Maria Ortelinda Barros
Gonçalves
Centro de Estudos da
População e Economia da Universidade do Porto- CEPESE/UP
Judite do Rosário Ferreira Coelho
CEPESE/UP
Resumo
É comum afirmar-se que
os emigrantes portugueses são “bons trabalhadores” inserindo-se nos índices de
produtividade europeus. Também se afirma que os portugueses não são empreendedores.
Constatamos, porém, múltiplas iniciativas de inclusão socio-laboral dos
emigrantes portugueses nos diversos continentes.
O presente estudo
refere-se especificamente ao Empreendedorismo Feminino Português em Andorra e
insere-se no Projeto de Investigação intitulado “Empreendedorismo Emigrante
português em Andorra, Londres, Nice e Mónaco” em que a instituição proponente é
o Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade – CEPESE e que está a
ser financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (F.C.T.). Os
principais objetivos do estudo que aqui se apresenta são: caracterizar a
sociedade onde as mulheres estão a trabalhar; aferir estratégias da sua
inclusão social; contribuir para um melhor conhecimento do empreendedorismo
feminino fora do país de origem.
Diante das atuais
mudanças no mundo do trabalho, num cenário dominado pelo desemprego e
precarização, inúmeras trabalhadoras foram excluídas do círculo produtivo nos
seus países de origem. Este nosso estudo apresenta formas e dinâmicas da
integração económica, política e social das mulheres emigrantes portuguesas em
Andorra, cuja ação inovadora importa a Portugal, países de acolhimento e
comunidade científica. Foi usado um enfoque quantitativo, utilizando para o
efeito, um inquérito por questionário para a caracterização sociodemográfica
das mulheres e das empresas, usando uma amostra por conveniência de 51
empreendedores recolhida no primeiro semestre de 2013. No que diz respeito às
empresas, utilizou-se como base um conjunto de duzentas empresas com titulares
de nacionalidade portuguesa de acordo com o Registo de Atividades Comerciais do
Governo de Andorra (2009).
Palavras-Chave:
Mulheres;
Emigração, Andorra, Empreendedorismo.
MULHERES PORTUGUESAS
EMPREENDEDORAS EM ANDORRA
Introdução
O presente estudo refere-se
especificamente ao Empreendedorismo Feminino Português em Andorra, e insere-se
no Projeto de Investigação intitulado “Empreendedorismo Emigrante português em
Andorra, Londres, Nice e Mónaco”, financiado pela Fundação para a Ciência e a
Tecnologia (F.C.T.),. e de que o
Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade – CEPESE - é a instituição
proponente. O mesmo tem por objetivos: caracterizar a sociedade onde as
mulheres estão a trabalhar; aferir estratégias da sua inclusão social;
contribuir para um melhor conhecimento do empreendedorismo feminino fora do
país de origem.
O trabalho de campo, realizado
em Março de 2013, foi concretizado em cinco das sete paróquias de Andorra (La
Massana, Andorra la Vella, Escaldes Engordany, Encamp e Canilo),tendo sido
aplicados 51 inquéritos por questionário e 7 por entrevista semiestruturada.
Foi ainda possível fazer
observação não participante.
Além das características
sociodemográficas, procedeu-se à caracterização profissional anterior e
posterior à emigração, à caracterização da empresa em Andorra e ao percurso
migratório.
O Principado de Andorra é um
pequeno Estado localizado na cordilheira pirenaica entre o nordeste da Espanha
e o sudoeste da França. É o único estado no mundo cujo governo é uma Diarquia. Apresenta uma área de 468Km2.
Corresponde a um território
pluricultural no qual convergem múltiplas nacionalidades (cerca de uma
centena), impulsionadas, nas últimas décadas, pelo crescimento dos sectores da
construção e do turismo.
Em 2012, Andorra registava
76.246 habitantes, de várias nacionalidades, merecendo os portugueses um lugar
de destaque, dado representarem cerca de
14% da população residente em Andorra.
Segundo o Observatório da
Emigração, a população de portugueses em Andorra chega a atingir os 15 % da
população total.
População residente, por naturalidade e
nacionalidade, 2005-2011
|
2005
|
2006
|
2007
|
2008
|
2009
|
2010
|
2011
|
|
População total
|
N
|
78.549
|
81.222
|
83.137
|
84.484
|
84.082
|
85.015
|
78.115
|
Total de estrangeiros
|
N
|
50.298
|
51.687
|
52.696
|
53.121
|
51.997
|
52.053
|
44.634
|
% da pop. total
|
64
|
64
|
63
|
63
|
62
|
61
|
57
|
|
Com nacionalidade portuguesa
|
N
|
11.294
|
12.789
|
13.519
|
13.794
|
13.362
|
13.100
|
11.711
|
% do total de estrangeiros
|
22
|
25
|
26
|
26
|
26
|
25
|
26
|
|
% da pop. total
|
14
|
16
|
16
|
16
|
16
|
15
|
15
|
Fonte: Observatório da Emigração (2012)
Como forma de reconhecer a
importância da imigração para o desenvolvimento do Principado, o Serviço de
Correios Espanhol lançou uma edição filatélica da responsabilidade do
Ministério da Cultura e do Museu Postal de Andorra, dedicada à diversidade andorrana.
