domingo, 10 de novembro de 2013


Maria Ortelinda Barros Gonçalves 

Centro de Estudos da População e Economia da Universidade do Porto- CEPESE/UP


Judite do Rosário Ferreira Coelho

CEPESE/UP


 

 

 

Resumo

 

É comum afirmar-se que os emigrantes portugueses são “bons trabalhadores” inserindo-se nos índices de produtividade europeus. Também se afirma que os portugueses não são empreendedores. Constatamos, porém, múltiplas iniciativas de inclusão socio-laboral dos emigrantes portugueses nos diversos continentes.

O presente estudo refere-se especificamente ao Empreendedorismo Feminino Português em Andorra e insere-se no Projeto de Investigação intitulado “Empreendedorismo Emigrante português em Andorra, Londres, Nice e Mónaco” em que a instituição proponente é o Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade – CEPESE e que está a ser financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (F.C.T.).  Os principais objetivos do estudo que aqui se apresenta são: caracterizar a sociedade onde as mulheres estão a trabalhar; aferir estratégias da sua inclusão social; contribuir para um melhor conhecimento do empreendedorismo feminino fora do país de origem.

Diante das atuais mudanças no mundo do trabalho, num cenário dominado pelo desemprego e precarização, inúmeras trabalhadoras foram excluídas do círculo produtivo nos seus países de origem. Este nosso estudo apresenta formas e dinâmicas da integração económica, política e social das mulheres emigrantes portuguesas em Andorra, cuja ação inovadora importa a Portugal, países de acolhimento e comunidade científica. Foi usado um enfoque quantitativo, utilizando para o efeito, um inquérito por questionário para a caracterização sociodemográfica das mulheres e das empresas, usando uma amostra por conveniência de 51 empreendedores recolhida no primeiro semestre de 2013. No que diz respeito às empresas, utilizou-se como base um conjunto de duzentas empresas com titulares de nacionalidade portuguesa de acordo com o Registo de Atividades Comerciais do Governo de Andorra (2009).

Palavras-Chave: Mulheres; Emigração, Andorra, Empreendedorismo.

 

 

 

 

 

 

 

MULHERES PORTUGUESAS EMPREENDEDORAS EM ANDORRA

 

Introdução

 

O presente estudo refere-se especificamente ao Empreendedorismo Feminino Português em Andorra, e insere-se no Projeto de Investigação intitulado “Empreendedorismo Emigrante português em Andorra, Londres, Nice e Mónaco”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (F.C.T.),. e de que  o Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade – CEPESE - é a instituição proponente. O mesmo tem por objetivos: caracterizar a sociedade onde as mulheres estão a trabalhar; aferir estratégias da sua inclusão social; contribuir para um melhor conhecimento do empreendedorismo feminino fora do país de origem.

 

O trabalho de campo, realizado em Março de 2013, foi concretizado em cinco das sete paróquias de Andorra (La Massana, Andorra la Vella, Escaldes Engordany, Encamp e Canilo),tendo sido aplicados 51 inquéritos por questionário e 7 por entrevista semiestruturada.

Foi ainda possível fazer observação não participante.

Além das características sociodemográficas, procedeu-se à caracterização profissional anterior e posterior à emigração, à caracterização da empresa em Andorra e ao percurso migratório.

 

O Principado de Andorra é um pequeno Estado localizado na cordilheira pirenaica entre o nordeste da Espanha e o sudoeste da França. É o único estado no mundo cujo governo é uma  Diarquia. Apresenta uma área de 468Km2.

 

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ef/Andorramap.png

Corresponde a um território pluricultural no qual convergem múltiplas nacionalidades (cerca de uma centena), impulsionadas, nas últimas décadas, pelo crescimento dos sectores da construção e do turismo.

Em 2012, Andorra registava 76.246 habitantes, de várias nacionalidades, merecendo os portugueses um lugar de destaque, dado representarem  cerca de 14% da população residente em Andorra.

 

Segundo o Observatório da Emigração, a população de portugueses em Andorra chega a atingir os 15 % da população total.

