terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Adriana Carvalho / CV
Maria Adriana Beirão Gonçalves Sousa Carvalho, portuguesa há muito
radicada em Cabo Verde, nasceu em 1948 na Figueira da Foz. Licenciou-
se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em
1971, completou o Mestrado em Ciências da Educação em 2005, tendo-
se doutorado em 2009, também em Ciências da Educação, especialidade
em História da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação da Universidade de Lisboa.
Duma forma ou doutra, a vida profissional de Maria Adriana Carvalho,
actualmente Vice Reitora da Universidade de Cabo Verde, tem obedecido
a duas paixões: a educação e Cabo Verde. Chegada a este país em 1978,
começou logo a leccionar no Liceu Domingos Ramos (antigo Liceu
Adriano Moreira), tendo de seguida desempenhado vários cargos de
Direcção nas áreas de Formação e Planeamento do Ministério da Educação.
Foi também responsável pela coordenação de vários projectos na área
educativa financiados pelo Banco Mundial.
Em 2002 fez a transição do Ensino Secundário para a Universidade, tendo
desempenhado cargos de relevo no Instituto Superior de Educação (Pró
Reitora), na Universidade Jean Piaget, onde chegou a Professora Auxiliar
e, finalmente, na Universidade de Cabo Verde, onde exerce as funções de
Vice Reitora para a Pós-Graduação e Investigação.
No corrente ano foi a responsável e a principal impulsionadora do projecto
desta Universidade “2012, Ano da Língua Portuguesa”.
A Professora Adriana Carvalho é uma figura destacada da Comunidade
Portuguesa em Cabo Verde, onde se tem notabilizado pelo seu empenho
enquanto membro activo do Conselho Consultivo da Área Consular e pelo
seu dinamismo em todas as iniciativas visando a criação de uma Escola
Portuguesa em Cabo Verde.
Foi também autora e co-autora de vários livros, manuais escolares e artigos,
cujo denominador comum é a área da educação e a história da educação.
A Professora Adriana Carvalho foi agraciada pelo Presidente da Republica
de Cabo Verde com a 1ª Classe da Medalha do Vulcão e pelo Presidente da
Republica Portuguesa com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

 Isabel Meyrelles, grande Portuguesa da diáspora esteve representada na exposição de Mulheres de Artes, "Singular, Plural", com que quisemos abrir, de uma forma absolutamente inédita, o Encontro Mundial da Maia.
Relembrar o acto com que o governo Português a distinguira dois anos antes, é a nossa maneira de lhe agradecer o seu gesto de solidariedade  e de participação nesta iniciativa.
Foi em 11 de Dezembro  de 2009 que Isabel Meyrelles recebeu na Embaixada de Paris a comenda da Ordem de Santiago. Na altura, O SECP Dr António Braga, afirmou na sua mensagem que aquela era "a merecida homenagem de Portugal a uma das suas mais distintas embaixadoras".
Acompanhamo-lo nas palavras com que define o seu percurso artístico
"Isabel Meyrelles ilumina a contemporaneidade como Poetisa e Escultora de eleição, na boa tradição do movimento surrealista, no qual ocupa lugar pioneiro e cimeiro. Na sua riquíssima e permanentemente apaixonada vida cultural perpassam esse conjunto de actividades multifacetadas que fazem o artista completo.
Desde a tradução de autores de referência na literatura nacional, que desenvolveu variadíssimas vezes com inegável talento, em que destaco José Régio, até à poesia e à escultura, a sua extraordinária actividade criativa deixa uma marca indelével. Por proximidade pessoal atrevo-me a relevar a sua obra na escultura onde espelha, com raro sentido de oportunidade, o mito do Portugal e da Europa, em que se inspira muito do transumante na Diáspora portuguesa, aliás, presente no meu próprio distrito que tem o privilégio de beneficiar da sua obra na colecção da Fundação Cupertino
Miranda onde, há bem pouco tempo, lhe foi prestada sentida homenagem"


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Lembrar Malice

Maria Alice Ribeiro , jornalista e directora do mais antigo jornal de língua portuguesa em Toronto era uma Mulher de cultura, de Letras e de causas, com um intenso interesse pelas coisas da política, tanto nacional, como canadiana e mais ainda pelas da sua comunidade. Sempre pronta a conversar à mesa do café, ou ao telefone, como se o tempo que perdia connosco, não o fosse gastar em noitadas de porfiado trabalho.

Sim, havia o seu “quê” de excessivo na personalidade de Maria Alice – mas todos os seus excessos eram virtuosos (salvo o de ser fumadora inveterada): excesso de generosidade, de voluntariado, de cuidado com o detalhe, com o sucesso de todas as vertentes de uma acção, que a fazia uma parceira mais do que fiável, infalível, em qualquer iniciativa conjunta. As suas organizações tinham o rigor de um relógio suíço, a par de um entusiasmo e uma emotividade muito à portuguesa.

Amigos não lhe faltavam, Sabia escolhe-los na perfeição, e pô-los a trabalhar para o “bem comum”. Foi através dela que conheci o filantropo Virgílio Pires, o Manuel Leal (que ela achava “esquerdista” – que exagero! …) ou o Laurentino Esteves, o jovem promissor, que tratava como um segundo filho.
Só ela me faria estar numa passagem de ano em Toronto (porque para além da minha família portuguesa, achava que eu tinha obrigações para com a minha vasta família de afectos luso-canadiana…). E não nos limitamos a confraternizar em duas ou três festas de associações, mas em quatro ou cinco, umas visitadas no ano que findava e outras já no ano seguinte,,, No meio de um nevão que cobria os passeios, onde se afundavam os nossos sapatos de salto alto. Coisa benigna, quando comparada a uma ida de Toronto a Kingston, que durou horas e horas, sob sucessivas tempestades de neve, com o Virgílio Pires firmemente ao volante do seu Cadillac, que resvalava aqui e ali, mas sempre sem perder o rumo…. E, depois de cumprirmos na íntegra o programa – visita à Igreja portuguesa, encontro no clube, entrevistas à rádio e à televisão e jantar como Mayor – regressamos à aventura de mais umas horas de condução exímia do Virgílio, sob a fúria da intempérie. Em ininterrupta e divertida conversação a três, naturalmente… Com Malice não havia silêncios nem tempos mortos, era assim, cheia de energia, de ideias e de projectos, que levava por diante contra todos os obstáculos, fossem os da natureza ou os dos seus opositores - que nunca a venceram nem convenceram...
O que a movia? Julgo que era, antes do mais, o portuguesismo, a vontade de defender a cultura portuguesa na imensa panóplia de culturas conviventes no Canadá e também o inconformismo face às práticas e tradições que desvalorizavam o modo de ser feminino.
O Correio Português era o jornal da Maria Alice e do António Ribeiro, numa paridade completa, pragmática e eficaz. Mas para Malice, como os amigos lhe chamavam, o jornal foi mais do que um periódico bem gerido e bem escrito. Com ele deu voz à comunidade, fez a história da comunidade, mas também soube ter voz própria e ser protagonista de primeiro plano na construção de um universo luso canadiano que não parava de crescer, após o início das migrações em massa dos anos 50.
Do seu pioneirismo no campo da escrita e do jornalismo ao seu pioneirismo na representação dos emigrantes no Conselho das Comunidades Portuguesas, desde os anos 8o até ao último dia de uma luta contra grave doença, fica a força de um exemplo de vida,.
Fica a memória da fase primordial da emigração portuguesa no Canadá, em páginas e páginas do seu "Correio". E fica, também, à espera dos investigadores que o possam tratar e divulgar, um precioso arquivo fotográfico, recolhido no Museu Português de Toronto, graças a uma intervenção atempada de Virgílio Pires.
Na verdade, Malice tinha sempre à mão, para além do inevitável maço de cigarros, a sua máquina fotográfica de profissional...Nesse arquivo, está, em imagens, muito do passado português em Toronto – cabe agora ao “Museu”
revela-lo, valorizando-se.
E, por fim, numa revista que fala de mulheres na diáspora não poderíamos esquecer que a ela se deve a proposta para a realização do “1º Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo”, em 1985. Esse
seu gesto é, de algum modo, o precursor da longa caminhada, em que andamos, e em que a sua memória nos acompanha.























Progrma Uruguai

A Associação de Estudo Mulher Migrante tem, desde há anos, procurado
introduzir as temáticas de género e de geração em eventos tradicionais
das comunidades, onde, como regra, o enfoque vai para outras questões.
Julga-se que esta é uma forma eficaz de lhes dar a prioridade que tem
faltado.
Assim, por ex, aconteceu em em 2007, com a Associação MM a promover
seminários sobre igualdade no quadro das festas do 10 de junho em
Newark e em Montreal -uma experiência que se repetiu agora com a
inserção das preocupações de igualdade de género e geração no Encontro
do Cone Sul, num seminário cultural que teve por tema central o maior
equilíbrio de participação dos que mais marginalizados se encontram
ainda no movimento associativo - o que não sendo justo para as pessoas
compromete o futuro das próprias instituições, como se torna cada vez
mais evidente...
O Encontro do Cone Sul constitui um paradigma da prossecução de
finalidades várias, a partir de um modelo inicial puramente lúdico: um
portuguesíssimo torneio de sueca, que começou nas comunidades do sul
do Brasil e do Uruguai e veio a estender-se à Argentina, alternando
entre os 3 países a sede do evento anual. Do jogo e do convívio se
passou a outras iniciativas que decorrem em simultâneo, exposições,
festivais de música e dança e, desde há já 10 anos, um "Seminário
cultural". Participantes às centenas, presença de autoridades dos 3
países, dos nossos diplomatas e, quase sempre, a presidência
protocolar do SECP. Um evento que cresceu para se tornar um dos mais
importantes, um dos mais "internacionais" de todo o mundo da Diáspora lusófona.
Em 2012 a Associação de Estudos MM foi, com o apoio da SECP, o
parceiro principal na economia desse seminário - para marcar, também
fora da Europa, as preocupações com o envelhecimento activo e a
solidariedade intergeracional no contexto do movimento associativo
português.
É óbvio, do ponto de vista das dirigentes da AEMM, como explicitaram,
que a mudança e a inovação passam, largamente, pela capacidade de
atrair ao cerne da vida associativa estes grupos, que têm sido
marginalizados, para não dizer praticamente excluídos.
Tomar consciência desta realidade é preciso, mas não basta - é urgente
tomar medidas concretas, fazer das instituições a" casa de todos",
onde todos tenham o seu espaço próprio, para decidirem autonomamente
iniciativas e modos de convívio, porventura em ruptura com rotinas e
hábitos antigos. Num simples bar de associação, podem reunir as
tertúlias mais criativas, de um simples jogo de sueca pode surgir uma
universidade sénior, como de almoços de amigos surgiu o formidável
movimento das Academias de Bacalhau e, muito recentemente, as
Academias da Espetada na Venezuela.
Foi esta a tónica das intervenções de Maria Manuela Aguiar (A
expansão de Portugal pelo Movimento Associativo) e de Maria Beatriz
Rocha Trindade (Associativismo construindo o futuro a partir de um
olhar retrospectivo). O Engº Daniel Amado e a Drª Alexandra Allo deram
exemplos concretos da dinâmica Associação de Comodoro-Rivadávia,
actualmente presidida por Maria Amado. a que se seguiram, na mesma
linha, intervenções de jovens luso-descendentes de Ijuí.
Rita Gomes realçou a participação activa das mulheres nas estruturas
associativas e Nassalete Miranda deu visibilidade a um domínio, onde
as Mulheres são já "mais iguais" aos Homens - a do empreendedorismo
cultural, numa mensagem que soou a coisa nova.
Várias outras intervenções e o debate se seguiram, na presença de mais
de 200 congressistas, que enchiam o "salão de cerimónias Dr Ernesto de
los Campos, oferecido pela Intendência para a realização dos
trabalhos.
A própria Intendente - a primeira Mulher na História a presidir à
Câmara Municipal de Montevideo - esteve presente a saudar todos os
participantes, a realçar o papel das mulheres nas sociedades de hoje,
tendo concedido o título e a medalha de "Visitante Ilustre" ao
Secretário de Estado José Cesário e à Ex- Secretaria de Estado Maria
Manuela Aguiar.
O SECP mostrou, uma vez mais, a sua proximidade das pessoas e dos
problemas, um conhecimento de causa, feito de experiência vivida e,
também, o que não é menos raro, em quem desempenha essas funções, de
sensibilidade para as questões de género.
Uma questão que nunca pode ser vista como especificamente feminina, e
que não pode ser resolvida apenas por mulheres nem, na nossa óptica,
faz hoje sentido que seja movida "contra" os homens. Luís Panasco, a
"alma" deste Encontro, que institucionalmente organizou como
Presidente da Casa de Portugal de Montevideo e que a AEMM se orgulha
de contar entre os seus membros activos disse um dia, em Villa Elisa,
numa reunião em que era o único homem presente: "não é preciso ser
jovem para procurar ajudar os jovens, nem velho para procurar resolver
problemas de envelhecimento, nem é preciso ser mulher para lutar pela
igualdade de sexos.
Para além do seminário, o encontro foi vivido numa programação
multifacetada - reunião de empresários, promovida pela Câmara de
Comércio luso uruguaia, encontro do SECP e de deputados do Grupo de
Amizade Uruguai Portugal no Parlamento, reunião do SECP com dirigentes
associativos do Cone Sul, uma conferência sobre as mulheres na
política no Clube Brasil (oradora e convidada a falar da sua própria
experiência, Maria Manuela Aguiar), festa com exibição de ranchos
folclóricos das comunidades portuguesas dos 3 países do Cone Sul,
visita a colónia de sacramento, com recepção oficial na Intendência,
desfile dos Ranchos nas ruas da cidade património da Humanidade,
sessão de encerramento, com apresentação de conclusões e entrega dos
prémios do torneio de sueca, que, sendo um de muitos eventos não
perdeu a sua importância. E, por isso, a deputada Mª João Ávila e
Nassalete Miranda que mais mulheres passem a participar dos jogos, em
paridade e não só a título de excepção que confirma a regra.
Sacramento foi também o lugar ideal para lembrar Fernando Assunção, o
grande intelectual e militante da cultura portuguesa, a quem se deve a
reconstrução de “Colónia”, fiel à sua traça arquitectónica portuguesa,
que lhe vale, afinal, a distinção da UNESCO. Presentes entre nós, a
viúva e a filha do Doutor Assunção.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

