domingo, 12 de maio de 2013

Com a Drª Maria Barroso nos "Encontros para a Cidadania"

Entre 2005 e 2009, a Drª Maria Barroso foi a Presidente de Honra dos Encontros para a Cidadania - a Igualdade entre Homens e Mulheres, uma iniciativa inédita, em Portugal - e, ao que julgamos única em países de emigração - destinada a levar às comunidades portuguesas da Diáspora um forte apelo à participação de todos na expansão dos valores de género e geração, na vivência da democracia e na valorização de uma cultura universalista, como é a nossa,


Foi verdadeiramente um "correr mundo"para a Drª Maria Barroso e para um conjunto de personalidades que a acompanhava, que incluia para além de membros do Governo representantes de organizações da "sociedade civil" , unidos e motivados por uma grande causa, como é a de aprofundar a consciência das discriminações que nestes domínios subsistem e que assumem contornos específicos no quadro das migrações, assim promovendo a inclusão dos grupos mais marginalizados da sociedade, através do exercício muito concreto dos seus direitos.

Há muitos anos que admirava a Drª Maria Barroso e que com ela tinha colaborado em outras organizações ou lhe tinha pedido e sempre obtido a sua presença em colóquios ou congressos da Associação de Estudos Mulher Migrante, que tinham por fim a defesa da valorização do papel destas Mulheres, mas nunca tinha partilhado com ela longas viagens através dos oceanos, que em conversa, ouvindo-a, passavam tão rapidamente. Ou o entusiasmo das recepções, logo nas salas do aeroporto, a intensidade do dia a dia feito de debates vivos e memoráveis, de convívio constante em que os temas dos encontros se continuavam nas pausas, nos almoços e jantares, com que que as nossas comunidades gostam de acolher os visitantes... Nunca tinha podido sentir tão de perto a profunda afectividade que desperta a Drª Maria Barroso em todos quantos escutavam as suas palavras brilhantes, na substância e na forma incomparável com as diz, com a marca da convicção e da autenticidade e por isso tão mobilizadoras. E com aquela simplicidade natural, com que se torna uma entre nós, sem que nunca esqueçamos a sua absoluta excepcionalidade

Esses Encontros faziam História, como nós reconhecíamos mesmo já durante o seu decurso, não só porque significavam o pirnicípio da aplicação das políticas da igualdade de género para além das fronteiras de Portugal, na sua inteira dimensão ou espaço humano, mas porque tinham como inspiração, como presença, um expoente da capacidade da Mulher Portuguesa a sua Presidente - para as emigrantes um exemplo vivo, ali a seu lado, tão próxima e solídária e para os muitos convidados do próprio País de acolhimento, uma grande embaixadora de Portugal, da sua forma de estar na vida política e cultural.

O primeiro de seis Encontros foi o da América do Sul, realizado em Buenos Aires, seguindo-se o da Europa, em Estocolmo, os da América do Norte, no leste do Canadá, em Toronto e no ocidente dos EUA, em Berkeley, o da Africa em Joanesburgo e, finalmente, um grande Encontro internacional em Espinho.

Sobre cada um deles se poderia escrever uma longa crónica - tão longa quanto feliz. Aqui fica apenas um breve e objectivo registo de factos, que se espera sejam, assim mesmo, sugestivos, do ambiente vivido, das esperanças despertadas, do impacte que se prolonga até hoje, em novos iniciativas, deixando-nos a convicção de que há um periodo antes e depois destes Encontros, no que respeita à política de Estado para as comunidades, que já não poderá marginalizar a compornente de género.

Encontro da América do Sul - Buenos Aires, 16 e 17 de Novembro de 2005

Biblioteca Nacional, salão Jorge Luís Borges

Organização local da Embaixada de Portugal e da Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina.

Sob a égide do grande escritor argentino, que, por ascedência e por afecto, é também nosso, com a presença sombólica de Maria Kodama, num auditório repleto de ilustres participantes portugueses e argentinos, com jornalistas dos principais media nacionais - imprensa, rádio, RTP - se reiniciou uma caminhada histórica, que tivera o seu começo precisamente 20 anos antes, no 1º Encontro Mundial de Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo, convocado durante o Governo de Mário Soares. O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas António Braga propunha-se, como expressamentamente afirmou, retomar uma questão que tinha sido esquecida pelos governos ao longo de tantos anos.

Aí, em Buenos Aires, capital de um País onde a Mulher já ascendera à presidência da República, partilhando a mesa de honra com António Braga, com o Embaixador Almeida Ribeiro e comigo mesma, a Drª Maria Barroso proferiu a conferência de abertura - dando-nos, com todo o seu saber e inteligência, uma perspectiva diacrónica sobre a luta das mulheres pela plenitude dos direitos de cidadania e convidando-nos a participar na aventura de equacionar e de fazer o seu futuro.

