quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

MARCIE PONTE - WORKING WOMEN COMMUNITY CENTRE COLÓQUIO DE TORNTO

Texto Marcie Ponte - Este resumo foi feito baseado em notas de Felicidade Macedo).

O WORKING WOMEN COMMUNITY CENTRE continua a reforçar e a alargar as áreas de intervenção e de apoio aos imigrantes e emigrados portugueses, a desenvolver novos serviços e a dar respostas às necessidades dos portugueses/as, na sua maioria açorianos/as, sempre dentro de uma perspectiva de integração, cooperação e de desenvolvimento, em parceria com outras organizações, associações, instituições comunitárias sociais na área metropolitana de Toronto. Faz lobbying e networking em todo o Ontário e Canadá, trabalhando para uma maior consolidação e alargamento de
redes para melhor responder às necessidades dos imigrantes e emigrados. São vários os programas oferecidos, sendo os principais os seguintes para a comunidade portuguesa:

1) O programa de explicações e de mentorado ON YOUR MARK
Visa reduzir o abandono escolar e facilitar a entrada no ensino superior aos jovens luso-canadianos, com tutores voluntários, e em parceria com as direções e delegados escolares e organizações comunitárias.

2) HIPPY: Formação para pais usando o modelo “Training-the-Trainer”
Visa a formação de um grupo de mães em diferentes bairros da cidade, em parceria com organizações de bairro comunitárias e de proteção à criança, bibliotecas públicas e igrejas. Elaboram-se estratégias diversificadas e ações de formação ao domicílio sobre o papel dos pais na educação, desenvolvimento e comportamento dos filhos a fim de facilitar a preparação pré-escolar.

3) Ontario Works: Programa em parceria com o Ministérios dos Serviços Sociais.
Visa os utentes de serviços sociais, para os ajudar a regressar ao mercado de trabalho, facilitar a inserção social, profissional e laboral dos imigrantes através de ações de formação e de desenvolvimento das capacidades académicas ou de treino no local de trabalho. Neste contexto, foram muitas as mulheres, e alguns homens portugueses, que aumentaram significativamente a sua qualidade de vida e a das suas famílias.

4) Grupos de apoio: Mulheres Portuguesas em Transição, Querer é Poder, Educar Educando-se, e Simplesmente Amigas.
Estes 4 grupos de apoio às mulheres dão formação em liderança, participação cívica e cidadania e investem no combate à exclusão social e na igualdade de género e de oportunidades. Oferecem também um espaço seguro onde partilham as suas experiências, promovem a difusão de casos de sucesso, a sensibilização e a prevenção na saúde, pela provisão de programas como: ginástica, ioga, dança, trabalhos manuais, leitura, natação e arte. Respondem a convites académicos frequentes para participar na área da pesquisa, promovem a açorianidade, a conservação da língua e cultura portuguesas, campanhas de informação e sensibilização aos direitos e deveres das mulheres por meio de folhetos informativos e a integração nas atividades de outros grupos de mulheres, tais como os cursos de iniciação aos computadores, oferecidos por Mulheres 55+.

5) A Arte de Aprender
É um programa de integração internacional para jovens que visa dar-lhes um maior conhecimento global e de cidadania.

6) Vários projetos e parcerias com os meios de comunicação, nomeadamente, a rádio CIRV FM e a televisão, Festival Portuguese TV e ainda o, em 2010, com o Consulado-geral de Portugal em Toronto, no âmbito do Ano Europeu para o Combate à Pobreza e à Exclusão Social. E ainda com o Congresso Nacional Luso-canadiano e a OCASI (Ontario Agencies Serving Immigrants and Refugees), organismo de cúpula provincial que representa mais de 200 organizações comunitárias.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS DE VIDA Portuguesas da Argentina - introdução de ARCELINA SANTIAGO-

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INTRODUÇÃO
 
Histórias de Vida foi o primeiro Projeto da Associação Mulher Migrante em terras da Argentina. Com ele pretendia-se homenagear as mulheres da diáspora nos novos mundos que desbravaram de forma tão corajosa. São um testemunho precioso para a compreensão do fenómeno migratório no feminino, naquilo que ele tem de mais profundo e intimista. Através destes relatos, simples, genuínos, obtivemos a grande dimensão desta longa, contínua e imensa caminhada por novos mundos.
Cada historia de vida é, por si só, intensa na carga emocional que dela emana. Nelas estão presentes momentos especiais, os mais emocionantes, os mais marcantes, da vida de cada viajante.

Juntando as várias estórias, poderemos obter uma narrativa global, preenchida por sentimentos e vivências que identificam a trajetória de vida das mulheres da diáspora. Elas foram e são as verdadeiras heroínas desta narrativa da emigração.

Em todas as histórias podemos deparar com os mais variados sentimentos: expectativa, esperança, medo, angústia, mas é comum nelas o desejo de proporcionar harmonia familiar e uma vontade imensa de vencer e ser feliz. Como muitas referem, enfrentar as adversidades por mais duras que fossem, permitiu-lhe saborear as vitórias com outro sabor. A valorização do colectivo, expresso nas associações que ajudaram a erguer e a vingar, permitiu-lhes amenizar o desafio que é viver num país estranho. Mas em todas está subjacente o sentimento - peculiar do povo português, povo de partida que sonha com a chegada - a saudade pela família, pelos amigos, pelo país que deixaram e que permanece sempre no seu imaginário. Ele continua sempre presente e a forma de o manter vivo foram e são as iniciativas que as mulheres organizaram e ainda organizam para perpetuar a sua língua, os costumes, e as tradições portuguesas. Graças a elas, a identidade do país que nunca esquecem, permanece e perpetua-se nas gerações seguintes44