 

 

 

 

 População residente, por naturalidade e nacionalidade, 2005-2011

 
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
População total
N
78.549
81.222
83.137
84.484
84.082
85.015
78.115
Total de estrangeiros
N
50.298
51.687
52.696
53.121
51.997
52.053
44.634
% da pop. total
64
64
63
63
62
61
57
Com nacionalidade portuguesa
N
11.294
12.789
13.519
13.794
13.362
13.100
11.711
% do total de estrangeiros
22
25
26
26
26
25
26
% da pop. total
14
16
16
16
16
15
15

   Fonte: Observatório da Emigração (2012)

 

 

Como forma de reconhecer a importância da imigração para o desenvolvimento do Principado, o Serviço de Correios Espanhol lançou uma edição filatélica da responsabilidade do Ministério da Cultura e do Museu Postal de Andorra, dedicada à diversidade andorrana. A primeira edição filatélica da série “Diversitat Andorrana” é dedicada à “População portuguesa”, sendo constituída por um selo reproduzindo a bandeira portuguesa e o traje regional de Viana do Castelo

 


 

 

 

 

 

 

 

 


                                    Edição filatélica

 

 

                                                    Edição filatélica

 

 

 

 

 

 

 

Obstáculos ao empreendedorismo imigrante em Andorra

 

Alguns autores explicam o empreendedorismo imigrante como uma estratégia de sobrevivência face à exclusão e desvantagem no mercado de trabalho (Lazaridiz & Koumandranki, 2003). Outros autores encontram no empreendedorismo imigrante uma forma de integração mais alargada, que permite às famílias melhorarem as suas condições de vida, a sua autonomia e a sua autorrealização (Serdedakis, Tsiolis, Tzanakis & Papaioannou, 2003), o que se torna também determinante para o estatuto legal estável, para a familiaridade com o país de acolhimento, para as perspetivas de continuar no país de acolhimento e ainda para o desenvolvimento de comunidades migrantes (Portes, 1999; Hatziprokopiou, 2008). Para Coutinho et al. (2008), as vantagens destas iniciativas não incidem apenas no país de acolhimento. Nos países de origem, o empreendedorismo emigrante promove o desenvolvimento e a internacionalização das suas empresas e o fortalecimento de redes de produção e comércio. Nos países de acolhimento, o empreendedorismo imigrante, para além de melhorar o nível de integração, traz novas ideias ao tecido empresarial, cria postos de trabalho e representa uma excelente solução face ao desemprego.

No entanto, apesar destas vantagens, a população emigrante encontra vários obstáculos na persecução das suas iniciativas empreendedoras, que a obrigam a maiores esforços. Entre os constrangimentos mais frequentes, vários estudos apontam para as barreiras legais e institucionais decorrentes dos estatutos legais da imigração; para a dificuldade de acesso ao crédito; para o desconhecimento das leis e do mundo dos negócios existentes no país de acolhimento; para a dificuldade de aceder à informação; para a dificuldade no reconhecimento das qualificações e para o próprio desconhecimento da língua (Oliveira, 2005; Peixoto, 2008; Coutinho et al., 2008; Hisrich et al., 2009).

Em Andorra, as barreiras legais e institucionais sofreram grande evolução, com o acordo bilateral, assinado entre Andorra e Portugal, relativo à Entrada, Circulação, Estadia e Estabelecimento dos seus Nacionais, o qual entrou em vigor a 1 de Setembro de 2008.

Contudo, encontramos ainda uma jurisdição relativa à imigração muito fechada e sempre de acordo com as necessidades económicas e sociais do Principado. Por exemplo, “nas autorizações de imigração para residentes ativos, distinguem-se a autorização de imigração temporal (duração de 12 meses e improrrogável) e a autorização de residência e trabalho (duração de um ano, renovável três vezes por períodos de dois anos; passados 6 anos, renova-se por períodos de 10 anos), (Matias, 2008, p. 260).

Além disso, as barreiras legais limitam ainda a possibilidade de os detentores de autorização de residência ou com vistos de trabalho desenvolverem atividade empresarial. Aos nacionais portugueses, que podem justificar, em conformidade com a legislação andorrana, uma residência efetiva e ininterrupta em Andorra de um período mínimo de 10 anos, é permitido, nas mesmas condições que os nacionais andorranos, exercer qualquer atividade profissional não assalariada, fazer contribuições de capital às sociedades mercantis andorranas e exercer cargos de administração ou de representação destas sociedades.

Tal como todos os empresários andorranos, os portugueses estão necessariamente sujeitos aos impostos vigentes no Principado,  nomeadamente ao IAE - Imposto sobre os rendimentos das Atividades Económicas, ao  IGI - Imposto Geral Indireto e o IS - Imposto sobre Empresas,  mas a estes acresce uma dupla tributação.

