O Meu nome ainda é....
Glória de Mello , a que acrescentei agora o apelido de Poesia.
Glória de Melo Poesia.
Gosto do meu nome assim.
É que, dado que estou
associada a várias organizações e clubes, me perguntam sempre como é que quero
ser identificada : Presidente das Mulheres Migrantes USA, Presidente da
Associaçáo Real de New Jersey, Coordenadora da Proverbo, a secção Cultural e
Literária do Sport Club Portugues de Newark, Relações Publicas da TAP ?...
Poeta... Gosto de ser Poeta ou Poetisa.
Mas o que é isso de ser
Poeta ?
Recentemenre numa reunião
na Rtutgers University em Newark, N.J. USA, perguntei à audiência o que é ser poeta...Aspanhados
de surpresa, ninguem respondeu...Embora mais tarde me viessem citar Fernando
Pessoa...«O Poeta é um fingidor»...
Mas tenho para mim que
ser Poeta...É uma opção de Vida.É uma forma especial de ver,estar e entender o
Mundo. Foi a que optei para mim.
E não é por acaso que acredito
profundamente que «A Poesia é que vai salvar o Mundo »...
Mas a Poesia , não
acontece por acaso na minha vida: nasci em Lisboa Portugal, mas passei a minha
infância numa aldeia da Beira Alta, Parada de Gonta, a Aldeia dos Poetas, onde
também nasceram os meus familiares e poetas Tomaz Ribeiro, Rodrigo de Mello e
Rodrigo Emilio, e ainda Branca de Gonta Colaça e Ana Colaço. Por isso vivi
sempre num mundo de Poesia...
Depois, a minha agitada vida levou-me aos 4 cantos do
Mundo... à Suiça, onde estudei turismo, ao Japão a representar o Turismo
Português na Feira de Osaka, ao Canadá, e por fim aos Estados Unidos onde ainda
vivo e trabalho na TAP.
E nesse meu percurso, a Língua Portuguesa esteve sempre
comigo.. Do Japão comecei a enviar as «Cartas do Japão » para a revista de
Turismo Publituris, depois foram as «Cartas da América » para o Jornal «Tempo»
e o «Diabo » a pedido da Vera Lagoa, e sempre que se proporcionava, declamava
poemas da minha autoria ou dos clássicos, dado que desde os 4 anos que declamo
poesia. O primeiro foi «O Pavão Peru e Galo» , fábula de João de Deus Ramos…no
Teatro Dona Maria II em Lisboa, que dada a sua actualidade, voltei a gravar no
meu último CD... Porque ainda há muitos «vaidosos que …não cantam…Apenas
guincham…».
Mas o meu primeiro livro
«Pouca Terra Pouco Pão », foi publicado pela minha Mãe, como incentivo à minha
carreira literária. A história é simples.. Eu
vivia no Canadá, e tinha que voar
até Toronto. Mas houve uma tempestade de neve enorme e todos os voos foram
cancelados. Então, como alternativa apanhei um combóio... E como em vez de 45
minutos tinha 5 horas de trajecto...peguei num lápis e num bloco de notas...e
fui descrevendo tudo o que passava no meu consciente, subconsciente e o que via
pela janela, e as associações de imagens da minha vida... Resultou bem...E um
crítico ousou mesmo comparar esse escrito a ..Guy de Maupassant...
Amo Portugal, adoro
escrever e falar português, e gosto de escrever e declamar Poesia. Foi por isso
que editei dois CDs de Poesia, um em 203 e outro este ano, em que dou voz a
Poetas de cá e de lá, e poemas de que gosto, sem atender à conotação politica do
Poeta.
E gosto muito de ser
Mulher...E de ser Emigrante .
Há amigas minha
sofisticadas que me dizem : «Oh Glória: Por favor não diga que é Emigrante »!
Mas digo, e com muito
orgulho: Porque na Emigração conseguimos realizar sonhos, que nunca
conseguiriamso se não tivessemos emigrado.