Arcelina Santiago



SABORES E OLORES QUE PERDURAN NA MEMORIA


Lentamente abri el “papel de manteca” con el que un mes antes había envuelto al “bolo de mel” recién horneado.
La Natividad había llegado y estaba listo para llevarlo ala mesa y compartirlo com mi família.
Eso color oscuro que le daba la miel de caña y el aroma de las especias, que al abrir el papel podá oler y percibir, hicieron que mis recuerdos me llevaran a mi infancia.
Habiamos llegado de Portual, más precisamente de Madeira, dejando todo o casi todo, nuestros abuelos, tíos, primos, nuestros vecinos, la casa, la “ribeira”, las montañas, el mar, que desde esta orilla parecia que nos separaba aún más.
Muchas veces había oído decir a mamá – si no fuera por el mar volvería caminhando.
Tal vez para mitigar tanta “saudade” mamá sempre hablaba de Madeira y papá contaba historias a veces fantásticas que nosotros los chicos escuchábamos com tanto interés como el mejor cuento de la literatura.
Pero lo más cercano, lo “palpable” de los recuerdos, era la cocina.
Hoy fue fácil para mi conseguir la miel de la caña para el “bolo de mel”; pero recuerdo a mamá caminhando y perguntando por todos los negócios posibles en su “portuñol”: “Tiene miel de cana?”
Y su cara de desencanto cuando le respondían – No, no hay. Será difícil conseguir por aqui.
Hasta que un día alguien le dijo – En la feria de Liniers, ( hoy desaparecida) casi seguro podrá conseguirla.
Desde esse día no falto el “ Bolo de mel” en nuestra mesa de “Natal”.
Lo compartíamos com nuestra família y nuestros compatriotas que venían a saludarnos y como alguien dijo alguna vez “ por una escassez de família éramos todos primos”.
Junto com el Bolo (que como en un ritual se cortaba com la mano) se servia – a falta de vino Madeira – una copita de vino dulce y se brindaba por la salud de todos los presentes y de los que quedaron allá del outro lado del Atlántico y por el deseo íntimo de volver algún día.
También cocinaba “as broas”, unas masitas de miel com las que esperaba a los amigos portugueses y parientes que por no saber ler ni escribir, le único contacto com sus seres queridos era a través de las cartas que mamá escribía respondendo a las que le traían para que les leyera.
Cuantas lágrimas he visto derramar sobre la mesa del comedor de mi casa!Algunas veces de alegría, mirando alguna fotografia que acababan de recibir, de un bebé recién nacido o el casamento de la nena que habían dejado años atrás jugando com muñecas y hoy convertida en mujer- Otras veces de tristeza por quien partió y ya no volverán a ver, quebrando para sempre la ilusión.
Muchas veces, como un acto de respeto, tan común en el Pueblo português, le entregaban a mamã sus próprias cartas sin abrirlas, depositando en ella toda su confianza. Y yo veo a mamá com su tijerita de recortar los bordados abriendo esas cartas y la mirada ansiosa de su portador.
Hoy pienso en esa solidaridar de mamá y cobra la dimensión real de esse valor. No había outra alternativa de comunicación, de manterner los lazos y las raíces vivas de quienes partieron y quienes quedaron a la espera de noticias y ciento un gran orgullo por ello.
Siempre fue la comida la que tenía el poder de transportarnos, la de hacernos sentir que Madeira no estaba tan lejos. El “bacalao” y el “grão de bico” que ponía a remojar la noche anterior para la Semana Santa. La “caldeirada” para quitarnos el frío en las noches de invierno. El Cocido a portuguesa que llevaba casi una semana prepararlo porque mamá dejaba en sal las carnes de cerdo, que le daba un sabor increíble. Hoy siento que era un sabor increíble… porque cuando era niña quería comerlo.
Cuánto daría por tener a mi mamá cocinando para mi esse “cocido a portuguesa”, el bolo o el bacalao de Natal!...
Y el vino!... Lo veo a papá llegando a casa com un cajón de uvas y, nosotros prévio lavado de pies, pisando uvas en un intento de hacer vino, tal como lo hacían en Madeira, despúes de la vendimia. Para ello, se reunían en casa de compadre, del cuñado e en la própria, convertido en un día de fiesta y solidaridad para hacer el vino. Que luego guardaban como el más preciado de los tesoros en sus bodegas.
La cocina fue y es aqui en Portugal para nosotros portugueses, tal vez, la excusa más importante para reunirnos.
En Portugal “as desfolhadas” cuantos parientes , vecinos y amigos se reunían a deshojar las parras para que las uvas maduren más rápido, “a morte do porco” (la matanza del cerdo) que habían engordado y le darían la carne y susu derivados para todo el año. La cosecha de la uva, la elaboración del vino.
Si me remonto más atrás aún, la molienda del trigo en el molino de mi abuelo…
Aquí en Argentina, en nuestras instituciones nos reunimos y revitalizamos no solo nuestra cultura culinária, sinto también nuestro idioma, nuestra idiosincria, mantenernos vivas nuestras tradiciones y la gran excusa es la COMIDA! Es un bagaje de Saudade que transportamos en nuestra memoria y contcta con nuestras raíces, se expande y envuelve com sus aromas y sabores, no solo a portuguesa, sino como era un acto de agradecimento por la hospitalidade y generosidade de esta tierra a nuestros hermanos argentinos, haciéndolos partícipes de esos sabores y olores que invades nuestro corazón y nos llena de dulce nostalgia.
- Abuela, cuándo vas a traer el bolo?
La vocecita de mi nieto me trajo outra vez de vuelta a mi presente. Lo miré sonriendo y penseé… La vida continúa como continúa nuestras tradiciones y costumbres apuntalándonos con lazos indestructibles.
Katryna
Reseña de vida DE MARIA DE LURDES VAS GERALDES
Estimados leitores: cuando lena estas líneas, podrán dimensionar lis sentimientos, la angustia y las necesidades que debe sufrir un ser humano que decide emigrar para un país desconocido.
Son pocos ( y no és mi caso) aquellos que transladaron sus vidas y la de sus seres queridos y en poco tiempo conseguiron mejorar su situación sócio-económica. Lá gran mayoría de los inmigrantes fueron recluidos pará-los peores lugares de trabajo, con indigna remuneración, pésima vivienda y ningún tipo de asistencia estatal.
Solo nuestros brazos consiguieron que la comunidad portuguesa, en cualquier lugar que habite de la Argentina, sea un ejemplo de laboriosidade y progreso.
Aquí voy a relatar mi história que parece un triste invento pero és realmente la história de mi vida en la Argentina.
Partimos de Portugal en el día 10 de diciembro de 1950 a bordo del vapor "Entre Ríos", mi padre Eduardo Vaz y mi madre , Gloria Geraldes, mi germano Manuel, de 11 años, y Maria Concepción de 6 años. El viaje fue normal, a pesar de la falta de costumbre.
La esperanza de un menor porvenir nisso empujó para estas tierras, donde llegamos el 25 de diciembre de 1950. Aquí nos esperaba un tío de mi madre que había insistido para que nosotros hiciéramo el viaje.
En pocos días, conocimos nuestra primeira gran tormenta en esto suelo encantado, nos trasladábamos en tren pará-la ciudad de Zárate y de allí durante una noche tormentosa y triste nos llevaron en lancha hasta , lo que más tarde supimos que eran , las "Islas del Paraná de las Palmas".
Todavia sin recuperarnos del interminable viaje por mar, estábamos submergidos en un río tenebroso, turbio y profundo. En una de las islas de eso río vivimos muchos años, los años más penosos de mi vida y de mi família. Al início fuimos recibidos con bastante amabilidad por la família de mi tío, dueño de aquella isla de cerca de 120 hectares, en la cual también habitaban en sítios mas distantes, sólo dos familiares mas.
Al día siguiente fuimos para una típica casita isleña , a cuarenta metros del río, edificada sobre estacas de madera de três metros de altura. Fue muy novedosa la casa, pero en el transcurso de los días descobrimos la razón de su altura: ese río , que parecía largo, a veces crecía y sus olas embravecidas llegaban hasta la entrada de nuestra casa, perdida en esse infinito líquido! Además de eso, cuando el río estaba bajo, nos rodeaba una frondosa selva, con cañaverales y matorrales que albergavam diversas espécies de animales , todos ellos selvajes y peligrosos, claro que más tarde lo comprobaríamos.
En nuestra llegada sólo faltaba conocieron cual seria nuestro trabajo y digo nuestro trabajo porque nadie de nuestra família quedo excluído: la actividad era la tala de árboles de la selva y el cavado de las zanjas ( espécie de arroyos) para que las canoas ingresen y recojan la madera obtenida en la tala.
Es preciso decir que nunca recibimos retribución alguna en forma de dinero, el cual no conocíamos, sólo aquellos alimentos básicos que nosotros no podíamos cultivar en la huerta ocasionalmente algunas alpargatas, que aprovechábamos hasta desharcerlas. Todo esto de anotado como deuda personal a favor del dueño de la isla.
En los três años que duró está pesadilla, no conocíamos ninguna escuela, ningún negocio, ni un hospital que pudiese satisfacer nuestras mínimas y básicas necesidades; al punto que mi hermana Maria tuvo un accidente , pues una astilla se incrustó en un ovo, y tuvo que ser atendida con miel casera, sin asistencia médica ni medicamentos, mediando la buena voluntad de Dios para sanar sin quedar sequelas graves en su vista.
Así vivimos, en virtual estado de esclavitud , rodeados de animales selvajes y de seres humanos indignos de ser llamados de esa forma, sin abandonar ni un solo día aquella casa y desconociendo la civilización.
En esa altura mi padre agotaba su paciência y sus esperanzas de mejorar nuestras vidas. Por lo tanto cierto día se contacto con un habitante de outra isla que pasaba en canoa por el río y que lo ofrecío llevarle de las islas para la cuidad de Zárate, donde un matrimônio intentaría contactar a mi padre con unos primos, provenientes de Aguas, su tierra natal y que vívian en la cuidad de Moreno (Província de BuenosAires)... Mi padres les contó el estado de nuestra família: no teníamos ropa, ni calzado, solo teníamos trapos que mal a mal nos cubrían el cuerpo. Con piedade de nuestra situación, esta buena gente nos dio zapatos y algunas prendas, que cuando mi padre regreso a la isla inmediatamente vestimos, repletos de alegría infantil por ese presente prodigioso.
Poco duró la alegría ... Cuando el sinistro personaje, dueño de la isla, descubrió nuestras vestimentas, castigó a mi padre corporalmente con un fuerte azote, por haber osado dejar la isla sin su consentimiento y por temor a que otras personas pudieran contorcer nuestra situación.
Como nosotros no teníamos ninguna embarcación, ni combustible, ni agua potable, solo usábamos el água del río, cargada de resaca de animales muertos y basura, el dueño de la isla quiso saber el origen de sus ropas y el calzado. Entonces para conseguir información el patrón dio alcohol a un vecino que embriagado contó todo. Desde ese momento nuestra situación emperó al punto de correr riesgo nuestras vidas y entonces mi padre decidió llamar un barco que transportaba arena y que piadosamente nos llevó a Paraná de las Palmas y de allí fuimos en tren hasta Zárate. En esa cuidad nos encontramos con la gente que nos había ayudado y percibí, con mis doce años, mi indigencia: descalza, con poca ropa, marginada de la civilización, llena de angustia y temendo outra vez por mí destino.
Mas tarde nos encontraríamos en la Delegación de la Policía de Zárate, denunciando los daños físicos recibimos por el brutal castigo que le dieron a mi padre. De allí, comenzamos a vivir nuevamente, está vez en Moreno, cuidad de la Província de Buenos Aires. Nos recogieron los primos de mi padre,que curaron nuestras heridas físicas y espirituales . Fuimos tratados con cariño, con respeto y lentamente establecímos nuestro contacto con la sociedad.
Al cabo de tres años con mucho esfuerzo y con el apoyo de esta família, conseguimos adquirir nuestra propria quinta de verduras, en Villa Santiago Luis, cuidad de Florencio Varela.
Allí, instalamos nuestro hogar y pasado un tiempo Manuel, Maria y yo , nós casamos y fuimos construyendo nuestros destinos. Por el año 1961, me case con Manuel Paulo y tuve dos hijos, Adrián y Miriam. Conseguí ordenar definitivamente mi vida, temer paz, casa propria, un negócio propero que permitió brindar a mis hijos y que yo no tuve: educación, confort y seguridad. Había sufrido por demás, pero mi buen temperamento y esa fortaleza que a veces no sabemos que tenemos, hicieron que recuperara mi alegría y que pudiera concretar mis anhelos y proyectos personales.
Pasaron los años, ya tenía mus hijos adolescentes,y nuevamente la vida me enfrentaríamos otra prueba dolorosa.
Era el año 1982 y mi hijo Adrían, se alistava para cumplir con el Servicio Militar, en la aeronáutica , con destino a Rió Gallegos, en el sur de la República Argentina. Nada hacia suponer que a princípios de abril de ese año, entraríamos en conflito bélico con Inglaterra, por las Islãs Malvinas. Por ende, eso fue lo que aconteció, la Junta Militar así decidió, y mi hijo reclutado en el Sur, desembarcó en Malvinas, el día 1 de mayo de 1982.
Al principio nos alentaba la ilusión de que las tropas inglesas no llegarían, por falta de interés inglês...pero la realidad fue otra, y a pesar de las mentiras oficiales, fuimos conscientizados de la gravedad de los actos: " los ingleses habían llegado y los enfrentamientos eran fuertes y sangrientos ". Mas tarde supe que mi hijo había entrado en combate. En uno de los bombardeos que sufrió su grupo, sobrevivieron pocos soldados y quiso Dios que él fuera uno de ellos. Dios también me ayudó a resistir mi agonía...no me consolaba la idea de "gloria final" que nos mentíamos, sólo sentía una desesperación sin límites... Adrián volvíamos a lá base militar de Río Gallegos el 20 de junio de 1982 y despúes supe que fue atendido por médicos ingleses y que alguien había imitado su voz para decirme que estaba bien, pero yo en essa altura ya lo hubiese percibido...
El 28 de julio de 1982, vivimos unos días inolvidables, mi hija Miriam hacia 15 años y Adrián regresaba a casa, por fin. És difícil describir el recibimiento de amigos, vecinos y hasta desconocidos que circulaban por la Avenida 12de Octubre (avenida importante de la cuidad de Quilmes), que adherían al regresso de estos soldados héroes de Malvinas. La baja definitiva de ese ejército fue en novembro de ese año, fecha que jamás olvidaré...
A pesar de todo, la vida también me dio alegrías. Miriam decidió participar en un concurso de la elección de la Reina de Casa de Portugal de Villa Elisa y resultó electa, para más tarde obtendo el Reinado de las Comunidades Portuguesas de Argentina. Así, acompañando a nuestra hija regressamos a nuestra tierra después de treinta y sete años de ausencia. Entre los recuperados de ese viaje recordamos especialmente la atención recebida or la Dra. Manuela Aguiar, representante de las Comunidades Portuguesas, por quien fuimos muy bien recebidos. Todavía conservamos con mucho cariño los livros que fueron ofrecidos a mi hija en esa ocasión.
Tuvimos la suerte de poder realizar otras dos viajes mas a nuestra pátria, volver a encontrarnos con familiares y amigos, y disfrutar de todas las cosas bonitas que nos ofrece Portugal. Tengo ganas de ir nuevamente y tengo la ilusión de que mis nietos conozcan mi patria. Hay ocho años que, mi marido y yo, hemos colaborado en la Comisión Directiva de Casa de Portugal de Villa Elisa, Institución que agrupa e identifica a la colectividad portuguesa de Argentina.
Finalmente puedo decir que hoy tengo una linda família: marido, dos hijos, yerno, nuera y cuatro nietos, hermanos, sobrinhos y todavía mi madre de ochenta y un años; tengo también, muchos amigos que con cariño y alegría me acompañan en este desafió permanente que és "vivir"