Depois de dois dias intensos de debates, e da aprovação das conclusões que são um notável documento sobre as matérias em análise, a Drª Maria Barroso, como que sintetizando as conclusões, diria: "Considero que foi uma refelexão aprofundada sobre os problemas que dizem respeito às mulheres, e, em particular, às mulheres migrantes. Mulheres e Homens têm de assumir um papel onde ambos os géneros contribuem para a melhoria da sociedade".

Encontro da Europa

Estocolmo, Museu Etnográfico, Março de 2006

Organização local da PYCO, Federação Internacional de Mulheres Lusófonas

Presente ao lado da Drª Maria Barroso e do Embaixador de Portugal, a antiga Ministra, Comissária Europeia e Presidente da Internacional Socialista de Mulheres, Anita Gradin, que foi uma próxima e importante colaboradora de Olaf Palme e a grande impulsionadora da "praxis" da paridade. Entre ambas, como todas entre nós, na organização dos trabalhos, e entre nós e o Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão, representando o Governo, havia uma evidente sintonia de posições. E, tal como na Argentina, foi forte a participação de personalidades e de ONG's do país que nos acolhia, a permitir a troca de experiências e ensinamentos. E a imprensa nacional e regional marcou, de novo, presença e deu ampla notícia das propostas deste novo congresso.

"É muito importante que os homens estejam presentes, não queremos uma sociedade de mulheres, mas antes de homens e mulheres conscientes dos seus direitos e deveres", salientou a Dr.ª Maria Barroso. É este ênfase na ideia da cidadania feminina para o serviço da comunidade, na linha de pensamento das feministas da 1ª República, que nos leva a vê-la, nos ideais, como na acção concreta, pela liberdade e democracia, como uma autêntica herdeira e continuadora no século XXI, dessa pleide de notáveis Portuguesas do começo de novecentos.

Encontro da América do Norte

Toronto , Março de 2007 "Conferência para a Participação Cívica e Política"

Auditório do "Metro Hall"

Organização Local: Consulado Geral de Portugal, e um elevado número de ONG´s luso-canadianas e canadianas. Patrocínio da Região Autónoma dos Açores

De início a fim, uma constante foi o destaque ao trabalho da Cônsul -Geral, Maria Amélia Paiva, pela forma como soube reunir tantos apoios associativos, a presença de universitários e investigadores, deputadas canadianas, e activistas dos direitos humanos, mulheres e homens, assim como uma cobertura excepcional de todos os media em língua portuguesa de Toronto (que são muitos e muito bons), que, de uma forma unânime, saudaram aquela realização e deram a dimensão do seu relevo, contribuindo para que as temáticas desenvolvidas e o essencial de uma mensagem clara e forte chegasse à comunidade inteira.

O Secretário de Estado Jorge Lacão, que, como é seu hábito, para além dos momentos solenes de abertura e encerramento, participou activamente nos trabalhos de todos os paineis, divulgou aí o Plano Nacional para a Igualdade e a extensão da Lei da Paridade às eleições do Conselho das Comunidades Portuguesas (que viriam a ser as primeiras a que as novas regras se aplicaram). O Embaixador Silveira de Carvalho e o Dr Álamo de Oliveira em representação dos Açores foram também ilustres intervenientes.

A Drª Maria Barroso, partilhou do entusiasmo geral, realçou a abertura de horizontes ("A Mulher de hoje pode governar uma Nação"), mas não deixou também de realçar o pano de fundo de discriminações que subsistem: "temos muito que lutar para que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade, mas tenho a certeza de que um dia venceremos. Já não será para mim, mas para aquelas que nos darão continuidade".

Para além da Conferência, houve ainda temo para corresponder a convites da comunidade, visitas ao Museu dos Pioneiros e à Associação de Apoio a Deficientes Portugueses, onde a Drº Maria Barroso e eu recebemos o título de Presidentes de Honra. Recém inaugurada esta grandiosa obra de solidariedade, tornou-se já um "ex-libris" da nossa Comunidade.

Na despedida de Toronto fica a frase de Jorge Lacão, que a imprensa reproduziu: "Viemos ver coisas extraordinárias."

E um dos articulistas da imprensa escrevia: Um encontro para a cidadania tem que se lhe diga. É bem capaz de cavar alicerces que nem sempre foram abertos para todos (...) de trazer à discussão temas do maior interesse, que levam a harmonia a uma sociedade, por vezes pouco lógica e racional".