A primeira edição filatélica da série “Diversitat Andorrana” é dedicada à
“População portuguesa”, sendo constituída por um selo reproduzindo a bandeira
portuguesa e o traje regional de Viana do Castelo
Edição
filatélica
Edição filatélica
Obstáculos ao empreendedorismo imigrante em Andorra
Alguns autores explicam o
empreendedorismo imigrante como uma estratégia de sobrevivência face à exclusão
e desvantagem no mercado de trabalho (Lazaridiz & Koumandranki, 2003). Outros
autores encontram no empreendedorismo imigrante uma forma de integração mais
alargada, que permite às famílias melhorarem as suas condições de vida, a sua
autonomia e a sua autorrealização (Serdedakis, Tsiolis, Tzanakis &
Papaioannou, 2003), o que se torna também determinante para o estatuto legal
estável, para a familiaridade com o país de acolhimento, para as perspetivas de
continuar no país de acolhimento e ainda para o desenvolvimento de comunidades
migrantes (Portes, 1999; Hatziprokopiou, 2008). Para Coutinho et al. (2008), as
vantagens destas iniciativas não incidem apenas no país de acolhimento. Nos
países de origem, o empreendedorismo emigrante promove o desenvolvimento e a
internacionalização das suas empresas e o fortalecimento de redes de produção e
comércio. Nos países de acolhimento, o empreendedorismo imigrante, para além de
melhorar o nível de integração, traz novas ideias ao tecido empresarial, cria
postos de trabalho e representa uma excelente solução face ao desemprego.
No entanto, apesar destas
vantagens, a população emigrante encontra vários obstáculos na persecução das
suas iniciativas empreendedoras, que a obrigam a maiores esforços. Entre os
constrangimentos mais frequentes, vários estudos apontam para as barreiras
legais e institucionais decorrentes dos estatutos legais da imigração; para a
dificuldade de acesso ao crédito; para o desconhecimento das leis e do mundo dos
negócios existentes no país de acolhimento; para a dificuldade de aceder à
informação; para a dificuldade no reconhecimento das qualificações e para o
próprio desconhecimento da língua (Oliveira, 2005; Peixoto, 2008; Coutinho et
al., 2008; Hisrich et al., 2009).
Em Andorra, as barreiras
legais e institucionais sofreram grande evolução, com o acordo bilateral,
assinado entre Andorra e Portugal, relativo à Entrada, Circulação, Estadia e
Estabelecimento dos seus Nacionais, o qual entrou em vigor a 1 de Setembro de
2008.
Contudo, encontramos ainda uma
jurisdição relativa à imigração muito fechada e sempre de acordo com as
necessidades económicas e sociais do Principado. Por exemplo, “nas autorizações
de imigração para residentes ativos, distinguem-se a autorização de imigração
temporal (duração de 12 meses e improrrogável) e a autorização de residência e
trabalho (duração de um ano, renovável três vezes por períodos de dois anos;
passados 6 anos, renova-se por períodos de 10 anos), (Matias, 2008, p. 260).
Além disso, as barreiras
legais limitam ainda a possibilidade de os detentores de autorização de
residência ou com vistos de trabalho desenvolverem atividade empresarial. Aos
nacionais portugueses, que podem justificar, em conformidade com a legislação
andorrana, uma residência efetiva e ininterrupta em Andorra de um período
mínimo de 10 anos, é permitido, nas mesmas condições que os nacionais
andorranos, exercer qualquer atividade profissional não assalariada, fazer
contribuições de capital às sociedades mercantis andorranas e exercer cargos de
administração ou de representação destas sociedades.
Tal como todos os empresários
andorranos, os portugueses estão necessariamente sujeitos aos impostos vigentes
no Principado, nomeadamente ao IAE -
Imposto sobre os rendimentos das Atividades Económicas, ao IGI - Imposto Geral Indireto e o IS - Imposto
sobre Empresas, mas a estes acresce uma
dupla tributação.
Os apelos para o fim da dupla
tributação, com início em 2008, ainda se fazem sentir, sendo que o encerramento
da embaixada de Portugal em Andorra, em novembro de 2011, prejudicou os
trabalhos de negociações de um acordo entre os dois Governos (Observatório da
emigração, 2013).
Os empresários portugueses,
entre outros aspectos, apelam para a atualização do acordo sobre segurança
social entre os dois países, que, depois das alterações na legislação andorrana,
apresenta algumas dificuldades para os reformados portugueses no Principado
(Observatório da Emigração, 2013).
