Comunidades Portuguesas. Novas formas de associativismo
Não é um lugar comum dizer da honra e
satisfação de participar neste Encontro Mundial - Mulheres da Diáspora:
Expressões Femininas da Cidadania, na medida em que tive a felicidade de
participar em todos quantos e ao longo de mais de trinta anos, têm refletido
estas questões da mulher na nossa diáspora.
Oportunidades de conhecimento e de reflexão,
que se iniciaram em 1985 e pela mão da então Secretária de Estado da Emigração,
Dra. Manuela Aguiar, naquele que foi o 1º. Encontro de Portuguesas Migrantes no
Associativismo e Jornalismo e que representou um contributo no ano de
encerramento da década das nações unidas sobre a mulher para conhecer a
realidade feminina portuguesa no mundo.
Dez anos depois, a recém criada Mulher
Migrante – Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, dá-me a honra de
organizar em Espinho o Encontro Mundial Mulheres Migrantes - gerações em
diálogo. E em 2009, novamente em Espinho, mas sem a dimensão mundial, o
Encontro de Cidadãs da Diáspora.
Em Novembro de 2011 e na Maia, novo Encontro
Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora.
E porque esta nossa
Associação não pára, dentro de pouco menos de um mês, o tema deste Congresso
Mundial vai atravessar o Atlântico, até ao Recife, para um Encontro intitulado Expressões Femininas da Cidadania - A mulher
Portuguesa no Recife e que se realizará no Salão Nobre do Gabinete Português de
Leitura. É mais uma iniciativa que comemora o 20º aniversário da Associação de
Estudos Cooperação e Solidariedade " Mulher Migrante" e que no Recife
ganhará um especial significado por se
associar às comemorações do Ano de Portugal no Brasil.
Dirigido à comunidade portuguesa e luso-brasileira, a
autoridades brasileiras, a universitários e especialistas de questões de
género, bem como a pesquisadores interessados nesta temática, este Encontro pretende dar visibilidade à contribuição
da Mulher Portuguesa na disseminação da Ciência, Literatura, Arte, Cultura,
Saúde, Educação, Justiça, Segurança Social, Desporto, Economia e
Empreendedorismo na cidade do Recife e para a qual convidamos destacadas
figuras nestas diferentes áreas para apresentarem os seus testemunhos e,
consequentemente, espelharem a sua projeção social e profissional neste espaço
da diáspora portuguesa.
Novas
formas de Associativismo
O associativismo na diáspora
portuguesa constituiu uma forma de conjugar indivíduos com interesses ou gostos
análogos, que tem favorecido a implementação de objetivos comuns: convivência
social, prossecução de práticas culturais, recreativas e desportivas, para além
da defesa de interesses nos centros de saúde, do trabalho, das condições de
vida, da política (Guedes, 1995).
As Associações portuguesas espalhadas
pelo mundo, podem efetivamente ser consideradas como um processo globalizante
de interpretações sociais e um meio privilegiado para o estabelecimento de um
diálogo intercultural, que se alicerça no fortalecimento dos seus próprios
valores culturais.
O elevado número de associações que
abrange todos os continentes, reflete a espontânea necessidade em manter e
cultivar a sua própria identidade, de forma a criar mecanismos próprios para
defesa dos seus interesses, bem como para manifestar uma presença ativa no país
de acolhimento.
Nestes espaços de convívio que os
portugueses criaram em todo o mundo e que se destinam à sua sobrevivência
cultural, são desenvolvidos diferentes tipos de atividades, cuja diversidade
está dependente das motivações de cada um deles e dos contextos onde estão
inseridos.
Nos anos 80 e ao serviço da Secretaria
de Estado da Emigração, tive a oportunidade de conhecer uma grande parte de
Associações na Europa, em África, na América do Norte e Central, na América do
Sul, na Ásia.
Novas formas de Associativismo é o título deste
painel, composto de 10 intervenções, cada uma das quais explicará as suas vivências,
os seus testemunhos, que inspirarão novas formas de associativismo que irradiem
novas formas de estar, com novos protagonistas e novas ideias, conducentes à projeção
de novos modelos, envolvendo todas e todos, qualquer que seja a idade e o género.
Paulo Pisco (Deputado à AR) Bélgica
Gonçalo Nuno Perestrelo dos Santos (Diretor
Regional das Comunidades Madeirenses – SET/Madeira)
Paulo Teves (Diretor Regional das Comunidades
/Açores)
Maria de Lourdes Almeida (Conselheira do CCP)
Venezuela
Emmanuelle Afonso ( Presidente do Observatório
dos Luso - Descendentes)
Mia Vieira Azar ( Association des Amis du
Portugal) Líbano
Maria do Céu Kosemund (“Marias Corações de
Portugal”) Alemanha
Custódio Portásio – (Com.Integ.Luxemburgo)
Luxemburgo
Sílvia Henriques – (Academia da Espetada de
Caracas) Venezuela
Durval Marques (Fundador da Academia do
Bacalhau)
Graça
Sousa Guedes
Professora Catedrática da Universidade
do Porto
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