Fora de Toronto, numa deslocação breve a Drª Maria Barroso, aceitou irMontreal para um outro encontro, a celebrar o Dia Internacinal da Mulher - uma iniciativa que o jornal Luso Presse promove todos os anos. Com a presença de Consul- Geral dr Carlos Oliveira e da Ministra da Imigração do Québec, de várias deputadas e de uma vereadora portuguesa, viveram-se momentos irrepetíveis de emoção até às lágrimas, com a Drª Maria Barroso a receber, no fim de palavras sentidas que a todos comoveram, uma infindável ovação.





Encontro para a Cidadania em Àfrica

Joanesburgo, Março de 2008

Sala de Conferência do "Lusito", Associação em favor de Crianças Deficientes

Organização Local : Liga da Mulher Portuguesa na África do Sul. Patrocínio da Região Autónoma da Madeira e do Consulado Geral de Portugal

Nas magníficas instalações do "Lusito", para uma audiência onde prodominavam as mulheres, mas onde estavam presentes o Embaixador Paulo Barbosa, o Cônsul-Geral Manuel Gomes Samuel e os dirigentes das principais instituições comunidade, a Drª Maria Barroso falou da situação das mulheres através dos tempos e no nosso tempo e lembrou-nos que "apesar da História ter sido tecida por Mulheres e Homens só a estes é dada relevância" - e esta é justamente uma das injustiças a que o exercício da cidadania no feminino procura por fim.

A oradora focou muito em especial a participação das Portuguesas na luta pela democracia e a importância que isso e outros factores, como a grande guerra mundial e a guerra colonial, tiveram na ascensão das mulheres e abordou temáticas em que as mulheres podem fazer a diferença - como a denúncia da violência nos media, do racismo e da xenofobia, da indiferença perante tantos atropelos dos direitos humanos, a exclusão social, os maus tratos a crinças, a violência doméstica.

O Encontro ganhou uma dinâmica original, com a marca do modo de funcionamento da "Liga da Mulher", com a organização de quatro "workshops"

sobre a situação das mulheres portuguesas na Àfrica do Sul e o seu diálogo e colaboração com as naturais do País, sobre os diferentes processos de afirmação das Portuguesas na Diáspora e no nosso País, sobre os principais domínios em que se reconhece persistirem discriminações e sobre o ensino do português a da nossa cultura na África austral.

Na sessão de encerramento, o SECP António Braga manifestou o seu inteiro apoio ao movimento de mudança que ali se afirmara e anunciou a realização em 2009 de um Encontro Mundial de Mulheres em Portugal.

A missão na RAS, como, aliás, as anteriores, traduziu-se na discussão de ideias e no traçar de metas para trabalho futuro, mas também na criação de laços de amizade que facilitarão a cooperação para a sua prossecução concreta.

E houve tempo para a emoção, para a Drª Maria Barroso lembrar que ali estivera a acompanhar o seu filho, salvo pelo empenho e qualidade da medicina sul-africana, depois de um acidente quase fatal. Ou para recordar um prévio encontro com o Dr Paulo Barbosa, então Embaixador em Israel, durante uma visita presidencial, que coincidiu com a trágica morte de Itzak Rabin, um grande amigo do Presidente Mário Soares e da Drª Maria Barroso. Pedaços da história à qual a Drª Maria barroso pertence para sempre.





Encontro para a Cidadania na América do Norte EUA

Berkeley, Universidade da Califórnia

Maude Fife Room, Wheeler Hall

25 de Setembro de 2008



Organização Local: Profª Deolinda Adão, (Universidade de Berkeley) e CÕnsul Geral de Portugal, Dr António Alves de Carvalho



A nível da coordenação nacional, foi não a Associação de estudo Mulher Migrante, mas directamente a Fundação Pro Dignitate que assumiu o papel operacional de coordenação, a cargo do Dr António Pacheco, actualmente o secretário Geral da "Fundação"



A caminho para a costa oeste, uma breve estada em Elizabeth, NJ, a convite de Monsenhor João Antão, e da paróqui de Nossa Senhora de Fátima, em cujos salões se realizou um primeiro encontro de formação de jornalistas lusófonos, centrado nas temáticas da paz e da Igualdade..

Com Monsenhor Antão, um verdadeiro líder espiritual da comunidade, de quem a Drª Maria Barroso diria tratarr-se de "uma personalidade de excepção", visitamos a escola que tem o seu nome. (uma honra num país onde é raríssimo atribuir a instituições públicas o nome de pessoas vivas!). Um Liceu muito prestigiado, com vocação para as Artes e a música, onde jovens americanos cantaram o nosso hino naciona na perfeição. Difícil foi conter as lágrimas...