Para Peixoto (2008), outros
obstáculos relevantes para os emigrantes empreendedores são o acesso ao
crédito, devido à dificuldade de satisfazer todos os requisitos exigidos pelo
sistema bancário, nomeadamente pela dificuldade em dar garantias reais e
pessoais para o crédito, e ainda o desconhecimento das leis e do mundo dos
negócios que vigora no país de acolhimento. No entanto, para esta última
questão, podemos encontrar o Clube de Empresários Portugueses de Andorra
(CEPA), fundado em 2006 e que, desde então se tornou um importante suporte para
os empresários portugueses, quer quanto à assessoria jurídica e fiscal
(nomeadamente, em relação aos problemas da dupla tributação, registos,
pagamentos de impostos) quer quanto à informação/acompanhamento das políticas
de emigração que afetam todos os empresários portugueses estabelecidos no
Principado (Carvalho, 2007).
De salientar que a escassa
bibliografia que faz referência a esta problemática no contexto andorrano,
aponta ainda os obstáculos relacionados com o desconhecimento da língua. Para
Matias (2008), a sociedade andorrana é muito segmentada, desde logo por causa
da língua catalã. Para a autora, embora haja muitos imigrantes portugueses que
desconhecem a língua catalã, o problema maior reside nos tons e nas
singularidades da própria língua, que faz com que muitos imigrantes não
distingam o catalão do castelhano. No entanto, os mesmos estão “conscientes da
importância da sua utilização e do prestígio social que ela pode conduzir”
(Matias, 2008, p. 332).
Contudo, o obstáculo do
desconhecimento da língua associado ao facto de se concederem vistos
temporários de trabalho válidos para períodos muito pequenos e às questões
político-jurídicas existentes no território, acaba sempre por originar
dificuldades na integração.
Entre os casos de sucesso e
insucesso de integração da comunidade portuguesa no seio da comunidade andorrana,
é notório o trabalho desenvolvido pelas diferentes associações portuguesas no local
que, pelas suas características e âmbito de atuação, conseguem o reconhecimento
e a valorização da população portuguesa no atinente à sua capacidade de
integrar os portugueses na sociedade andorrana.
Neste Principado, podemos
encontrar a Associação de Residentes Portugueses em Andorra “Casa de Portugal”
(constituída em maio de 1995); o Grupo de Folclore da casa de Portugal (fundado
em maio de 1996), a Associação Cultural de Residentes do Alto Minho (aprovada
em novembro de 1996); a Confraria de Nossa Senhora de Fátima (criada em
novembro de 1997); a Associação de Futebol Clube do Benfica, mais conhecida por
Casa do Benfica (fundada em setembro de 1997), o Futebol Clube Lusitanos
(fundado em 1999); o Clube Desportivo da Casa de Portugal (constituído em julho
de 2001); a Associação de Portugueses de Pas de la Casa (Criada em maio de
1994) e ainda o Clube de Empresários Portugueses de Andorra – CEPA (fundado em
abril de 2006) (Carvalho, 2007).
O trabalho contínuo destas
coletividades, para além preservar e promover a cultura, a língua e a tradição
portuguesas, essenciais para a integração da comunidade portuguesa, é um
suporte muito importante no referente às redes sociais, troca de informações e
apoio para a criação e manutenção de negócios próprios.
Mulheres Portuguesas Empreendedoras em Andorra - Caraterização da
amostra
Dos 51 empreendedores
portugueses inquiridos em Andorra, foi possível encontrar um grupo significativo
de mulheres empreendedoras, 26, o que representa uma percentagem de 51%. Este
número não deixa de ser expressivo, uma
vez que, a priori, não foram estabelecidas quaisquer cotas do estudo de
campo, no domínio da distribuição por sexos dos empreendedores.
A localização e o forte tecido
empresarial no domínio do comércio também parecem indiciar que estas atividades
são de frequente referência para mulheres empreendedoras, emergentes
nomeadamente da emigração portuguesa, sempre bastante significativa no
território de Andorra.
Observamos que estas mulheres
se encontram em maioria nas classes etárias compreendidas entre os 34 e os 50
anos de idade (57,7% por acumulação das categorias “de 34 a 41 anos” e “de 42 a
49 anos”), o que parece corroborar a perspectiva de que o empreendedorismo
ainda não se apresenta favorável no início da vida ativa destas mulheres, mas,
antes, como uma etapa na sua experiência e vivência profissional e empresarial,
aspecto que poderá ser corroborado na análise dos seus percursos
empreendedores.
A situação familiar nos casos
estudados também não parece representar um problema ou mesmo um obstáculo para
as mesmas, pois, na sua maioria, elas conciliam a vida familiar com a atividade
profissional (57,7% de casamentos; os dados sobre a situação familiar, cujo
tratamento estatístico se encontra ainda numa fase preliminar, parecem
corroborar esta afirmação).
Outro ponto de interesse na caraterização
socioeconómica da amostra em estudo respeita às qualificações literárias e ao
tipo de formação obtidos nas suas carreiras. O que sobressai neste aspecto, é a
evidência de um percurso escolar não necessariamente longo, nem centrado num
enfoque académico. Apenas 6 inquiridas concluiram um nível de escolaridade do ensino secundário
ou superior, representando apenas 23,1% do total de indivíduos. No entanto, a
formação complementar parece ter uma importância bastante mais significativa,
dado ter sido obtida por quase metade do
grupo em estudo (11 casos, ou seja, 42,3%). A formação complementar é ditada
muitas vezes pela necessidade de
conhecimentos muito mais práticos e diretamente ligados ao exercício,
desenvolvimento e gestão dos seus negócios. Notamos assim que o percurso
empreendedor destas mulheres é devido mais à prática profissional do que a
conclusão de algum tipo específico de formação. Este último surge
principalmente como uma necessidade de colmatar exigências verificadas após
a criação de um negócio, e de todos os
aspectos relacionados.