20 e 21/09/ 2012 –Programa no Luxemburgo

Instituto Camões

Com o apoio da Embaixada de Portugal no Luxemburgo e do Instituto Camões– Centro Cultural Português no Luxemburgo, a Amizade Portugal –Luxemburgo (APL), a Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL),o Centro de Apoio Social e Associativo (CASA), a
Câmara de Comércio e Indústria Luso – luxemburguesa (CCILL), o Serviço de Ensino de Português (SEP) e a Confraria dos Financeiros Lusófonos no Luxemburgo, foi realizada esta Conferência com a participação por parte da AEMM, da Drª Manuela Aguiar, da Drª Rita Gomes e da Drª Nassalete Miranda.
Temas destas Intervenções: Drª Manuela Aguiar: “As Academias Seniores de Artes e Saberes”; Drª Rita Gomes: “Associação de Estudos Mulher Migrante”e “Participação Ativa da Mulher nas Estruturas Associativas e outras”; Drª Nassalete Miranda: “Empreendedorismo Feminino Cultural”
Foi feito o lançamento da Publicação desta Associação sobre «O Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora», realizado em 2011, no Forum da Maia.

Participaram nesta Iniciativa a Embaixadora Drª Rita Ferro, o Senhor Cônsul- Geral de Portugal no Luxemburgo, Dr. Rui Gonçalves Monteiro, vários dirigentes de Associações e outras Instituições das Comunidades Portuguesas.

As conferencistas foram convidadas a visitar uma instituição de Solidariedade Social Luxemburguesa onde decorria um encontro intergeracional para debate dos principais problemas vividos pelos
idosos, com a presença de jovens querecolhiam elementos para estudo, teses de mestrado e de doutoramento nas áreas socias.
Foram efectuadas visitas à C.A.S.A, À Rádio Latina e à Caixa Geral de Depósitos na procura de espaços para a realização de exposições de artes plásticas de mulheres da própria comunidade e de outras.

O programa encerrou com uma conferência de Manuela Aguiar sobre “Le mouvement féministe républicain au Portugal”, organizada pela Confrérie des Financiers Lusophones au Luxembourg., e em que participaram diversas individualidades, designadamente o Senhor Cônsul Geral de Portugal no Luxemburgo, Dr. Rui Gonçalves Monteiro.
Uma audiência interessada, participativa e cheia de personalidades portuguesas e luxemburguesas, mulheres e homens, que interpelaram a conferencista com várias questões, no que resultou um diálogo vivo a entrar pela noite..

Encontro em Genebra - Livraria Camões

O programa na Suiça teve uma excelente organização dConsulado de Portugal, com grande envolvimento do Dr. Carlos Oliveira, Cônsul-Geral de Portugal em Genebra (que mais uma vez assim dava apoio a iniciativas da AEMM - uma colaboração iniciada em 2007, quando era
Cônsul-Geral em Montreal ) , da jornalista Cristina Rodrigues, uma das participantes no Encontro Mundial da Maia, e da Livraria Camões, onde teve lugar a reunião.

A Drª Manuela Aguiar fez a apresentação do Livro sobre o «Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora de 2011, destacando as temáticas aí tratadas, e moderou as intervenções de um painel composto por Rita Gomes, Isabelle Oliveira, Nassalete Miranda e Leonor Fonseca,
abordando temas como o projecto ASAS, a organização de tertúlias destinadas à recolha de narrativas de vida de emigrantes e à situação da Mulher na política e na vida das comunidades.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

AS ACADEMIAS SÉNIORES EM LONDRES




A ideia lançada em Joanesburgo, em 2008 nos ENCONTROS PARA A

CIDADANIA: MULHERES – VERTENTE DE MOBILIDADE NUMA PERSPECTIVA

DE DIÁLOGO INTERCULTURAL – para a criação de Universidades Sénior

destinadas a ocupar o tempo livre dos mais velhos, agora reformados e

tantas vezes sem programas de actividades interessantes e enriquecedoras

no ponto de vista cultural, como também para intercâmbio de ideias e de

relacionamentos, está a procurar ser implementada em Durban e em Caracas.

Considerando que 2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento

Activo e da Solidariedade entre Gerações, a Secretaria de Estado das

Comunidades Portuguesas decidiu patrocinar a divulgação deste projecto e,

depois de apresentado á comunidade portuguesa de Newark, pretende-se

alastrá-lo a outros espaços da nossa diáspora, tal como foi feito em Londres

pela Dra. Manuela Aguiar, no passado mês de Junho na Embaixada de Portugal,

na presença do Senhor Embaixador, que assim tanto dignificou o nosso

Encontro.

Procurando também que lhe esteja associado um diálogo inter-

geracional no espaço da nossa diáspora, este projecto passa a designar-se

ACADEMIAS SÉNIOROS DE ARTES E SABERES (ASAS).

Inspiradas no modelo das Universidades Sénior portuguesas, propiciarão

uma multiplicidade de actividades dependentes dos contextos onde estão

inseridas e, consequentemente, das motivações e das carências reveladas, tais

como cursos temáticos (línguas estrangeiras, história, literatura, informática,

artes plásticas, teatro, grupo coral, dança e folclore, culinária, socorrismo,

etc.), palestras, seminários, viagens de estudo, sessões de convívio (jantares

e bailes), investigação (histórias de vida da Diáspora, auto-biografias),

favorecendo também um diálogo inter-geracional, bem como uma Rede entre

todas elas.

A frequência dos cursos deverá ser regular e calendarizada, sem

avaliação final, mas com direito à obtenção de diploma de participação.

Pretende-se que as academistas e os academistas tenham

sempre atitudes interventivas e participativas, aproveitando mesmo os saberes

individuais para a animação de actividades e para a leccionação de cursos.

O grupo presente na Embaixada de Portugal e seleccionado pela Dra.

Luísa Ribeiro, era representativo de diferentes contextos e com papeis muito

importantes em cada um deles, que favoreceu o entendimento de uma

tipologia específica para a comunidade portuguesa em Londres e a analisar

com profundidade, pelo que deveria ser objecto de discussão em novas

reuniões, tal como a que aconteceu num jantar já agendado para Setembro.

Foi com enorme satisfação que nesse jantar em Lambeth, o grupo

aumentou e muitas ideias surgiram, definindo-se metodologias, estratégias,

frequência (1ªs quartas-feiras de cada mês) e mesmo o local,

disponibilizado por uma das novas aderentes e dona de um restaurante,

bem como o secretariado, que se responsabilizaria pelo encaminhamento

via e-mail de todas as informações recebidas.

Este grupo de mulheres, agora intituladas LUSÓFONAS EM LONDRES, já

tem um programa detalhado expresso neste e-mail agora recebido:



Olá a todas,



No nosso jantar da passada quarta-feira, dia 07/11/12, ficaram algumas

questões esclarecidas e outras se levantaram.



Assim, decidiu-se que:

1) o nome do grupo será "Lusófonas em Londres"



2) as sessões/encontros terão a duração de 1 hora, sendo os primeiros 30 minutos

destinados à apresentação dos temas (1/2) dessa sessão e a segunda meia hora a

esclarecimentos mais individualizados. Haverá sempre duas pessoas responsáveis pela

organização e apresentação da sessão, assegurando a sessão caso aconteça algum

imprevisto.



3) a primeira sessão será dia 14 de Janeiro (segunda-feira), sendo o tema "Ano Novo, Vida

Nova". O objectivo será abordar questões ligadas à auto-imagem (contaremos com o apoio

de uma cabeleireira e de uma maquilhadora) e à definição de objectivos pessoais para o

novo ano. Esta sessão é da responsabilidade da Maria e minha.



4) a segunda sessão, da responsabilidade da Ana Paula e da Luísa, será dia 6 de Fevereiro

(quarta-feira), sendo o tema "Ano Novo, Casa Nova".



5) a terceira sessão, dia 6 de Março, com o tema "Ano Novo, Trabalho Novo" fica a cargo

da Isabel.



6) no final de cada sessão ficamos por mais 15 min para discutir alguma questão sobre

essa sessão e acertar algum pormenor para a seguinte.



Quanto a questões levantadas, falou-se na possibilidade de criar uma página no Facebook

e na necessidade ou não de se escolher uma líder para o grupo.



Aproveito para pedir a todas que ao responder a emails tenham o cuidado de escolher a

opção de responder a todos os contactos, para garantir que todas recebem as mensagens

trocadas. Peço também que caso não possam estar presentes nalgum encontro avisem para

sabermos ao certo com quem podemos contar em cada sessão.



Até breve.



Abraço,

Mariana Costa
Elsa de Noronha
Como ela própria se intitula é uma “Poeta de Dizer”.
Nasceu em Moçambique, sendo filha de um grande poeta, também
moçambicano, Rui de Noronha.
A nossa muito estimada amiga Elsa de Noronha tem – nos acompanhado em
várias Iniciativas da «Associação de Estudos Mulher Migrante», mostrando-se
sempre disponível para participar com muito entusiasmo e a título voluntário.
Tem estado connosco em vários Encontros, praticamente desde a constituição
da Associação, sobretudo em Portugal, sendo fantásticas as suas exibições,
pelo que tem recebido os maiores elogios.
Por sua Iniciativa, foi a Estocolmo, aquando da realização do «Encontro para a
Cidadania», em Março de 2006, naquela cidade.
Estava presente o Dr. Jorge Lacão que muito a felicitou, bem como todas e
todos os restantes participantes. Foi um espetáculo Inesquecível!
Por todas essas razões, a Poeta de Dizer, Elsa de Noronha, merece a nossa
gratidão com o maior reconhecimento.
filha de um grande Poeta,
também

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

MANUELA BAIROS EM TORONTO

Manuela Bairos começou por distinguir três planos de análise da diplomacia da Língua


Portuguesa: a sua importância como língua de oficial ou de trabalho em diversas organizações

internacionais; a sua utilização nos vários países de língua oficial portuguesa em quatro

continentes e o potencial de crescimento como língua de herança junto das comunidades

oriundas de países de língua portuguesa espalhadas pelo mundo.


