sábado, 24 de outubro de 2015

RECORDANDO... a primeira Presidente da "Associação Mulher Migrante na Argentina"


MARIA ALICE MATOS
IMIGRANTE

O ASSOCIATIVISMO , como factor de progresso da Mulher, dependeu do tempo e lugar.
As mulheres imigrantes que, como eu, vieram de diferentes aldeias, cidades, e, todas juntas, sentíamos estar mais pertinho da nossa querida Pátria.
Mais tarde chamavam-lhe convívio.
A mulher começou a ganhar postos nas comissões directivas há 20 anos, quando muito.
Postos directivos para homens (diziam eles).
A finalidade de ambos era reforçar os valores de nossas tradições e cultura, e não esquecer a nossa amada língua.

A MINHA PARTICIPAÇÃO NOS MEIOS ASSOCIATIVOS
Começou como sócia e logo como secretária da Associação da Cidade Tesei, secretária do Conselho das Comunidades Portuguesas da República Argentina. Esta mesmo me designou representante na FAC (Federação Argentina de Colectividades), integrada por mais de 40 colectividades.
Éramos representantes junto do Ministério de Relaciones del Interior e Migraciones.
Também aí, na FAC, ocupei o cargo de Secretária Interinstitucional e Secretária-Geral.
Desejo expor o meu testemunho como desse lugar a "Solidariedade entre Colectividades" promove uma grande participação no associativismo.
E, ao mesmo tempo, exibimos as nossas tradições, a nossa cultura, gastronomia, bailes, admiramos os referentes a outras comunidades, tais como Festas Rotarias de colectividades, Feiras de colectividades. Convites para palestras, simpósios, mesas redondas, etc..

Exemplos de mecanismos e convénios:
Criação de Cursos para Líderes e Agentes comunitários (capacitação dos dirigentes para as problemáticas sociais e suas possíveis soluções.
O Fomento do desenvolvimento social, económico e cultural das comunidades baseados no reforço, consolidação e criação de redes sociais
Relações Públicas que incluirão encontros entre diferentes sectpores da comunidade, autoridades políticas e empresários.
A criação de um centro permanente onde se possa apresentar preocupações e projectos, a interlocutores idóneos.
Um Prédio destinado a ser Centro Social Cultural e de Negócios, com exposições permanentes e itinerantes.
Uma equipa de profissionais destinados a executar e supervisionar o desenvolvimento do presente programa.

Subscrevi, em nome da "Colectividad Portuguesa " a "Declaration Conjunta de las Colectividades Extranjeras en Nuestro Pais "luego de la Entrevista con el Ministro del Interior Dr. Carlos Corach.

Cada um de nós, representantes, na reunião do coselho das Comunidades, ao qual pertencíamos, informávamos sa novidades, e cada presidente comunicava à sua comissão directiva, e paticipava se desejasse.
Sobretudo me interessava:
a política interna de cada colectividade, a integração entre políticas do governo do País de origem e entre os gogernos locais
A juventude, as crianças, unidas pela apendizagem da língua supervisada por professores;
Interessantes programas de apoio, um grande desenvolvimento social, desportivo e intelectual. Não havia carenciados, a ajuda processava-se através do governo correspondente. Era uma pensão digna, a pessoa que era ajudada tinha conteção moral, não se sentia pobre. E assim funcionavam algumas comunidades.
Outra das finalidades da FAC:

AJUDA AO IMIGRANTE LEGAL
PEDIDO DE MELHORIA NAS INSTALAÇÕES DE MIGRAÇÕES
Depois de vários pedidos de audiências ao Sr. Director das Migrações conseguimos que se mudassem alguns artigos em leis da imigração
O fluxo migratório era cada vez maior e muito diferente dos de outrora.
Muito grande e complicado o prblema de imigrantes ilegais e as suas colectividades lutam para ajudá-los.
Os exemplos expostos mostram parte das actividades realizadas pela FAC.

Visitou-nos no ano de 1998, no Clube Português de Villa Elisa, Dr.ª Manuela Aguiar, onde teve uma reunião com as mulheres presentes, e onde se abordaram temas diversos entre elas - como ajudar os nossos carenciados.
Vocês, mulheres corajosas, que têm tanta força, animem-se a criar uma associação. Dessa forma, podem ajudar, ser conhecidas. quem sabe...
Eu tinha muito presente o que me havia impressionado noutras colectividades, e nem queria crêr que se estava abrindo uma possibilidade, uma intenção, de a mulher integrar um PROJECTO POR SI SÓ!
Meses mais tarde, já estava tomando vida A ASSOCIAÇÃO dA MULHER MIGRANTE NA RUPÚBLICA ARGENTINA, da qual tive a honra de ser a primeira presidente.

E aqui considero o ASSOCIATIVISMO COMO FACTOR DE PROGRESSO DA MULHER


Maria Alice de Matos

 


Comentários

Maria  Manuela Aguiar disse...

Sem o saber,  a consciência da necessidade e  a vontade de lutar, sem a experiência que Maria Alice de Matos tinha, como uma das primeiras mulheres portuguesas a exercer cargos importantes em instâncias associativas argentinas e luso-argentinas teria sido possível o fulgurante lançamento da  nova Associação de Mulheres?

Sempre considerei que o êxito desta iniciativs se deveu ao trabalho conjunto daquelas que conheciam bem os mecanismos da participação asociativa e daquelas que aprendiam depressa!

Parabéns, Maria Alice. Bem-haja, por tudo o que fez e faz pela nossa comunidade, pelos portugueses e por outros imigrantes, e pela Argentina, esse País de oportunidades e de acolhimento.

 

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