Historia de emigració: Maria Violante Mendes Martins
Mi llegada a la argentina no fue voluntária, sino que mi madre me trajo sendo una niña de tan solo 11 años. Atrás quedaron mi família, mis tíos, primosy amigos , mi escuela (que estava cursando lá 4 clase); todo aquello quedo atrás; mi cerro del Calderón en Algarve conocidas , todo aquello que yo quería quedó atrás esperando volver alguma vez a mi Valle da Rosa, un pueblo que yo quería tanto.
Aquel día un 4 Julio de 1963, comencé aescribir la história de un emigrante más, como tantos que ya habían venido años atrás,y és por eso que despúes de quedar solita con mí madre ya que no tenía hermanos y mí padre pidió que nosotras viajáramos junto con él a lá Argentina. Yo como toda niña de 11 años, no sabía lo que era eso de ir pará-la Argentina, haja veía que mis tías lloraban, mis primos también, aquello parecía que nos íbamos a morri, sin. volver más, todo era uy triste.
Cuando llegamos a Lisboa, estaba asombrada de ver tantos autos y casas, para mi era todo una emoción nueva porque nunca habían visto una cuidad. Aquel día embarcamos y solo se veía muchas personas llorando, con pañuelos en las manos, pêro yo no entendía nada, soltamente tenía la ilusión de ver a mi padre outra vez.
Los días passavam, el barco se encontrava en alta mar y las personas comenzaban a sentirse mal , mi madre se enfermó y tenía que llevarle la comida a la cama, para mi era un juego bajar e subir las escalenas, hasta que un día llegamos a Puerto Santo , en Brasil, desembarcamos todos y fuimos a comprar bananas, nunca me olvidé de aquellas bananas que me hicieron tan mal el olor, que estuve 10 años sin provar una banana.
Pues mi historia es como lá de muchões inmigrantes.Llegamos a Argentina el día 19 de Julio de 1963, mi papá nos estaba esperando,y nos trajo a vivir para una casita prestada en la zona de Bosques. Él viajaba para el trabajo a las quatro de la mañana y regresaba a la boche; mi madre nos quedábamos en casa porque no sabíamos hablar y no conocíamos a nadie. A los pocos días comencé lá escuela en Bosque y despúes fuimos a vivir a Villa Elisa, a pocos kilómetrosde allí, donde terminé la escuela.
Mi padre se dedicó, entonces a la floricultura, ya que en Portugal era albañil, pero aquello de las flores andana más o menos bien y yo los ayudava. En la escuela fue donde comenzó aquello de que yo era " la portuguesa", pero como era pequeña no pensaba de que fuera algo malo para mi, aunque todavía hoy para algunas personas somos " los portugueses".
Me casé muy joven, solamente tenia 16 años, pero he sido muy feliz con mi marido que también és português, tengo 3 hijos muy lindos que la vida me dio. Tengo una hija de 21 años y dos hijos de 28 y de 3 años. El más pequeño (el de 3 años), lo tuve a los 43 años, que fue un milagro de vida para mi y para mi família , que están muy contentos y felices; he trabajado mucho con mi marido y con el correr de los años hemos visto el fruto del sacrifício, el cual estamos disfrutando ahorra con las pequeñas cosas que tenemos.
Mi deseo era volver a Portugal, y ya esta cumplido, viaje en el años 1992 con mi marido y mi hija Marcela, me gustó mucho volver despúes de tantos años , y volver a ver a mis primas y tías, fue cumplir una eñoranza. Pero sólo hay una cosa que yo siendo portuguesa no compriendo: por qué en Portugal somos los argentinos? Eso fue lo que me dolió en mi corazón, ya que parece que nosotros, emigrantes, no tenemos una identidad, somos argentinos en Portugal y portugueses en Argentina.
Ahora les voy a contar mi participación en las Asociaciones Portuguesas en lá Argentina, pues aquí es mi colaboración con "Casa de Portugal de Villa Elisa".
Casa de Portuga, es una casa como su nombre lo doce, es una Casa Portuguesa, en ella conviven muchos portugueses que eran vecinos y amigos en Portugal y otros que no se conocían, se conocieron aquí y comparten la mesa,el trabajo, la alegria de las fiestas sriempre hechas con mucha emoción, mucho esfuerzo y amor por nuestras cosas y nuestras Portugal.
Casa de Portugal, tiene muchos años en La Plata,pero aquí en Villa Elisa solo tiene 17 años. Fue una inquietud de un grupo de amigos y vecinos portugueses que se juntaron para ver se havia algo aqui enVilla Elisa, ya que la Casa de Portugal de La Plata estaba povo concurrida, entonces se pensó en formar un Centro Recreativo, anexo de Casa de Portugal. Las obras secomenzarian comprando una casa con árboles y mucho terreno, para poder hacrer un buen emprendimiento, y lo que había que hacer era trabajar ; és así quecomenzamos todos en Casa de Portugal y desde el día 4 de marzo de 1980 que existe esta casa.
Comencé con mi marido y mis hijos, conjuntamente con tantos otros a trabajar para el engrandecimiento de esta casa y para llevar bien. alto el nombre de Portugal a todos lados que tuviéramos que ir con nuestros hijos, será Día de Portugal o sea la llegada de autoridades portuguesas a la Argentina; allí estávamos todos nosotros con nuestros trajes típicos , con los niños vestidos a lá usanza portuguesa, para recordarles que somos portugueses, que estamos por el mundo esparcidos, pero que llevaamos a Portugal muy alto en nuestro corazón.
En este momento hace 13 años que soy presidenta de la Comisión de Damas de Casa de Portugal, y juntamente con otras damas hemos tratado de ayudava y colaborar en todo a la Comisión Directiva, sea en fiestas populares y comidas típicas, desfiles de moda o sea de apoyo cultural; de todo hemos hechas para esta asociación portuguesa. Puerto que comentamos con una vidriera como salón de fiestas y hoy tenemos un Hermínio salón para 1.0000 personas sentadas a comer, no ha sido poco lo que se trata de hacer para que las tradiciones y la amistad del portugés, formando estos clubes que en este momento hay 10 Instituciones em Argentina, todas hechas con el mismo sacrificio y dedicación para nuestra pátria y no perder los lazos de nuestra tierra.
En está historia no puedo dejar de agradecer a nuestros presidentes de la Institución, que tuvieron en cuenta el papel de la mujer portuguesa en la comunidad, ellos son: Sr. Dinis veigas, Presidente durante 10 años , y el Sr Analido Mendes Amaro, Presidente en la actualidad de Casa de Portugal; ellos son personas que se han preocupado por hacer participar a las mujeres en las decisiones y en los logros de la Institución.
Solo me resta decir, que la Casa de Portugal és mi segunda casa, que en ella encontré amigas y amigos compatriotas, que somos una família muy grande, compartimos las cosas bienais, pero también las que no son, pero la honestidad del português, lá rectitud y el valor por la amistad están bien altos.
Casa de Porugal en una família bien grande , y cada vez será más aun, para nuestros hijos y nietos.
María Violante M. Martins



LA LUSITANA

Uno de los días mas tristes de nuestras vidas sin duda alguna, hasta ese momento , fue el 9 de octubre de 1949 ( sin tener que ver nada la Argentina), sino la família de mi mamá que nos engano, menos mi tío Ricardo que nos mando decir no venga toda la família, le mando una carta de llamada para que venga Manuel solo (y la mando) y decía: “llega acá, si le gusta, llama a la família y si no le gusta vuelve, y es más fácil volver uno y no todos, acuérdese de que el nombre de Argentina há enganado a mucha gente, no sean Uds unos más”.
Mis otros tíos nos trajeron para hacernos trabajar en la tierra, cuando nos vieron arriba del barco se dijeron entre ellos “ no es gente para trabajar en la tierra”, así le dijeron a mis padres otros portugueses que estaban ahí. Eso significó que ellos no le creyeron a mi mamá cuando les decía cual era nuestra vida en Portugal; mi hermana vino com 2 año de Comercio aprobado, yo vine com el ingresso a la secundaria aprobado; mi hermano, que volvió a Portugal, había terminado la primaria y no quería seguir estudiando porque quería ser mecânico y así fue, el más chico vino com 7 años a la edad que se comenzaba la primaria; mi papá era panadero y mi mamá atendía la casa y nada más.
Mi papá fue el único que trabajó en la tierra por un tiempo, luego volvió a su oficio de panadero en la panedería “La Lusitania” , mi mamá cosió y bordó para la casa Beige en La Plata, aparte también particular, se recebió de Corte y Confección “Sistema Teniente”. Yo seguí estudiando, me recibí de Arte Decorativo y de Dactilógrafa, en 1996 me naoté en el Bachiller de Adultos y en 1999 lo termine.
El más chico hizo toda la primaria acá, no suguió estudiando y hoy se dedica al comercio.
Pero esto trajo las primeras desavenencias en la família, pues hicimos todo lo que no estaba en los planos de ellos al llamarnos.
Hasta que se enfermo mi mamá, nuestra idea era volvernos a Portugal, pero al saber que ella se quedaba acá, todos dijimos “se queda a maizinha nos quedamos todos”.
Pero es muy difícil la vida del emigrante, todo es distinto empezando por el idioma...