Os dois últimos planos de análise mereceram particular atenção, uma vez que é justamente

da sua interação que o impacto da língua portuguesa no mundo poderá ser mais visível e

imediato. Se por um lado é certo que a importância da língua portuguesa se prende com o

número crescente de falantes e com a relevância regional e mundial de países como o Brasil e

Angola nos respetivos continentes, esta realidade serve de inegável impulso e estímulo à sua

promoção nas diásporas que têm o português como língua de herança.

Neste contexto, as comunidades emigrantes oriundas de países de língua portuguesa

assumem um papel fundamental em países como os EUA, Canadá, França, Suíça, África

do Sul ou Austrália, para citar alguns exemplos. Sabemos, com efeito, que o interesse

crescente pela língua portuguesa (hoje bem visível numa China em plena expansão mundial)

dispensará o esforço que hoje pedimos às nossas comunidades e às instituições académicas

pertinentes em vários países do mundo. Mas na atual fase, Manuela Bairos salientou que ainda

precisamos de criar um estímulo que possa desencadear o efeito multiplicador que sabemos

se produzirá no futuro em relação à língua portuguesa. Esse estímulo só poderá ser suscitado

e alimentado pelas comunidades portuguesas na diáspora, que por razões emocionais e de

identidade, tem investido na sua manutenção e promoção junto das novas gerações.

São estas novas gerações que têm assumido com brio a herança da língua e da cultura

portuguesa (a exemplo da tuna académica dos estudantes luso-canadianos da Universidade

de Toronto, que atuou no decurso do simpósio), reconhecendo a riqueza do país de que são

oriundos e das suas tradições e cultura. Este é o fermento que em primeira linha deveremos

utilizar para a necessária mobilização de esforços na promoção da língua portuguesa, que, de

uma forma geral, ainda se encontra muito aquém do seu verdadeiro potencial.


Manuela Bairos exemplificou com a situação dos EUA onde incompreensivelmente a língua

portuguesa sofre dum estatuto de menorização, já que não está disponível num leque de nove

línguas oferecidas nos exames de acesso ao ensino superior (SAT II), ou da França onde,

embora exista uma das maiores comunidades portuguesas no mundo, o número total de

alunos de português naquele país se equipara ao Senegal, com cerca de 27 000 alunos que

aprendem português.



Uma palavra final foi dirigida às mulheres (mães e sobretudo avós) na diáspora e ao seu papel

na transmissão da língua e de outros traços da nossa cultura que são em regra assimilados

no lar e no modo de vida das famílias portuguesas, um legado tradicionalmente a cargo das

mulheres e mães que muito se orgulham de o passar às novas gerações.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Nota de abertura . Revista "Entre portuguesas"


Vamos olhar, nas páginas de uma revista, um mundo feito de sonhos e de obras de muitas Mulheres Portuguesas. Vamos à procura da realidade plural, dinâmica e mutável da nossa emigração feminina, situando-a no espaço que efectivamente ocupa no trabalho, na cultura, nas artes e nas ciências, na política, no associativismo, no desporto, na família...
Move-nos a intenção de reflectir sobre a história do passado e sobre a história no seu curso para o futuro, com a vontade de contribuir para a mudança, de influenciar o processo, e de mobilizar para a acção a metade que tem sido marginalizada nas nossas comunidades. Foi esse o objectivo maior do Encontro Mundial de Mulheres da Diáspora, em 2011 -o terceiro organizado pela “Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante”. Um forum que trouxe novos dados e perspectivas sobre as migrações femininas e permitiu, pela intervenção de tantas das suas protagonistas, com a força dos sentimentos e experiências de vida, e pelo contributo de especialistas e investigadores, com a sua visão objectiva e rigorosa, repensar os modos combater por uma causa que nos une: a da cidadania assumida pelas mulheres migrantes no seu trajecto transnacional.
A revista é mais uma mostra da nossa forma de estar neste combate, de alargar a colaboração com mulheres e homens, que vivem a emigração, com políticos que a compreendem, como o Secretário de Estado José Cesário, com estudiosos que revelam as suas verdades.
E é, também, um tributo a Maria Lamas, exemplo de cidadania exercida com a máxima generosidade e inteligência.
Responder
Encaminhar
 
Mulheres apelaram à igualdade de géneroO II Congresso da Mulher Migrante serviu para a criação de uma nova associação no país. Autor: Sergio Ferreira O Salão Río Caroní no Hotel Gran Meliá Caracas acolheu, no passado domingo, 25 de Novembro, o II Congresso Nacional da Mulher Migrante Luso-Venezuelana, uma iniciativa do Clube dos Comunicadores Sociais Luso-Venezuelanos (CSLusoven) organizada em conjunto com a Conselheira das Comunidades Portuguesas pela Venezuela, Maria de Lourdes Almeida, e com os Filhos de Portugueses Nascidos na Venezuela. Durante a jornada, na qual participaram 124 congressistas de 18 instituições, marcaram ainda presença a ex-secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar, a presidente da Associação Mulher Migrante de Portugal, Rita Gomes, o cônsul geral de Portugal em Caracas, Paulo Martins dos Santos, e o cônsul geral de Portugal em Valência, Antonio José Chrystello Tavares. A abertura esteve a cargo de María de Lourdes Almeida, que agradeceu todos os presentes pelo apoio dado à nova Associação Mulher Migrante da Venezuela. De seguida, Paulo Martins dos Santos fez uma breve intervenção para explicar o importante papel da mulher no processo migratório luso em terras crioulas e de como as mulheres se impuseram nas mais variadas instituições luso-venezuelanas. Antes de iniciar as intervenções das oradoras, foi feito um contacto via telefone com a deputada eleita pelo círculo fora da Europa, Maria João Avila, que agradeceu às mulheres emigrantes na Venezuela pelo seu trabalho incansável. “É muito importante ver as pessoas da comunidade envolvidas num projecto como este. Nunca mais vamos ter uma pessoa do calibre de Manuela Aguiar”, ressaltou. E foi a antiga secretária de Estado, Manuela Aguiar, que abriu oficialmente o congresso. “Em Caracas, como noutras cidades, a associação tem estado ligado ao trabalho com as comunidades (…). Já estou com a ideia de que este é o país onde as mulheres estão mais envolvidas e têm um papel mais determinante na vida da comunidade portuguesa. O futuro deve ser construído entre homens e mulheres; o caminho para o equilíbrio deve ser percorrido no exercício da cidadania. Cesário converteu em realidade política a mobilização das mulheres emigrantes (…) Temos que saber o que queremos para dar mais Portugal a Portugal e fazer das mulheres mais portuguesas e cidadãs”, disse Aguiar. A primeira oradora da noite foi a presidente da Academia da Espetada de Maracay, Ana Maria de Abreu, que explicou o trajecto da instituição que dirige e os seus contributos para a comunidade. De seguida, foi a vez da presidente da Sociedade de Beneficência Só Bem, Ana Maria Góis, que assegurou que a associação continuará a lutar pela dignidade de todos aqueles que sofreram atropelos na vida. A mais aplaudida foi Joamar Isabel Gonçalves, uma jovem de apenas 12 anos de idade, filha da directora da Fundação Luso-Venezuelana de Clarines, Carla de Gonçalves, que foi ao microfone para falar sobre a instituição e ressaltar o talento da mulher luso-venezuelana. Depois, subiu ao palco a primeira mulher a ser presidente da secção de Carabobo da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins (Cavenport), Fátima de Pontes, que destacou o papel de algumas mulheres na história da humanidade e enfatizou o lema “na união está a força”. Fátima Pinto, directora da associação Filhos de Portugueses Nascidos na Venezuela, fez um percurso pela história deste grupo do Facebook fundado em 2008, e falou do lançamento de uma nova página que reunirá Filhos de Portugueses nascidos pelo Mundo. “Nasci e vivo num maravilhoso país, a Venezuela, mas o meu coração estremece cada vez que escuto alguém falar com sotaque português”, finalizou.




Luísa Campos, presidente da Comissão de Damas do Centro Português, em Caracas, explicou a sua participação na mudança de nome do grupo que dirige e do papel fundamental que tiveram em diversas actividades no centro social. “Ao lado de um bom homem está sempre uma grande mulher”, disse Campos, exortando à igualdade e ao trabalho conjunto entre ambos géneros. Chegou depois a vez de Marilú de Andrade, representante do grupo ‘Nietas del Lar Padre Joaquim Ferreira’, que afirmou que é muito satisfatório ver as demonstrações de alegria dos idosos quando estas mulheres os visitam. “O papel da mulher na sociedade actual é claro: Ser transformadora, com valentia, e estar preparada para enfrentar novos desafios” sentenciou. Por seu turno, a presidente do Grupo de Danças Internacionais Dos Patrias, Mónica da Silva, falou sobre o sentimento emigrante presente em cada actuação do grupo folclórico e os seus desafios como presidente nos próximos anos. Posteriormente, foi a vez de Fátima Pita, secretária da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas, e Salomé de Martins, presidente da Fundação Martins, que falaram do trabalho de beneficência desempenhada por ambas as instituições e do papel fundamental das mulheres nessas instituições. Depois de um breve intervalo, foi a vez dos principias oradores: Rita Gomes falou sobre a Associação da Mulher Migrante desde a sua fundação, em 1985, até aos dias actuais, assegurando que a instituição está presente em qualquer lugar onde haja uma mulher lusa que precise dela; a economista Nélia Santos explicou o desafio que significou para ela ser a primeira mulher representante do Banco Internacional do Funchal (Banif) em Caracas, apelando ao equilíbrio entre géneros sexuais e apelando à profissionalização das mulheres; a advogada Adriana da Silva abordou o tema da violência contra a mulher, números e as leis; e a conselheira Maria de Lourdes Almeida recordou os nomes de mulheres luso-venezuelanas que triunfaram nos mais diversos âmbitos. Para finalizar o evento, Manuel Aguiar fez uma nova intervenção na qual destacou o papel das mulheres no associativismo luso-venezuelano, dizendo que apesar de pertencerem a uma sociedade conservadora e tradicional, a pouco e pouco conseguiram ressaltar em diversos sectores. Fez ainda referência ao novo processo migratório, explicando que a inserção destas novas mulheres será menos traumática devido ao alto nível de profissionalização. Manuela Aguiar e Rita Gomes foram recebidas na filial número 43 do FC Porto, em Caracas, pelo seu presidente, Alvarinho Sílvio Moreira, onde tinham preparada uma noite de gala de fados com os melhores fadistas luso-descendentes. A ex-secretária de Estado expressou a sua grande emoção e orgulho ao ver que a Casa do Porto na Venezuela promove importantes actos culturais onde os descendentes lusos são os principais protagonistas; igualmente, destacou que este tipo de actividades mantém vivas as tradições, usos e costumes do povo português, inculcando nas novas gerações a consciência de que ser filhos de portugueses significa ter as portas abertas em qualquer parte do mundo.

Um Natal de saudade

Um Natal de Saudade




Vamos viver a mensagem de Natal para que nos sintamos sempre, ao longo do ano inteiro, mais próximos uns dos outros, no acompanhamento das nossas vidas, na solidariedade, na lembrança.

Que as luzes que iluminam as árvores de Natal, as ruas, as casas em festa, nos iluminem também o caminho a andar, com as lições que nos deixaram os nossos maiores, com as perspectivas que os mais jovens vão descobrir!