Os apelos para o fim da dupla tributação, com início em 2008, ainda se fazem sentir, sendo que o encerramento da embaixada de Portugal em Andorra, em novembro de 2011, prejudicou os trabalhos de negociações de um acordo entre os dois Governos (Observatório da emigração, 2013).

Os empresários portugueses, entre outros aspectos, apelam para a atualização do acordo sobre segurança social entre os dois países, que, depois das alterações na legislação andorrana, apresenta algumas dificuldades para os reformados portugueses no Principado (Observatório da Emigração, 2013). 

Para Peixoto (2008), outros obstáculos relevantes para os emigrantes empreendedores são o acesso ao crédito, devido à dificuldade de satisfazer todos os requisitos exigidos pelo sistema bancário, nomeadamente pela dificuldade em dar garantias reais e pessoais para o crédito, e ainda o desconhecimento das leis e do mundo dos negócios que vigora no país de acolhimento. No entanto, para esta última questão, podemos encontrar o Clube de Empresários Portugueses de Andorra (CEPA), fundado em 2006 e que, desde então se tornou um importante suporte para os empresários portugueses, quer quanto à assessoria jurídica e fiscal (nomeadamente, em relação aos problemas da dupla tributação, registos, pagamentos de impostos) quer quanto à informação/acompanhamento das políticas de emigração que afetam todos os empresários portugueses estabelecidos no Principado (Carvalho, 2007).

De salientar que a escassa bibliografia que faz referência a esta problemática no contexto andorrano, aponta ainda os obstáculos relacionados com o desconhecimento da língua. Para Matias (2008), a sociedade andorrana é muito segmentada, desde logo por causa da língua catalã. Para a autora, embora haja muitos imigrantes portugueses que desconhecem a língua catalã, o problema maior reside nos tons e nas singularidades da própria língua, que faz com que muitos imigrantes não distingam o catalão do castelhano. No entanto, os mesmos estão “conscientes da importância da sua utilização e do prestígio social que ela pode conduzir” (Matias, 2008, p. 332).

Contudo, o obstáculo do desconhecimento da língua associado ao facto de se concederem vistos temporários de trabalho válidos para períodos muito pequenos e às questões político-jurídicas existentes no território, acaba sempre por originar dificuldades na integração.

Entre os casos de sucesso e insucesso de integração da comunidade portuguesa no seio da comunidade andorrana, é notório o trabalho desenvolvido pelas diferentes associações portuguesas no local que, pelas suas características e âmbito de atuação, conseguem o reconhecimento e a valorização da população portuguesa no atinente à sua capacidade de integrar os portugueses na sociedade andorrana.

Neste Principado, podemos encontrar a Associação de Residentes Portugueses em Andorra “Casa de Portugal” (constituída em maio de 1995); o Grupo de Folclore da casa de Portugal (fundado em maio de 1996), a Associação Cultural de Residentes do Alto Minho (aprovada em novembro de 1996); a Confraria de Nossa Senhora de Fátima (criada em novembro de 1997); a Associação de Futebol Clube do Benfica, mais conhecida por Casa do Benfica (fundada em setembro de 1997), o Futebol Clube Lusitanos (fundado em 1999); o Clube Desportivo da Casa de Portugal (constituído em julho de 2001); a Associação de Portugueses de Pas de la Casa (Criada em maio de 1994) e ainda o Clube de Empresários Portugueses de Andorra – CEPA (fundado em abril de 2006) (Carvalho, 2007).

O trabalho contínuo destas coletividades, para além preservar e promover a cultura, a língua e a tradição portuguesas, essenciais para a integração da comunidade portuguesa, é um suporte muito importante no referente às redes sociais, troca de informações e apoio para a criação e manutenção de negócios próprios.

 

 

Mulheres Portuguesas Empreendedoras em Andorra - Caraterização da amostra

 

Dos 51 empreendedores portugueses inquiridos em Andorra, foi possível encontrar um grupo significativo de mulheres empreendedoras, 26, o que representa uma percentagem de 51%. Este número não  deixa de ser expressivo, uma vez que, a priori, não foram estabelecidas quaisquer cotas do estudo de campo, no domínio da distribuição por sexos dos empreendedores.

A localização e o forte tecido empresarial no domínio do comércio também parecem indiciar que estas atividades são de frequente referência para mulheres empreendedoras, emergentes nomeadamente da emigração portuguesa, sempre bastante significativa no território de Andorra.