YO SOY UNA DE LAS TANTAS MARÍAS QUE EMIGRARON DE PORTUGAL

Mis padres me trajeron de mi Portugal querido a los cinco años. Llegue a la Argentina un 9 de Octubre de 1950 en el barco "Salta". Ese era su nombre. Yo la pase muy bien, para mi era como un paseo, jugaba, corría por todo el barco, claro todo era una novedad, habían muchos chicos y chicas, calculen eran 600 que emigraron para América, con todas las ilusiones de trabajar, de ganar plata y volverse a los 5 ó 10 años junto a sus familiares, porque era un momento muy difícil para Portugal
Yo con mis cinco años me habitué muy pronto a las costumbres argentinas. En marzo 1951 empecé primer grado. Como era pizpireta, enseguida aprendí a hablar castellano A mis padres les resultaba más difícil entender y hablar. Yo con mis cinco años comencé a hacer los mandados, iba al almacén, carnicería (me acuerdo que no llegaba al mostrador),y los doños me cargaban por mi forma de hablar
Mis padres se dedicaran al cultivo de flores. Los primeros tiempos trabajaran con un tío y luego se independizaron y Portugal cada vez lo veían más lejos.
Mi niñez fue bastante tranquila, ayudaba a mis padres y siempre soñaba tener un hermano. Cuando tenía 14 años mis padres hicieran realidad mi sueño, me dieran la noticia que iba a tener un hermanito,. Para mi fue el mejor regalo, me sentía su mamá, hoy en día lo siento como sifuera mi hijo mayor
Los sigo contando mi vida. A los 17 años empecé a bailar en un conjunto portugués, que ya pertenecía a Casa de Portugal, la sede se encontraba en La Plata. Me resultó un poco difícil convencerlo a mi papá. Era un hombre de costumbres antiguas, creyó que traídas de Portugal, pero era tanto el sentimiento que accedió, Duró mas o menos dos años y hasta llegamos a bailar en un programa televisivo que mostraba bailes típicos europeos.
Llegó la etapa de tener novio, mis padres me levaban a distintos clubes. En uno de eses bailes llego mi príncipe portugués, era un dos chicos que vino conmigo en el barco, las vueltas de la vida nos volvían a juntar. Hoy es mi esposo,, el padre de mis tres hijos. Seguimos nuestra vida trabajando en el cultivo de flores. Al año e medio de casada nació la primera hija, las cosas se complicaron un poco, ya que en ese intervalo tuvimos dos perdidas importantes (en nuestro trabajo) que nos dejó casi sin nada, dos temporales de granizo y piedras nos destruyen casi todo). Mi marido quedó muy triste y desilusionado, pero Díos nos dio fuerza y continuamos
A los años buscamos nuestro segundo hijo, e cual no fue la sorpresa el día del parto, eran dos varones, por suerte muy sanitos.
En ese momento las cosas se complicaron un poco mas, éramos una familia numerosa, con dos bebes, que no llevaban muchas horas de cuidad. Fue entonces cuando decidimos mudarnos, más cerca de comodidades y cambiar nuestro rubro laboral. Pusimos un negocio para que mis hijos pudieran seguir sus estudios con más facilidad. Mis hijos fueran creciendo y logramos darle un estudio, hasta que mi hija mayor se casó. Y fue ese momento, después de 45 años, que pudimos cumplir nuestro sueño de volver a Portugal. Fue muy emocionante al ver a mi marido abrazar a su abuelita de 96 años, recuerdos que jamás olvidaré, al igual que volver al lugar donde nací y abrazar a mis tíos y primos.
Después llegaron los nietos, primero Melisa (ahora 12 años), luego Mateo (ahora 8 años), que me llenaron felicidad, pero lamentablemente la vida nos da y nos quita, en ese tiempo sufrí dos perdidas muy importantes, primero mi papá y los dos años mi mamá.
Luego se casó uno de los melli hace 4 años El otro melli formo pareja y me dio otra nietita, ahora con 4años.
En estos años y siempre con este sentimiento tan fuerte hacia mi país, tuvo la necesidad de dejarle una pequeña herencia, pero para mi muy importante, a mis hijos, que fue la nacionalidad portuguesa para los tres. Cual fue mi sorpresa. que ya teniendo mis dos nietos, Melisa y Mateo, mi yerno se quedó sin trabajo y decidieron probar suerte en Portugal, estuvieron un año y medio y vendo que no se podían adaptar se volvieron. Pero por suerte durante ese periodo tuvo la oportunidad de volver a mi tierra querida para ayudar a mi hija que estaba sufriendo mucho el desarraigo. Y… la historia se repetía (también yo había vivido con mis padres cuando recién llegados a Argentina)
Durante ese año y medio uno de mis hijos que vivía ilusionado con conocer el país de sus padres, viajo cumpliendo dos objetivos, el de pisar la tierra de sus raíces y abrazar a sus sobrinos.
Mi otro hijo también tiene alma de inmigrante. Viajo a Portugal, conoció también la tierra y se instalo en España a trabajar, luego volvió, se fue nuevamente, pero siempre regresa a su tierra, será su destino.
Esta es la historia de mi vida, y si alo tengo claro en mi mente, es que me siento orgullosa de ser portuguesa, nuestra colectividad tiene cabida en cualquier lugar que nos encontremos. Poder tener amigos argentinos que no nos hagan sentir diferentes, es lo más preciado, por lo menos para mi.
Ahora con mis sesenta y pico solo pido tener salud junto a mi marido, hijos, nietitos, nueras y yerno.
Sentir la amistad de la “Mujer Migrante” es importante también para mí en esta etapa de mi vida, pues esta asociación me hace sentir que podemos luchar por algo o por alguien, ya sea con apoyo económico o moral a nuestros compatriotas mas necesitados, que es el don mas preciado que Díos nos dio como seres humanos.
Con estas palabras me despido y agradezco a quién haya leído: LA HISTORIA DE MI VIDA
Gracias
Maria

ADRIANO DIZ Y ADELAIDA ALVES

Esta es la historia de Adriano Diz y Adelaida Alves, mis padres, dos portugueses que vinieron a Argentina en 1934 y 1939, respectivamente. Pero como todas las historias esta tiene un comienzo.
Adelaida y Adriano nacieron en Monção de Minho, ambos en 2016. Un día, dieciséis años mas tarde, sus destinos se cruzarían para siempre. Ella volvía del molino y él de las canteras de su padre, él con las herramientas en el hombro y ella con en cuenco de harina sobre la cabeza, se miraron y ela la dijo a una amiga que la acompañaba: “Qué lindo muchacho, lástima que le falta un ojo!”
El la escuchó y pensó que nunca más iba a poder encontrarla. Sin embargo, al poco tiempo, volvieron a encontrarse en una feria del pueblo. Casualmente, a ella se le habís perdido algo y é, atento, lo encontró e se lo entregó, así comenzaron a conversar. El iba al pueblo a verla todas las semanas. Pías era el pueblo de mamá y Cambezes el de papá, qie iba saltando las acequias con los zapatos en la mano para no ensuciarse pantalones ni zapato. Eses encuentros duraron mueve meses pero fueron suficientes par que se enamoraran para siempre.
Un día a papá le llego al llamado de un hermano que ya vivía en Argentina, Antonio, que lo invitaba a venir, para que lo ayudara en el trabajo.. Mi padre fue a contarle a su novia que esa era la oportunidad para poder hacerse un capital y poder oferecerle a ella algo mejor, aunque estaba muy seguro. Para ese entonces mi madre trabajaba en la casa de los propietarios de una finca en tareas de labranza y él seguía trabajando en la cantera sin posibilidades de progreso. En realidad, si bien el viaja hacia estas tierras era una oportunidad, la inseguridad de mi padre radicaba en que mi madre, al estar separada de él, podría enamorarse de otro y así se lo dijo. Ella le aseguró que esperaría su llamado o su regreso.
Adriano se vino al país y Adelaida quedó esperando en Portugal. Pasaron cinco años, él arreglaba casas que compraba su hermano, cobrando luego el alquile por las habitaciones. Ella seguía trabajando la tierra y desoyendo ofertas de otros pretendientes que fueran apareciendo, hasta que un día, recibió la carta de papá en donde le mandaba el pasaje. Así se embarcó en un barco de bandera francesa, del que hoy no recuerda el nombre, junto con un hermano de Adriano, y su esposa, que no la dejaron sola.. Por fin, llegaron a Buenos Aires el 18 de julio de 1939. Adriano la estaba esperando junto a su familia,
Me lo imagino vestido de punta en blanco, con su sombrero, traje y unos bigotes a la usanza que lo hacían mayor de lo que era y que mi madre no había conocido en él. Por eso, al asomarse por la borda y ver que la saludaba con el sombrero por el aire, le dijo a los cuñados: “Ese no es mi Adriano”
Tanto es así que mi madre traía de regalo para papá un reloj de cadena que el le había pedido y mi madre le gritaba que se lo tirara, ella no quería por miedo de que él no fuera Adriano. La insistencia de mi padre y las palabras de los cuñados hicieron que accediera y le arrojara el regalo. Al recibirlo fue para el como tenerla en sus brazos, me contaría luego.
Ella fue la última a bajar. Una valla la separaba de mi padre y su familia. Se saludaron, pero un comisario de bordo la estaba esperando para acompañarla al Hotel de inmigrantes del que no debía salir hasta estar casada. Pero el tío Antonio tenía otros planes.
la limpiando y administrando esos cuartos..Más tarde mi padre intentó otros trabajos, asociarse con otros inmigrantes en el rubro gastronómico, empleado de garaje lavando autos y así se fueron haciendo su patrimonio, de día construyendo su casa en el barrio de Saavedra, Vigila y Pintos, y de noche trabajando y ella acompañándole siempre, gastando lo menos posible y ahorrando todo cuanto pudieron.
Yo ya había nacido en 1941, un 14 de noviembre, única hija porque los hijos eran un lujo que no podían darse. Recuerdo que un día yo enfermé de apendicitis, tenía cuatro años y estaba internada en el Hospital de Niños, al poco tiempo se me declaró una hepatitis. Un medico amigo de mi padre que había logrado verme en el hospital, le dijo a él que me sacara de allí porque me estaba muriendo. Mi padre entró por fuerza, empujando a unas monjas, en la sala, fuera del horario de visitas, me alzó y envolviéndome con las mantas de la misma cama me sacó des hospital, mientras los médicos y las enfermeras lo corrían. Por segunda vez, tomó por derecho lo que le pertenecía como ya lo había hecho con mi madre. Esto lo pinte de cuerpo entero.