Berkeley recebeu o Encontro sobre "O papel da Mulher no futuro do asssociativismo e movimentos cívicos da Califórnia", pondo o enfoque nas questões do associativismo feminino, (com uma brilhante introdução da grande especialista que é a Profª Adão), da colaboração integeracional e do papel dos media na formação para a igualdade, No encerramento, o SECP António Braga e a Presidente Maria Barroso deixaram a certeza de que as soluções ali proposta não seriam esquecidas.

Ao abordar, tanto em Berkeley como em Elizabeth, o tema da interculturalidade entre comunidades migrantes de diferentes paises que se expressam em Português, Maria Barroso, mostrava acreditar (e todos nisso a acompanhaáamos) que, também neste domínio, o entendimento entre as mulheres migrantes dos vários quadrantes da lusofonia pode fazer a diferença (1).

Seguiu-se um encontro mais restrito no departamento de Estudos Europeus, com bolseiros portugueses que naquela tão prestigiada universidade preparam o seu doutoramento em diversos domínios.

Antes do regresso a Elizabeth, e, depois, a Portugal uma visita à sede da campanha de Barck Obama.

Em Elizabeth, Monsenhor João preparava-nos uma bela surpresa, uma homenagem merecida à drª Maria Barroso, no final de um longo périplo por tantas comunidades: naqueles poucos dias da nossa ausência na Califórnia,o talentoso artista Roger Gonzalez (a quem se devem as obras primas de arte sacra da Igreja de Nossa Senhorade Fátima) pintara um esplêndido qetrato da Drª maria Barroso, no mural da ala onde estivera hospedada!

Ao findar um périplo por tantas comunidades, reavivando a importância histórica do "congressismo" na luta pela igualdade das mulheres, readaptada aos tempos de hoje, a Presidente dos Encontros deixava assim simbolicamente o seu retrato num mural na América do Norte, tal como deixara, por todo o lado, o retrato de corpo inteiro de uma cidadã, capaz de mobilizar pela palavra e pelo exemplo para a mudança em sociedades cada ves mais abertas a todos os seres humanos, mais livres e democráticas.
Em Espinho, em Março de 2009, num último Encontro internacional, com a presença das responsáveis pela organização de todos os que ocorreram na Diáspora, e a presidência da Drª Maria Barroso um ciclo se encerrou, na esperança de que o projecto de mobilização para a cidadania iria prosseguir na rede de solidariedades que se criou, e em gestos concretos de vivência da cidadania que as mulheres aprendem umas com as outras. Esperança bem fundada, como hoje podemos já dizer.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