Observamos que estas mulheres se encontram em maioria nas classes etárias compreendidas entre os 34 e os 50 anos de idade (57,7% por acumulação das categorias “de 34 a 41 anos” e “de 42 a 49 anos”), o que parece corroborar a perspectiva de que o empreendedorismo ainda não se apresenta favorável no início da vida ativa destas mulheres, mas, antes, como uma etapa na sua experiência e vivência profissional e empresarial, aspecto que poderá ser corroborado na análise dos seus percursos empreendedores.

 

A situação familiar nos casos estudados também não parece representar um problema ou mesmo um obstáculo para as mesmas, pois, na sua maioria, elas conciliam a vida familiar com a atividade profissional (57,7% de casamentos; os dados sobre a situação familiar, cujo tratamento estatístico se encontra ainda numa fase preliminar, parecem corroborar esta afirmação).

 

                Outro ponto de interesse na caraterização socioeconómica da amostra em estudo respeita às qualificações literárias e ao tipo de formação obtidos nas suas carreiras. O que sobressai neste aspecto, é a evidência de um percurso escolar não necessariamente longo, nem centrado num enfoque académico. Apenas 6 inquiridas concluiram  um nível de escolaridade do ensino secundário ou superior, representando apenas 23,1% do total de indivíduos. No entanto, a formação complementar parece ter uma importância bastante mais significativa, dado ter sido  obtida por quase metade do grupo em estudo (11 casos, ou seja, 42,3%). A formação complementar é ditada muitas vezes  pela necessidade de conhecimentos muito mais práticos e diretamente ligados ao exercício, desenvolvimento e gestão dos seus negócios. Notamos assim que o percurso empreendedor destas mulheres é devido mais à prática profissional do que a conclusão de algum tipo específico de formação. Este último surge principalmente como uma necessidade de colmatar exigências verificadas após a  criação de um negócio, e de todos os aspectos relacionados.        

 

                O tempo que estas mulheres demoraram a criar as suas empresas e desenvolver os seus negócios, é também indicador de que a experiência profissional acumulada nas suas carreiras é determinante do tipo de empreendedorismo desenvolvido. Observamos então que quase 70% das mulheres empreendedoras, em Andorra, tomaram a decisão de criar as suas empresas mais de 6 anos depois de terem chegado ao território, sendo pouco relevantes ,proporcionalmente, aquelas que concretizaram o seu projeto em menos de 3 anos.

                Verifica-se, assim, um período importante de trabalho por conta de outrem em Andorra antes de estarem criadas condições propícias ou oportunidades concretas para desenvolver negócio próprio. Este período anterior à escolha de percurso de empreendedorismo surge como uma continuidade das condições contratuais em que se encontravam em Portugal antes da emigração. Assim, estas mulheres, na sua esmagadora maioria, trabalharam como trabalhadoras por conta de outrem, assalariadas, muitas vezes no tipo mesmo de empresa que viriam a criar mais tarde. Para muitas delas, a emigração serviu como vector de inserção no mercado de trabalho, ou mesmo como primeira experiência laboral.

O tipo de empreendedorismo desenvolvido também é relevador do percurso de emigração, que tinha como objectivo a inserção profissional. O percurso escolhido passa, muitas vezes  e gradualmente, de uma situação de trabalho por conta de outrem à posição de trabalho por conta própria, em nome individual e sem empregados. Esta situação mantém-se para metade das mulheres inquiridas. Quanto às restantes, apesar de terem empregados a seu cargo, a estrutura das suas empresas ainda se enquadra nas dimensões das microempresas com menos de 10 empregados (10 casos  - 50% de todos os casos considerados). Podemos por isso discernir uma evolução gradual das aspirações empreendedoras destas mulheres, as quais procuraram, com a emigração, essencialmente uma inserção do mundo do trabalho, adquirindo experiência, formação e motivação para concretizar projetos de maior independência. O tipo de empresa que encontramos, é reflexo disso mesmo, notando-se um grande número de empresárias individuais ( 20) em que raramente existe sequer a presença de associados (sócios). 

                O tipo de negócios geridos por estas mulheres está concentrado essencialmente nas áreas de comércio de proximidade, dos serviços e na restauração. É significativa a importância desta última área, pois representa 57,7% de todos os casos. Os outros serviços são sobretudo serviços pessoais, como os salões de cabeleireiros ou de estética. A faturação emitida pelas inquiridas revela volumes de negócios relativamente baixos, não excedendo os 100 mil euros por ano.