La vida continuó, yo me casé y tuvo un hijo. Mi padre vendió la casa de Saavedra a instancias de mi madre y hoy, cincuenta años después, estoy escribiendo esta historia. Mientras tanto mi padre con sus 91 años sigue soñando con regresar a Portugal


HISTORIA DE VIDA DE MIS PADRES

Mi papá nació el 19 de abril de 1922. Eran cuatro hermanos y fue el único que se vino a la Argentina. Un solo hijo era del matrimonio. Los otros tres no conocieron a su papá, eso fue todo un misterio en el pueblo, ya que tienen el apellido de la mamá. Eran los más pobres del pueblo… Una vida tan triste, pasaron mucha hambre, vergüenza. Le gustaba leer y fue a la escuela descalzo. De muchachito se fue a trabajar a la ciudad de Porto, de pedrero.
Mi mamá nació el 26 de julio, una mujer de carácter fuerte, pero de buen corazón. No sabe leer, ni escribir. Dice que no pasaba hambre y acompañaba al papá a la feria para vender todo lo que cultivaban. Se fue también de muy chiquita a trabajar a Porto, una niña muy independiente y decidida a pesar de sus 12 años. Después de unos años conoció a mi padre en esa ciudad. Mi papá trabajaba de pedrero y albañil, mi mamá trabajaba en una quinta y vendía lo que cultivaba en un Plaza, después era la sirvienta de los patrones, toda una vida de trabajo “esclavo”.
Mi papá se vino a la argentina en el año de 1950 por medio de un amigo del pueblo que le consiguió trabajo en un horno de ladrillos. Mi mamá se quedo y siguió trabajando duro para juntar el dinero para seguir mi papá, por esa razón luchó contra toda su familia porque no querían que se venga y por eso es la única que esta en argentina. Ella tenía primos en Uruguay y en 1953 vino en barco allí con carta de llamada de mi tía. Como se tardaba mucho en llegar, ella trabajó en el barco. Una vez llegada a Uruguay estuvo en la casa de mi tía trabajando tres meses para acabar de pagar el viaje e ir al encuentro de mi papá. Él no sabía cuando iba a llegar ella, ni ella sabía como iba a reaccionar él y si no tendría otra novia. Al puerto llegó sola sin saber leer y hablar el idioma, solo con una carta con una dirección de Rafael Castillo. Llegó a la estación y ahí preguntando se encontró con unos amigos de mi papá que la acompañaron hasta el lugar donde el estaba. Este matrimonia tenía tambo y la propusieron a mi mamá que trabajara allí, da a poco fueron organizando el casamiento, el cual se llevo a cabo en la Iglesia de Rafael Castillo. Mis papás cuando se casaron no tenían nada, por ello trabajaron y se sacrificaron para ahorra dinero para poder comprar un lote en Isidro Casanova.
En 1954 nací yo y en el terreno habían construido con sus propias manos un local grande. Mi papá
Dejó de trabajar en el horno para poner junto a mi mamá una despensa y un bar y así salieron poco a poco adelante.
En 1956 nació mi hermana. En Casanova vivimos años muy duros, de muchísimo trabajo. Era un matrimonio muy fuerte, mi papá era callado, llorón, melancólico, con una historia de vida que lo marco muchísimo. Mi mamá, con un corazón muy bueno, pero con carácter muy fuerte para poder defenderse ya que no sabía leer ni escribir, pero no números (plata) la conoce muy bien para poder vender y comprar. La vida le enseño a defenderse y por eso siempre tiene una contestación para dar.
En 1960 mi papá volvió a un horno de ladrillos entre Merlo y Mariano Acosta, alquilaron lo bar y la despensa y luego de andar viajando de un lado a otro nos fuimos a vivir al horno Yo tenía 9 años, pero los años mas duros vinieron después, ya que mi papá tenía épocas en las que bebía muchísimo, era una persona con un dolor muy grande en el corazón ya que no conocía la procedencia de su origen (padre). Decía que si conocía a su papá lo iba a correr a piedrazas y a su mamó no la volvió a ver más.
En 1966 nació otra hermana y en el horno mi papá en esa época ya era socio junto con otros, cinco hermanos. Mi papá se encariño mucho con eses muchachitos y con su mamá, que también eran portugueses. Luego se fueran casando con muchachitas portuguesas, algunos por poder, otros in Portugal y otros en Argentina, entre estos estoy yo. En estos años maravillosos vinieron los hijos, entre todos había 22 chicos que se criaron juntos. Todo tan lindo, eran puras emociones, nos divertíamos mucho en las fiestas, las comidas tradicionales, haciendo el vino, la grapa, las carneadas, los chorizos,.Compartíamos todo, disfrutábamos de todo lo bueno y afrontábamos las cosas malas que nos tocaba vivir. Desde el año 1965 hasta el año 1989, compartíamos el trabajo, día a día, éramos una grande familia, nos solidarizábamos unos con otros, era un horno de ladrillo ejemplar
El sueño de mis padres fue ir a Portugal junto a su familia, sus tres hijas. Dos ya estaban casadas, por eso tuvieran que dejar sus esposos e hijos y la menor .El viaje fue el regalo mas lindo, la emoción mas grande, no se puede explicar lo que fue ir a Portugal en el año 1980, fue muy fuerte, un regalo de la Embajada para mis papás. La emoción, la alegría de pisar la tierra de mis papás, y la de mi esposo. “El sueño de mis padres”. Fue involucrarme, inolvidable conocer la a las familias de las que tanto había oído hablar y recorrer los lugares donde ellos habían nacido, vivido y sufrido, a la vez.
Mis papás disfrutaron de sus tres jijas, sus tres yernos, sus doce nietos, y sus dieciocho biznietos (algunos mi papá no llego a conocer), toda una familia maravillosa. Gracias a Dios.
Mi papá dentro de mi corazón desde 1987, mi mamá esta dentro de mi corazón junto a nosotros


Maria Isabel Crespo



Lançamento das publicações Expressões Femininas da cidadania e Entre Portuguesas Associação MM - 20 anos

A primeira apresentação das publicações da Associação Estudo,Cooperação e Solidariedade - Mulher Migrante do ano de 2014, aconteceu no dia 16 de janeiro na Biblioteca José Marmelo e Silva em Espinho.
Foi um momento muito especial, porque com ele culminou um longo trabalho onde as coordenadoras destas duas edições, Expressões Femininas da Cidadania e Entre Portuguesas -Associação Mulher Migrante 20 anos, Manuela Aguiar, Graça Guedes e Arcelina Santiago viram finalmente a recolha do legado de muitos trabalhos científicos, artigos, experiências de vida, ficarem disponíveis para servirem de estudo, reflexão, tendo em vista um melhor conhecimento do universo feminino no mundo da diáspora. Mas foi, segundo testemunho de Graça Guedes, um árduo mas gratificante trabalho de colaboração.
Manuela Aguiar, Presidente da Assembleia da Associação MM começou por agradeceu a presença de todos, em especial as mulheres das artes que se fizeram representar em grande número. Lembrou que tal como nas letras , as mulheres têm vindo a ganhar visibilidade nas artes e que, mesmo noutras áreas, há sinais de mudanças positivas para as mulheres da diáspora, embora haja ainda um grande caminho a percorrer.
Graça Guedes agradeceu, em nome da Associação, a cendência das imagens das obras que fazem parte da comunicação de Ana Maria Pintora e que dão vida e beleza artística à publicação Expressões Femininas.
Manuela Aguiar fez o mesmo em relação a Luísa Prior, pela gentil cedência do seu Universo, capa magnífica da segunda publicação.
Esta foi uma forma de homenagear as mulheres das artes, emboras outras dimensões tenham sido alvo de análise e reflexão. Trata-se como referiu, não apenas de homenagear mulheres mas também homens porque a causa que defendemos, a liberdade e a defesa dos direitos humanos, dizem respeito a homens e mulheres. Lembrou e agradeceu, em particular , o trabalho incansável e fantástico do Dr. Tiago Castro, do Museu Municipal de Espinho, que colaborou na elaboração dos magníficos cartazes, estando um deles representado na contracapa da publicação Entre Portuguesas -Associação MM - 20 anos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Arcelina Santiago sobre Leonor Fonseca


Destaque especial para Leonor Fonseca

Leonor Fonseca, vereadora da cultura da Câmara Municipal de Espinho tem sido uma boa aliada da Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade - Mulher Migrante. Tem participado activamente nos Encontros Mundiais bem como em outras iniciativas promovidas pela Associação MM. Merecedor de destaque tem sido o seu papel em prol da divulgação das artes, no feminino, com a realização da Bienal d'Artes que vai já na sua 3º edicão, colocando Espinho no roteiro das cidades a nível internacional, que dá visibilidada às mulheres enquanto artistas plásticas. Muito significativa foi a iniciativa em articular várias entidades, nomeadamente a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, a Câmara de Espinho, o Jornal de Artes e Letras e a Associação MM, debatendo-se, na bienal Mulheres d' Artes de 2013, o papel da diáspora portuguesa, as migrações e as artes no feminino. Como Leonor Fonseca assinalou no momento da inauguração "dar destaque à produção artística feminina é mais do que uma mera questão de género, é antes de mais, uma forma de apresentar publicamente sensibilidades, emotividades e estados de alma muito específicos, porque femininos ! Esta é uma forma ímpar de dar voz às mulheres ..." e sobre outra sua intervenção tão pertinente, enquanto moderadora no III Encontro Mundial da Mulheres da Diáspora, realizado no magnífico Palácio das Necessidades, no painel Empreendedorismo no feminino, referindo-se à capacidade de Criar no feminino " Mulher que luta pela sobrevivência, pela sua independência, pela sua prole, que arrisca, que aposta, que investe, que dá, que ama, que serve, que cuida, que mima, não sem ACREDITAR: ... e porque Acredita e porque Cria, Empreende..." A sua sensibilidade e espírito empreendedor, enquanto mulher e autarca, tem sido fundamental para desenvolver actividades nas quais estamos empenhadas, movidas pelas mesmas causas - a defesa dos direitos humanos, e em especial, o das mulheres. O seu contributo tem sido fantástico e precioso para a Associação MM que se sente honrada por a ter como sócia honorária.
Leonor Fonseca tem acolhido de braços abertos nos espaços públicos de Espinho e tem sido a anfitriã perfeita de iniciativas que a Associação tem promovido em Espinho tais como a apresentação dos livros na Biblioteca José Marmelo e Silva e nos encontros e a exposição no FACE, o acolhimento dos jovens de Berkeley e os estudantes dos dois Agrupamentos de Espinho... Graças à sua dimensão, humana, criativa e empreendedora, temos uma mulher que lidera uma equipa que nos cabe também incluir e destacar nos agradecimentos dado que todos têm sido incansáveis colaboradores com a Associação Mulher Migrante.