O tempo que estas mulheres demoraram a criar as suas
empresas e desenvolver os seus negócios, é também indicador de que a
experiência profissional acumulada nas suas carreiras é determinante do tipo de
empreendedorismo desenvolvido. Observamos então que quase 70% das mulheres
empreendedoras, em Andorra, tomaram a decisão de criar as suas empresas mais de
6 anos depois de terem chegado ao território, sendo pouco relevantes
,proporcionalmente, aquelas que concretizaram o seu projeto em menos de 3 anos.
Verifica-se, assim, um período importante de trabalho
por conta de outrem em Andorra antes de estarem criadas condições propícias ou
oportunidades concretas para desenvolver negócio próprio. Este período anterior
à escolha de percurso de empreendedorismo surge como uma continuidade das condições
contratuais em que se encontravam em Portugal antes da emigração. Assim, estas
mulheres, na sua esmagadora maioria, trabalharam como trabalhadoras por conta
de outrem, assalariadas, muitas vezes no tipo mesmo de empresa que viriam a
criar mais tarde. Para muitas delas, a emigração serviu como vector de inserção
no mercado de trabalho, ou mesmo como primeira experiência laboral.
O tipo de empreendedorismo
desenvolvido também é relevador do percurso de emigração, que tinha como
objectivo a inserção profissional. O percurso escolhido passa, muitas
vezes e gradualmente, de uma situação de
trabalho por conta de outrem à posição de trabalho por conta própria, em nome
individual e sem empregados. Esta situação mantém-se para metade das mulheres
inquiridas. Quanto às restantes, apesar de terem empregados a seu cargo, a
estrutura das suas empresas ainda se enquadra nas dimensões das microempresas
com menos de 10 empregados (10 casos -
50% de todos os casos considerados). Podemos por isso discernir uma evolução gradual
das aspirações empreendedoras destas mulheres, as quais procuraram, com a
emigração, essencialmente uma inserção do mundo do trabalho, adquirindo
experiência, formação e motivação para concretizar projetos de maior
independência. O tipo de empresa que encontramos, é reflexo disso mesmo,
notando-se um grande número de empresárias individuais ( 20) em que raramente
existe sequer a presença de associados (sócios).
O tipo de negócios geridos por estas mulheres está
concentrado essencialmente nas áreas de comércio de proximidade, dos serviços e
na restauração. É significativa a importância desta última área, pois
representa 57,7% de todos os casos. Os outros serviços são sobretudo serviços
pessoais, como os salões de cabeleireiros ou de estética. A faturação emitida
pelas inquiridas revela volumes de negócios relativamente baixos, não excedendo
os 100 mil euros por ano.
Outro ponto essencial para
compreender o percurso empreendedor destas mulheres, é determinar os
fundamentos da escolha da área de atividade
para as suas empresas. Destacamos, como a razão mais referenciada, a
experiência profissional no sector. Esta razão foi mesmo apresentada como sendo
a mais importante para 53,8% das inquiridas e com uma média global de 1,77 de
posicionamento relativamente às outras razões apresentadas (a questão
encontra-se dividida em 6 razões possíveis, ordenadas da mais importante -
número 1 , até a menos importante - número 6).
Razão da escolha da atividade das empresas
principais
|
Média
|
Desvio padrão
|
Tinha experiência na atividade
|
1,77
|
1,142
|
Gosto pela atividade
|
2,50
|
1,421
|
Boas perspetivas de mercado
|
3,42
|
1,137
|
Surgiu a oportunidade
|
3,85
|
1,713
|
Conhecia pessoas que já trabalhavam na área
|
4,62
|
1,203
|
Mais facilidade de, financeiramente,
implementar a atividade
|
4,85
|
1,317
|
É de referir ainda que esta
razão foi mencionada como uma das 2 primeiras razões por 84,6% dos casos.
A afinidade e o gosto pela
atividade surgem no segundo lugar, com uma média de 2,5 nas classificações, e
como sendo uma das duas razões principais para 61,5% dos casos.
A valorização da experiência
profissional e o gosto pessoal superam as razões de ordem económica, como a
facilidade de financiamento ou mesmo as perspectivas do mercado (com posições
médias de 4,85 e de 3,42 respectivamente).
Este aspecto é corroborado ao
analisamos as profissões exercidas pelas inquiridas antes da criação de suas
empresas. Relevamos o domínio de profissões ligadas às áreas de atividade mais
representadas, como empregadas de limpeza no sector da hotelaria, vendedoras em
lojas ou cabeleireiras (9 casos para a primeira e 2 para as seguintes). Como já
referimos, a emigração aparece claramente como a abertura do mercado de
trabalho para as inquiridas, e a profissões desempenhadas durante este percurso
determina, na maioria dos casos, a área de atividade dos negócios constituídos.