Que o casal de emigrantes num trânsito aventuroso, mas venturoso, em terra estranha, com o seu menino recém-nascido - o menino que vinha dar-nos um novo mundo de valores humanos transcendentes e com eles abrir nova era na História universal! - seja, verdadeiramente, um modelo inspirador, para que, em Portugal, possamos resistir às dificuldades dramáticas dos tempos que atravessamos, numa maior união entre a parte da Nação que se debate com as maiores agruras, dentro do nosso território (e de outros, também...), e a que contempla o futuro com a certeza do bem-estar e da prosperidade, em Estados melhor geridos e mais desenvolvidos

Dentro de fronteiras, aumenta, dia a dia, o desemprego, o desânimo, a pobreza, e, com tudo isso, cresce, num dramático recomeço de ciclo, pelas mesmas más razões de sempre, a emigração!

"Portugal, País das migrações sem fim" foi o título que dei, na meia década de 90, a um livro sobre estes temas sem querer fazer profecia, e sem adivinhar a colossal dimensão que o fenómeno iria em breve atingir... Sabemos todos que esse movimento infindo de dispersão, com os seus altos e baixos, as suas mudanças de percurso e a diversidade de integração socioeconómica das pessoas, serviu sempre o engrandecimento de Portugal, levando consigo, nos laços mantidos com a terra-mãe, a expansão da cultura e da língua na diáspora, em verdadeiras comunidades extra-territoriais. Assim se fez e faz a nossa História - uma história de família, de “família-comunidade”- e de “família-nação”.

E o Natal é, por excelência, a festa da família, uma reunião que vence distâncias na geografia e que atravessa os tempos, trazendo vivas à memória as reminiscências dos Natais do passado, a memória dos que estão longe ou dos que já partiram...

É o grande reencontro no afecto, no coração, no espírito.

Por isso, neste Natal, no pensamento, no meu mundo de saudade, onde revisito família e amigos, vão estar, de um modo muito especial, as recordações que guardo de Dona Benvinda Maria. Da sua amizade. Da sua vida exemplar ao serviço de grandes causas! Estou certa que o Filipe e todos os que fazem o “Portugal em Foco” e todos os seus leitores, partilham comigo esta vontade de assim olhar o Natal de 2012.

Para todos, Feliz Natal

Estudo sobre envelhecimento Sò Bem Caracas

Caracas, 25 nov (Lusa) - A Associação de Beneficência Só-Bem convidou hoje as mulheres luso-venezuelanas a participarem num estudo sobre os anciãos portugueses na Venezuela, destacando o desempenho de instituições locais que substituem o Estado no acompanhamento de "situações gritantes".




"Urge fazer um estudo, porém, que seja levado superiormente às instituições oficiais, sobre a velhice em solo venezuelano", disse a presidente da associação.



Ana Maria Góis falava para mais de uma centena de participantes no 2.º Congresso Nacional da Mulher Venezuelana, evento organizado pelo Clube de Comunicadores Sociais Luso-venezuelanos e a Associação Mulher Migrante, de Portugal, para assinalar o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher.



A presidente da Só-Bem frisou ainda que "a comunidade lusa vai envelhecendo em solo venezuelano e, como tal, as situações de carência tenderão a aumentar".



"Diversos idosos, sem família e sem meios de subsistência necessitam de apoios, tendo o Estado português cortado a muitos deles o ASIC, (subsídio de apoio social) mercê das dificuldades que assolam as finanças lusas e dos abusos que se verificaram ao longo de anos", disse.



"É crível que, aumentando os casos de mendicidade, os meios postos à nossa disposição se revelem insuficientes. Não tanto em termos alimentares, onde a comunidade lusa se vem revelando generosa, mas em termos de numerário, imprescindível para a aquisição de medicamentos e pagamento de médicos e ambulatórios", afirmou.



A responsável da Associação Beneficência lembrou ainda que "vicissitudes diversas" levaram o "Estado Social a defrontar-se com uma crise que, obviamente, afetará o tecido social mais frágil".



Segundo Ana Maria Góis, este tecido social, "parco de rendimentos e debilitado, incapacitado de recorrer à malha estatal, acaba invariavelmente por recorrer a quantos, sem atenderem a cálculos matemáticos e questionários intermináveis, lhes dão os alimentos para matar a fome e os medicamentos para fazer face à doença".



Alertou ainda que "esses anónimos que trabalham por vezes em condições extremas”, pretendem apenas “ajudar o seu semelhante” e, por nada esperarem, “são muitas vezes tão esquecidos quanto os deserdados que amparam e protegem".



A Associação de Beneficência Só-Bem foi criada em 1988, está sediada na cidade de Valência, 200 quilómetros a oeste de Caracas, centrando a sua atenção em casos de carência extrema.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Adé Caldeira - sobre a organização do Congresso de carcas

De parte de toda la Junta Directiva Nacional: A todos muchas gracias por su
apoyo...
Fue realmente un excelente evento organizado por la Asociación Nacional Club
de los Comunicadores Sociales LusoVenezolanos (CSLusoVen)
Desde hace 3 años hemos demostrado que somos unidos en una organización
seria y reconocida por toda la red asociativa portuguesa en Venezuela, todo
el dinamismo empresarial de gerencia portuguesa en Venezuela, y mas que
todo, por toda la comunidad portuguesa!!
Pa delante amigos y asociados de la red CSLusoVen, mejor éxito de nuestra
capacitad de organización y de movilización no podía haber: 124 congresistas
presentes y 3.956 visitas en la pagina facebook de la Mulher Migrante
Venezuela.
Contra números no hay bla bla que pueda!!
Felicitaciones a todos por su gran apoyo a la Asociación Nacional Club de
los Comunicadores Sociales LusoVenezolanos (CSLusoVen), organizadora del 2º
Congreso Nacional de la Mujer LusoVenezolana 2012.

Saludos / Saudações / Salutations / Best regards

Adé Caldeira - Vicepresidente nacional


Asociación Nacional de Comunicadores Sociales LusoVenezolanos (CSLusoVen)
Pin: 2 4 9 c f 8 1 b - www.cslusoven.org

FaceBook: www.facebook.com/cslusovenpagina
Twitter: @cslusoven (www.twitter.com/cslusoven)

Drª Fátima Pontes Congresso de Caracas

Mis cordiales Saludos, y de verdad muy emocionada, por haberme invitado a dicho Congreso como Ponente y Moderadora.
Me encantó el compartir con los Jóvenes, desde ya mis cariños a todo el equipo técnico CsLusoVen, a toda la prensa que cubrió el evento, y por Supuesto A Nossa Conselheira Milú mi agradecimiento.
Además mis respetos a mi estimado amigo Adé Caldeira.
Espero a futuro que sigamos trabajando por ese fín de generar una nueva Asociación.donde la Mujer sea representada y oída aquí y allá.
Quiero desde ya ponerme a la disposición de seguir trabajando por lo que fuimos a representar .
Y en nombre de la Junta Directiva de La Cámara Venezolana Portuguesa Carabobo, nuestro agradecimiento por tan importante invitación.Se les quiere
Atentamente
Dra. Fátima De Pontes
Reporte instantáneo de la Secretaria General del II Congreso Nacional de la Mujer Lusovenezolana 2012

La Secretaria General del II Congreso Nacional de la Mujer Lusovenezolana 2012 informa que durante todo el día del evento:
- 124 congresistas asistieron al congreso nacional
- 18 instituciones lusovenezolanas presentes o se hicieron representar
- (de esas 18) 7 son instituciones únicamente con asociadas y gerencia femininas
- 11 medios de comunicación social presentes (TV's, radios, prensa escrita y webtv) tanto portugueses en Venezuela como medios venezolanos (nacionales, regionales y locales)
- Los 2 únicos cónsules generales de Portugal en Venezuela (Caracas y Valencia)
- 2 consejeros de las comunidades portuguesas (existen 5 en Venezuela)
- Una exViceministra de las Comunidades Portuguesas (Portugal)
- 148 reportes por Twitter con la etiqueta (hashtag) #mulhermigrante
- Presidencia de la Republica Portuguesa siguió tweets de un congresista con el hashtag #mulhermigrante
- 109 atestaciones de presencia firmadas y entregue a los congresistas
- 265 facebookistas comentando la pagina facebook
www.facebook.com/MulherMigranteVenezuela
- 345 conexiones a la TV Mulher Migrante Venezuela
- 687 visitas en la pagina
www.mulhermigrante.org.ve
- 3.956 visitas en la pagina facebook
Secretaria General, Comisariado del Congreso y Equipo TecnicoOperacional: Ángeles Pestana, Karen Lozada, Luisana Andrade, Irene Goncalves, Ramsey Blade, Leonella Espinoza, David de Freitas, Steve Tovar y Paulo Villalobos
Con el apoyo técnico de “Hijos de Portugueses Nacidos en Venezuela”(HPNV)

Congresso Nacional da Mulher Luso-Venezuelana 2012

Actualizada na terça-feira
25/11/2012: II Congresso Nacional da Mulher Luso-Venezuelana 2012
Fotos: © David de Freitas (Associação “Mulher Migrante na Venezuela”)
www.mulhermigrante.org.ve

II Congresso Nacional da Mulher Luso-Venezuelana 2012 organizado pelo Clube dos Comunicadores Sociais Luso-Venezuelanos (www.cslusoven.org) em ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e que contou com a presença da ex-secretária de Estado, Dra. Manuela Aguiar, e da presidente da associação Mulher Migrante Portugal, Dra. Rita Gomes. Em final do evento foi criada a associação nacional “Mulher Migrante na Venezuela” (www.mulhermigrante.org.ve).


O evento teve lugar domingo 25/11/2012 no salão rio Caroni do Hotel Gran Melia Caracas e contou com:

- Apoios institucionais: Centro Português em Caracas, Club de Comunicadores Sociais Luso-Venezuelanos (CSLusoVen), Consulados General de Portugal em Caracas e em Valencia, rede “Hijos de Portugueses Nascidos en Venezuela” (HPNV) e associação Mulher Migrante Portugal,

- Patrocinantes: Calzados Car & Beth 2010, Constructora Pignova, CSLusoVen Club de Comunicadores Sociales LusoVenezolanos, Distribuidora El Manjar del Queso, EcosHost, Embutidos Castelo Branco, Frigoríficos El Manjar de la Carne, Futebol Clube do Porto en Venezuela, Hotel Gran Meliá Caracas, Piscinas Latinoamericanas, Radio Arcoense en Venezuela, Restaurante Marisquería Júpiter, TAP Portugal, Zapatería Agus e Zapatería Oporto

- Apoios comunicacionais: CLCom Comunicadores Sociais nas Comunidades (Mundo), Correio de Venezuela, CSLusoVen Club de Comunicadores Sociales LusoVenezolanos, Diario de Noticias da Madeira (Portugal), El Europeo, El Metropolitano, Fala (periódico Ultimas Noticias), Hijos de Portugueses Nascidos en Venezuela (HPNV), Lusa - Agencia de Noticias de Portugal, Luso Magazine, Noti-Luso Web, Pabellón y Bacalao Producciones, Radio Arcoense en Venezuela, Radio Patria e Radio Uno 1340 AM

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

ANA FERREIRA

Desde cedo ligada à Emigração e às suas pessoas, não perdi oportunidade de, no sítio
certo, poder defender os seus interesses e direitos.
Muito nova, com 19 anos, decidi abraçar um projeto que muito dignifica a nossa
democracia, O Conselho das Comunidades Portuguesas.
Eleita em 2003 pelo círculo Rhône-Alpes, Est et Corse (França), conduzi uma lista de
jovens chamada “Jovens pro Futuro” a uma vitória clara, ficando eleita a mais nova
Conselheira do Mundo.
Nesse mandato tive a honra de presidir ao primeiro plenário, que ocorreu na
Assembleia da Republica, representar o conselho no Conselho Consultivo para a
Juventude. Comecei o meu sonho, comecei a minha caminhada política para as
Comunidades e para Portugal.
Entrei, também nesse ano, para a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa onde me licenciei em Comunicação Institucional e
especializei-me, mais tarde, com um mestrado em comunicação Estratégica/Politica.
A minha passagem pelo conselho, onde trabalhei com personagens ilustres da nossa
comunidade, de todo o Mundo, deu me consistência no meu discurso de que os
Jovens são necessários para a continuidade da nossa cultura. Só eles podem vincular a
Portugalidade, esse sentimento bem emigrante.
Hoje com 29 anos, em que já passei pela Camara Municipal de Oeiras onde fui
técnica de Protocolo e agora, há já pouco mais de um ano, em que estou em funções
no Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, recordo com
saudade esse tempo de Conselheira.
Ser Conselheira foi para mim mais do que uma tarefa, foi uma escola politica, uma
escola de vida, uma escola da Emigração, um Dever.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ORDEM D. AFONSO HENRIQUES da FEDERAÇÃO AMERICANA DE LUSO DESCENDENTES

