quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Graça Guedes


Comunidades Portuguesas. Novas formas de associativismo

 

Não é um lugar comum dizer da honra e satisfação de participar neste Encontro Mundial - Mulheres da Diáspora: Expressões Femininas da Cidadania, na medida em que tive a felicidade de participar em todos quantos e ao longo de mais de trinta anos, têm refletido estas questões da mulher na nossa diáspora.

 

Oportunidades de conhecimento e de reflexão, que se iniciaram em 1985 e pela mão da então Secretária de Estado da Emigração, Dra. Manuela Aguiar, naquele que foi o 1º. Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo e que representou um contributo no ano de encerramento da década das nações unidas sobre a mulher para conhecer a realidade feminina portuguesa no mundo.

 

Dez anos depois, a recém criada Mulher Migrante – Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, dá-me a honra de organizar em Espinho o Encontro Mundial Mulheres Migrantes - gerações em diálogo. E em 2009, novamente em Espinho, mas sem a dimensão mundial, o Encontro de Cidadãs da Diáspora.

 

Em Novembro de 2011 e na Maia, novo Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora.

 

            E porque esta nossa Associação não pára, dentro de pouco menos de um mês, o tema deste Congresso Mundial vai atravessar o Atlântico, até ao Recife, para um Encontro intitulado Expressões Femininas da Cidadania - A mulher Portuguesa no Recife e que se realizará no Salão Nobre do Gabinete Português de Leitura. É mais uma iniciativa que comemora o 20º aniversário da Associação de Estudos Cooperação e Solidariedade " Mulher Migrante" e que no Recife  ganhará um especial significado por se associar às comemorações do Ano de Portugal no Brasil.

Dirigido à comunidade portuguesa e luso-brasileira, a autoridades brasileiras, a universitários e especialistas de questões de género, bem como a pesquisadores interessados nesta temática, este Encontro pretende dar visibilidade à contribuição da Mulher Portuguesa na disseminação da Ciência, Literatura, Arte, Cultura, Saúde, Educação, Justiça, Segurança Social, Desporto, Economia e Empreendedorismo na cidade do Recife e para a qual convidamos destacadas figuras nestas diferentes áreas para apresentarem os seus testemunhos e, consequentemente, espelharem a sua projeção social e profissional neste espaço da diáspora portuguesa.

 

 

Novas formas de Associativismo

 

O associativismo na diáspora portuguesa constituiu uma forma de conjugar indivíduos com interesses ou gostos análogos, que tem favorecido a implementação de objetivos comuns: convivência social, prossecução de práticas culturais, recreativas e desportivas, para além da defesa de interesses nos centros de saúde, do trabalho, das condições de vida, da política (Guedes, 1995).

As Associações portuguesas espalhadas pelo mundo, podem efetivamente ser consideradas como um processo globalizante de interpretações sociais e um meio privilegiado para o estabelecimento de um diálogo intercultural, que se alicerça no fortalecimento dos seus próprios valores culturais.

O elevado número de associações que abrange todos os continentes, reflete a espontânea necessidade em manter e cultivar a sua própria identidade, de forma a criar mecanismos próprios para defesa dos seus interesses, bem como para manifestar uma presença ativa no país de acolhimento.

Nestes espaços de convívio que os portugueses criaram em todo o mundo e que se destinam à sua sobrevivência cultural, são desenvolvidos diferentes tipos de atividades, cuja diversidade está dependente das motivações de cada um deles e dos contextos onde estão inseridos.       

Nos anos 80 e ao serviço da Secretaria de Estado da Emigração, tive a oportunidade de conhecer uma grande parte de Associações na Europa, em África, na América do Norte e Central, na América do Sul, na Ásia.

Novas formas de Associativismo é o título deste painel, composto de 10 intervenções, cada uma das quais explicará as suas vivências, os seus testemunhos, que inspirarão novas formas de associativismo que irradiem novas formas de estar, com novos protagonistas e novas ideias, conducentes à projeção de novos modelos, envolvendo todas e todos, qualquer que seja a idade e o género. 

 

 

Paulo Pisco (Deputado à AR)  Bélgica

Gonçalo Nuno Perestrelo dos Santos (Diretor Regional das Comunidades Madeirenses – SET/Madeira)

Paulo Teves (Diretor Regional das Comunidades /Açores)

Maria de Lourdes Almeida (Conselheira do CCP) Venezuela

Emmanuelle Afonso ( Presidente do Observatório dos Luso - Descendentes)

Mia Vieira Azar ( Association des Amis du Portugal)  Líbano

Maria do Céu Kosemund (“Marias Corações de Portugal”) Alemanha

Custódio Portásio – (Com.Integ.Luxemburgo) Luxemburgo

Sílvia Henriques – (Academia da Espetada de Caracas) Venezuela

Durval Marques (Fundador da Academia do Bacalhau)

 

 

Graça Sousa Guedes

Professora Catedrática da Universidade do Porto

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