EMIGRAÇÃO - dados do INE

Assunto: INE estima que emigração cresceu 85% entre 2010 e 2011
Redação, 17 Janeiro de 2013 (CCM. - Lusa) - O número de pessoas que saiu de Portugal em 2011 aumentou 85% em relação a 2010 e a faixa etária em que mais se registou a saída foi entre os 25 e 29 anos.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre estimativas anuais de emigração indicam que em 2011 emigraram, no total, 43.998 pessoas, incluindo cidadãos de Portugal e estrangeiros, ou seja mais 20.238 do que em 2010, ano em que emigrou um total de 23.760 pessoas, registando-se um aumento de 85% em apenas um ano.
Do total de 43.998 pessoas que abandonaram Portugal, estima-se que 41.444 seriam portugueses e 2.554 nacionalidades estrangeiras.
Em 2010, o INE estima que tenham saído de Portugal um total de 23.760 indivíduos (16.899, em 2009), sendo que 22.127 teriam nacionalidade portuguesa e 1.633 de nacionalidade estrangeira.
E se em 2010 o maior número de emigrantes se situava na faixa etária dos 20 e 24 anos (3.815 emigrantes), em 2011 a maior fatia de indivíduos a abandonar Portugal tinha entre 25 e 29 anos (5.876), logo seguida dos indivíduos entre os 20 e 24 anos (5.784) e entre 30 e 34 anos (5.027).
Um dado a assinalar é que há milhares de crianças e adolescentes que emigraram entre 2010 e 2011.
Só em 2010, emigraram 2.320 crianças entre até aos quatro anos, 2.077 crianças entre os cinco e os nove anos e 2.580 adolescentes entre os 15 e os 19 anos.
Em 2011, as estimativas do INE indicam que emigraram 3.315 adolescentes entre os 15 e os 19 anos, 1.326 crianças até aos quatro anos, 1.302 entre os cinco e os nove anos e 1.479 entre os 10 e os 14 anos.
Quanto ao país de destino, dos 23.760 indivíduos emigrantes em 2010, 19.418 terão ido para um outro país da União Europeia (UE) e 4.342 deslocaram-se para um país fora da UE.
Segundo dados disponibilizados pelo Observatório da Emigração, Angola, Reino Unido, Suíça, Espanha, Alemanha, Luxemburgo, Brasil e a Holanda são os países que mais receberam emigrantes portugueses.
Os países que também receberam portugueses, mas em menor número, foram: Noruega, Dinamarca, Suécia, Macau, Áustria, África do Sul, Austrália e Argentina e Nova Zelândia.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Adriana Carvalho / CV
Maria Adriana Beirão Gonçalves Sousa Carvalho, portuguesa há muito
radicada em Cabo Verde, nasceu em 1948 na Figueira da Foz. Licenciou-
se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em
1971, completou o Mestrado em Ciências da Educação em 2005, tendo-
se doutorado em 2009, também em Ciências da Educação, especialidade
em História da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação da Universidade de Lisboa.
Duma forma ou doutra, a vida profissional de Maria Adriana Carvalho,
actualmente Vice Reitora da Universidade de Cabo Verde, tem obedecido
a duas paixões: a educação e Cabo Verde. Chegada a este país em 1978,
começou logo a leccionar no Liceu Domingos Ramos (antigo Liceu
Adriano Moreira), tendo de seguida desempenhado vários cargos de
Direcção nas áreas de Formação e Planeamento do Ministério da Educação.
Foi também responsável pela coordenação de vários projectos na área
educativa financiados pelo Banco Mundial.
Em 2002 fez a transição do Ensino Secundário para a Universidade, tendo
desempenhado cargos de relevo no Instituto Superior de Educação (Pró
Reitora), na Universidade Jean Piaget, onde chegou a Professora Auxiliar
e, finalmente, na Universidade de Cabo Verde, onde exerce as funções de
Vice Reitora para a Pós-Graduação e Investigação.
No corrente ano foi a responsável e a principal impulsionadora do projecto
desta Universidade “2012, Ano da Língua Portuguesa”.
A Professora Adriana Carvalho é uma figura destacada da Comunidade
Portuguesa em Cabo Verde, onde se tem notabilizado pelo seu empenho
enquanto membro activo do Conselho Consultivo da Área Consular e pelo
seu dinamismo em todas as iniciativas visando a criação de uma Escola
Portuguesa em Cabo Verde.
Foi também autora e co-autora de vários livros, manuais escolares e artigos,
cujo denominador comum é a área da educação e a história da educação.
A Professora Adriana Carvalho foi agraciada pelo Presidente da Republica
de Cabo Verde com a 1ª Classe da Medalha do Vulcão e pelo Presidente da
Republica Portuguesa com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

 Isabel Meyrelles, grande Portuguesa da diáspora esteve representada na exposição de Mulheres de Artes, "Singular, Plural", com que quisemos abrir, de uma forma absolutamente inédita, o Encontro Mundial da Maia.
Relembrar o acto com que o governo Português a distinguira dois anos antes, é a nossa maneira de lhe agradecer o seu gesto de solidariedade  e de participação nesta iniciativa.
Foi em 11 de Dezembro  de 2009 que Isabel Meyrelles recebeu na Embaixada de Paris a comenda da Ordem de Santiago. Na altura, O SECP Dr António Braga, afirmou na sua mensagem que aquela era "a merecida homenagem de Portugal a uma das suas mais distintas embaixadoras".
Acompanhamo-lo nas palavras com que define o seu percurso artístico
"Isabel Meyrelles ilumina a contemporaneidade como Poetisa e Escultora de eleição, na boa tradição do movimento surrealista, no qual ocupa lugar pioneiro e cimeiro. Na sua riquíssima e permanentemente apaixonada vida cultural perpassam esse conjunto de actividades multifacetadas que fazem o artista completo.
Desde a tradução de autores de referência na literatura nacional, que desenvolveu variadíssimas vezes com inegável talento, em que destaco José Régio, até à poesia e à escultura, a sua extraordinária actividade criativa deixa uma marca indelével. Por proximidade pessoal atrevo-me a relevar a sua obra na escultura onde espelha, com raro sentido de oportunidade, o mito do Portugal e da Europa, em que se inspira muito do transumante na Diáspora portuguesa, aliás, presente no meu próprio distrito que tem o privilégio de beneficiar da sua obra na colecção da Fundação Cupertino
Miranda onde, há bem pouco tempo, lhe foi prestada sentida homenagem"


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Lembrar Malice

Maria Alice Ribeiro , jornalista e directora do mais antigo jornal de língua portuguesa em Toronto era uma Mulher de cultura, de Letras e de causas, com um intenso interesse pelas coisas da política, tanto nacional, como canadiana e mais ainda pelas da sua comunidade. Sempre pronta a conversar à mesa do café, ou ao telefone, como se o tempo que perdia connosco, não o fosse gastar em noitadas de porfiado trabalho.