Outro ponto essencial para compreender o percurso empreendedor destas mulheres, é determinar os fundamentos da escolha da  área de atividade para as suas empresas. Destacamos, como a razão mais referenciada, a experiência profissional no sector. Esta razão foi mesmo apresentada como sendo a mais importante para 53,8% das inquiridas e com uma média global de 1,77 de posicionamento relativamente às outras razões apresentadas (a questão encontra-se dividida em 6 razões possíveis, ordenadas da mais importante - número 1 , até a menos importante - número 6).

 

Razão da escolha da atividade das empresas principais

 
Média
Desvio padrão
Tinha experiência na atividade
1,77
1,142
Gosto pela atividade
2,50
1,421
Boas perspetivas de mercado
3,42
1,137
Surgiu a oportunidade
3,85
1,713
Conhecia pessoas que já trabalhavam na área
4,62
1,203
Mais facilidade de, financeiramente, implementar a atividade
4,85
1,317

 

 

É de referir ainda que esta razão foi mencionada como uma das 2 primeiras razões por 84,6% dos casos.

A afinidade e o gosto pela atividade surgem no segundo lugar, com uma média de 2,5 nas classificações, e como sendo uma das duas razões principais para 61,5% dos casos.

A valorização da experiência profissional e o gosto pessoal superam as razões de ordem económica, como a facilidade de financiamento ou mesmo as perspectivas do mercado (com posições médias de 4,85 e de 3,42 respectivamente).

 

 

Este aspecto é corroborado ao analisamos as profissões exercidas pelas inquiridas antes da criação de suas empresas. Relevamos o domínio de profissões ligadas às áreas de atividade mais representadas, como empregadas de limpeza no sector da hotelaria, vendedoras em lojas ou cabeleireiras (9 casos para a primeira e 2 para as seguintes). Como já referimos, a emigração aparece claramente como a abertura do mercado de trabalho para as inquiridas, e a profissões desempenhadas durante este percurso determina, na maioria dos casos, a área de atividade dos negócios constituídos.

Vemos assim claramente que, para estas mulheres, - e muitas delas nem sequer se encontravam a trabalhar em Portugal -, a emigração surgiu como uma plataforma de obtenção de uma maior independência nas suas escolhas profissionais. No entanto, quase todas percorrem um longo caminho, antes de enveredar por um percurso empreendedor.

 

Outros aspectos relevantes na análise da implementação de percursos migratórios empreendedores destas mulheres, são os níveis de integração dos seus negócios no mercado andorrano, e as suas vivências sociais e familiares. Assim, importa verificar se elas exercem algum tipo de participação ativa no seio da comunidade portuguesa de que são originárias, e na comunidade andorrana na qual desenvolvem a sua atividade empresarial. Verificamos, em primeiro lugar, que a sua participação associativa é pouco significativa, com apenas 30,8% (8 casos) das inquiridas. É de notar que apenas em 3 casos existe uma participação relacionada com o meio profissional, o que representa apenas 11,5% da totalidade da amostra em estudo (3 casos das 26 inquiridas). É igualmente importante salientar que, em nenhum caso, existe uma participação nos meios de representação política (partidos ou associações).

 

 

Tipos de associações
 
Respostas
Percentagem de casos
Número
Percentagem
Participação associativa das inquiridas
Associação cultural
3
37,5%
37,5%
Associação de solidariedade social
2
25,0%
25,0%
Associação empresarial/sindicato
3
37,5%
37,5%
Total
8
100,0%
100,0%

 

Algumas das entrevistadas consideram que a participação portuguesa nas questões políticas de Andorra é inexistente, e que as outras associações locais, nomeadamente as associações profissionais, não representam uma fonte importante de integração no mercado, nem no meio económico. O contexto legal e do título de nacionalidade  restringem igualmente qualquer participação.

                     (…)

eA: Qual é a sua participação política no país onde desenvolve a sua atividade?

E07: Não tenho participação nenhuma.

eA: Vota?

e07: Não, até penso que aqui os portugueses não "pintam "nada.

(…)

 (Entrevista n. 7, Sexo feminino, 28 anos, licenciada, microempresa em nome individual)

(…..)

eA: Faz parte de alguma associação?

E01:Não e , eu na política aqui não entro não é?

eA: Vota?

E01: Não, não posso votar. Aqui os portugueses não podem votar só podem votar a gente do país.

 (Entrevista n. 1, Sexo feminino, 46 anos, 2º ciclo ensino básico, microempresa em nome individual)

 

Estas primeiras considerações indiciam, de alguma forma, que os níveis de integração das mulheres empreendedoras oriundas da emigração portuguesa em Andorra serão relativamente baixos, nomeadamente em referência à população andorrana. Por outro lado, destaca-se a comunidade de origem como um ponto essencial do desenvolvimento das suas vidas e da vida das suas empresas.

