terça-feira, 24 de janeiro de 2012

COMUNICAÇÃO CUSTÓDIO PORTÁSIO

Autor: Custódio Portásio, 33 anos, viveu em Portugal até 2001 e em França até 2006, nos últimos 5 anos tem vivido no Luxemburgo. Estudou gestão e organização de empresas, têm um mestrado em auditoria financeira e actualmente prepara um doutoramento em ciência política. É um professional do sector finananceiro lulxemburguês, onde exerce actualmente um cargo de direcção. Dirigente associativo, participa há 16 anos em diferentes projectos associativos, sociais, culturais, políticos e de promoção da cultura e língua portuguesas. Político amador nas horas vagas, curioso de espírito, “vagabundo das comunidades” por adopção e cidadão
do mundo por natureza.

Exmo. Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Cesário,
Exmo. Sr. Deputado eleito pelo Círculo Europa, Dr. Carlos Gonçalves,
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal da Maia, Dr. António Gonçalves Bragança Fernandes
Exma Sra. Presidente da Direcção da Associação Mulher Migrante, Dra. Rita Gomes,
Exma Sra Presidente da Assembleia da Associação Mulher Migrante, Dra. Manuela Aguiar,
Caras amigas, caros amigos,

Começo por agradecer o convite que recebi da Associação Mulher Migrante, na pessoa da Sra Presidente da Direcção, Dra Rita Gomes.

É para mim uma honra estar aqui presente e participar pela segunda vez no Encontro Mundial de Mulheres
Portuguesas na Diáspora e neste congresso como orador no painel “Trabalho e Empreendedorismo no
Contexto da Integração e do Regresso”.

Não sendo um especialista em matéria de empreendedorismo feminino, manifesto um interesse particular
pelas dinâmicas associadas ao empreendedorismo em geral e em particular ao empreendedorismo feminino,
jovem, social e migrante.

Como residente no Grão-Ducado do Luxemburgo, é deste país que vos apresentarei algumas das iniciativas
promovidas pelo espírito empreendedor luxemburguês e que se consubstanciam em boas práticas a serem
divulgadas. Práticas essas que se destacam ao nível das mais variadas vertentes do empreendedorismo,
nomeadamente por aquelas que atrás mencionei e que se manifestam na promoção do empreendedorismo,
da mobilidade e da inovação, factores de sucesso que em períodos de crise constituiem um incentivo ao
crescimento económico a médio e longo prazo e à excelência do modelo económico do país.

Começarei por uma pequena revista de imprensa de enquadramento, relativa ao tema deste painel
e num segundo momento apresentarei brevemente alguns projectos desenvolvidos no âmbito do
empreendedorismo feminino.

Primeira parte - Breve revista de imprensa…

” A equipa de Femmes magazine lança hoje o seu portal internet dedicado às mulheres. (…)
Não havia nada e pareceu-nos que tinhamos legitimidade para o criar [frase de Maria Pietrangelli e Patricia
Sciotti]. ”
Paperjam, 24 de Novembro de 2011

” Lançamento dos troféus Inspiring Woman of the Year & Top Company for Gender Equity, ao nível da
Grande-Região. (…)
Organizado pelo Grupo Moraru no âmbito da responsabilidade social do grupo, sob a designação de
Womens Leaders in Europe, em parceria com a ESSEC Business School e com o patrocínio de Viviane
Reding, Vice-Presidente da Comissão Europeia, responsável pela Justiça, Direitos Fundamentais e
Cidadania. (…)
Inspiring Woman of the Year propõe-se reconhecer a importância dos modelos que inspiram e influênciam
as mulheres, destacando aquelas que não só tiveram sucesso nas suas carreiras, como inspiram quem as
rodeia e motivam os mais novos.

Top Company for Gender Equity propõe-se reconhecer e homenagear uma organização que apresenta
resultados mensuráveis no recrutamento, manutenção e evolução de uma percentagem equilibrada, entre
homens e mulheres a todos os níveis hierárquicos.”
Agefi, Outubro de 2011

“As mulheres são agentes da mudança (…) enquanto mães e irmãs, professoras e médicas, artistas e
artesãs, empresárias e empreendedoras. ”
Rainha Elisabeth II, extracto do discurso pronúnciado no Dia da Commonwealth, 14 de Julho de 2011

” Women Leaders in Europe : As mulheres nos conselhos de administração… quotas ou não ?
Em 2002, a Noruega era o primeiro país a impor quotas de mulheres nos conselhos de administração. (…)
Hoje, nese país nórdico, há uma percentagem elevada de mulheres nos conselhos de administração : 44%.
A seguir à Noruega, segue-se a Espanha, que em 2007 dotou-se de uma lei impondo a partir de 2015 pelo
menos 40% de mulheres nos conselhos de administração, e mais recentemente a França também legislou
sobre o lugar das mulheres nos conselhos de administração.
No Luxemburgo, a Ministra para a Igualdade de Oportunidades exprimiu-se contra as quotas, mas é a favor
de uma participação equilibrada de mulheres e homens na tomada de decisão. ”
Agefi, 7 de Fevereiro de 2011

” A Gëlle Fra (estátua da mulher dourada, parte integrante do monumento aos mortos das duas guerras
mundiais, deslocada para a exposição mundial de Shangai e que antes de voltar ao lugar de origem, integrou
uma uma exposição tenmporária) reuniu mais de 70 participantes no evento Connected Women organizado
pela PwC Luxemburgo.
Mais de 70 mulheres empreendedoras, líderes e artistas de reconhecido valor no Grão-Ducado
do Luxemburgo e da Grande-Região encontraram-se (…), uma oportunidade para estas mulheres
confraternizarem em torno de um tema cultural e num ambiente descontraído. ”
Paperjam, 24 de Janeiro de 2011