O nosso muito obrigada!

domingo, 18 de janeiro de 2015

MALACA JOAN MARBECK

MALACA JOAN MARBECK - AEMM no Extremo Oriente
Para a profesora de música escritora, estudiosa do "Kistang", líder associativa, colaboradora da AEMM no extremo Oriente, as notícias chegam, agora, por email, e por este nos veio desejar Bong Anu 2015 e falar das activdadedes que incessantemente desenvolveu, ao longo de 2013 e 2014 e os seus planos para futuro - que é, tembém, o futuro da língua Kristang no século XXI. Há duas décadas se vem Joan dedicando a defesa e divulgação do "Papiah Kristang".e tem recebido o devido reconhecimento pelo seu esforço - o mais recente do Japão - foi distinguida pelo Professor Nobuo Tomimori, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio, como uma das grandes
activistas da "herança cultural" no SE da Àsia.
A convite dos professores daquela Universidade, Tomimori e Tanaka Kakashi, Mrs Marbeck apresentou no" World Language and Society Education Centre, os seus estudos sobre o crioulo malaio-português de M alaca.
Manuela Aguiar a quem a notícia foi dada de modo informal, pediu-lhe permissão para transcrever os últimos emails - como aqui fazemos
"Certainly, Manuela. You may mention my projects on Linggu Kristang in the publication of Mulher Migrante.
I had a quiet Christmas in Seremban, the town , north of Melaka where I had moved to about 12 years ago. Malacca, has changed and I do feel disappointed at some of
the development that is crowding the historical treasures of the city. UNESCO should look into this seriously. I have managed to persuade the Museum authorities to set up a Eurasian Community Museum in Melaka and was instrumental in doing so in 2013. Now the Jenti Kristang or Eurasians will NOT be forgotten. Some of the artifacts in the ECM belong to my grandmother and parents. I have now turned my attention to Kuala Lumpur and to the Eurasians in all the other states in
Malaysia. I want them to acknowledge their heritage and identify themselves with the 500 year-old Papiah Kristang Language. Many are receptive to my proposals and are cooperating, especially Ms Sheila de Costa, the President of the Selangor and Federal Territory Eurasian Association in Kuala Lumpur, ( A Lawyer by profession) and her General Committee.
I took a short holiday and spent my NEW Year 2015 with my 2 sons, David and Martin in Istanbul, Turkey from 1st- 7th. Jan.
David works at the ILO in Geneva as Chief Technical Advisor and Martin is Chief Reservations Officer at the Metropole London Hilton. They are doing very well in their careers and my grateful thanks to the late Rev. Fr. M. J. Pintado who 'opened doors' for them when he recommended that they be given scholarships to the University of Macau in the 1990s.
Thanks to you, too for your inspiration, encouragement and the opportunity you've given me to meet some of the world's most brilliant, active and courageous ladies of Portugal and from around the world. Your leadership has made me a leader for my community and for women in general.
God Bless and a Very Good 2015.
Ung grandi abrasah,
Joan
Sobre 2015, em Malaca
I am privileged to be among the chosen few women to be recognised for what I do as a Language and Heritage activist despite it being a
non-lucrative category in the ever-changing technical and business world. It is seldom that I receive accolades for my work but for the
passion to cling on to the rich heritage which most Malaccans, like me possess, I will labour zealously and promise that the younger
generation of Eurasians will carry on and preserve our Heritage where I leave off.
I have a full agenda for 2015 in Kuala Lumpur to fulfil. I hope I can cope with this huge responsibility.
1. Re- Producing and Directing the Digi Kristang Musical' Kazamintu na
Praiya' ( Wedding on the Beach ) to raise FUNDS for SAFTEA Building.
2. Working towards the setting up of a ' YAYASAN EURASIAN' a Eurasian
Foundation with the Selangor and Federal Territory Eurasian
Association.
3. After my presentation at the International Symposium WoLSEC2013
Foreign Language Education and Cross- Cultural Perspectives -7th & 8th
March 2013 - Paper on ' The Renaissance of the Malacca- Portuguese
Creole language and Importance of its Cultural Traditions' at the
Tokyo University of Foreign Studies, Japan, Emeritus Professor Nabuo
Tomimori had been encouraged to work closely with me, Deputy Dean
Assoc. Prof. Stefanie Pillai at the University of Malaya, Kuala Lumpur
and other local and foreign Professors interested in a Proposed
Project for the Revival of Papiah Kristang.....Prof. Nabuo visited us
on.7-9th December 2014 to discuss proposals for the Project. ( I'll
forward you some of his letters) ** I think this will make an
interesting article for ' Mulher Migrante'

MM AGUIAR na SORBONNE

Vamos, em conjunto, na verdadeira capital da emigração portuguesa, que é Paris, refletir sobre a realidade recente deste fenómeno estrutural na vida do nosso país
É significativo que o possamos fazer na sala Bourjac da Sorbonne - é sinal de que uma universidade de renome universal há muitos séculos, se tornou já a um espaço aberto às segundas gerações de portugueses, e não só como estudantes, mas também como professores e diretores de departamentos. Com todo o gosto o sublinhámos: é este o caso da organizadora do colóquio e dirigente da AEMM, Porf Doutora Isabelle Oliveira , e também da Doutora Custódia Domingues, que com ela colaborou. Para ambas, os nossos agradecimentos!
O título escolhido pela Profª Isabelle Oliveira para a jornada de trabalho que aqui nos reune termina com um ponto de interrogação - lança-nos perguntas, para as quais queremos encontrar respostas: Que perspetivas para a emigração portuguesa?
É a antecipação do futuro num ciclo de colóquios da Associação de Estudo Mulher Migrante, que começa no tempo passado, na revolução do 25 de Abril, percorrendo quatro décadas de grandes mudanças, de democratização da vida política no País, com projeção nas políticas de emigração, no relacionamento dos poderes públicos com os cidadãos e as instituições da "Diáspora".
O nosso objetivo principal é ouvir o que têm a dizer os muitos participantes nestas jornadas sobre as migrações contemporâneas, assim como, em particular, sobre a evolução do papel das mulheres nos
movimentos de expatriação e de retorno e no movimento associativo:. Partimos da história e da memória de sucessivas gerações para chegarmos ao momento atual, às linhas de continuidade ou de rotura, que se antevêem.
Se em anteriores encontros acentuámos diversos momentos desta trajetória, hoje, aqui, vamos, sobretudo, convidar a uma avaliação da dimensão atual do fenómeno migratório, sua composição, em termos de género, de qualificação, de projetos, de situação profissional, de propensão associativa (as novas formas que vai configurando) assim como da evolução das relações entre os emigrantes e as sociedades de origem e de residência.
Demos ao ciclo de debates o título de "4 décadas de migrações em Liberdade", e estamos a desenvolve-lo em parceria com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e várias instituições da sociedade civil, dentro e fora do país. O primeiro ato foi em Março, no Palácio das Necessidades, com intervenção de abertura do Secretário de Estado Dr José Cesário, que assim nos deu mais uma prova no seu empenho em promover a igualdade de género na emigração, condição de uma liberdade realmente vivida no quotidiano das comunidades..
Seguiram-se outros colóquios em duas escolas secundárias de Espinho, e, em fins de abril, na Universidade de Berkeley (Califórnia), pela mão da Prof Doutora Deolinda Adão; em Junho, na Universidade Aberta de Lisboa/ CEMRI, com organização da Prof Doutora Ana Paula Beja Horta, que hoje está de novo connosco para a partilha das suas experiências e estudos. E mais iremos realizar, até ao termo de 2014...
Na minha intervenção no 1º painel terei ocasião de falar sobre os mecanismos institucionais para a execução das políticas de emigração e, em especial, de um órgão que marca o princípio de uma era de diálogo e de relacionamento democrático entre governo e representantes das comunidades, como é o CCP.
Agora farei apenas uma chamada de atenção para a natureza essencialmente interministerial das políticas neste domínio - pois a resolução dos problemas dos migrantes passa por todos os pelouros e ao Secretário de Estado compete, para além da ação direta em determinados setores - caso do acompanhamento dos movimentos migratórios, dos condicionalismos concretos oferecidos no estrangeiro aos nacionais, da vida associativa, do apoio consular, informativo, cultural e social ou da participação em organizações internacionais sobre migrações - também uma ação constante de sensibilização dos colegas de governo para as especificidades da situação dos emigrantes nas mais diversas áreas.
E eu sei, por experiência própria, que esta última tarefa é a mais difícil.. .Quantas vezes outros governantes falam dos assuntos impropriamente, sem o ouvir ou consultar, como deviam... Todos estamos lembrados daquela infeliz exortação de um novíssimo Secretário de Estado a que os jovens portugueses deixem a sua "zona de conforto" e se expatriem... Nunca ouviriam coisa semelhante da boca de nenhum SECP e muito menos do Dr José Cesário, que se preocupa em dar informações corretas, quer ao País sobre o número avassalador dos que saem, quer aos candidatos à emigração sobre a absoluta necessidade de nenhum deixar o país, sem procurar saber o que o espera, e com o que pode contar...
Os números, são de facto avassaladores e falam, por si, expressivamente, de falta de oportunidades e de horizontes de esperança dentro da fronteiras..
É uma realidade tremenda! Portugal, ao longo destes 40 anos deu aos portugueses o direito de emigrar e de regressar, mas ainda não lhes deu o "direito a não emigrar"...
E, ao mesmo tempo a que vê partir uma imensidão de portugueses (de todas as idades, mulheres e homens muito ou pouco qualificados...), como forma de resolver problemas de desemprego e de pobreza, não consegue dotar-se dos meios institucionais que já teve e veio a desmantelar, na década de 90, quando, prematuramente, se ufanou de ter deixado de ser país de emigração, poucos depois da adesão à CEE...
Um outro aspeto que me preocupa é uma eventual junção dos serviços de emigração e oimigração, de que se tem falado. A ideia da articulação de políticas é evidentemente boa, mas não a fusão de serviços, que, em Portugal, com toda a probabilidade, levaria a subvalorizar a componente da emigração portuguesa - a que está mais longe, a que se ignora com mais facilidade...
Estas são algumas das questões que sugiro para debate