Observamos que existe um contacto importante na vida profissional destas mulheres com pessoas também elas emigradas em Andorra. Os contactos de tipo não familiar com pessoas de nacionalidade portuguesa ou de origem portuguesa são maioritários para 42,3% das inquiridas, representando uma média de 50,6%.[1] Estes valores são reforçados quando analisamos as percentagens destes contactos com cidadãos andorranos, pois, para 61,5% das inquiridas, estas não ultrapassam os 25% (com média de apenas 30,58%). Notamos assim que, nas suas atividades económicas e sociais, as mulheres empreendedoras provenientes da emigração dependem muito da comunidade portuguesa, e é essencialmente no seio desta que se encontram os seus clientes, fornecedores, etc.

 

Percentagem de relacionamento pessoal não familiar com portugueses ou pessoas de origem portuguesa (quartis)
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
25% ou menos
6
23,1
23,1
Entre 26 e 50%
9
34,6
57,7
Entre 51 e 75%
7
26,9
84,6
Entre 76 e 100%
4
15,4
100,0
Total
26
100,0
 

 

Percentagem de relacionamento pessoal não familiar com Andorranos (quartis)
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
25% ou menos
16
61,5
61,5
Entre 26 e 50%
7
26,9
88,5
Entre 51 e 75%
1
3,8
92,3
Entre 76 e 100%
2
7,7
100,0
Total
26
100,0
 

 

Estas considerações tornam-se mais evidentes quando analisamos a composição e a estrutura das empresas criadas pelas inquiridas. Verificamos que, quando os negócios não são microempresas em nome individual[2], os sócios e parceiros dos mesmos são sempre de nacionalidade ou origem portuguesa.

 

 

 

Número de sócios portugueses ou de origem portuguesa
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
1
1
25,0
25,0
2
2
50,0
75,0
3
1
25,0
100,0
Total
4
100,0
 

 

Da mesma forma, observamos uma grande implementação da comunidade portuguesa nas outras posições das empresas em estudo. Em apenas 2 casos (15,4%), os empregados não são de origem portuguesa. Assim, o percurso empreendedor destas mulheres está intimamente ligado às suas origens, e a sua integração nesta comunidade em Andorra. É a partir desta que são obtidos os recursos necessários para a criação da empresa e recrutados os colaboradores para o seu funcionamento.

 

 

Número de empregados portugueses ou de origem portuguesa
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
0
2
15,4
15,4
1
7
53,8
69,2
2
3
23,1
92,3
3
1
7,7
100,0
Total
13
100,0
 

 

Se colocarmos o enfoque na perspectiva do mercado, também verificamos o mesmo. Os clientes portugueses, ou de origem portuguesa, ainda representam uma parte importante e sempre significativa do potencial de negócio ao alcance destas empresas. Assim, notamos que, ,em 42,3% (percentagem acumulada das categorias “entre 51 e 75%”e “entre 76 e 100%”) dos casos, estes representam, pelo menos, metade dos clientes, com uma média global de cerca de 49%. É de salientar ainda que, em 26,9% dos casos, estes representam a quase totalidade da clientela global das empresas das inquiridas. Embora não observemos este predomínio no lado dos fornecedores, é de notar que, em média, ainda estão presentes para cerca de 19% das empresas estudadas.

 

Percentagem de clientes portugueses
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
25% ou menos
9
34,6
34,6
Entre 26 e 50%
6
23,1
57,7
Entre 51 e 75%
4
15,4
73,1
Entre 76 e 100%
7
26,9
100,0
Total
26
100,0
 

 

Percentagem de fornecedores portugueses
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
25% ou menos
20
76,9
76,9
Entre 26 e 50%
4
15,4
92,3
Entre 76 e 100%
2
7,7
100,0
Total
26
100,0
 

 

A comunidade portuguesa em Andorra produz um verdadeiro mercado de base que possibilita aos seus membros a criação de empresas, o seu funcionamento e, muitas vezes, é o factor de sustentabilidade. Este suporte permite a posteriori o alargamento e expansão para o mercado local andorrano e internacional (potencial turístico do principado). As considerações da entrevistada sustentam, de alguma forma, estes argumentos.

 

                    (…)

eA: Na sua vida profissional está em contato com portugueses ou pessoas de origem portuguesa?

E07: Sim.

eA: Qual o teor desses contatos?