RESOLUCIÓN N°3 DEL CONSEJO DE LA CONDECORACIÓN DE LA ORDEN: “D. AFONDO HENRIQUES” DE LA “FEDERACIÓN AMERICANA DE LUSO DESCENDIENTES”

Resolución:

Por disposición General de la “FEDERACIÓN AMERICANA DE LUSO DESCENDIENTES” y Jefe de la Orden “D. AFONDO HENRIQUES”, de conformidad con lo establecido en los artículos N° 2 y 9 del Reglamento sobre la Condecoración de la Orden y previo el voto favorable del Consejo
de la Orden.
Considerando:
Que es de estricta justicia reconocer los meritos de las personalidades que con su aporte dignifican la imagen de las Comunidades Portuguesas en el continente americano.
Considerando:
Que existen personalidades que han dado un destacado apoyo a la  FEDERACIÓN AMERICANA DE LUSO DESCENDIENTES” y a las diversas asociaciones afiliadas a esta Institución.
Resuelve:
Artículo Único: Conferir la condecoración Orden: “D. AFONDO HENRIQUES” DE LA “FEDERACIÓN AMERICANA DE LUSO DESCENDIENTES” en su Grado de Gran Oficial a la Dra. Maria Manuela Aguiar, Fundadora de la Asociación de la “Mulher Migrante” y Ex~Secretaria de Estado de las Comunidades Portuguesas.
Comuníquese y publíquese

Profesor Dr. Jany Augusto Moreira Ferreira
Presidente General de la Federación Americana de Luso Descendientes y Jefe de la Orden,
Refrendado por: La Junta Directiva a los quince días del mes de noviembre de dos mil doce.

Recibe:
Por su trayectoria Política y en pro de la mujer migrante, la Dra. Maria Manuela Aguiar.
Entregan: Profesor Dr. Jany Augusto Moreira, Presidente de la FEDERACIÓN AMERICANA DE LUSO DESCENDIENTES, acompañado del Ing. Mario Da Silva Presidente de ASOLUDEVEN y Director de RRPP de la Federacion y el resto del Ciudadano Presidente de su Junta Directiva.
Elogio a Fatima Martins por ocasião da homenagem que lhe foi prestada pelo Boston
Portuguese Festival, edição de 2009
- Por Maria Carvalho -
A Fatima era uma amiga maravilhosa. Uma amiga determinada e profundamente empenhada
pela comunidade portuguesa. O seu espírito vive não só nos nossos corações mas ainda nos projectos que ela iniciou. A Fatima tem uma biografia impressionante e eu não poderia fazer justiça à importância do seu trabalho neste curto espaço de tempo. Mas posso tentar explicar porque penso que
merece ser lembrada e homenageada por nós e como todos podemos aprender com o exemplo da sua vida.
Ela foi uma imigrante, oriunda duma pequena vila numa ilha Oceano Atlântico. Este facto poderia ter circunscrito a sua Contudo, ela possuia uma visão e sonhos que a mpulsionaram a ultrapassar as suas próprias circunstâncias. era demasiado pequena para as suas ideias, a sua determinação e a sua energia sem limites. Possuia um sentido em todos os seus projetos e não tinha tempo a perder.
Quando emigramos para um novo país temos de enfrentar muitos desafios. Temos que nos adaptar a um novo local, uma nova língua e uma nova forma de vida. Se a transição é feita com sucesso, somos capazes de guardar o que de melhor trazemos da nossa cultura e nela incorporar o que existe de melhor na nova cultura e assim podemos viver e prosperar nesses dois mundos. A Fatima conseguio-o admiravelmente, continuando a honrar e a valorizar a sua herança cultural portuguesa e ao mesmo tempo adotando novas e valiosas formas de fazer as coisas ao estilo americano, assim engrandecendo as duas culturas.
Uma das suas mais importantes realizações foi dar voz à comunidade portuguesa. Fazendo uso do grande espírito de voluntariado norte-americano e dos nossos direitos fundamentais, a Fátima liderou diversas iniciativas. Ela iniciou o programa de apoio à cidadania, que auxiliou inúmeros portugueses a tornarem-se cidadãos americanos. Haverá melhor forma de fazermos ouvir a nossavoz do que através do voto? A Fatima iniciou um programa local de televisão por cabo “Aqui Fala-se Português” com vista a transmitir importante informação à comunidade. Conhecimento é poder e a nossa comunidade tornou-se mais forte em resultado deste programa. Teria ainda dado uma importante voz às comunidades se tivesse conseguido ser eleita para o Comité Escolar, mas só o facto de se apresentar como candidata trouxe orgulho e visibilidade à comunidade portuguesa frequetemente esquecida e silenciosa.
Fatima tinha também uma forte convicção no que respeita a justiça e a igualdade. Recordo- me que por ocasião da morte do Papa João Paulo II , um importante jornal entrevistou várias pessoas sobre qual a opinião que tinham relativamente ao Papa que acabara de falecer.... invariavelmente eram todos homens. A Fatima ligou-me e perguntou-me se tinha lido o jornal e expressou o seu desalento pela ausência de opiniões femininas. Rapidamente mobilizou algumas mulheres para darem a sua opinião sobre o assunto e mandou-as para o jornal. Na semana seguinte, as opiniões das mulheres foram devidamente publicadas. “It was a good feeling”.
A sua imensa generosidade era bem conhecida e o seu espírito generoso manifestava-se de forma silenciosa e modesta. A sua determinação e convicção foram uma força inspiradora para muitos de nós para nos empenharmos no serviço à comunidade.
A Fátima recebeu muitos reconhecimentos, entre os quais o Community Service Award da PALCUS, em Washington DC, a Medal of Service da Portuguese Continental Union of the US, o Community Service and Leadership Award do Day of Portugal Festivities Committee in Boston e em 2001 foi homenageada pela nossa comunidade juntamente com a Fatima Martins Foundation for the
Promotion of Citizenship.
A sua vida ensina-nos que não somos definidos pelas circunstâncias, ao invés devemos ser caracterizados sobre como desafiamos as nossas circunstâncias. A Fatima entoou o mote “Yes We
Can” muito antes de aqui se ter popularizado. O legado que nos deixa é o espírito de dádiva e de partilha. Tenho a certeza ser seu desejo que continuemos a dar aquilo que tenho por mais precioso: a oferta da nossa disponibilidade e do nosso talento em benefício das nossas comunidades.
Estou convicta de que a Fatima teria não só afirmado “Yes we Can” mas ainda “Yes we Should”.
A circunstância de o Boston Globe ter dedicado meia página no seu obituário a uma personalidade oriunda da comunidade portuguesa, ilustra bem o prestígio e o respeito que conquistou na grande área de Boston, onde ajudou milhares de concidadãos a terem acesso à nacionalidade e à escolaridade americanas. Pela sua ação na consciencialização e auxílio prestado aos seus concidadãos na obtenção de direitos cívicos e políticos que a naturalização lhes proporcionou, o Estado português concedeu-lhe já a título póstumo, o grau de comendadora da Ordem do Infante D. Henrique, no âmbito do Dia de Portugal de 2007.

(tradução do inglês da Drª Manuela Bairos)

ANA MARIA ABREU

ACADEMIA DA ESPETADA
MAE
MARACAY
VENEZUELA
PONENTE: ANA MARIA DE ABREU
PRESIDENTA
FUNDACION Y TRAYECTORIA:
La Asociación Civil Academia da Espetada Maracay, fué fundada hace 9 años cumplidos el pasado
agosto de los corrientes; nace, de la necesidad de tener un espacio solo para la mujer para compartir,
distraerse de tantas responsabilidades y a la vez contribuir con obras benéficas.
Se decidió que no solo podía basarse las reuniones o tertulias en simplemente comer si no, en algo
más profundo que llenara espacios y necesidades. Asi que desde la primera vez, se programan las
tertulias con dinámicas de integración, de competencia sana, de mensajes o temas para el crecimiento
personal de las asistentes además de fortalecer la amistad, de las amigas ya existentes y cultivar
nuevas amistades por eso nuestro lema “SEMPRE EXISTE UMA AMIGA TRAZENDO CARINHO NAS
MAOS”.
PONENTE:
INSTITUCIÓN:
PAINEL:
Ana María de Abreu
Presidenta de la Academia da Espetada-Mãe (Maracay)
Red asociativa femenina lusovenezolana: De la teoría a
la práctica
OBJETIVOS
Recaudar fondos para los más necesitados (obras benéficas); En mayor porcentaje al Geriátrico Luso
Venezolano en Maracay.
La academia da espetada, da a conocer las costumbres, tradiciones y parte de la cultura de Portugal
a través de las dinámicas, y actividades tradicionales contribuyendo con ello a promoverlas en las
nuevas generaciones y darlas a conocer a otras nacionalidades .
Hemos motivado a que se retome la lengua portuguesa en los hogares de nuestra comunidad, creamos
el proyecto y ubicamos a la profesora que esta desde hace dos años impartiendo clases de en Casa
Portuguesa del Estado Aragua.
Promovemos la importancia ciudadana de realizar el “Recenseamento Eleitoral Portugués” y participar
en las votaciones de Portugal a través de los consulados de lo contrario mientras seamos pocos los
votantes nuestras peticiones no serán escuchadas.
Utilizar herramientas de crecimiento personal que sirvan de apoyo y ayuda a nuestras amigas para su
crecimiento personal, cambio de paradigmas y aprender a querese y a respetarse a sí mismas que
tanto le ayuda en su futuro con mayor seguridad en ellas y nosotras.
Realizar paseos, excursiones, viajes para la integración y culturización de nuestra comunidad.
Resaltar los valores, virtudes y aportes de la comunidad portuguesa acá en Venezuela .
PONENTE:
INSTITUCIÓN:
PAINEL:
Ana María de Abreu
Presidenta de la Academia da Espetada-Mãe (Maracay)
Red asociativa femenina lusovenezolana: De la teoría a
la práctica
LOGROS Y APORTES:
Hemos promovido la creación de las academias siguientes:
ACADEMIA DA ESPETADA MAE Ayudamos a la edificación del geriátrico de Maracay, contribuimos
siempre en sus necesidades, con Fundación Martins que se dedica a niños con parálisis cerebral
Severa, en medicamentos a varias personas de la comunidad sin recursos .
SECCIONAL ACADEMIA DA ESPETADA CARACAS, Con 3 años de fundada, dedica sus fondos a
apoyar niños sin recursos con medicamentos, juguetes e insumos.
SECCIONAL ACADEMIA DA ESPETADA BARQUISIMETO, Celebrando hoy su 3 Aniversario, se
dedica a ayudar a los abuelos, gente necesitada de la 3ra edad y desean realizar una Casa Hogar para
Abuelos en Barquisimeto.
SECCIONAL ACADEMIA DA ESPETADA GUAYANA, acaba de cumplir su 1er Aniversario y recauda
fondos para tratamientos contra el Cáncer.
SECCIONAL ACADEMIA DA ESPETADA JOHANESBURG: Tiene apenas
dedicando a ayudar a una parte de la comunidad que vive en pobreza extrema.
PONENTE:
INSTITUCIÓN:
PAINEL:
Ana María de Abreu
Presidenta de la Academia da Espetada-Mãe (Maracay)
Red asociativa femenina lusovenezolana: De la teoría a
la práctica
PROYECTOS A FUTURO:
Continuar recaudando fondos para obras benéficas
Incentivar la apertura de la Academia en Valencia, Carabobo en el año 2013
Programar talleres y cursos de orientación para las amigas de todas las Academias como lo planteado
en nuestro 1er Congresillo de las Directivas de la Academia.
Realizar reuniones de consenso y unión de esfuerzos con las distintas asociaciones portuguesas con el
objeto de realizar mesas de trabajo para grandes proyectos en pro de la comunidad portuguesa en
Venezuela.
Trabajar en función de que cada una de las amigas encontremos cada una, su gran secreto de ser
FELIZ.
FELIZ DIA PARA TODAS Y TODOS