INTERVENÇÃO NO COLÓQUIO
A Revolução de Abril de 1974 e o seu significado na área específica das migrações são o tema do ciclo de colóquios que a AEMM  leva a cabo ao longo de 2014. É um olhar sobre os quarenta anos decorridos desde a revolução, à qual associamos uma flor, o cravo (o cravo no cano das metralhadoras) - e uma palavra: liberdade! Liberdade para todos os portugueses, mulheres e homens, liberdade para os emigrantes - os que já o eram e os que o queriam ser.  É, assim, uma realidade admiravelmente nova, em rotura definitiva com o passado, porque, de  facto, a saída do país nunca fora, ao  longo de mais de quinhentos anos, inteiramente livre. As mais antigas e persistentes políticas neste domínio iam todas no sentido de condicionar ou proibir um êxodo continuado em sucessivos ciclos, quase sempre visto como excessivo (sobretudo quando envolvia mulheres ou famílias inteiras, porque se considerava aumentar as probabilidades de não retorno...).
A Constituição de 1976 ao proclamar  a liberdade de circulação, nela expressamente englobando o direito de partir e o direito de regressar (nº 1º do art.º 44), estabeleceu um precedente histórico, numa história multissecular.
 Precedente constitucional de igual alcance é o reconhecimento de direitos políticos e a imposição ao Estado de obrigações para com os portugueses do exterior, na qual se vai fundamentar o emergente estatuto jurídico dos expatriados. Estatuto evolutivo, que começa na concessão do direito de voto para a AR em círculos não territoriais (nº 2 do art. 152).
Direitos e deveres de todos os Portugueses! Segundo o art. 14:  "Os cidadãos portugueses que se encontram ou residam no estrangeiro gozam da protecção do Estado para o exercício dos direitos e estão sujeitos aos deveres que não sejam incompatíveis com a ausência".
O conceito de "compatibilidade" com a ausência, na interpretação do próprio legislador, que tem vindo a aumentar esse domínio, progressivamente, tornou-se um instrumento do aprofundamento dos laços de cidadania face ao país de origem. Um exemplo: o sufrágio na eleição para o PR, excluído na Constituição em 1976, é aceite na revisão constitucional de 1997 - 23 longos anos depois de ser visto como  "incompatível" com a ausência do território, deixa de o ser...
O princípio da igualdade de direitos entre todos os portugueses, no interior ou exterior das fronteiras, está adquirido, cumpridas que sejam as condições do seu exercício, incumbindo ao Estado desenvolver políticas de apoio aos cidadãos num espaço transnacional .
A democracia é, pela primeira vez, concebida à dimensão nacional, e irá sendo aprofundada na transição do "paradigma territorialista" para o "paradigma personalista", centrado na pessoa, nos seus direitos individuais, na sua pertença a uma comunidade que extravasa fronteiras. É o fim de um dogma que se impunha com carácter absoluto, em nome da soberania territorial do Estado. - muito embora subsistam, como disse,  certas restrições, tanto  no que respeita à participação política, como em matéria de direitos à prestações sociais, por velhice ou doença, ou de acesso ao ensino da língua e da cultura. 
Por isso, há que falar de transição, de processo evolutivo, inacabado, aquém de bons exemplos de direito comparado, como o de Espanha, da Itália, França e outros países culturalmente próximos. De qualquer modo, há, de facto, um "antes" e um "depois" do 25 de Abril: antes, os emigrantes sofriam uma verdadeira "capitis diminutio", perdendo, ao fixar residência no estrangeiro, todos os direitos políticos, a nacionalidade, se adoptassem voluntariamente a de outro país (no caso das mulheres, automaticamente, pelo casamento com estrangeiros), assim como direitos sociais e culturais, “maxime”, o direito ao ensino da língua; depois daquele Abril, os emigrantes são reconhecidos como sujeitos da comunidade, da cultura e da história portuguesas, que se desenvolvem num espaço verdadeiramente universal. As instituições do Estado procuram, neste processo, ainda impereitamente, corresponder à dimensão  da Nação inteira

 OS DIREITOS POLÍTICOS

O paradigama territorialista teve o seu fim assinalado na Constituição de 1976, com o reconhecimento do direito de voto dos expatriados para a Assembleia da República, que resulta claro na conjugação do nº 1 do artº 48 ( "Todos os cidadãos têm o direito de tomar partena vida política e na direcção dos assuntos políticos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos") e do nº 2 do artº 152, que restringe a aplicação do sistema proporcional aos círculos territoriais, assim claramente enunciando um  regime  de excepção para os círculos organizados fora do país. Excepção que  vai  servir para impor, na lei eleitoral, um tecto de apenas quatro representantes em dois círculos da emigração (europeia e transoceânica) Não é, pois, ainda, um "voto igual" - com apenas 2% de representantes na Assembleia, para uma população residente no estrangeiro que se estima em 30% (embora ,seja muito menor a proporção de recenseados no estrangeiro - actualmente cerca de 260.000,
 A territorialidade do sufrágio manteve-se, como disse, inicialmente, na eleição para oPresidente da República  (artª 124). Podemos perguntar porquê. Porque a Constituição só admitia a participação dos emigrados através da diminuição do peso e influência  do seu voto, o que em círculo
nacional é impossível? A jrazão foi certamente essa.
Quando  voto para o PR  lhes foi concedido, mais de duas décadas depois, entre públicas controvérsias e difíceis negociações interpartidárias, na evisão Constitucional de 1997, a mesma finalidade de lhe dar uma menor real, reduzindo o número de votantes, estará presente no articulado do nº2 do art. 121,ao exigir aos candidatos ao recenceamento no estrangeiro "a existência de laços de efectiva ligação à comunidade nacional".
Solução que obrigou à co-existência de dois diferentes cadernos eleitorais no estrangeiro - um, mais selectivo, para os eleitores do PR, cumprido o condicionalismo imposto pelo art. 121, outro, mais aberto, para os eleitores exclusivos da AR - como se fosse para estes irrelevante a permanência de laços de efectiva ligação a Portugal - uma contradição insusceptível de fundamentação jurídica, que, todavia levou o seu tempo a erradicar...
 Mais restritiva  ainda - embora diga respeito a um órgão de soberania, à sua plena dignidade, mas a um instrumento de expressão da vontade popular -   é a norma que prevê a participação destes Portugueses nos "referenda" apenas "quando recaiam sobre matéria que lhes diga também especificamente respeito (nº 2º do artº 115). Ainda não houve um único referendo em que tivessem tido voz...
A exigência de residência no respectivo território mantém-se nas eleições autárquicas e regionais. Outra podia ser a solução, como é em tantos países europeus, designadamente na Espanha, onde os emigrantes votam a todos os níveis, nacional, autonómico e local. Mas não é tão evidente a discriminação, com o argumento de que todos os  naturais dessas circunscrições eleitorais são igualmente excluídos.
 Sem me alongar sobre as vicissitudes destes processos, em que tive intervenção ao longo de mais de 20 anos, sempre, em favor do alargamento do estatuto político dos expatriados, a todos os níveis,,
com base em exemplos do direito comparado, direi, apenas, em síntese que, a meu ver, entre nós, os partidos actuaram, regra geral, de acordo com as expectativas em relação ao sentido de voto dos emigrantes. Os que se consideravam menos favorecidos desenhavam o cenário fatal de uma enorme expansão do eleitorado da diáspora, artificialmente engendrada pelos partidos beneficiários desse voto. Ao fim de 40 anos de experiência democrática, já não restam dúvidas sobre o seu irrealismo dessa previsão ou profecia: no estrangeiro o universo eleitoral é reduzido e estável - pouco mais de 260.000 recenseados -  e cresceram tremendamente os abstencionistas..
Números de recenseados e, sobretudo, de votantes, muito inferiores aos da Galiza, onde a taxa de abstenção é exemplarmente baixa...
Creio que o clamor sobre a anunciada.  ainda que nunca vista, avalanche de votos "de fora" (que redobrou a partir da aprovação da Lei nº 73/8, a popularmente chamada "lei da dupla nacionalidade"...).  se ficou a dever a confusão entre emigração recente  - a que, tendo passaporte português, pode recensear-se voluntariamente, embora a maioria não o faça... -  e Diáspora, cuja ligação ao País passa  por laços afectivos e pela intervenção cultural, não pela política...
 A meu ver, é excelente que se deixe os próprios emigrantes e seus descendentes a escolha das formas de "ser português", sem pressões e sem recriminações, qualquer que seja a opção...

AS NOVAS POLÍTICAS, OS NOVOS MEIOS INSTITUCIONAIS

A preocupação com as questões da emigração revelou-se, na cronologia das iniciativas nesta área, antes de mais, na criação, em 1974, da Secretaria de Estado da Emigração, que integra os serviços
preexistentes do Secretariado Nacional da Emigração, a partir dos quais se haviam planificado e executado, nas vésperas da Revolução, as primeiras medidas de apoio social e cultural às comunidades do estrangeiro, sobretudo na Europa. Com o novo regime, essas políticas embrionárias vão conhecer um seguro desenvolvimento, nomeadamente no que respeita:
- À representação política e à aceitação da dupla nacionalidade:
- À defesa activa dos direitos dos portugueses e  à negociação de acordos bilaterais de emigração e segurança social. de que havia já diversos exemplos, antes de 1974
- À atenção dada ao associativismo, às instituições que criaram um espaço extra-territorial de vivência portuguesa, e que, dentro dele, desde sempre, se substituíram ao Estado ausente. Quando este decidiu intervir, olhou-as, naturalmente, como parceiras em todas as vertentes das políticas para a emigração e a Diáspora, em que elas possuem experiência e meios operacionais. Com isso ganharam todos, e o próprio Governo potenciou a sua ação enormemente:
 - Ao ensino  da língua, que, depois da revisão constitucional de 1982, se converte nos termos da alínea i do art.º74  em dever de "assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa". Ao longo destas quatro décadas esta obrigação do Estado não tem sido exemplarmente cumprida, registando-se grandes desigualdades entre comunidades em diversos países e continentes
- À informação:  informação sobre as condições de emigração e de regresso e, também, sobre o país, devendo neste domínio realçar-se o lançamento, na década de noventa, da RTPI, uma aposta inédita e inteligente, todavia subaproveitada até hoje:
- Ao apoio ao regresso voluntário ao País, através de um conjunto de benefícios fiscais, empréstimos a juros bonificados. para aquisição de casa própria ou par lançar empreendimentos, cuja eficácia se viria a comprovar nos anos seguintes. A reinserção de centenas de milhares de portugueses, vindos, sobretudo, de França e de outros países do nosso continente foi por eles, em regra, bem gerida, no quadro dessas medidas, a ponto de se poder falar de "regressos invisíveis”, como me lembro de ter feito, no período alto desses movimentos
- Ao apoio social, em casos de extrema pobreza, na velhice e na doença, medida imprescindível em muitos países sem sistemas públicos de saúde e segurança social. São ainda esquemas incipientes, como o ASIC, que não configura verdadeira pensões sociais, como as que existem em outros países europeus de emigração:
- Às medidas para a promoção da igualdade de género, que é, hoje, de acordo com um novo inciso introduzido na revisão de 1997, oart. 109  -um dever do Estado, que os governos do século XXI souberam tornar extensivo às comunidades do exterior, dando, 20 anos depois, sequência a um 1º encontro mundial de mulheres no associativismo e no jornalismo, realizado em 1985 (em termos europeus, uma iniciativa precursora). A audição das mulheres e o impulso à sua participação cívica foi retomada com os "encontros para a cidadania" (2005 2009),  dos quais a AEMM foi um dos principais co-organizadores, por parte  da sociedade civil. Foi e continua a sê-lo, com o atual governo, no mesmo espírito têm sido desenvolvidas iniciativas múltiplas para a igualdade, fundamentalmente em diálogo com ONG's.
- As iniciativas para a juventude, muitas das quais orientadas por uma estratégia de aproximação e sensibilização, que passa por encontros no e com o país, na linha que poderemos chamar de "congressismo", assim como por acções de formação e incentivo a novas formas de associativismo.
É urgente, fazer, na actual conjuntura, o balanço destas e de outras medidas tomadas, em concreto, por  sucessivos governos. Poderemos ter, sobre o seu grau de execução e de sucesso, diferentes opiniões, assim como sobre as políticas que se impõem, precisamente agora, em tempo de um êxodo tremendo, que parece não ter fim. É, porém, um facto inegável o progresso que representa a assunção pelo Estado das suas responsabilidades para com os expatriados, mesmo que ainda lhes não dê, eventualmente, no terreno, um perfeito cumprimento.
 Ficam para trás, e creio que em definitivo, quinhentos anos de políticas que se limitavam a tentar o controlo dos fluxos migratórios e a fechar ou abrir as fronteiras conforme as conveniências ou, como aconteceu após a criação da Junta da Emigração, em 1948, a acompanhar a vicissitudes da viagem transoceânica até ao ponto de chegada, aí deixando os portugueses entregues a si próprios em terra estranha.  Maria Beatriz Rocha Trindade designa-as, expressivamente, por "políticas de trajecto de ida", propugnando a adopção de "políticas de ciclo completo", que são hoje, a meu ver, impostas pela Lei em cada fase do ciclo migratório, quer este termine no regresso, ou na integração no exterior (o que eu sempre referia como as políticas de "apoio à dupla opção", opção livre que não cabe ao Estado influenciar, mas, na minha perspectiva, apoiar, qualquer que seja.