Por exemplo , eu, que
nasci no seio duma família clássica e conservadora...jamais teria ousado entrar
em vários concursos literários e poéticos, e, como resultado, publicar um livro
em Portugal com o título «A Minha Mão Esquerda», com poemas meus, de meu pai, e
da minha filha Jessia Kansiz, ou dois «raps» ( Rap da Ferry Street e rap do
Emigrante », ou ainda os tais dois CD’s de poesia com poetas que vão de
Florbela Espanca a Rosa Dias, de Saramago a Antonio Manuel Couto Viana , ou
Rodrigo Emilio.
Infelizmente em Portugal
os poetas e escritores ainda são julgados não pelo seu valor real mas descriminados
à priori pelas suas tendências politicas.
Tento ainda nos meus
recitais, transmitir a ideia de que a Poesia também é um veículo de boa
disposição e bom humor.É que há a ideia generalizada de que a Poesia para ser
boa tem que ser algo de muito maçador, inacessível e triste .
Ora , como dizia Fernando
Vieira « A poesia ...Não é tão rara como parece...Na mais ínfima das coisas...A
Poesia acontece...».
No meu primeiro CD
apercebi-me que não tinha incluído muitos poemas de mulheres. E com o
sentimento de «mea culpa» , tentei corrigir isso no CD de poesia «Gloria de
Mello Poesia » que acabo de gravar ( que podem visitar no Youtube). E aí inclui vários poemas meus e doutras
mulheres poetisas.
Continuo a trabalhar na
TAP, « a bandeira Portuguesa no mastro mais alto »..., mas o meu hobby
principal é o de Coordenadora da Secção Cultural e Literára do Sport Club
Portugués de Newark, N.J.
Onde temos levado a cabo
projectos interessantíssimos: lançamento de livros, incentivo a que os autores
da diáspora retirem das gavetas os seus escritos, concurso literários,
exposições, feiras de livro, tertlias, encontro de poetas e escritores de cá e
os de lá, publicação anual dum livro de arte aquando da Gala que tem o
sugestivo nome de «Língua Portuguesa em Festa », altura em que vêm de Portugal artistas de renome como Simone
de Oliveira, Pedro Barroso, Manuel Freire, Victor de Sousa, Nuno Ffeist, Vitorino,
Jose Fanha, António Pinto Basto ( que regressa este ano ), Gonçalo da Câmara
Pereira, João Balula Cid e muitos mais. E o ano passado a Proverbo apoiou um
projecto pioneiro liderado por uma artista de Lisboa, Ana Sofia Paiva que levou a cabo «Oficinas de Fado » ,
durante 3 meses, e que resultou num espectáculo único coma
criação de 12 fados novos «The Ironbound Fado ». apresentado no Dia de
Portugal de 2012.
Em anexo um texto que
ganhou um prémio no Brasil «As voltas que o mundo dá ou Olhos de Carneiro
Mal-Mortos », e um ou dois outros textos de minha autoria .
Junto ainda o fado que eu criei nas
«Oficinas de Fado », e a respectiva tradução, e ainda um poema que foi
publicado em inglês no Jornal the Star Ledger : «Cá e Lá». Quando li
recentemente este poema para um publico americano , houve quem viesse ter
comigo a agradecer-me . «Muito Obrigado! Só hoje fiquei a saber o que sente um
emigrante neste país...»
E ainda um poema «naif»
«Então Adeus », que parece ser o mais
bem sucedido do ultimo CD.
Viva a Poesia ... Que
vai salvar o Mundo...
Gloria de Mello , Poesia.
Outubro de 2013
O PAÍS DO QUE SERÁ
A dúvida que nos aperta
O coração, hora a hora
Tem hora marcada, certa
Na hora d'irmos embora.
Sou emigrante, e assim
Não sou de cá nem de lá
Existe dentro de mim ' /
O país-donue será?
Será que parto daqui?
Será que volto a Parada?
Ou seú em Miami
A minha última morada?
Vou partir ou vou ficar?
Faço bem ou faço mal?
Tenho saudades do mar
Saudades de Portugal
Mas minha filha não quer
Sair destoutro país
$qui se tornou mulher
E aqui que é feliz.
