
através duma correcta Gestão Por Objectivos e num esforço
colectivo com todos os associados, fazer da Academia do Bacalhau
do Porto, uma Academia “exemplar em Portugal e no Mundo”, bem
como uma referência cultural e de solidariedade do Distrito do Porto,
tendo sido recentemente distinguida com o Troféu Portugalidade e
Solidariedade.
O Dr. César Gomes de Pina, foi Capitão Miliciano em Moçambique
e findo o seu serviço militar, professor do Ensino Secundário em
Lourenço Marques e Gestor duma multinacional americana.
Após a descolonização e depois duma breve passagem pela África
do Sul, ao serviço daquela empresa, regressou definitivamente
a Portugal com sua esposa e dois filhos, tendo exercido como
professor do ensino secundário nos Liceus de Guimarães, Gaia e
Espinho, antes de ingressar como Gestor Comercial e de Marketing
no Grupo Amorim durante cerca de 20 anos, ao fim dos quais se
reformou, dedicando-se a tempo inteiro de “alma e coração” à
Academia do Bacalhau do Porto em particular e ao movimento das
Academias do Bacalhau no mundo em geral.
Sem comentários:
Enviar um comentário