Diálogos sobre Cultura, Cidadania e
Género
Universidade Sorbonne Nouvelle
Paris, 10 de Setembro de 2015
É uma honra para a
«Mulher Migrante – Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade», que aqui
represento, como Presidente da sua Direção, ter-nos sido proporcionada a oportunidade
de podermos ter esta Sessão de Trabalho, num local histórico, o que fazemos
pela 2ª vez – em Junho de 2014 e agora - com um Programa diversificado que nos
permite tratar temas, a que, entre outros, nos temos dedicado ao longo dos
nossos quase 22 anos de existência, que se completam no
próximo dia 8 de Outubro.
Chegou o momento
de saudarmos e agradecermos a participação de todas e de todos os presentes que
corresponderam ao nosso convite, para nos acompanharem e/ou intervirem com as suas altas qualificações
nestes Diálogos.
Dirigimos um especial reconhecimento a Sua
Excelência o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário,
que para além da sua honrosa participação neste Colóquio, nos proporcionou o
apoio para a realização deste evento, bem como do Concerto “Portugalidade”, a que hoje vamos assistir no Conservatório
da Mairie de Puteaux, às 21h00.
Salientamos também o apoio que nos foi concedido para o Concerto
“Portugalidade”, já realizado em 4 de Junho de 2015, no Luxemburgo, no Teatro Municipal de
Esch-sur-Alzette. Com estes Concertos se comemorou o75º Aniversário do Maestro António Victorino de Ameida.
Há naturalmente
também que manifestar a nossa gratidão à Profª Doutora Isabelle Oliveira, Vice
– Reitora da Universidade Sorbonne Nouvelle, que à semelhança do que sucedeu em
2014, conseguiu este magnífico espaço, bem como o relativo ao Conservatório em
Jean – Baptista Lully – Mairie de Puteaux..
Estamos igualmente
muito sensibilizadas/os com a presença e participação do Senhor Cônsul Geral de
Portugal em Paris Dr. Paulo Pocinho, do Professor Doutor Loic Depecker ,
Diretor – Geral para a Língua Francesa e para as Línguas de França no
Ministério da Cultura e «Prefigurateur» junto do Primeiro Ministro em Matignon.
Foi também muito
oportuna a homenagem póstuma, feita à nossa muito querida e estimada Amiga Drª
Maria de Jesus Barroso, sobretudo por ter sido feita pela sua grande Amiga de
há anos, a Drª Maria Manuela Aguiar que
a conhecia bem, em diversas fases da sua fantástica vida pessoal,
profissional e política.
E isso, além dos
temas que a Drª Manuela Aguiar tratou, neste Encontro, que bem revelam o seu
magnífico conhecimento sobre a temática das migrações.
Há ainda que manifestar o nosso
reconhecimento à presença e à intervenção feita pelo Dr. José Arantes, Digº
Diretor da RTP África, que há anos nos acompanhou com a sua participação num
Encontro, que organizámos, em Lisboa, no Hotel Zurique.
Agradecemos
igualmente a intervenção do Dr. Joaquim Ludovina do Rosário, atual Adido Social
junto do Consulado Geral de Portugal em Paris.
De seguida,
evidenciamos o lançamento da Publicação da
AEMM relativa a:
1974 – 2014- 40 Anos de migrações em
Liberdade,
aqui apresentada pela Drª Manuela Aguiar sua principal
editora, através da qual podem ser conhecidas muitas das atividades de que nos
temos ocupado.
Para melhor se
avaliarem as múltiplas e variadas iniciativas que temos vindo a concretizar,
ainda que em síntese, referiremos alguns dos temas ligados às Migrações no
Feminino, que pela sua complexidade exige a análise de vários problemas
específicos, entre os quais destacamos: a igualdade de género e a consequente
necessidade de conciliação da vida profissional, familiar e pessoal; a
participação cívica, política, social, económica e jurídica; as questões
relativas à saúde física e mental,
especialmente na fase inicial da integração nos países de acolhimento,
nomeadamente por dificuldades da língua; casos de violência doméstica;
problemas referentes à obtenção de trabalho, muito especialmente sempre que as qualificações profissionais
sejam reduzidas, o que as leva a ter de aceitar trabalho doméstico, e de apoio a
crianças, jovens e a idosos, nomeadamente, na restauração, na agricultura, em
hospitais, entre outros, quantas vezes com menores salários relativamente a
homens e a outras trabalhadoras nacionais na sua atividade e no mesmo posto de
trabalho.
A Mulher Migrante
tem sido, como se sabe, das mais
atingidas pelas situações decorrentes do tráfico e da exploração sexual.
Deverá, porém,
salientar-se a sua excelente contribuição como transmissora e recetora da
cultura.
São realidades
que merecem ser salientadas, tal como a sua permanente contribuição para os
Países de Origem e de Acolhimento, designadamente através da sua preocupação com a constituição de
poupanças – tem por vezes duplos trabalhos- nomeadamente para conseguirem
melhor educação para os filhos que as acompanham ou que ficam nos Países de Proveniência.
Agora com a nova
fase da emigração e a saída de mais qualificadas/os, esperamos que estas
situações sejam em parte melhoradas. Bem merecem!
Devemos apenas
acrescentar que a atividade da nossa Associação tem sido fundamentalmente
desenvolvida com base em trabalho voluntário, sobretudo entre Associadas/os e
através de Parcerias com Entidades Públicas e Privadas, como sucede no caso
presente.
E a terminar, para
melhor esclarecimento, referimos que estas atividades têm sido integradas em
Encontros e Reencontros que realizámos em Portugal e nas Comunidades
Portuguesas, designadamente junto de Associações e de outras Instituições –
Universidades, Clubes, etc), procurando proporcionar uma participação Ativa da Mulher, onde quer que se encontre e
facultando-lhes conhecimentos inovadores
com tal finalidade.
Lisboa 30 de Agosto de 2015
Rita Gomes
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