Intervenção :
Alexandra Ribeiro CUSTÓDIO - França
ENCONTRO MUNDIAL
MULHERES DA DIÁSPORA - 24 e 25 Outubro 2013
« Empreendorismo
Feminino «
na Diáspora da
Mulher Migrante
Uma empresa nasce sempre dum ato económico
entre duas pessoas que se conhecem e que decidem de fazer negócio juntas. Sem
pessoas não há empresa.
Eu acho que uma EMPRESA é uma criança
que nasce, que devemos criar, valorizar e fazer crescer para durar e ter sucesso.
Uma mulher tem essa faculdade natural de
ser mãe, de « maternar », de compreender a empresa, de ajudar a
crescer e de desenvolver. A « visão feminina » da empresa é uma mais valia nessa relação de negócios muitas vezes ignorada dela própria.
Ela mesmo não se sente a altura.
Eu sou diplomada em gestão de empresas e
contabilidade e tenho experiencias em varias funções de direção nos sectores de
atividades muitos masculinos como a mecânica (20 anos) a construção civil (10 anos)
e a restauração rápida Grupo McDOnalds ( 5 anos)
Tenho responsabilidades na vida Associativa,
Pública e Política (ambiente muito machista) já mais de 20 anos. Sou casada,
tenho um marido e sou mãe de 2 filhos.
Sou dirigente duma empresa que eu criei
em 2005, LUSOFORMA, gabinete de gestão, contabilidade e formação com 5 funcionárias.
Sou Presidente do Portugal Business Club
de Saint-Etienne desde 2009. Este clube de empresários é em maioria masculino
mas a equipa de Direção é composta de 50% de mulheres e 50% de homens. E uma
regra implementada para o futuro. »
Meu objetivo identificado por
todos : A paridade em todas as instâncias de decisão. (as mulheres tem
que reagir)
- 1
Os empresários aderentes reconhecem-me a
capacidade de liderar, mobilizar, animar, ativar e incentivar a criação de
laços. Estas condições são indispensáveis para um ambiente de negócios e animar
os recursos humanos das empresas ; primeiro capital duma empresa. Os
homens aderentes do Clube sabem todos isso.
A mulher, (por valores educativos adquiridos)
geralmente não aspira ao Poder. Ele gere muitas vezes a empresa no back-office
e deixa o titulo de « Patrão » ao seu marido ou a um homem que
pretender prioritariamente ao « Poder ».
Um homem sente-se sempre com falta de
Valorização, de Legitimidade, ainda que a mulher nem tanto, ela não reclama o
poder . Muitas vezes é sua própria culpa.
Será que estes valores serão menos
importantes para as mulheres que para os homens ??
Sem duvida que nosso genro naturalmente feito
de mais altruísmo, de partilha, de comunicação e de trocas facilitadas com os
outros ; favorece estas pré-disposições que têm as mulheres a criar laços
numa relação humana de confiança para depois realizar um ato económico.
As mulheres, ao meu ver, não desenvolvem
tanto EGO.
As melhores equipas comerciais atualmente
são as mulheres, lideradas na maior parte dos casos pelos homens. Colectivamente,
elas partilham muito mais o conhecimento
E esta altura de crise mundial económica
mais sobretudo crise de valores, vai sem duvida favorecer um empenho superior das mulheres para superar
as dificuldades de mutação dos valores familiares
e empresariais.
Os movimentos económicos do mundo vão
ser muito menos de bens de produção industrial mais muito mais de bens imateriais.
As transferências dos conhecimentos entre os homens vai ser superior. Estes « novos
produtos » virtuais objetos de negócios vão ser mais qualificados e não
podem ser quantificados. Esta revolução
lenta é muito mais acompanhada pelas mulheres do mundo em silencio que pelos
homens que não as presentem tanto e querem resistir.
Em 100 milhões de europeus, há 66% de
mulheres que vão silenciosamente acompanhando esta mudança . Elas ajudam, hoje,
este Novo Mundo dos negócios a nascer.
