segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mensagem da Deputada Celeste Correia

Na impossibilidade de estar pessoalmente nesta iniciativa a propósito do lançamento do livro "Encontro de Espinho-Março 2009, é com grande prazer que me associo a este evento dedicado às portuguesas da mobilidade.
Na pessoa da DrªManuela Aguiar e da Drª Rita Gomes, quero cumprimentar as organizadoras do lançamento do livro, que decerto contribuirá para que seja aprofundado um novo olhar sobre as relações e representações de género que mudaram e estão a mudar na sociedade portuguesa.
As preocupações de todos nós vão, entre outros aspectos, para a promoção da igualdade de género, dimensão fundamental da promoção dos Direitos Humanos e um forte indicador da qualidade da democracia.
Não esquecendo as mulheres lusófonas assim como as de outras nacionalidades ligadas pela mesma língua, o objectivo de todas nós é, creio eu, a qualificação das pessoas, a afirmação dos seus direitos e a sua realização pessoal.
Agradeço àa Associação da Mulher Migrante esta luta de anos para transformar a nossa vida e das nossas comunidades. São mulheres atentas, activas, preocupadas com o seu futuro e o dos seus filhos, dos seus concidadãos e concidadãs, obstinadas em conseguir um futuro melhor para todos e todas.
Durante a minha infância, tinha a convicção profunda que quando adulta havia coisas que eu ía ajudar a mudar no mundo - a fome, a pobreza, por exemplo - mas havia outras que eu achava que eram imutáveis porque eram da ordem "natural" das coisas - era natural que os irmãos mais novos exercessem autoridade sobre as irmãs mais velhas, sobre as mães, em caso de ausência do pai era natural, que a minha Avó só pudesse sair à rua acompanhada do meu Avô, etc. etc.
Só mais tarde, já adolescente, percebi que esses comportamentos não pertenciam à ordem natural das coisas e que tudo podia ser modificado pela força e pela tenacidade do trabalho conjunto de mulheres e homens em defesa da cidadania.
É essa força, esse trabalho, e essa tenacidade que reconheço nas mulheres da Associação da Mulher Migrante e, por isso, para todas vós, um muito obrigado e parabéns pelo lançamento do livro.
Lisboa 17 de Abril de 2010

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