O drama de quem emigra
Por esta ou aquela razão
E.esta constante briga
Cá dentro do coração.
O drama do emigrante
Não é sair do país
É este esforço'incessante
Pra não quebrar aruz.
Mas a partir deste dia
Já toda a gente voltou
Com a estátua do Emigrante
Que hoje aqui se inaugurou
.
A dúvida que nos aperta
O coração hora a hora
Tem horamarcad4 certa
Na hora de irmos embora.
THE COUNTRY OF
THE COUNTRY
AN EMIGRANT OR
THAT-MAY.BE
The doubt that oppresses
Our heart each and every hour,
Beforehand did set the hour,
The hour of our return.
I am an emigrant, so
I belong not here or there.
Inside of me is now imPlanted
The country that-maY-be.
V/ilII leave this place?
V/ilII return to Parada?
Or will Miami be
V/ilII return, or will I stay?
My last and final address?
Am I right or am I wrong?
I long and yearn for mY blue sea,
I long and yearn for Portugal!
My daughter does not want to leave
This the other countrY
Here she became a woman
Here she found happiness.
The drama of those who emigrate
For one or another reason
Is the constant struggle
Deep within their hearts.
The drama of an emlgpnt
Is not leaviíg his cõuntry
It is the eternal struggle
Of clinging to his roots.
That beloved ship "Carái.vela"
sailing with the north wind!
He stayed in Tondela,
She went to New York.
From this day on
We have all returned
For the "Emmigrant' Christmas Feast"
We are celebrating here!
The doubt that oppresses
Our heart, each and every hour,
Beforehand did set the hour,
The hour of our return!
August 14,1994
Translated by Manuela da Luz Chaplin
O PAÍS DO QUE SERÁ
A dúvida que nos aperta
O coração, hora a hora
Tem hora marcada, certa
Na hora d'irmos embora.
Sou emigrante, e assim
Não sou de cá nem de lá
Existe dentro de mim ' /
O país-donue será?
Será que parto daqui?
Será que volto a Parada?
Ou seú em Miami
A minha última morada?
Vou partir ou vou ficar?
Faço bem ou faço mal?
Tenho saudades do mar
Saudades de Portugal
Mas minha filha não quer
Sair destoutro país
$qui se tornou mulher
E aqui que é feliz.
O drama de quem emigra
Por esta ou aquela razão
E.esta constante briga
Cá dentro do coração.
O drama do emigrante
Não é sair do país
É este esforço'incessante
Pra não quebrar aruz.
Mas a partir deste dia
Já toda a gente voltou
Com a estátua do Emigrante
Que hoje aqui se inaugurou
.
A dúvida que nos aperta
O coração hora a hora
Tem horamarcad4 certa
Na hora de irmos embora.
THE COUNTRY OF
THE COUNTRY
AN EMIGRANT OR
THAT-MAY.BE
The doubt that oppresses
Our heart each and every hour,
Beforehand did set the hour,
The hour of our return.
I am an emigrant, so
I belong not here or there.
Inside of me is now imPlanted
The country that-maY-be.
V/ilII leave this place?
V/ilII return to Parada?
Or will Miami be
V/ilII return, or will I stay?
My last and final address?
Am I right or am I wrong?
I long and yearn for mY blue sea,
I long and yearn for Portugal!
My daughter does not want to leave
This the other countrY
Here she became a woman
Here she found happiness.
The drama of those who emigrate
For one or another reason
Is the constant struggle
Deep within their hearts.
The drama of an emlgpnt
Is not leaviíg his cõuntry
It is the eternal struggle
Of clinging to his roots.
That beloved ship "Carái.vela"
sailing with the north wind!
He stayed in Tondela,
She went to New York.
From this day on
We have all returned
For the "Emmigrant' Christmas Feast"
We are celebrating here!
The doubt that oppresses
Our heart, each and every hour,
Beforehand did set the hour,
The hour of our return!
August 14,1994
Translated by Manuela da Luz Chaplin
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