Na diáspora da mulher migrante, lembro-me
da minha avó paterna, Claudina, que não sabia nem ler, nem escrever mais era
ela quem fazia negocio, quem vendia os produtos da produção agrícola nos mercados.
O meu avô ele trabalhava a terra e, ela vendia a produção para trazer dinheiro
para a casa. Ela tinha intuitivamente a competência para estabelecer uma melhor
relação comercial com os clientes.
-2-
Antecipava o mercado, acompanhava o
consumidor, partilhava conhecimento e não « paradigomos adequeridos »,
ela tinha CREATIVIDADE sem fim
Também outro exemplo pessoal ; A minha mãe, Natércia, que era mulher de casa
e que criou seus 5 filhos, que só estudou até o primeiro ano de liceu . Era
« alfaita », ela trabalhava. Ela geria as contas da casa, enquanto o
meu pai trabalhava fora para ganhar para
a casa.
Nenhuma decisão de compra importante ou
de investimento era tomada sem o
assentimento e a rubrica da minha mãe.
Como a minha mãe, a Mulher Migrante foi
sempre responsável da gestão das contas da família nas condições sempre muitos difíceis
das migrações. Não seria já isso o seu primeiro ato empresarial, a sua primeira
empresa que ela aprendeu a gerir por
necessidade e por obrigação.
A mulher migrante da ultima geração (não
agora) muitas vezes sem formação inicial, não teve cursos de gestão mais tinha
a pratica comercial e a capacidade de gestionária dos recursos financeiros da
casa.
Ela realizava actos « empresariais »
todos dias sem o dizer, sem o saber, sem mesmo identifica-los
O Portugal BUSINESS CLUB de França, foi
criado em 2005
Pelo um grupo de 5 empresários
portugueses da região de Lyon (3 homens e 2 mulheres, já tínhamos paridade assumida).
Ele tem por objetivo de reunir todas as
forças vivas de França que tenham uma ligação direta ou indireta com o
desenvolvimento económico dos países lusófonos.
Podendo assim criar uma sinergia que
permitira facilitar as trocas de experiencias e partilhar informações.
Nos pretendemos criar vários clubes em
França em varias cidades nas quais os empresários, muitas vezes sentem-se sozinhos
para provocar encontros e conviverem a volta dos negócios.
Em toda a França temos mais de 300 empresas
aderentes sou 8% são mulheres.
Criar laços humanos e ações comerciais
reais
Isso é o objectivo prioritário do
nosso Clube.
Fazer negócios em língua portuguesa é
uma mais valia económica
Isto é a nossa mensagem.
-3-
Eu sou uma Presidente otimista e quero
deixar esta mensagem «
Nos tempos de crise e de dificuldades
que vivemos na Europa e no Mundo ; eu penso sinceramente que é esta a melhor
altura de ter criatividade para criar novas oportunidades. A imaginação
feminina não tem limites e a capacidade da mulher portuguesa vai sem duvida aproveitada
para inventar novo futuro positivo.
Ela vai contribuir a emergência de este novo
mundo de negócios muito mais perto dos valores humanos.
A todas as mulheres da Diáspora, eu digo
para terem honra das vossas próprias ações, serem sempre positivas nas vossas
empresas e sempre ativas e ambiciosas nas vossas casas para poderem sempre adquirirem
conhecimentos e liberdade para construir o vosso futuro.
Essa postura será sempre uma boa atitude
para construir o Nosso Destino.
Eu digo sempre, que quando eu ver uma
mulher « incompetente » ocupar um posto de responsabilidade
substituindo um homem competente…
Esse dia realmente pode dizer que
ganhamos IGUALDADE
Obrigada pelo convite e
Continuação de bons trabalhos
Alexandra Ribeiro Custódio
Presidente
do Portugal Business Club de Saint Etienne- França
Empresaria : Cabinet Lusoforma : Formaçao, gestao, contibilidade,
Empresaria : Cabinet Lusoforma : Formaçao, gestao, contibilidade,
Sem comentários:
Enviar um comentário