” Segundo um estudo mundial da Accenture, a resiliência é uma competência indispensável às mulheres para
progredirem nas suas carreiras.
Os quadros dirigentes de todo o mundo estimam que a resiliência, ou seja, a capacidade de responder a
desafios e a transformá-los em oportunidades, é uma qualidade essencial para progredir na carreira.
Estima-se que as mulheres sejam ligeiramente mais resilientes (53%) do que os homens (51%). ”
Accenture, Março de 2010

” De 19 a 22 de Novembro de 2003 teve lugar o lançamento do projecto de investigação europeu Gender
training methods partnership, co-financiado pela Comissão Europeia no âmbito do programa Socrates
Grundtvig 2. (…)
O projecto focaliza-se sobre os métodos pedagógicos utilizados no domínio do género, ou seja, na igualdade
de oportunidades entre homens e mulheres na formação contínua.”
Agefi, 1 de Dezembro de 2003


Segunda parte - Alguns projectos levados a cabo no Luxemburgo…

PAN Igualdade – Plano nacional de igualdade entre homens e mulheres, lançado em 2006, pela Ministra
para a Igualdade de Oportunidades, Françoise Hetto-Gaasch e reconduzido para o período 2009-2014:
www.mega.public.lu/actualites/actu_min/2010/02/pan_egalite/index.html

International Cross-Mentoring Program for Women at Board Levels – Lançado por Rita Knott:
www.cross-mentoring.net & www.femaleboardpool.eu

Inspiring Woman of the Year & Top Company for Gender Equity – Lançado por Clara Moraru:
ambos explicados num dos “retalhos” de imprensa já mencionados: www.inspiringwomen.lu

Plano de acção a favor da diversidade na empresa – Lançado por Robert Denneald, presidente da Fedil -

Business Federation Luxembourg:
www.agefi.lu/Mensuel-Article.aspx?date=Nov-2011&mens=172&rubr=1127&art=14887&query=fedil+lance+plan+action


Femmes Leaders – associação presidida por Eliane Fuch, que visa preparar as futuras gerações de

mulheres líderes e contribuir para que as mulheres participem activamente no desenvolvimento económico,
na criação de emprego, na gestão estratégica e na performance das empresas.
Femmes Leaders organiza anualmente a Leadership Academy: www.femmesleaders.eu

FFCEL – Fédération des Femmes Cheffes d’ntreprise du Luxembourg – criada em 2004, a federação
recebe mulheres que estão ou que se querem lançar no empreendedorismo no Luxemburgo.
O lema da actual presidente da associação, Miriam Mascherin é “sinergia, responsabilidade e visibilidade”.
Esta associação incentiva a mulhere a acedere às funções de direcção, forma-a e informa-a, ajuda-a a
resolver problemas relacionados com o exercício das suas actividadese e apoia-a junto da classe política:
www.ffcel.lu

Conseil National des Femmes du Luxembourg – organismo de investigação e de informação sobre o
direito das mulheres: www.cnfl.lu

Cid-femmes – Centro de informação e documentação sobre as mulheres.
Foi criado em 1992, por um grupo de mulheres que pertenciam ou eram próximas do Movimento de
Libertação das Mulheres no Luxemburgo (MLF).
Este centro promove, através de uma biblioteca pública com cerca de 26000 obras, a informação sobre as
mulheres ; sensibiliza o público em geral, nomeadamente mulheres e jovens, através de formações diversas
visando a transformação dos papéis tradicionais atribuídos na sociedade aos homens e às mulheres.
Promove a investigação sobre as mulheres e a evolução dos movimentos feministas no Luxemburgo e na
Europa : www.cid-femmes.lu

Femmes en détresse – a associação tem por objectivo oferecer às mulheres, às suas crianças, e às
jovens meninas uma protecção eficaz contra a violência, através do desenvolvimento e gestão de casas de
acolhimento para mulheres et jovens meninas em situação de perigo ; centros de informação e de consulta.
Esta associação contribui para o melhoramento das condições de vida das mulheres, ajudando-as a
integrarem-se na vida económica e social, garantindo-lhes uma ajuda psicológica, jurídica e social e
oferecendo-lhes formações específicas : www.fed.lu

Antenne d’Écoute – é um serviço multi-língua (português, espanhol, italiano, francês, inglês e indi) criado
em 2008 pela Associação Amizade Portugal-Luxemburgo, por iniciativa de Teresa Pignatelli, consultora em
Programação Neurolinguística (PNL) e que tem como primeiro objectivo escutar e, sempre que possível,
encontrar uma solução para melhor gerir a situação tida como problema. Inicialmente o projecto era
composto por uma equipa de três mulheres : a Teresa, coordenadora do projecto e consultora em PNL ; a
Madalena, assitente social ; e a Joana, psicóloga.
Hoje o projecto conta com uma equipa de 8 profissionais : 7 mulheres e um homem :
http://www.amitie.lu/index.php?option=com_content&view=category&id=51&Itemid=67

Notas finais…

Estes são alguns dos exemplos que pretendia trazer a esta conferência.

Assim, de forma modesta pretendi, apesar do tempo limitado, apresentar-vos algumas das iniciativas que em
terras grão-ducais se desenvolvem para promover o papel da mulher no mundo empresarial.

Note-se porém que muitas destas iniciativas são, desde a sua criação, fruto da ambição de algumas
mulheres que, no Luxemburgo, se distinguem pelo espírito empreendedor,

As boas práticas devem ser partilhadas além-fronteiras e termino citando a frase de há pouco, pronunciada
pela rainha Elisabeth II, no seu discurso do Dia da Commonwealth: « as mulheres são agentes da
mudança ».

Obrigado pela vossa atenção e boa sorte para a continuação dos trabalhos deste congresso.

Custódio Portásio

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