Vemos assim claramente que,
para estas mulheres, - e muitas delas nem sequer se encontravam a trabalhar em
Portugal -, a emigração surgiu como uma plataforma de obtenção de uma maior
independência nas suas escolhas profissionais. No entanto, quase todas
percorrem um longo caminho, antes de enveredar por um percurso empreendedor.
Outros aspectos relevantes na
análise da implementação de percursos migratórios empreendedores destas
mulheres, são os níveis de integração dos seus negócios no mercado andorrano, e
as suas vivências sociais e familiares. Assim, importa verificar se elas
exercem algum tipo de participação ativa no seio da comunidade portuguesa de
que são originárias, e na comunidade andorrana na qual desenvolvem a sua
atividade empresarial. Verificamos, em primeiro lugar, que a sua participação
associativa é pouco significativa, com apenas 30,8% (8 casos) das inquiridas. É
de notar que apenas em 3 casos existe uma participação relacionada com o meio
profissional, o que representa apenas 11,5% da totalidade da amostra em estudo
(3 casos das 26 inquiridas). É igualmente importante salientar que, em nenhum
caso, existe uma participação nos meios de representação política (partidos ou
associações).
Tipos de associações
|
||||
|
Respostas
|
Percentagem de casos
|
||
Número
|
Percentagem
|
|||
Participação
associativa das inquiridas
|
Associação cultural
|
3
|
37,5%
|
37,5%
|
Associação de
solidariedade social
|
2
|
25,0%
|
25,0%
|
|
Associação empresarial/sindicato
|
3
|
37,5%
|
37,5%
|
|
Total
|
8
|
100,0%
|
100,0%
|
Algumas das entrevistadas
consideram que a participação portuguesa nas questões políticas de Andorra é
inexistente, e que as outras associações locais, nomeadamente as associações
profissionais, não representam uma fonte importante de integração no mercado,
nem no meio económico. O contexto legal e do título de nacionalidade restringem igualmente qualquer participação.
(…)
eA: Qual é a sua participação política
no país onde desenvolve a sua atividade?
E07: Não tenho participação nenhuma.
eA: Vota?
e07: Não, até penso que aqui os
portugueses não "pintam "nada.
(…)
(Entrevista n.
7, Sexo feminino, 28 anos, licenciada, microempresa em nome individual)
(…..)
eA: Faz parte de alguma associação?
E01:Não e , eu na política aqui não entro não é?
eA: Vota?
E01: Não, não posso votar. Aqui os portugueses não
podem votar só podem votar a gente do país.
(Entrevista n.
1, Sexo feminino, 46 anos, 2º ciclo ensino básico, microempresa em nome
individual)
Estas primeiras considerações
indiciam, de alguma forma, que os níveis de integração das mulheres
empreendedoras oriundas da emigração portuguesa em Andorra serão relativamente
baixos, nomeadamente em referência à população andorrana. Por outro lado,
destaca-se a comunidade de origem como um ponto essencial do desenvolvimento
das suas vidas e da vida das suas empresas.
Observamos que existe um contacto
importante na vida profissional destas mulheres com pessoas também elas
emigradas em Andorra. Os contactos de tipo não familiar com pessoas de
nacionalidade portuguesa ou de origem portuguesa são maioritários para 42,3%
das inquiridas, representando uma média de 50,6%.[1]
Estes valores são reforçados quando analisamos as percentagens destes contactos
com cidadãos andorranos, pois, para 61,5% das inquiridas, estas não ultrapassam
os 25% (com média de apenas 30,58%). Notamos assim que, nas suas atividades
económicas e sociais, as mulheres empreendedoras provenientes da emigração
dependem muito da comunidade portuguesa, e é essencialmente no seio desta que
se encontram os seus clientes, fornecedores, etc.
Percentagem de
relacionamento pessoal não familiar com portugueses ou pessoas de origem
portuguesa (quartis)
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
25% ou menos
|
6
|
23,1
|
23,1
|
Entre 26 e 50%
|
9
|
34,6
|
57,7
|
|
Entre 51 e 75%
|
7
|
26,9
|
84,6
|
|
Entre 76 e 100%
|
4
|
15,4
|
100,0
|
|
Total
|
26
|
100,0
|
|
Percentagem de
relacionamento pessoal não familiar com Andorranos (quartis)
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
25% ou menos
|
16
|
61,5
|
61,5
|
Entre 26 e 50%
|
7
|
26,9
|
88,5
|
|
Entre 51 e 75%
|
1
|
3,8
|
92,3
|
|
Entre 76 e 100%
|
2
|
7,7
|
100,0
|
|
Total
|
26
|
100,0
|
|
Estas
considerações tornam-se mais evidentes quando analisamos a composição e a
estrutura das empresas criadas pelas inquiridas. Verificamos que, quando os
negócios não são microempresas em nome individual[2],
os sócios e parceiros dos mesmos são sempre de nacionalidade ou origem
portuguesa.