Sim, havia o seu “quê” de excessivo na personalidade de Maria Alice – mas todos os seus excessos eram virtuosos (salvo o de ser fumadora inveterada): excesso de generosidade, de voluntariado, de cuidado com o detalhe, com o sucesso de todas as vertentes de uma acção, que a fazia uma parceira mais do que fiável, infalível, em qualquer iniciativa conjunta. As suas organizações tinham o rigor de um relógio suíço, a par de um entusiasmo e uma emotividade muito à portuguesa.

Amigos não lhe faltavam, Sabia escolhe-los na perfeição, e pô-los a trabalhar para o “bem comum”. Foi através dela que conheci o filantropo Virgílio Pires, o Manuel Leal (que ela achava “esquerdista” – que exagero! …) ou o Laurentino Esteves, o jovem promissor, que tratava como um segundo filho.
Só ela me faria estar numa passagem de ano em Toronto (porque para além da minha família portuguesa, achava que eu tinha obrigações para com a minha vasta família de afectos luso-canadiana…). E não nos limitamos a confraternizar em duas ou três festas de associações, mas em quatro ou cinco, umas visitadas no ano que findava e outras já no ano seguinte,,, No meio de um nevão que cobria os passeios, onde se afundavam os nossos sapatos de salto alto. Coisa benigna, quando comparada a uma ida de Toronto a Kingston, que durou horas e horas, sob sucessivas tempestades de neve, com o Virgílio Pires firmemente ao volante do seu Cadillac, que resvalava aqui e ali, mas sempre sem perder o rumo…. E, depois de cumprirmos na íntegra o programa – visita à Igreja portuguesa, encontro no clube, entrevistas à rádio e à televisão e jantar como Mayor – regressamos à aventura de mais umas horas de condução exímia do Virgílio, sob a fúria da intempérie. Em ininterrupta e divertida conversação a três, naturalmente… Com Malice não havia silêncios nem tempos mortos, era assim, cheia de energia, de ideias e de projectos, que levava por diante contra todos os obstáculos, fossem os da natureza ou os dos seus opositores - que nunca a venceram nem convenceram...
O que a movia? Julgo que era, antes do mais, o portuguesismo, a vontade de defender a cultura portuguesa na imensa panóplia de culturas conviventes no Canadá e também o inconformismo face às práticas e tradições que desvalorizavam o modo de ser feminino.
O Correio Português era o jornal da Maria Alice e do António Ribeiro, numa paridade completa, pragmática e eficaz. Mas para Malice, como os amigos lhe chamavam, o jornal foi mais do que um periódico bem gerido e bem escrito. Com ele deu voz à comunidade, fez a história da comunidade, mas também soube ter voz própria e ser protagonista de primeiro plano na construção de um universo luso canadiano que não parava de crescer, após o início das migrações em massa dos anos 50.
Do seu pioneirismo no campo da escrita e do jornalismo ao seu pioneirismo na representação dos emigrantes no Conselho das Comunidades Portuguesas, desde os anos 8o até ao último dia de uma luta contra grave doença, fica a força de um exemplo de vida,.
Fica a memória da fase primordial da emigração portuguesa no Canadá, em páginas e páginas do seu "Correio". E fica, também, à espera dos investigadores que o possam tratar e divulgar, um precioso arquivo fotográfico, recolhido no Museu Português de Toronto, graças a uma intervenção atempada de Virgílio Pires.
Na verdade, Malice tinha sempre à mão, para além do inevitável maço de cigarros, a sua máquina fotográfica de profissional...Nesse arquivo, está, em imagens, muito do passado português em Toronto – cabe agora ao “Museu”
revela-lo, valorizando-se.
E, por fim, numa revista que fala de mulheres na diáspora não poderíamos esquecer que a ela se deve a proposta para a realização do “1º Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo”, em 1985. Esse
seu gesto é, de algum modo, o precursor da longa caminhada, em que andamos, e em que a sua memória nos acompanha.