MEIOS INSTITUCIONAIS

Uma nota preliminar sobre o enquadramento institucional das políticas de emigração, para salientar que estas têm sempre de ser desenvolvidas num eixo interministerial, pois as matérias que respeitam aos problemas, aos interesses e aos direitos dos expatriados, exatamente como as que concernem os residentes no país, só podem, na sua globalidade, ser resolvidas pelo conjunto dos serviços da administração pública,  Num país com cerca de um terço da população no exterior todos os governantes e todos os funcionários devem lembrar a sua existência nas decisões quotidianas. Contudo, isso não acontece só porque deveria acontecer -  a verdade é que a realidade da vida dos cidadãos e das comunidades do estrangeiro é, muitas vezes, esquecida ou mal conhecida. E, por isso, principal papel dos serviços da emigração (ou, desde 74, do pelouro governamental  que os
superintende), é chamar a atenção para essa realidade, é sensibilizar para eventuais especificidades, num trabalho incessante de coordenação.
Os primeiros organismos criados para este objetivo foram de natureza semelhante às atuais comissões interministeriais, embora com outra designação: no primeiro quartel do século XX, sem historial relevante, o "Comissariado da Emigração", e, em meados do século (1948), com vida activa mais longa e eficaz, a "Junta de Emigração", sedeada no Ministério do Interior - sede adequada a um organismo que se propunha, antes de mais, o controlo dos movimentos migratórios, o  recrutamento e acompanhamento da saída dos portugueses.
Á "Junta" sucedeu o "Secretariado Nacional da Emigração", que já mencionei como organismo propulsor de um início de proteção dos cidadãos no estrangeiro e de apoio às atividades culturais do associativismo.
Depois do 25 de Abril foi criada a Secretaria de Estado da Emigração, junto do Ministério do Trabalho, transitando, ainda em 74, para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, com a finalidade de melhor interagir com a rede consular. A maioria das  delegações da emigração, constituídas nos anos seguintes, passaram, naturalmente, funcionar na órbita dos consulados, muitas delas mesmo nas suas instalações. A partir de então assistimos a um movimento pendular ora no sentido de dar forma a mais departamentos especializados, ora no sentido de os unificar, com o expresso propósito de  conseguir melhor articulação entre as várias  componentes - uma de  perfil mais burocrático - informação, recrutamento, negociação de acordos, legislação, outra mais voltada para a ação cultural externa, para o apoio ao movimento associativo. A SEE incluía, na década de 70, uma Direção-Geral  da Emigração e um Instituto  de Emigração, dotado de autonomia administrativa e financeira.
Em 1980, numa altura em que, além da DGE e do IE, existiam de jure, embora não de facto,  mais duas instituições, o Instituto de Apoio ao Regresso e o Fundo de Apoio às Comunidades a opção foi a de caminhar para a unificação, no IAECP, que manteve  a ampla autonomia do IE e reuniu em si todas as competências daquela panóplia de serviços.
Seguidamente o IAECP iniciou o processo da sua regionalização, através de delegações abertas através de protocolos com Câmaras ou Governos Civis, nas regiões de maior fluxo de regressos.
A partir de 1985, o IAECP, no âmbito das suas funções, sedeou na Delegação do Porto, um "Centro de Estudos",  para as migrações de regresso. Em simultâneo, foi lançada uma linha editorial e iniciada uma recolha de dados num "Fundo Documental e Iconográfico das Comunidades Portuguesas", primeiro passo para um futuro  museu da emigração.
Assim se prescindia de novas alterações orgânicas, em favor de um experimentalidade com um mínimo de custos.
 O IAECP foi extinto, na década de 90, e os seus departamentos, integrados na DGACCP. Este englobamento  implicou, desde logo, a perda definitiva da autonomia administrativa e financeira
A mais importante alteração posterior foi a centralização no MNE, através do Instituto Camões, do ensino de português no estrangeiro, em todos os seus níveis - exemplo de um centro de decisão que muda de um ministério sectorial. como o da Educação, para o MNE.
Paradigma contrário se pode apontar no domínio da informação,  onde o MNE  não tutela a RDPI ou a RTPI. Uma 3ª via, a decisão conjunta do MNE e de outros ministérios, é a que se impôs em matéria de segurança social (ASIC).
Um feixe de soluções diversas, difíceis de harmonizar, que vem das origens dos serviços para a emigração.
Uma última palavra para a instituição de um órgão que não se integra propriamente no organigrama da SECP, mas que desempenha um papel insubstituível na elaboração e execução das políticas para a emigração e para a Diáspora: o Conselho das Comunidades Portuguesas. Um órgão criado na confluência dos diferentes moldes de afirmação nacional da emigração antiga e recente. Neste modelo original proposto pelo DL nº 373/80.  era composto por representantes eleitos das associações, independentemente de serem ou não de nacionalidade portuguesa. Servia, assim, tanto a emigração como a Diáspora.
Era um órgão consultivo do Governo, presidido pelo MNE (de facto, uma presidência delegada no Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas). Uma plataforma de encontro e articulação de ações entre comunidades dispersas e praticamente desconhecidas entre si, e de co-participação nas políticas destinadas a um mundo plural na sua essência. Um Conselho pensado para duas vertentes, para a emigração antiga, com a força das suas aspirações e projetos culturais e para a mais jovem, com os seus problemas laborais e sociais. Nem sempre foi fácil a reunião de ambas e teria sido talvez preferível,  como sempre propugnou Adriano Moreira, a instituição de estruturas próprias para cada uma delas.
No CCP, a última acabou por ter mais visibilidade e mais voz, dificultando os consensos naturais no domínio cultural - que é sempre, por excelência, o lugar de uma solidária partilha das raízes matriciais - e focando sobretudo as questões sociais e políticas do quotidiano, as divergências ideológicas e partidárias, que, fora como dentro do país, se confrontavam na sociedade portuguesa. Em qualquer caso, foi uma esplêndida vivência democrática, que, assim, pois, desde a primeira hora, deu do Conselho a imagem mediática da conflitualidade mais do que pela da cooperação e solidariedade, que, por sinal, em matérias fundamentais, também existiram.
 Foi, com certeza essa imagem de marca que, a partir de 1987/1988, levou um novo governo a suspender as suas reuniões, a silencia-lo, antes de o substituir por uma organização composta de múltiplos colégios eleitorais, que, como era previsível, não funcionou..
Em 1997, o CCP ressurgiu em novo figurino – numa eleição por sufrágio direto e universal, isto é, restrito aos emigrantes com nacionalidade portuguesa. O Conselho teve, pois, uma vida feita de várias vidas entrecortadas, num percurso mais acidentado do que outros organismos existentes na Europa. Mas resistiu, e será hoje mais fácil do que já foi impor-se como grande forum democrático. Poderá vir a ser, idealmente, uma espécie de 2ª Câmara, de carácter consultivo e representativo, uma "assembleia" dos portugueses do estrangeiro - título que passou a assumir o antigo "Conséil" francês. Um órgão que, a meu ver, deveria ser consagrado na arquitetura da Constituição, ao abrigo do poder discricionário de um qualquer governo. Esta hipótese foi discutida na AR, em 2004, por iniciativa da Sub- comissão das Comunidades Portuguesas, a que eu, então, presidia . Podemos dizer que a ideia já iniciou o seu percurso.
O CCP, ao contrário do IAECP, parece ter futuro e continua a ser incessantemente reequacionado, de facto e "de jure", aguardando-se para breve mais uma reforma legislativa.
O fim do IAECP implicou a perda de uma margem de autonomia essencial no setor das comunidades portuguesas, dentro do universo do MNE. Com esta afirmação, não é no poder e competências do responsável político que estou a pensar, mas nos meios operacionais de que dispõe, no desaparecimento de  departamentos e de chefias próprias, com especialização, vocação e experiência nas complexas matérias que integram o setor. .
Em período de nova emigração, a falta vai sentir-se muito mais e a melhor solução não é certamente, depois de um processo de verdadeiro indiferentismo num grande ministério, uma segunda diluição num departamento que se ocupe, em simultâneo (e, com toda a probabilidade, prioritariamente...) da imigração.
A inserção orgânica dos serviços de emigração é, afinal, indiciadora da orientação das prioridades políticas de um Executivo. Em Portugal foram sedeados no Ministério do Interior, quando o primeiro objetivo era o controlo dos movimentos de saída e no Ministério do Trabalho, tal como acontece em Espanha, quando a proteção dos trabalhadores se impôs a quaisquer outras finalidades, só tendo transitado para o MNE, para melhor aproveitar a articulação com os serviços externos do Estado. Na Grécia, integra-se no Ministério da Cultura, a revelar a importância dada aos laços de ligação neste domínio - e, evidentemente, à Diáspora.
A junção, num mesmo pelouro, de políticas de emigração e imigração, que, aparentemente, há quem proponha em Portugal, é, na minha opinião, uma inovação de risco, uma originalidade dispensável, sobretudo na conjuntura que atravessamos. O que é preciso é  reforçar os meios institucionais da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, recriar Delegações externas, em países, onde os problemas se avolumam, nomear Conselheiros e Adidos Sociais, onde uma austeridade mal direcionada os eliminou dos quadros das Embaixadas. Este é um domínio onde as boas soluções para o futuro se podem inspirar nas lições dos anos que se seguiram à revolução, quando se procurou construir uma democracia inclusiva dos Portugueses do mundo inteiro