Número de sócios
portugueses ou de origem portuguesa
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
1
|
1
|
25,0
|
25,0
|
2
|
2
|
50,0
|
75,0
|
|
3
|
1
|
25,0
|
100,0
|
|
Total
|
4
|
100,0
|
|
Da
mesma forma, observamos uma grande implementação da comunidade portuguesa nas
outras posições das empresas em estudo. Em apenas 2 casos (15,4%), os
empregados não são de origem portuguesa. Assim, o percurso empreendedor destas
mulheres está intimamente ligado às suas origens, e a sua integração nesta
comunidade em Andorra. É a partir desta que são obtidos os recursos necessários
para a criação da empresa e recrutados os colaboradores para o seu
funcionamento.
Número de empregados
portugueses ou de origem portuguesa
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
0
|
2
|
15,4
|
15,4
|
1
|
7
|
53,8
|
69,2
|
|
2
|
3
|
23,1
|
92,3
|
|
3
|
1
|
7,7
|
100,0
|
|
Total
|
13
|
100,0
|
|
Se
colocarmos o enfoque na perspectiva do mercado, também verificamos o mesmo. Os
clientes portugueses, ou de origem portuguesa, ainda representam uma parte
importante e sempre significativa do potencial de negócio ao alcance destas
empresas. Assim, notamos que, ,em 42,3% (percentagem acumulada das categorias
“entre 51 e 75%”e “entre 76 e 100%”) dos casos, estes representam, pelo menos,
metade dos clientes, com uma média global de cerca de 49%. É de salientar ainda
que, em 26,9% dos casos, estes representam a quase totalidade da clientela
global das empresas das inquiridas. Embora não observemos este predomínio no
lado dos fornecedores, é de notar que, em média, ainda estão presentes para
cerca de 19% das empresas estudadas.
Percentagem de
clientes portugueses
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
25% ou menos
|
9
|
34,6
|
34,6
|
Entre 26 e 50%
|
6
|
23,1
|
57,7
|
|
Entre 51 e 75%
|
4
|
15,4
|
73,1
|
|
Entre 76 e 100%
|
7
|
26,9
|
100,0
|
|
Total
|
26
|
100,0
|
|
Percentagem de
fornecedores portugueses
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
25% ou menos
|
20
|
76,9
|
76,9
|
Entre 26 e 50%
|
4
|
15,4
|
92,3
|
|
Entre 76 e 100%
|
2
|
7,7
|
100,0
|
|
Total
|
26
|
100,0
|
|
A comunidade
portuguesa em Andorra produz um verdadeiro mercado de base que possibilita aos
seus membros a criação de empresas, o seu funcionamento e, muitas vezes, é o
factor de sustentabilidade. Este suporte permite a posteriori o
alargamento e expansão para o mercado local andorrano e internacional
(potencial turístico do principado). As considerações da entrevistada
sustentam, de alguma forma, estes argumentos.
(…)
eA: Na sua vida profissional está em contato com
portugueses ou pessoas de origem portuguesa?
E07: Sim.
eA: Qual o teor desses contatos?
E07: Clientes, alguns amigos, fornecedores.
eA: E a influência destes contatos é importante para o
desenvolvimento da empresa?
E07: A nível de clientes sim, torna-se
importante... e também o produto
português é importante, já tem uma aceitação por parte dos clientes que são
portugueses.
(Entrevista n. 7, Sexo feminino, 28 anos, licenciada,
microempresa em nome individual)
-----
O enclave economicossocial e cultural torna-se ainda mais evidente à medida que são
analisados outros pontos fulcrais na integração das inquiridas. A utilização da
língua portuguesa surge como um ponto central das relações sociais, pois
estabelece a base de comunicação e desenvolvimento destas mulheres, e isso
muito para além do círculo familiar. Destacamos que a língua portuguesa é
utilizada no contexto do exercício das suas atividades económicas pela quase
totalidade das inquiridas (88,5% ou seja 23 casos). E esta utilização não
é esporádica, pois, em média, em 51,39%
do tempo é a forma de expressão utilizada pelas inquiridas para comunicar no
seu local de trabalho, quer com clientes, quer com colaboradores. Verificamos,
assim, que o facto de pertencer a uma comunidade emigrante portuguesa em
Andorra é um dos vectores fundamentais que propicia e facilita o percurso
empreendedor, ou seja, uma base importante a partir da qual se produz a
inserção dos seus negócios no mercado andorrano.
Utilização
da língua portuguesa para comunicar no local de trabalho
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
Não
|
3
|
11,5
|
11,5
|
Sim
|
23
|
88,5
|
100,0
|
|
Total
|
26
|
100,0
|
|
Percentagem
de tempo de utilização da língua portuguesa no contexto laboral (quartis)
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
25% ou
menos
|
6
|
26,1
|
26,1
|
Entre 26
e 50%
|
7
|
30,4
|
56,5
|
|
Entre 51
e 75%
|
4
|
17,4
|
73,9
|
|
Entre 76
e 100%
|
6
|
26,1
|
100,0
|
|
Total
|
23
|
100,0
|
|
A utilização da língua portuguesa também é
maioritária no contexto familiar. Em 65,4% dos casos, é a única forma de
comunicar anunciada, proporção que pode chegar aos 76,9% se incluirmos os casos
em que é praticado em conjunto com o castelhano. Obviamente, esta predominância
linguística está diretamente relacionada com a nacionalidade dos outros membros
do agregado familiar das inquiridas. Em 91,3% dos casos estudados, o primeiro
membro do agregado familiar (geralmente o cônjuge) também é de nacionalidade portuguesa.