E07: Clientes, alguns amigos, fornecedores.

eA: E a influência destes contatos é importante para o desenvolvimento da empresa?

E07: A nível de clientes sim, torna-se importante...  e também o produto português é importante, já tem uma aceitação por parte dos clientes que são portugueses.

(Entrevista n. 7, Sexo feminino, 28 anos, licenciada, microempresa em nome individual)

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 O enclave economicossocial e cultural  torna-se ainda mais evidente à medida que são analisados outros pontos fulcrais na integração das inquiridas. A utilização da língua portuguesa surge como um ponto central das relações sociais, pois estabelece a base de comunicação e desenvolvimento destas mulheres, e isso muito para além do círculo familiar. Destacamos que a língua portuguesa é utilizada no contexto do exercício das suas atividades económicas pela quase totalidade das inquiridas (88,5% ou seja 23 casos). E esta utilização não é  esporádica, pois, em média, em 51,39% do tempo é a forma de expressão utilizada pelas inquiridas para comunicar no seu local de trabalho, quer com clientes, quer com colaboradores. Verificamos, assim, que o facto de pertencer a uma comunidade emigrante portuguesa em Andorra é um dos vectores fundamentais que propicia e facilita o percurso empreendedor, ou seja, uma base importante a partir da qual se produz a inserção dos seus negócios no mercado andorrano.

 

Utilização da língua portuguesa para comunicar no local de trabalho
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
Não
3
11,5
11,5
Sim
23
88,5
100,0
Total
26
100,0
 

 

 

Percentagem de tempo de utilização da língua portuguesa no contexto laboral (quartis)
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
25% ou menos
6
26,1
26,1
Entre 26 e 50%
7
30,4
56,5
Entre 51 e 75%
4
17,4
73,9
Entre 76 e 100%
6
26,1
100,0
Total
23
100,0
 

 

 A utilização da língua portuguesa também é maioritária no contexto familiar. Em 65,4% dos casos, é a única forma de comunicar anunciada, proporção que pode chegar aos 76,9% se incluirmos os casos em que é praticado em conjunto com o castelhano. Obviamente, esta predominância linguística está diretamente relacionada com a nacionalidade dos outros membros do agregado familiar das inquiridas. Em 91,3% dos casos estudados, o primeiro membro do agregado familiar (geralmente o cônjuge) também é de nacionalidade portuguesa.

 

 

 

 

 

 

Língua corrente mais utilizada num contexto familiar
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
Castelhano
5
19,2
19,2
Catalão e Castelhano
1
3,8
23,1
Português
17
65,4
88,5
Português e Castelhano
3
11,5
100,0
Total
26
100,0
 

 

Nacionalidade do membro do agregado familiar (primeiro)
 
Frequências
Percentagem
Percentagens acumuladas
 
Andorrana
2
8,7
8,7
Portuguesa
21
91,3
100,0
Total
23
100,0
 

 

Por outro lado, a predominância da língua portuguesa também traz desvantagens para as pessoas provenientes da emigração portuguesa. O não domínio  do catalão (língua oficial de Andorra) pode mostrar-se uma barreira à integração social e económica. Este obstáculo pode ser considerado, inclusive, como um dos factores para a prevalência de um certo enclave  da população portuguesa emigrada em Andorra. O obstáculo linguístico parece definir de alguma forma os limites de mercado e do tipo de negócios que as mulheres empreendedoras desenvolvem, isto é, com  enfoque na sua origem e na comunidade a que pertencem. É a partir deste núcleo que se fomentam as  aspirações de expansão no meio em que se inserem.

                      (….)

eA:: Por aquilo que já me têm dito, não falam o catalão, …….e se  queixam muito...

E07: Sim, claro....mas também não nos dão muitas oportunidades (...)

 De aprender... Dão oportunidades a nível... se tu queres aprender catalão podes aprender catalão...mas no trabalho...claro dão-nos assim.... um pouco ...como não sabemos cem por cento a língua,  e é uma língua um pouco difícil...  mais difícil que o castelhano...claro que falamos principalmente  castelhano, e então esquecemos um pouco do catalão entre aspas e põem muitos entraves por causa da língua e cada vez  acho põem mais entraves por causa da língua.

eA: É uma questão de afirmar a língua do país deles?

 E07 fala-se  de tudo  menos catalão...

Fala-se francês, fala-se castelhano, fala-se português...