Mónica da Silva

En el mes de Septiembre del año 1995, el 90 % de los integrantes del Grupo Folklórico del otrora
Centro Luso de Caracas, ahora Centro Marítimo de Venezuela, deciden retirarse y emprender una
ardua tarea con la fundación de una Asociación sin Fines de Lucro, en Filas de Mariches, Estado
Miranda, donde pudieran invertir su tiempo libre y su mejor voluntad para difundir la cultura de su tierra
natal.
No fueron fáciles nuestros inicios, empezamos de la nada, sin trajes y sin instrumentos, pero con un
pequeño grupo de personas emprendedoras, que a través de la organización de múltiples actividades,
lograron realizar la presentación inaugural de esta agrupación en el mes de Noviembre de ese mismo
año, con una representación muy digna de la región de Minho.
Fue difícil lograr el consenso para determinar que nombre le colocaríamos al grupo, pero embuidos en
el espíritu de una canción del cantautor Oliver, logramos que todos estuvieran de acuerdo en que “Dos
Patrias” sería el más apropiado; pues engloba el sentimiento del emigrante; sentimiento que las
personas que no han salido de su país, jamás podrán entender, como es que se puede llegar a querer
tanto a su tierra de acogimiento, al punto de sentirla tan suya como la que le vio nacer y es así… como
surge esta agrupación.
Desde el inicio, tuvimos muy claro, que al no estar inseridos en una región etnográfica definida,
podríamos representar la región de Portugal que quisiéramos, pero escoger una sola nos pareció
egoísta y además quisimos darle a conocer a nuestros jóvenes cada una de esas regiones que hacen
que nuestra cultura sea tan rica y prolifera y comenzamos a inculcarles esa pasión por la preservación
de su sus origenes, siempre hemos tratado de ser para ellos el apoyo que necesitan para su lucha por
evitar que las raíces sembradas por sus padres y abuelos, nunca desaparezcan y puedan ellos
PONENTE:
INSTITUCIÓN:
PAINEL:
Mónica da Silva
Presidenta de la Asociación “Dos Patrias” (Filas de
Mariche)
Red asociativa femenina lusovenezolana: De la teoría a
la práctica
mantenerse a lo largo de los años tan portugueses como lo eran sus ascendientes a su llegada a
Venezuela, todo esto siempre dentro de un ambiente de esparcimiento sano y seguro.
Hoy en dia, somos treinta personas entre músicos, vocalistas y bailarines, quienes representamos
auténticamente las regiones de: Minho, Douro Litoral, Nazaré, Ribatejo, Alentejo, Algarve, Madeira y por
supuesto Venezuela, con los trajes que identifican cada oficio de nuestros antepasados respetando así
la etnografía de cada región.
Hemos logrado grandes éxitos en estos diecisiete años, sin embargo, no podemos decir que el triunfo
es solo nuestro, muchos de nuestros logros se lo debemos a un grupo nutrido de colaboradores que
han dicho siempre presente aún sin pedírselo, personas de toda nuestra estima y consideración,
gracias a ellos hemos tenido la felicidad de alcanzar muchos de nuestros objetivos.
A lo largo de nuestra historia hemos participado en la gran mayoría de las ediciones del Festival de
Folklore Portugués, del Encuentro de Folklore Madeirense y del Encuentro de Folklore Continental,
eventos donde hemos obtenido varios reconocimientos, sobre todo a nivel de voces y música; hemos
organizado noches de Fado Vadio (donde logramos involucrar a gran parte de nuestros integrantes
tanto jóvenes como adultos), tenemos los derechos registrados para la organización del Rally Día de
Portugal, evento que organizamos hace algunos años sintiendo mucho orgullo de la gran participación
joven que tuvimos; hemos organizado y participado en eventos para recaudación de fondos con fines
benéficos; participamos como representantes de la Región Gran Caracas del Club de Jóvenes
Folcloristas Portugueses en Venezuela, hemos realizado tres giras a Portugal Continental y a la Isla de
Madeira, la primera en el año 1998, donde tuvimos la oportunidad de bailar y representar el folklore
venezolano en la Expo 98 en el Pabellón de Venezuela, la segunda en el año 2007, donde pudimos
participar en el programa Praça da Alegría y la última la realizamos durante el presente año, en la cual
PONENTE:
INSTITUCIÓN:
PAINEL:
Mónica da Silva
Presidenta de la Asociación “Dos Patrias” (Filas de
Mariche)
Red asociativa femenina lusovenezolana: De la teoría a
la práctica
realizamos 30 actuaciones de folklore venezolano, teniendo especial participación en el programa
Atlântida y en el Festival de Folclore de Ponta do Sol, el cual fue televisado por la RTP Internacional;
además organizamos y participamos en varios torneos deportivos de bolas criollas, dominó, sueca,
futbol sala, etc.; entre otras muchas otras actividades donde gracias a nuestra seriedad, compromiso y
dignidad de nuestro desempeño en la defensa de
nuestras raíces hemos sido objeto de
reconocimientos, como el Lusitano de Oro como Mejor Agrupación Portuguesa del Año en 1999 y
entrevistas prensa, radio y televisión.
Actualmente tenemos algunos proyectos que esperamos podamos culminar con éxito, uno de ellos a
corto plazo, que es la grabación de nuestro primer CD para el cual ya contamos con un patrocinio y nos
encontramos en el proceso de solicitud de cotizaciones y selección del estudio de grabación, otro más a
largo plazo, que es la adquisición de un espacio que funcione como sede de nuestra agrupación.
Sabemos que ninguno de estos proyectos será fácil de llevar a cabo, pero lo que si les puedo asegurar
es que nos van a ver luchando y trabajando muy duro por hacerlos realidad, estoy segura de que lo
vamos a lograr, porque cuando existe honestidad, buena voluntad y perseverancia, Dios se hace
presente para colocar a las personas indicadas en nuestro camino.

Maria do Céu Mendes Cunha
Maria do Céu Cunha nasceu no Sabugal, na Beira Alta, em 1955. Ainda criança, viu partir o seu pai, rumo a França, à procura de uma vida melhor... Pouco a pouco “todos se vão” dessas aldeias raianas.
Das mulheres fortes da sua infância, a mãe e a avó, sós e autónomas por necessidade, viúvas de “maridos emigrados”, herdou o gosto pelo trabalho e o precoce entendimento que não há liberdade sem independência económica.
Estudou em Coimbra, onde aos 19 anos encontrou as“mulheres do Graal”: Celeste, Isabel, Manela, Teresinha, e mais tarde Luísa França. Abraçou o feminismo, a intervenção social, e entendeu a “pedagogia dos oprimidos”.
Das práticas de desenvolvimento comunitário apreendidas no limiar da vida adulta, ficaram-lhe as certezas de que “o mundo é composto de mudança” e que lutar vale a pena.
Em 1976, atravessa fronteiras, e inscreve os seus passos nos traços dos homens da família. Como eles instala-se no Val de Marne, onde em cada cidade soa, nos dias de mercado, a língua portuguesa.
Em Fontenay Sous Bois, no quadro dum projecto de animação cultural junto da comunidade portuguesa, lança, com um pequeno grupo, a associação de portugueses, ainda hoje viva e activa, graças à persistência e coragem dos dirigentes que sucessivamente por ali passaram. Recorda-se sobretudo da Graziela, que integrou desde o início o núcleo de direcção, mas que já regressou à sua terra de origem Pousos, perto de Leiria.
À margem da associação de Fontenay, mas sempre a ela ligada, envolve-se na criação de alguns grupos que marcaram nos anos 80 um “renouveau” no movimento associativo. Nasce o grupo de teatro que vai dar origem a “Cá e Lá”, assim como o projecto“Centopeia, Collectif de Femmes”, onde um punhado de jovens filhos e filhas de imigrantes portugueses querem interpelar a comunidade portuguesa através do seu movimento associativo e sair da “invisibilidade” que marca por essa altura a comunidade. Do colectivo sai o filme “Portugaises d’origine”.
Centopeiaé como uma pequena irmã do CEDEP, assim como Maria do Céu o é para com Manuel Dias, criador do CEDEP, em conjunto com um punhado de activistas que desde a primeira hora desejaria que nos anos de chegada da esquerda ao poder, houvesse lugar ao debate em torno da imigração portuguesa em França.
Artigos, debates, intervenções... Os anos 80 são anos “portugueses”, e Maria do Céu representa a “comunidade” perante instituições do governo francês como por exemplo no conselho de Administração do Fonds d’Action Sociale e no CNPI.
Em 1988, publica «Portugais de France, essais sur une dynamique de double appartenance»,trata-se do primeiro livro sobre a imigração portuguesa escrito a partir do“interior” dessa imigração.
Com a sua tese de doutoramento “Familles, associations, identités des portugais de France” fecha-se o ciclo do seu profundo envolvimento com a comunidade portuguesa.
A partir dos anos 90, a situação dos bairros desfavorecidos das grandes periferias (“les cités”), onde imigrantes árabes e africanos vivem situações de grande exclusão social e de relegação, passa a estar no centro da sua vida, quer profissional, quer intelectual. Participa na criação do observatório de políticas públicas “Banlieuscopie”, da revista“Impatientes démocratiques” e pertence ao conselho científico de “Migrants formation” e “Ville, école, intégration”. Durante os anos 90, publica em várias revistas francesas, um número importante de artigos sobre os jovens desses bairros populares.
Nos últimos anos procura investir na sua vida profissional (ingressando primeiro no Fasild, depois na ACSE, dois estabelecimentos públicos que financiam e animam a politica de imigração e a “politique de la ville”), através de projectos de prevenção e luta contra as discriminações.