Língua
corrente mais utilizada num contexto familiar
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
Castelhano
|
5
|
19,2
|
19,2
|
Catalão
e Castelhano
|
1
|
3,8
|
23,1
|
|
Português
|
17
|
65,4
|
88,5
|
|
Português
e Castelhano
|
3
|
11,5
|
100,0
|
|
Total
|
26
|
100,0
|
|
Nacionalidade
do membro do agregado familiar (primeiro)
|
||||
|
Frequências
|
Percentagem
|
Percentagens
acumuladas
|
|
|
Andorrana
|
2
|
8,7
|
8,7
|
Portuguesa
|
21
|
91,3
|
100,0
|
|
Total
|
23
|
100,0
|
|
Por outro lado, a predominância da língua
portuguesa também traz desvantagens para as pessoas provenientes da emigração
portuguesa. O não domínio do catalão
(língua oficial de Andorra) pode mostrar-se uma barreira à integração social e
económica. Este obstáculo pode ser considerado, inclusive, como um dos factores
para a prevalência de um certo enclave da população portuguesa emigrada em Andorra. O
obstáculo linguístico parece definir de alguma forma os limites de mercado e do
tipo de negócios que as mulheres empreendedoras desenvolvem, isto é, com enfoque na sua origem e na comunidade a que
pertencem. É a partir deste núcleo que se fomentam as aspirações de expansão no meio em que se
inserem.
(….)
eA:: Por aquilo que já me têm dito, não falam o
catalão, …….e se queixam muito...
E07: Sim, claro....mas também não nos dão muitas
oportunidades (...)
De aprender...
Dão oportunidades a nível... se tu queres aprender catalão podes aprender
catalão...mas no trabalho...claro dão-nos assim.... um pouco ...como não
sabemos cem por cento a língua, e é uma
língua um pouco difícil... mais difícil
que o castelhano...claro que falamos principalmente castelhano, e então esquecemos um pouco do
catalão entre aspas e põem muitos entraves por causa da língua e cada vez acho põem mais entraves por causa da língua.
eA: É uma questão de afirmar a língua do país deles?
E07 fala-se de tudo
menos catalão...
Fala-se francês, fala-se castelhano, fala-se
português...
Por um lado é normal que eles queiram que se fala
catalão, por outro lado penso que não reagem da melhor forma com as pessoas que
vão pedir trabalho, acho que deveriam de dar mais oportunidades. Nem sequer dão
oportunidade de aprenderem. Dizem logo que não, que não querem pessoas que não
falem catalão.
(Entrevista 6, Sexo feminino, 28 anos, licenciada,
microempresa em nome individual)
Esta entrevistada relata ainda aspectos de uma
certa discriminação por parte da população andorrana . Embora sejam opiniões pessoais, não deixam de indiciar, de
certa forma, que a exclusão linguística e uma ampla predominância da comunidade
portuguesa, quer nos círculos privados, quer nos públicos, são factores
importantes para o desenho de um enclave cultural, económico e social. Estas
são certamente questões fulcrais no entendimento da construção dos percursos
empreendedores dos emigrantes em Andorra, e na forma como se constrói um
mercado específico, mas não propriamente fechado sobre si próprio.
(….)
eA: Alguma vez se sentiu descriminada por ser origem
portuguesa aqui na sua vida quotidiana, aqui no país?
E07: Sim...
eA: Em que aspectos?
E07: Pelo fato ser portuguesa acho que os
portugueses aqui não são bem aceites.
eA: Sentiu-se descriminada porquê, deixaram de falar
contigo, puseram-na à parte?
E07: A nível que disseram bastantes vezes que era
portuguesa e não queria mais gente portuguesa a trabalhar..
eA: Sim, mas quando ia pedir trabalho?
E07: Não quando ia pedir trabalho, mas quando estava a
trabalhar. Disseram que eu era a única portuguesa, que não queriam mais...
portugueses.
(…)
E07: Porque não gostam dos portugueses, não aceitam bem
os portugueses aqui... não sei a nível... não estou a falar de uma forma geral,
estou a falar mas de forma particular ...mas é o que eu penso e muitas pessoas
têm esse ponto de vista...é o que nos dá a sensação aqui. Os portugueses aqui
são muito importantes, no desenvolvimento do país sempre foram muito
importante.
eA: Bastante imigração?
E07: Sim, bastante portugueses aqui em Andorra. A
comunidade portuguesa é bastante grande, mas
penso que não são bem-vindos entre aspas, pela minha experiência pessoal.