Progrma Uruguai

A Associação de Estudo Mulher Migrante tem, desde há anos, procurado
introduzir as temáticas de género e de geração em eventos tradicionais
das comunidades, onde, como regra, o enfoque vai para outras questões.
Julga-se que esta é uma forma eficaz de lhes dar a prioridade que tem
faltado.
Assim, por ex, aconteceu em em 2007, com a Associação MM a promover
seminários sobre igualdade no quadro das festas do 10 de junho em
Newark e em Montreal -uma experiência que se repetiu agora com a
inserção das preocupações de igualdade de género e geração no Encontro
do Cone Sul, num seminário cultural que teve por tema central o maior
equilíbrio de participação dos que mais marginalizados se encontram
ainda no movimento associativo - o que não sendo justo para as pessoas
compromete o futuro das próprias instituições, como se torna cada vez
mais evidente...
O Encontro do Cone Sul constitui um paradigma da prossecução de
finalidades várias, a partir de um modelo inicial puramente lúdico: um
portuguesíssimo torneio de sueca, que começou nas comunidades do sul
do Brasil e do Uruguai e veio a estender-se à Argentina, alternando
entre os 3 países a sede do evento anual. Do jogo e do convívio se
passou a outras iniciativas que decorrem em simultâneo, exposições,
festivais de música e dança e, desde há já 10 anos, um "Seminário
cultural". Participantes às centenas, presença de autoridades dos 3
países, dos nossos diplomatas e, quase sempre, a presidência
protocolar do SECP. Um evento que cresceu para se tornar um dos mais
importantes, um dos mais "internacionais" de todo o mundo da Diáspora lusófona.
Em 2012 a Associação de Estudos MM foi, com o apoio da SECP, o
parceiro principal na economia desse seminário - para marcar, também
fora da Europa, as preocupações com o envelhecimento activo e a
solidariedade intergeracional no contexto do movimento associativo
português.
É óbvio, do ponto de vista das dirigentes da AEMM, como explicitaram,
que a mudança e a inovação passam, largamente, pela capacidade de
atrair ao cerne da vida associativa estes grupos, que têm sido
marginalizados, para não dizer praticamente excluídos.
Tomar consciência desta realidade é preciso, mas não basta - é urgente
tomar medidas concretas, fazer das instituições a" casa de todos",
onde todos tenham o seu espaço próprio, para decidirem autonomamente
iniciativas e modos de convívio, porventura em ruptura com rotinas e
hábitos antigos. Num simples bar de associação, podem reunir as
tertúlias mais criativas, de um simples jogo de sueca pode surgir uma
universidade sénior, como de almoços de amigos surgiu o formidável
movimento das Academias de Bacalhau e, muito recentemente, as
Academias da Espetada na Venezuela.
Foi esta a tónica das intervenções de Maria Manuela Aguiar (A
expansão de Portugal pelo Movimento Associativo) e de Maria Beatriz
Rocha Trindade (Associativismo construindo o futuro a partir de um
olhar retrospectivo). O Engº Daniel Amado e a Drª Alexandra Allo deram
exemplos concretos da dinâmica Associação de Comodoro-Rivadávia,
actualmente presidida por Maria Amado. a que se seguiram, na mesma
linha, intervenções de jovens luso-descendentes de Ijuí.
Rita Gomes realçou a participação activa das mulheres nas estruturas
associativas e Nassalete Miranda deu visibilidade a um domínio, onde
as Mulheres são já "mais iguais" aos Homens - a do empreendedorismo
cultural, numa mensagem que soou a coisa nova.
Várias outras intervenções e o debate se seguiram, na presença de mais
de 200 congressistas, que enchiam o "salão de cerimónias Dr Ernesto de
los Campos, oferecido pela Intendência para a realização dos
trabalhos.
A própria Intendente - a primeira Mulher na História a presidir à
Câmara Municipal de Montevideo - esteve presente a saudar todos os
participantes, a realçar o papel das mulheres nas sociedades de hoje,
tendo concedido o título e a medalha de "Visitante Ilustre" ao
Secretário de Estado José Cesário e à Ex- Secretaria de Estado Maria
Manuela Aguiar.
O SECP mostrou, uma vez mais, a sua proximidade das pessoas e dos
problemas, um conhecimento de causa, feito de experiência vivida e,
também, o que não é menos raro, em quem desempenha essas funções, de
sensibilidade para as questões de género.
Uma questão que nunca pode ser vista como especificamente feminina, e
que não pode ser resolvida apenas por mulheres nem, na nossa óptica,
faz hoje sentido que seja movida "contra" os homens. Luís Panasco, a
"alma" deste Encontro, que institucionalmente organizou como
Presidente da Casa de Portugal de Montevideo e que a AEMM se orgulha
de contar entre os seus membros activos disse um dia, em Villa Elisa,
numa reunião em que era o único homem presente: "não é preciso ser
jovem para procurar ajudar os jovens, nem velho para procurar resolver
problemas de envelhecimento, nem é preciso ser mulher para lutar pela
igualdade de sexos.
Para além do seminário, o encontro foi vivido numa programação
multifacetada - reunião de empresários, promovida pela Câmara de
Comércio luso uruguaia, encontro do SECP e de deputados do Grupo de
Amizade Uruguai Portugal no Parlamento, reunião do SECP com dirigentes
associativos do Cone Sul, uma conferência sobre as mulheres na
política no Clube Brasil (oradora e convidada a falar da sua própria
experiência, Maria Manuela Aguiar), festa com exibição de ranchos
folclóricos das comunidades portuguesas dos 3 países do Cone Sul,
visita a colónia de sacramento, com recepção oficial na Intendência,
desfile dos Ranchos nas ruas da cidade património da Humanidade,
sessão de encerramento, com apresentação de conclusões e entrega dos
prémios do torneio de sueca, que, sendo um de muitos eventos não
perdeu a sua importância. E, por isso, a deputada Mª João Ávila e
Nassalete Miranda que mais mulheres passem a participar dos jogos, em
paridade e não só a título de excepção que confirma a regra.
Sacramento foi também o lugar ideal para lembrar Fernando Assunção, o
grande intelectual e militante da cultura portuguesa, a quem se deve a
reconstrução de “Colónia”, fiel à sua traça arquitectónica portuguesa,
que lhe vale, afinal, a distinção da UNESCO. Presentes entre nós, a
viúva e a filha do Doutor Assunção.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

