quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Encerramento do 15º aniversário

À Associação “Mulher Migrante”:

Permitam-me em nome pessoal e em nome da Associação Graal de Coimbra, agradecer o convite para assistir e escutar as intervenções de grande qualidade no encontro “Mulher Migrante Perspectivas Sociais e Culturais”. Cumprimentar a Associação “Mulher Migrante” por esta iniciativa, por ocasião de celebração dos 15 anos de actividade e dizer-vos, que, com trabalho tão consistente, muitos mais virão, com certeza.

Escutaram-se diferentes perspectivas, sobre o tema Migrações, todas elas interessantes e sustentadas. De facto, este tema, ainda necessita de muita luta, de muita vontade e da continuação de Boas Práticas por parte das associações, da sociedade civil e dos nossos governantes.

Recordo as palavras da Doutora Maria Beatriz R. Trindade: “Portugal foi, desde sempre, país aberto ao mundo, exposto à universalidade o que o tornou mais criativo com o resultado do contacto de povos e de culturas”. Foi na época das Descobertas que começámos a ter os primeiros contactos com outras culturas, com novos produtos, com novos povos e com novas línguas, fomentando, assim, a abertura a novos conhecimentos transnacionais a novos contactos e a novas formas de pensar.

As novas mobilidades da migração trouxeram uma grande diversidade de povos e culturas, como podemos constatar. Associado a esta mobilidade, está o factor género, que não pode ser esquecido das agendas associativas e políticas – factor crucial das novas formas de mobilidade e diversidade migratória.

Hoje cruzamo-nos com a imigração a que chamamos “feminizada”, ou seja, a crescente participação das mulheres nas migrações, quer para o reagrupamento familiar quer em situação autónoma com o desejo de proporcionar uma vida melhor aos filhos, à família e a elas própria, claro. Mas também feminizada, no sentido de ocuparem postos de trabalho na esfera doméstica, lares, creches ou em casas de famílias ricas. Não esquecendo ainda, as profissões feminizadas da educação e saúde, no que diz respeito às imigrantes mais qualificadas.

Citando a Drª Maria Manuela Aguiar no livro, “Problemas Sociais da Nova Imigração”, “olho precisamente com optimismo a nossa condição de país de imigração. É necessário encarar os imigrantes com os mesmos olhos com que vejo os nossos emigrantes”. Sabemos que sempre que lhes são dadas, nos países estrangeiros, condições de integração, se tornam realmente cidadãos/ãs de duas pátrias. Pois é isto que os/as nossos/as emigrantes sentem e o que realmente querem quando emigram, o mesmo se aplica aos/às nossos/as imigrantes: O que querem é sentirem-se cidadãos e cidadãs com direitos.

Depois de um (final) de encontro inesquecível e produtivo deixo os parabéns à Associação “Mulher Migrante” e, em especial, à Drª Rita Gomes com quem me cruzei e tive o gosto de conhecer, entre outros/as participantes. Os parabéns pela árdua tarefa de lançamento dos livros, que debatemos no encontro, os quais já tive o prazer de ler.

Em meu nome e do Graal – Coimbra, obrigada e mais uma vez parabéns.



Sara Cruz

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

De Providence, mensagem de António Pacheco

"O momento que estou a viver agora serve de exemplo ao que escrevi no congresso online e ao que disse no encontro de Aveiro. Estou em Providence, trabalhando com um centro de estudos da Lusofonia, nunma universidade de referência. Os temas são abordados com uma professora de origem acoreana e um professor de origem guineense. Fiquei hospedado na casa de dois amigos de origem cabo verdiana que considero quase como filhos. Isto tem de ser a lusofonia na prática: sou um luso-moçambicano, promovendo sob os auspícios de uma Fundaçõo de Portugal, a Pro Dignitate, projectos de luta contra a violência nos media na Guiné-Bissau, com o apoio da comunidade lusófona da Costa Leste dos Estados Unidos (Universidades, associações e jornais).
Assim, o que gostaria que saisse do encontro da Mulher Migrante de Aveiro:
- O apelo para que a dimensõo da língua portuguesa esteja sempre presente no associativismo e que as associações de emigrantes se abram também aos vizinhos da língua comum;
- O apelo para que , onde não existam associações de um qualquer país lusófono, porque a presença dos seus emigrantes não é significativa que as nossas associações e agremições se possam transformar em porto seguro de convivência e de troca de impressões em língua portuguesa;
-Que os emigrantes portugueses, brasileiros, cabo verdianos e de outras nacionalidades, através das respectivas associações lancem em conjunto projectos de formação, programas de defesa de direitos e de interesses comuns.
-Que se prepare em 2010 -ver proposta da presidente da Camara de S.Vicente, Cabo Verde- o grande encontro da Mulher Migrante Lusófona, que teria lugar precisamente em S. Vicente e com o apoio daquele municipio".

Bom Trabalho

Antonio Pacheco

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Voltar a Lisboa

Facto inédito na história da Mulher Migrante, nestes últimos anos, mais concretamente desde 2004, as suas iniciativas desenrrolaram-se fora da capital!
Os "Encontros para a cidadania", e outros, como os de Newark e Montreal, em que estivemos com diversos parceiros, levaram-nos a longes terras.
É hora de fazer o balanço na cidade-berço.

Eleição!

A "Mulher Migrante" foi hoje eleita para o Conselho que no município de Lisboa representa as associações de migrantes.
Eleita, ou melhor, reeleita. E por uma votação impressionante (13 em 16)!
A Drª Rita Gomes, que participou na sessão, estava feliz!
É o reconhecimento do trabalho feito ao longo de 15 anos de actividade por ONG's envolvidas na defesa dos direitos humanos e dos direitos dos estrangeiros. Mulheres ou homens, por igual (com a certeza de que as mulheres não serão marginalizadas, como eram no passado - objectivo de uma organização que visa sobretudo a paridade).