DEOLINDA ADÃO lembra BERTA MADEIRA

Berta Ormond Avila Madeira
25 de Julho, 1924 - 23 de Fevereiro, 2012
Berta O. A. Madeira nasceu em Oakland, Califórnia, filha de Francisco Avila natural da Ilha Terceira e de Wilhelmia Ormond nascida na Ilha de São Jorge, mas criada na Ilha Terceira, Açores. Berta Madeira foi educada no seio da comunidade Portuguesa de Oakland,participando ativamente em inúmeras associações, uma das quais a Sociedade PortuguesaRainha Santa Isabel, onde foi associada ao conselho subordinado número 68 localizado em Berkeley por 57 anos. Durante esses anos Berta Madeira foi uma energética lutadora por todas as causas abraçadas pela sociedade, especialmente as relacionadas com a organização, avaliação e distribuição de bolsas de estudo. Berta, uma entusiasta por História, fundou e organizou o museu da sociedade e serviu a S.P.R.S.I. como Presidente Suprema durante um ano entre 1979-1980.
Adicionalmente, também participou ativamente em outras sociedades fraternais, particularmente
a União Portuguesa do Estado da Califórnia (UPEC) e a Sociedade do Espírito Santo (SES). Em
reconhecimento do seu trabalho em prol da comunidade Portuguesa assim como da cultura e
língua Portuguesas, Berta Madeira foi condecorada pelo Governo Português e homenageada por
várias sociedades e associações da comunidade Portuguesa da Califórnia.
Prendada de rara capacidade, após completar o décimo segundo ano no colégio Holy Names em Oakland, continuou os seus estudos na Universidade da Califórnia, Berkeley chegando a frequentar o curso de doutoramento. Berta Madeira participou no processo de fundação nas Nações Unidas em San Francisco na capacidade de tradutora e foi professora de línguas na Universidade da Califórnia, Berkeley. Casou com o Dr. Luiz Julio Madeira, cujo consultório administrava.
Durante várias das suas frequentes viagens a Portugal, Berta Madeira participou em colóquios e conferências com apresentações desenvolvendo o tema da atividade associativa, cultural e cívica da comunidade Portuguesa da Califórnia, em representação de várias entidades associativas desse Estado.
Após o falecimento do seu esposo em 2006, Berta Madeira mudou-se da sua cidade natal para a cidade de Folsom, local de residência de seu filho, nora e netos, na companhia dos quais veio a falecer com a bonita idade de 87 anos, quase todos dedicados completamente à sua família, amigos, membros da comunidade Portuguesa, e à sua amada cultura Portuguesa, pois embora o seu local de nascimento tivesse sido os Estados Unidos, nomeadamente a Califórnia, o seu coração pertencia a Portugal.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sociedade Portuguese Rainha Santa Isabel: um exemplo do movimento


Fraternal Português Feminino na Califórnia



Deolinda M. Adão, MA

Portuguese Studies Program - University of Califórnia, Berkeley

Portuguese Teaching Program – California State University San José



Como temos defendido anteriormente, a chegada dos Portugueses à

Califórnia, precede a adesão deste estado aos Estados Unidos da América (9 de Setembro

de 1850) visto que desde a primeira metade do século XIX que imigrantes portugueses

chegam ao Oeste dos Estados Unidos em Geral, e particularmente à Califórnia. De

acordo com décimo sexto recenseamento dos Estados Unidos, nesse ano de 1850, já

viviam 177 portugueses na Califórnia (um deles do sexo feminino), no princípio do

século XX esse número tinha aumentado para 15,583, e em 1930 o número de

portugueses residentes na Califórnia tinha atingido 30,224.1 Sabemos também que

embora grande número das mulheres Portuguesas que se encontravam na Califórnia

tinham vindo acompanhadas pelos seus familiares (conjugues, pais, ou irmãos), várias

houve que fizeram a travessia marítima e continental sozinhas ou acompanhadas de

outras mulheres (em muitos casos irmãs). Conforme o número de imigrantes portugueses

crescia, estes começaram a sentir a necessidade de estabelecerem organizações fraternais

que assistissem os seus sócios em caso de doença. A primeira associação fraternal a ser

fundada na Califórnia foi a Associação Portuguesa de Beneficiencia da Califórnia, que

foi fundada em São Francisco em 18682 por um grupo de mais de 30 homens. Este foi o

nascimento do movimento fraternal português na Califórnia. Tal como tinha sido o caso

da Associação Portuguesa de Benificiencia da Califórnia, a maioria das associações

fraternais portuguesas foram fundadas por homens e associação as mesma estava restrita

ao sexo masculino3. No entanto, ao fim de pouco tempo, as mulheres Portuguesas na

Califórnia começaram a sentir a necessidade de se associarem de uma forma similar, e a

fins do século XIX, foram fundadas pelo menos duas associações exclusivamente

femininas a União Portuguesa Protectora do Estado da Califórnia (U.P.P.E.C.) em 1901,

e a Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel (SPRSI). É precisamente o nascimento e

desenvolvimento desta última que aqui pretendemos analisar.



Antes de enfocarmos a nossa análise, é importante frisar que a

participação feminina foi um elemento importante no crescimento de todas as sociedades

fraternais Portuguesas na Califórnia, tanto as femininas como as masculinas. Nestas,

primeiro apenas como apoiantes dos seus cônjuges, mas mais tarde, uma vez a associação



1



Warrin, Donald Land as far as the eye can see. (20)

Almeida, Carlos. Portuguese Immigrants. (25)

3 Sociedades exclusivamente masculinas: Associação Portuguesa de Benificiencia da Califórnia (1868)

[presentemente – Luso-American Life Insurance Society]; U.P.E.C. – União Portuguesa do Estado da

Califórnia (1876); IDES – Irmandade do Divino Espírito Santo do Estado da Califórnia (1889);



2



1



feminina foi permitida, como sócias, diretoras e oficiais das mesmas. É também

significante que a cronologia de fundação das diversas sociedades está distribuída pelas

últimas quatro décadas do Século XIX, e que a data de fundação da última (1901)

ocorreu justamente no nascimento do Século XX, ou seja, há mais de um século, para

nós, que vivemos o nascimento do Século XXI. Esta dinâmica tricentenária é mais do

que um firme testemunho do vigor das sociedades fraternais na Califórnia, pois é também

um claro sinal da sua relação com as comunidades Luso-Americanas deste Estado.

Parece relevante mencionar, que as duas sociedades exclusivamente femininas foram as

últimas a ser fundadas, precisamente no momento de transição secular, e que, como é

ilustrado na conclusão, as novas gerações que vivem a nossa transição de século e de

milénio, estão em realidade a lidar com as questões de género de uma forma mais

naturalmente igualitária. Para além de provocar reflexão sobre as tendências sociais de

cada um destes momentos históricos, esta coincidência é uma clara indicação do papel

que as mulheres têm desempenhado, e continuam a desempenhar, no dinâmico

movimento de solidariedade social e afirmação cultural representada pelas sociedades

fraternais Luso-Americanas na Califórnia.



Altar da Igreja de São José em Oakland, Califórnia



2



A Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel (SPRSI) foi fundada a 15 de Março

de 1898, em Oakland, Califórnia, como uma sociedade de “altar”, por um grupo de 304

mulheres Portuguesas por iniciativa da Sra. Rosa M. Oliveira, com a função dupla de

manter e ocupar-se da decoração do altar da Igreja de São José, que nessa altura estava

localizada na esquina das ruas 7 e Chestnut na cidade de Oakland5, e de prover apoio

material às associadas em momentos de crise. Embora as suas associadas se dedicassem à

decoração do altar da Igreja de São José, como o próprio nome indica foi a Rainha Santa

Isabel que foi designada como a padroeira da sociedade.



Em 1900, a sociedade cessou de funcionar como uma sociedade de altar e

aumentou as suas atividades fraternais estabelecendo vários conselhos subordinados.

O Conselho Supremo foi implementado a 20 de Janeiro de 1901, durante uma reunião

dos representantes dos diversos conselhos. Entre 14 e 17 de Julho desse mesmo ano,

realizou-se a primeira reunião anual da sociedade contando com a presença de 15 Oficiais

Supremas e 66 representantes de 35 conselhos subordinados.6



Rosa M Oliveira

Primeira Presidente Suprema da S.P.R.S.I.



Associadas fundadoras da S.P.R.S.I. foram: Rosa M. Oliveira, Anna L. Costa, Anna Mendonca, Anna

Oliveira, Anna Ribeiro, Catherine Silva, Emilia Nunes, Filomena Laura, Francisca Raulino, Georgiana

Woods, Maria Correia, Maria Mello, Maria dos Reis, Maria Barrito, Maria J. Freitas, Maria L. Machado,

Maria Martins, Maria M. King, Maria Nunes, Maria Pereira, Maria Peters, Maria S. Costa, Sr., Maria S.

Costa, Jr., Maria Silva, Maria Silveira, Maria Soares Caralinda, Mathilde Silva, Anna Clarke, Thereza

Pereira e Maria Bulcao.

5 A cidade de Oakland, localizada na Baia de San Francisco, era nesse momento um dos grandes centros da

comunidade Portuguesa da Califórnia, cujos membros participavam ativamente na vida económica, cultural

e social da cidade, como é evidenciado na edição de Setembro de 1938 do Jornal Português sediado nessa

cidade “A Capital Portuguesa do Pacífico – Oakland, o centro industrial da Easat Bay, é o maior núcleo

Português do Estado” (pg. 15).

6 Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel – One hundred years. (18,19)



4



3



Durante a próxima década a S.P.R.S.I. cresceu rapidamente e distinguiu-

se em várias áreas de intervenção tanto dentro do seio da comunidade Portuguesa da

Califórnia como nas comunidades da Califórnia onde se iam estabelecendo conselhos

subordinados. No entanto, muita da ação cívica e cultural da sociedade concentrava-se na

cidade de Oakland em particular e na área da Baia de San Francisco em geral. As

senhoras da S.P.R.S.I. participavam em todos os eventos relevantes da comunidade e da

sociedade das suas áreas de residência e frequentemente, eram elas próprias as

responsáveis pela organização de eventos religiosos, cívicos e culturais. Dos muitos

eventos organizados pela sociedade destaca-se o almoço em honra do Comandante do

Návio São Gabriel, que visitou a Baia de San Francisco em Abril de 1910. Em Junho

desse mesmo ano, Sua Majestade a Rainha Dona Amélia aceitou o título de Presidente

Honorária da S.P.R.S.I. Em Julho de 1915 realiza-se em San Francisco a Exposição

Internacional Panamá-Pacific e o dia 14 de Julho é denominado como o Dia da

S.P.R.S.I., e no âmbito do qual centenas de associadas e seus familiares deslocam-se ao

local da Exposição para participar no desfile principal “Grand Parade” e apresentar um

programa cultural no espaço nobre do recinto da mesma “Court of the Universe”, após o

qual os representantes da Exposição obsequiaram a sociedade com uma placa de bronze

comemorativa da efeméride. Em conclusão seguiu-se uma visita guiada ao Pavilhão

Português e um almoço em homenagem aos representantes de Portugal.



Pavilhão Português na Exposição Panama-Pacific em San Francisco, 19157



Durante a convenção anual de 1928 realizada na cidade de Modesto as sócias

presentes aprovaram o estabelecimento do “Fundo para obras de caridade” através do

qual a sociedade tem contribuído com apoio financeiro para muitas obras de beneficência

nos Estados Unidos e em Portugal. As causas apoiadas são diversificadas e incluem



Após o encerramento da Exposição, o Pavilhão Português foi demolido e muitos dos materiais retirados

foram utilizados na construção da Igreja Nacional das Cinco Chagas em San José, Califórnia.



7



4



apoio para a construção ou arranjos de igrejas, apoio a vítimas de secas, inundações,

erupções vulcânicas, terramotos, tragédias marítimas e outros desastres naturais. Apoio

às missões Portuguesas em África e Ásia, assim como a inúmeros seminaristas que

frequentavam seminários nos Estados Unidos e em Portugal. Donativos para a

Biblioteca “Kennedy” e ainda subsídios para o Departamento de Guerra dos Estados

Unidos durante a segunda guerra mundial, nomeadamente a compra de mais de meio

milhão de dólares de U.S. War Bonds e a comparticipação da compra de dois canhões

antiaéreos.



Em 1935 a sociedade foi agraciada pelo governo da República Portuguesa com a

Comenda da Ordem de Benemerência em reconhecimento das suas ações de Patriotismo

e Filantropia. Em 1936, o sexto centenário da morte da Rainha Santa Isabel foi

comemorada na Califórnia com a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom Manuel

Gonçalves Cerejeira. As celebrações que decorreram entre 9 e 14 de Agosto de 1936 em

Oakland, Califórnia, e que se incorporaram na Convenção anual da sociedade, iniciaram

no dia 9 de Agosto com um enorme desfile pelo centro da cidade de Oakland, com carros

alegóricos, grupos equestres e de majoretes, representantes de todas as sociedades

portuguesas tanto fraternais como cívicas e representantes governamentais, cívicos e

religiosos da Califórnia. Este desfile terminou no Oakland Civic Auditorium Arena para a

celebração litúrgica que foi concelebrada pelo Patriarca de Lisboa, o Arcebispo de San

Francisco, e os Bispos de San Francisco, Nevada e Salt Lake City, e que contou com a

presença de mais de 20 mil pessoas dentro do recinto do Auditório e foi transmitida via

autofalantes instalados no exterior do mesmo para as mais de 50 mil pessoas que tinham

ocorrido ao recinto para participar na celebração. Seguiu-se um almoço em honra do

convidado especial, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, o Arcebispo, os Bispos e restante

clero presente, convidados, corpo administrativo, sócias e seus familiares. As

festividades desse dia concluíram com duas apresentações dum Drama Histórico sobre a

vida da Santa Isabel, que decorreram no Teatro do Oakland Auditorium com lotações

completamente esgotadas.