(Entrevista n. 7, Sexo feminino, 28 anos, licenciada,
microempresa em nome individual)
Conclusão
Os principais resultados revelam que as perspectivas de trabalho e de
inserção profissional são a questão determinante na tomada de decisão para a
emigração. As oportunidades de negócio surgiram já no território de Andorra, e
não como uma continuidade do mercado português.
O percurso empreendedor destas mulheres está mais
relacionado com a prática profissional do que a conclusão de algum tipo mais
específico de formação.
Estas mulheres, na sua esmagadora maioria, trabalharam
em Andorra como trabalhadoras por conta de outrem, assalariadas, muitas vezes
no mesmo tipo de empresa que viriam a criar mais tarde. Para muitas delas, a
emigração serviu como vector de inserção no mercado de trabalho, ou mesmo como
primeira experiência laboral.
A participação de portuguesas nas questões
políticas de Andorra é inexistente, e as associações locais, nomeadamente as
associações profissionais, não representam uma fonte importante de integração
no mercado, nem no meio económico. O contexto legal e do título de
nacionalidade acabam igualmente por restringir qualquer participação.
Os níveis de integração das mulheres empreendedoras
oriundas da emigração portuguesa em Andorra são relativamente baixos,
nomeadamente com a população andorrana. Destaca-se a comunidade de origem como
um ponto essencial do desenvolvimento das suas vidas e da vida das suas
empresas.
A predominância do uso da língua portuguesa traz
desvantagens para as mulheres provenientes da emigração portuguesa; em alguns
casos, a falta de prática do catalão (língua oficial de Andorra) surge como uma
barreira à integração social e económica. Este obstáculo pode ser considerado,
inclusive, como um dos factores para a prevalência de um enclave socioeconómico
da população portuguesa emigrada em Andorra. O entrave linguístico parece
definir, de alguma forma, os limites de mercado e do tipo de negócios que as
mulheres empreendedoras desenvolvem, isto, com
enfoque na sua origem e na comunidade a que pertencem.
Referência Bibliográficas
Andorra. (17
de 06 de 2013). Obtido de U.S. Department of State - Diplomacy in Action:
http://paei.state.gov/p/eur/ci/an/
Coutinho, A., Oliveira, B., Soares, V., & Sanchez,
S. (Outubro de 2008). O emprendedorismo imigrante em Portugal: fatores que
influenciam este percurso profissional da ASI decorrente dos resultados do
projeto PEI. (ACIDI, Ed.) Revista Migrações - Número Temático
Empreendedorismo Imigrante, pp. 263 - 270.
Lazaridis, G., & Koumandraki, M. (2003). Survival Ethnic
Entrepreneuers in Greece: A Mosaic of Informal and Formal Business Activities. Obtido em 20 de 01 de 2013, de Sociological Research
Online, vol. 8, no. 2: http://www.socresonline.org.uk/8/2/lazaridis.html
Matias, M. S. (2008). A que sabe um sumol a 2.200
metros de altitude?: Identidade, integração e redes sociais dos cidadãos
portugueses em Andorra. Andorra: Pagès editors
Hatziprokopiou, P. (Outubro de 2008). Empeendedorismo
de migrantes na Grácia. Revista Migrações - Número Temático Empreendedorismo
Imigrante, nº3, Lisboa, ACIDI, pp. 79 - 90
Hisrich, R.,
Peters, M., & Shepherd, D. (2009). Empreendedorismo (7ª ed.). Porto
Alegre: Bookman.
Holtz-Eakin, D.,
& Kao, C. (2003). Entrepreneurship and Economic Growth: the Proof is in the
Productivity. Center for Policy Research Working Paper No. 50. New York:
Syracuse University.
Observatório da Emigração. (20 de 06 de 2012). Obtido de Observatório da
Emigração: http://www.observatorioemigracao.secomunidades.pt/np4/paises.html?id=1
Oliveira, C. (2005). Empresários de origem
imigrante: Estratégias de inserção económica em Portugal. Lisboa: Alto
Comissário para a Integração e Minorias Étnicas.
Peixoto, J. (Outubro de 2008). Limites e oportunidades
do empreendedorismo imigrante. (ACIDI, Ed.) Revista Migrações - Número
Temático Empreendedorismo Imigrante, pp. 305 - 307.
Portes, A. (1999). Migrações Internacionais -
Origens, tipos e modelos de incorporação. Oeiras: Celta Editora.
Serdedakis, N., Tsiolis, G., Tzanakis, M., &
Papaioannou, S. (2003). Stategies of social integration in the biographies of Greek
female coming from the former Soviet Union: Self-employment as an alternative. International
Review of Sociology, 13, nº 1, pp. 145 - 162.
[1]
As inquiridas foram solicitadas a dividir os seus contactos pessoais não
familiares por percentagens divididas pela comunidade portuguesa, comunidade andorrana
e outras nacionalidades. As respectivas médias foram calculadas diretamente das
suas respostas.
[2]
No caso das mulheres empreendedoras emigrantes em Andorra, apenas foram registados 4 casos em que existem sócios.
Sem comentários:
Enviar um comentário