Pouca visibilidadee tem sido dada ao papel das Portuguesas na diáspora, ao longo de séculos de movimentos migratórios largamente domunados por estereótipos masculinos. E, no entanto, a emigração teve efeitos profundos na vida das mulheres no círculo familiar, na sociedade e no mercado de trabalho, assim com, por outro lado, é verdade que as mulheres contribuiram poderosamente para a transformação dos projectos migratórios, a nível individual e para a construção e evolução das comunidades num novo país de residência.
Tradicionalmente as políticas de emigração restringiram, ou chegaram ao ponto de proibir a expatriação feminina, a pretexto de protegerem as próprias mulheres, que seriam, sempre vítimas de "dupla discriminação," em razão do sexo e do facto de serem estrangeiras. Os primeiros estudos científicos sobre esta realidade no nosso tempo, as primeiras audições das portuguesas protagonistas da história recente das migrações, vieram desmentir estes conceitos - ou preconceitos - pois, na maioria dos casos, se constata que a emigração significou para elas mais direitos e mais oportunidades. Em países mais prósperos, mais modernos, em sociedades mais igualitárias, tomaram consciência dos seus direitos individuais e de causas ou valores sociais, aprendendo novas maneiras de serem esposas, mães, cidadãs, tarbalhadoras. O que lhes permitiu tornarem-se um factor decisivo na integração e no bem estar de toda a família e, também, frequentemente, um obstáculo ao tegresso ao país de origem, já que pode implicar perda de estatuto e das facilidades de uma forma de vida urbana e cosmopolita.
Dentro do grupo étnico, desempenharam, e desempenham, também, um importante papel na criação de organizações culturais, onde se conservam modos de estar e de viver à portuguesa, e colectivamnte. Todavia, o movimento associativo é ainda dominado por homens, que perpetuam um universo em regra bem menos igualitário, bemmais fechado à participaçãp das mulheres do que as instituições da sociedade do país de acolhimento - embora uma evolução positiva se registe, mas mais numas comunidades do que em outras. A criação do associativismo feminino foi e continua a ser uma via de rsposta à exclusão no associativismo global.
A diversidade de situações aconselha que se proceda à recolha de dados concretos, à investigação, ao debate sobre estudos e conclusões,, numa perpectiva comparatista e com a finalidade de nivelar pelo melhor, de pressionar a mudança.
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