5



Durante a semana que se seguiu, para além de muitas reuniões e intercâmbios

com o representante da Igreja Portuguesa, realizaram-se várias celebrações em honra de

Sua Eminência que permaneceu em Oakland durante todo o período das festividades e

incluiu um banquete promovido pela S.P.R.S.I. no salão nobre do Hotel Oakland que

contou com a presença de mais de 500 convidados e que foi objeto de ampla cobertura

jornalística, tanto pela imprensa comunitária como pelos órgãos de informação da área da

Baia de San Francisco. As festividades concluíram com a instalação solene dos novos

corpos diretivos de todas as Sociedades Fraternais da Califórnia.



Em 1939 realizou-se a Golden Gate International Exposition na Treasure Island

na Baia de San Francisco. Como já tinha acontecido, na exposição Panama-Pacific de

San Francisco, a comunidade Portuguesa e as Sociedades Fraternais, incluindo a

S.P.R.S.I. marcaram forte presença no certame, particularmente no dia 6 de Setembro de

1939 designado pelo comité diretivo da exposição como Dia Português, que foi celebrado

com um desfile e outras festividades. O carro alegórico da S.P.R.S.I. sob o tema da

Rainha Santa venceu o segundo prémio do desfile.



Na Convenção anual de 1944 foi decretado por recomendação da Presidente

Suprema a Senhora Mary Valim Comelli, que seriam admitidas na sociedade jovens

do sexo feminino, assim inaugurando os conselhos juvenis. Um dos primeiros

empreendimentos da sociedade especificamente para estas jovens foi a organização

de um concurso em 1948 que elegeria a Miss California. Para além de representar a

sociedade nos diversos eventos da sociedade, a vencedora do certame participaria na



6



peregrinação a Portugal programada para 10 de Junho de 1948 em comemoração do



Vitral do Altar Mor da Igreja do Convento de Santa Clara-a-Nova em Coimbra.



cinquentenário da S.P.R.S.I. O ponto alto desta peregrinação foi a visita ao Convento de

Santa Clara-a-Nova em Coimbra no dia 8 de Julho de 1948 (Dia da Rainha Santa Isabel)

e onde foi celebrada a missa comemorativa do Cinquentenário e em evocação da qual

a Sociedade ofereceu um vitral para ser colocado sob o altar-mor da Igreja Nacional

de Santa Clara onde serve de pano de fundo ao túmulo e imagem da venerada Rainha

Santa Isabel.8 A jovem Rosie Sozinho foi eleita Miss Califórnia, mas infelizmente não

lhe foi possível participar na peregrinação a Portugal e celebração do Cinquentenário da

Sociedade em Coimbra.



Em 1948 a Sociedade concretizou o sonho antigo de possuir a sua própria sede e

para esse fim adquiriu um edifício localizado na Rua Telegraph em Oakland que foi

inaugurado no dia 12 de Março de 1949. O escritório administrativo da Sociedade

permaneceu neste edifício até Janeiro de 2010, data em que a S.P.R.S.I. se associou ao

grupo de Sociedades Fraternais e Educativas representadas pelo grupo Luso-American

Life Insurance Society. O ano de 1950 trouxe outra inovação à sociedade, pois foi na

Convenção anual desse ano que, por recomendação da Presidente Suprema a Sra.

Adeline M. Bettencourt (De Andrade) se estabeleceu o Fundo de Bolsas para apoiar

associadas que pretendessem fazer estudos universitários. Entre 1952 e 1964 a S.P.R.S.I.

distribuiu uma bolsa no valor de $250.00. A partir de 1964 o número de bolsas

concedidas foi aumentando até 1997, passando desde essa data a ser nove o número de

bolsas distribuído sendo uma delas para beneficiar uma associada que pretendesse

recomeçar os seus estudos universitários após pausa prolongada. A S.P.R.S.I., era a única

sociedade fraternal Portuguese com uma bolsa para estes indivíduos, e devo acrescentar

que eu própria fui uma das beneficiadas pela mesma.



Em Maio de 1953 a S.P.R.S.I. foi mais uma vez agraciada pelo governo

Português, neste caso no âmbito da visita à Califórnia do Dr. Paulo Cunha, Ministro dos



8



Com o correr dos anos, e como pode ser evidenciado na foto do painel aqui incluído, o vitral sofreu

alguns estragos. A reparação do vitral foi custeada pela S.P.R.S.I. durante de várias das suas dirigentes e

associadas no verão de 2011.



7



Negócios Estrangeiros que condecorou a sociedade com a medalha de bronze em

reconhecimento dos serviços prestados em prol da cultura Portuguesa, que incluiu a

participação da sociedade nas comemorações dos 25 Anos de Estabilidade Nacional do

Governo Português.



Em 1960 a sociedade participou ativamente na celebração do cinquentenário da

morte do Infante Don Henrique tanto na Califórnia como em Portugal, organizando

várias atividades, e dedicando uma edição do Boletim da sociedade à efeméride. O ano

de celebrações culminou num luxuoso banquete realizado no Hotel Mark Hopkins na

cidade de San Francisco que contou com a presença do Admiral Chester A. Nimitz que

proferiu uma palestra sobre o tema. Em Dezembro de 1964 a convite da Sociedade de

Geografia de Lisboa, a sociedade participou no I Congresso das Comunidades

Portuguesas.



Sentindo a necessidade de incluir na sociedade uma representação mais activa das

jovens Portuguesas e Luso-Americanas muitas das quais estavam associadas à S.P.R.S.I.

desde o nascimento, em 1971, no âmbito das celebrações do Sétimo Centenário do

nascimento da Rainha Santa Isabel, organizou-se uma seção para as jovens que inclui um

corpo diretivo ao nível estadual, e foram eleitas as primeiras Oficias Juvenis Estaduais.

Estas jovens revitalizaram as atividades da sociedade e desde esse momento participaram

em todos os eventos da sociedade tanto a nível Estadual como nos conselhos locais.

Desde então a sociedade tem continuado a participar em todos as efemérides e

comemorações na Califórnia, em particular nas comemorações anuais do Dia de

Portugal.



Entre os dias 13 e 17 de Março de 1998 a S.P.R.S.I. celebrou o seu centenário

com diversos eventos que incluíram banquetes, celebrações religiosas, cruzeiros de barco

na Baia de San Francisco e culminou com a instalação das oficiais que guiariam a

sociedade na entrada do seu segundo século de existência. Nesse momento publicou-se

um livro celebrativo do Centenário S.P.R.S.I. Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel

– one hundred years, onde se fez um balanço das atividades da mesma. Nos primeiros

100 anos de existência a S.P.R.S.I. distribuiu $8.748.095 aos beneficiários de sócias

defuntas e $1.325.074 a sócias cujas apólices chegaram ao prazo de vencimento; doou

$235.182 a várias causas de beneficência primordialmente em Portugal e na Califórnia,

mas também em outros países em momentos de catástrofes naturais; concedeu

aproximadamente 200 bolsas a jovens estudantes; as 30 fundadoras multiplicaram-se em

10.142 associadas e o défice de $9,80 do primeiro ano transformou-se em $8.504.973 em

ativos. Neste Século de existência muitas das associadas e dirigentes da S.P.R.S.I.

distinguiram-se em inúmeras áreas de atividade na sociedade da Califórnia, desde ao

serviço religioso ao político. Este facto é substanciado pelos inúmeros artigos publicados



8



nos periódicos da comunidade portuguesa, assim como os de distribuição generalizada na

Califórnia, como é o caso do Jornal Portuguêz fundado em 1932 por Pedro da Silveira e

sua esposa Maria Nunes Silveira e publicado em Oakland, assim como nas páginas do

periódico publicado pela própria S.P.R.S.I.



Não obstante os inúmeros sucessos dos 112 anos da S.P.R.S.I., devido a um

declínio no número de novas associadas, em 2010 a sociedade sentiu a necessidade de se

associar a outra organização fraternal Portuguesa, a Luso-American Life Insurance

Society, fazendo agora parte das várias organizações aglomeradas ao grupo LALIS,

mantendo no entanto a sua estrutura original e autonomia operativa.



Outro elemento de bastante interesse e que confirma o empenho cultural e

patriótico da S.P.R.S.I. é a publicação do Boletim da S.P.R.S.I. Este impresso publicado

com variada frequência desde a fundação da sociedade até Janeiro de 2010, momento de

adesão à LALIS onde as suas atividades começaram a ser incluídas no Luso-American

Magazine, este Boletim é um documento de grande importância que relata não só as

atividades da sociedade mas também dá evidência do acontecimentos, ou melhor dito

documenta a História da comunidade Portuguesa da Califórnia, a História do Estado

da Califórnia, a História dos Estados Unidos da América e a de Portugal, com edições

especiais dedicadas a praticamente todos os acontecimentos ou efemérides relativas tanto

a Portugal como à Califórnia e Estados Unidos em geral.



9



A SPRSI diferencia-se das outras sociedades fraternais portuguesas por várias

razões. A primeira, e mais óbvia, é o facto de ser uma sociedade exclusivamente

feminina. Em realidade, é a única sociedade fraternal Portuguesa que não aceita sócios

de ambos sexos. Adicionalmente, até Janeiro de 2010, a SPRSI nunca se uniu a nenhuma

outra sociedade nem mudou de nome durante toda a sua existência de mais de um século.

Como a SPRSI só aceita sócios do género feminino, todos os Diretores da sociedade são,

e sempre foram, mulheres, com a exceção do Diretor Médico e de um empregado que

serviu a sociedade como vendedor durante um breve período de tempo. Finalmente, a

sede administrativa funciona com um número mínimo de empregados, sob a direção da

Secretaria Suprema, especificamente porque o corpo diretivo da sociedade é a Diretoria,

que durante as suas reuniões toma todas as decisões pertinentes à administração da

sociedade.

Desde 1975, várias propostas foram apresentadas visando a entrada de sócios

masculinos. Todas estas propostas foram rejeitadas tanto pela Diretoria como pelas

sócias em geral, ao serem apresentadas durante a reunião anual da sociedade. A maioria

das sócias da SPRSI, está convicta que a entrada de homens na sociedade mudaria a

estrutura da sociedade, o que resultaria numa perca de identidade e do objetivo

primordial que propõe que sejam mulheres a prestar apoio a mulheres. No entanto,

manter a tradição matriarca da sociedade, tem alto preço, e após mais de um século de

existência a sociedade viu-se obrigada a unir-se a outra sociedade ou perecer. A principal

causa do declínio da S.P.R.S.I. está relacionada com o facto que é mais provável que as

mulheres portuguesas se associem às sociedades a que também se associa o resta da sua

família, e como tal a massa associativa da SPRSI, não está a ser devidamente renovada e

está em processo de envelhecimento. Presentemente, a idade média do corpo associativo

da SPRSI é aproximadamente 60 anos. No entanto, a SPRSI, tem sido uma Sociedade

Fraternal Portuguesa extremamente ativa e, como tal, tem contribuído significativamente

para a vida social e cultural da comunidade Portuguesa da Califórnia. Durante o último

século, a sociedade tem promovido um número incontável de eventos e tem dado apoio



10



moral e financeiro a inúmeras associadas que visavam continuar estudos universitários.



Bibliografia



ALMEIDA, Carlos. (1992) Portuguese Immigrants (The Centennial Story of the

Portuguese Union of the State of California). 2nd edition, San Leandro, California.



S.P.R.S.I. (1998) Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel. Oakland, California.



WARRIN, Donald & Geoffrey L. Gomes. (2001) Land As Far As the Eye Can See:

Portuguese In The Old West. Spokane, Washington.



Buletim da Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel. Oakland, CA.



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