20 e 21/09/ 2012 –Programa no Luxemburgo

Instituto Camões

Com o apoio da Embaixada de Portugal no Luxemburgo e do Instituto Camões– Centro Cultural Português no Luxemburgo, a Amizade Portugal –Luxemburgo (APL), a Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL),o Centro de Apoio Social e Associativo (CASA), a
Câmara de Comércio e Indústria Luso – luxemburguesa (CCILL), o Serviço de Ensino de Português (SEP) e a Confraria dos Financeiros Lusófonos no Luxemburgo, foi realizada esta Conferência com a participação por parte da AEMM, da Drª Manuela Aguiar, da Drª Rita Gomes e da Drª Nassalete Miranda.
Temas destas Intervenções: Drª Manuela Aguiar: “As Academias Seniores de Artes e Saberes”; Drª Rita Gomes: “Associação de Estudos Mulher Migrante”e “Participação Ativa da Mulher nas Estruturas Associativas e outras”; Drª Nassalete Miranda: “Empreendedorismo Feminino Cultural”
Foi feito o lançamento da Publicação desta Associação sobre «O Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora», realizado em 2011, no Forum da Maia.

Participaram nesta Iniciativa a Embaixadora Drª Rita Ferro, o Senhor Cônsul- Geral de Portugal no Luxemburgo, Dr. Rui Gonçalves Monteiro, vários dirigentes de Associações e outras Instituições das Comunidades Portuguesas.

As conferencistas foram convidadas a visitar uma instituição de Solidariedade Social Luxemburguesa onde decorria um encontro intergeracional para debate dos principais problemas vividos pelos
idosos, com a presença de jovens querecolhiam elementos para estudo, teses de mestrado e de doutoramento nas áreas socias.
Foram efectuadas visitas à C.A.S.A, À Rádio Latina e à Caixa Geral de Depósitos na procura de espaços para a realização de exposições de artes plásticas de mulheres da própria comunidade e de outras.

O programa encerrou com uma conferência de Manuela Aguiar sobre “Le mouvement féministe républicain au Portugal”, organizada pela Confrérie des Financiers Lusophones au Luxembourg., e em que participaram diversas individualidades, designadamente o Senhor Cônsul Geral de Portugal no Luxemburgo, Dr. Rui Gonçalves Monteiro.
Uma audiência interessada, participativa e cheia de personalidades portuguesas e luxemburguesas, mulheres e homens, que interpelaram a conferencista com várias questões, no que resultou um diálogo vivo a entrar pela noite..

Encontro em Genebra - Livraria Camões

O programa na Suiça teve uma excelente organização dConsulado de Portugal, com grande envolvimento do Dr. Carlos Oliveira, Cônsul-Geral de Portugal em Genebra (que mais uma vez assim dava apoio a iniciativas da AEMM - uma colaboração iniciada em 2007, quando era
Cônsul-Geral em Montreal ) , da jornalista Cristina Rodrigues, uma das participantes no Encontro Mundial da Maia, e da Livraria Camões, onde teve lugar a reunião.

A Drª Manuela Aguiar fez a apresentação do Livro sobre o «Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora de 2011, destacando as temáticas aí tratadas, e moderou as intervenções de um painel composto por Rita Gomes, Isabelle Oliveira, Nassalete Miranda e Leonor Fonseca,
abordando temas como o projecto ASAS, a organização de tertúlias destinadas à recolha de narrativas de vida de emigrantes e à situação da Mulher na política e na vida das comunidades.