Por um lado é normal que eles queiram que se fala catalão, por outro lado penso que não reagem da melhor forma com as pessoas que vão pedir trabalho, acho que deveriam de dar mais oportunidades. Nem sequer dão oportunidade de aprenderem. Dizem logo que não, que não querem pessoas que não falem catalão.

(Entrevista 6, Sexo feminino, 28 anos, licenciada, microempresa em nome individual)

 

Esta entrevistada relata ainda aspectos de uma certa discriminação por parte da população andorrana . Embora sejam  opiniões pessoais, não deixam de indiciar, de certa forma, que a exclusão linguística e uma ampla predominância da comunidade portuguesa, quer nos círculos privados, quer nos públicos, são factores importantes para o desenho de um enclave cultural, económico e social. Estas são certamente questões fulcrais no entendimento da construção dos percursos empreendedores dos emigrantes em Andorra, e na forma como se constrói um mercado específico, mas não propriamente fechado sobre si próprio.

                       (….)

eA: Alguma vez se sentiu descriminada por ser origem portuguesa aqui na sua vida quotidiana, aqui no país?

E07: Sim...

eA: Em que aspectos?

E07: Pelo fato ser portuguesa acho que os portugueses  aqui não são bem aceites.

eA: Sentiu-se descriminada porquê, deixaram de falar contigo, puseram-na à parte?

E07: A nível que disseram bastantes vezes que era portuguesa e não queria mais gente portuguesa a trabalhar..

eA: Sim, mas quando ia pedir trabalho?

E07: Não quando ia pedir trabalho, mas quando estava a trabalhar. Disseram que eu era a única portuguesa, que não queriam mais... portugueses.

(…)

E07: Porque não gostam dos portugueses, não aceitam bem os portugueses aqui... não sei a nível... não estou a falar de uma forma geral, estou a falar mas de forma particular ...mas é o que eu penso e muitas pessoas têm esse ponto de vista...é o que nos dá a sensação aqui. Os portugueses aqui são muito importantes, no desenvolvimento do país sempre foram muito importante.

eA: Bastante imigração?

E07: Sim, bastante portugueses aqui em Andorra. A comunidade portuguesa é bastante grande, mas  penso que não são bem-vindos entre aspas, pela minha experiência pessoal.

(Entrevista n. 7, Sexo feminino, 28 anos, licenciada, microempresa em nome individual)

 

Conclusão

Os principais resultados  revelam que as perspectivas de trabalho e de inserção profissional são a questão determinante na tomada de decisão para a emigração. As oportunidades de negócio surgiram já no território de Andorra, e não como uma continuidade do mercado português.

O percurso empreendedor destas mulheres está mais relacionado com a prática profissional do que a conclusão de algum tipo mais específico de formação.

Estas mulheres, na sua esmagadora maioria, trabalharam em Andorra como trabalhadoras por conta de outrem, assalariadas, muitas vezes no mesmo tipo de empresa que viriam a criar mais tarde. Para muitas delas, a emigração serviu como vector de inserção no mercado de trabalho, ou mesmo como primeira experiência laboral.

A participação de portuguesas nas questões políticas de Andorra é inexistente, e as associações locais, nomeadamente as associações profissionais, não representam uma fonte importante de integração no mercado, nem no meio económico. O contexto legal e do título de nacionalidade acabam igualmente por restringir qualquer participação.

Os níveis de integração das mulheres empreendedoras oriundas da emigração portuguesa em Andorra são relativamente baixos, nomeadamente com a população andorrana. Destaca-se a comunidade de origem como um ponto essencial do desenvolvimento das suas vidas e da vida das suas empresas.

 

A predominância do uso da língua portuguesa traz desvantagens para as mulheres provenientes da emigração portuguesa; em alguns casos, a falta de prática do catalão (língua oficial de Andorra) surge como uma barreira à integração social e económica. Este obstáculo pode ser considerado, inclusive, como um dos factores para a prevalência de um enclave socioeconómico da população portuguesa emigrada em Andorra. O entrave linguístico parece definir, de alguma forma, os limites de mercado e do tipo de negócios que as mulheres empreendedoras desenvolvem, isto, com  enfoque na sua origem e na comunidade a que pertencem.

 

Referência Bibliográficas

 

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[1] As inquiridas foram solicitadas a dividir os seus contactos pessoais não familiares por percentagens divididas pela comunidade portuguesa, comunidade andorrana e outras nacionalidades. As respectivas médias foram calculadas diretamente das suas respostas.   
[2] No caso das mulheres empreendedoras emigrantes em Andorra, apenas foram registados 4 casos em que existem sócios.

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