sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Graça Gudes - Academias Séniores

Introdução
Foi em Joanesburgo, em 2008, nos ENCONTROS PARA A CIDADANIA:
MULHERES – VERTENTE DE MOBILIDADE NUMA PERSPECTIVA DE DIÁLOGO
INTERCULTURAL, onde tive a honra de participar, que espontaneamente respondi
a uma questão levantada por uma das senhoras presentes acerca do que fazer com as
mais velhas, agora reformadas e limitadas ao seu espaço familiar, sem programas de
actividades para ocuparem os seus muitos tempos livres.
E respondi, lembrando-me das Universidades Seniores, tão expandidas
em Portugal e tão frequentadas por homens e mulheres, em cursos diversificados;
fazem viagens de estudo, festas de convívio, ou outros eventos que organizem, neles
participando com o maior empenho, interesse e frequência assídua.
Com surpresa, acharam uma ideia excelente e pouco dispendiosa, até porque
os docentes são normalmente seleccionados na própria comunidade e intervêm
gratuitamente, num verdadeiro espírito de cidadania.
Para dar continuidade a esta ideia, recorri à Universidade Sénior de Espinho para
poder fornecer todos os elementos necessários á sua criação e implementação.
A Universidade Sénior de Espinho
O projecto de criação da Universidade Sénior de Espinho (USE) foi elaborado
por quatro enfermeiras em estágio da especialidade em Gerontologia realizado no
Centro de Saúde de Espinho em 1997, em resultado de um estudo realizado no
Concelho de Espinho e que identificou uma elevada percentagem de pessoas idosas,
bem como a falta de resposta a diversas necessidades:
* cultura
* convívio
* combate à solidão
* combate ao isolamento
* ocupação de tempos livres
Os Estatutos foram registados em escritura pública efectuada em 22 de Outubro de
1997 e posteriormente publicados em DR (Janeiro de 1998).
É uma instituição independente, apartidária, laica e sem fins lucrativos, que
funciona em instalações cedidas pela Câmara Municipal de Espinho e tem as seguintes
características:
Persegue o modelo inglês das Universidades da Terceira Idade
Não exige nem confere qualquer grau académico
Funciona em regime de voluntariado e com prestação gratuita dos seus
colaboradores
O corpo docente é hoje constituído por 23 professores
Objectivos:
Melhorar a qualidade de vida dos sócios/alunos
Promover o convívio, a troca de experiências, realização de sonhos
Melhorar a auto-estima
Descobrir capacidades ignoradas
Promover o bem-estar
A idade mínima de ingresso é 50 Anos, a que é atribuído um cartão de estudante e
as disciplinas propiciadas estão de acordo com as motivações dos alunos. Actualmente
frequentam 160 alunos, sendo 144 do género feminino e 16 do masculino, com idade
média de 67,5 anos.
Há aulas caracterizadamente teóricas e práticas, em função das temáticas que têm
sido ministradas por especialistas que colaboram sistematicamente sem auferir qualquer
vencimento e que a seguir se indicam:
Aulas teóricas:
Cultura Geral
Cultura Inglesa
Direito e Cidadania
Estórias da História
Estudos Bíblicos;
Francês
Gentes
Informática
Inglês
Aulas práticas
Bordados tradicionais
Arraiolos
Ginástica
Hidroginástica
Natação
Yoga
Grupo Coral
Jograis
Pintura
As Universidades Sénior nas Comunidades Portuguesas
Todas estas informações foram enviadas para Joanesburgo e também para Caracas,
que está também interessada neste projecto agora apresentado em Newark
A reforçar a importância destas Universidades, será de salientar a existência de um
enorme número em Portugal, sediadas em muitas cidades e mesmo com mais do que
uma em algumas delas: Abrantes; Algés; Albufeira; Almeirim; Amadora – 2; Aveiro -
2; Barcelos - 2; Barreiro; Beja; Braga – 2; Chaves; Coimbra; Covilhã; Espinho; Faro;
Figueira da Foz; Gaia; Guimarães; Lagos; Lamego; Leiria; Lisboa – 5; Loulé; Oeiras;
Ovar; Parede; Portimão; Porto – 8; Santa Maria da Feira; Santarém; Setúbal; Sintra;
Tavira - 2; Terceira (Açores); Torres Novas; Viana do Castelo; Vila Real; Viseu.
Espera-se que este projecto venha a interessar as nossas Comunidades Portuguesas
espalhadas pelo mundo, a acrescentar a tantos outros que ao longo dos tempos têm sido
implementados na nossa diáspora.
Em Newark a receptividade foi imensa e o entusiasmo foi incentivado pela
Senhora Cônsul Geral, Dra. Maria Amélia Paiva, presente na reunião e que se
disponibilizou para o apoio que fosse julgado necessário.

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