quarta-feira, 6 de novembro de 2013




Intervenção : Alexandra Ribeiro CUSTÓDIO - França

 

ENCONTRO MUNDIAL MULHERES DA DIÁSPORA - 24 e 25 Outubro 2013

« Empreendorismo Feminino « 

na Diáspora da Mulher  Migrante

 

Uma empresa nasce sempre dum ato económico entre duas pessoas que se conhecem e que decidem de fazer negócio juntas. Sem pessoas não há empresa.

Eu acho que uma EMPRESA é uma criança que nasce, que devemos criar, valorizar e fazer crescer para durar e ter sucesso.

Uma mulher tem essa faculdade natural de ser mãe, de « maternar »,  de compreender a empresa, de ajudar a crescer e de desenvolver. A « visão feminina » da empresa é uma mais valia nessa relação de negócios muitas vezes ignorada dela própria. Ela mesmo não se sente a altura.

Eu sou diplomada em gestão de empresas e contabilidade e tenho experiencias em varias funções de direção nos sectores de atividades muitos masculinos como a mecânica (20 anos) a construção civil (10 anos) e a restauração rápida Grupo McDOnalds ( 5 anos)

Tenho responsabilidades na vida Associativa, Pública e Política (ambiente muito machista) já mais de 20 anos. Sou casada, tenho um marido e sou mãe de 2 filhos.

Sou dirigente duma empresa que eu criei em 2005, LUSOFORMA, gabinete de gestão, contabilidade e formação com 5 funcionárias.

Sou Presidente do Portugal Business Club de Saint-Etienne desde 2009. Este clube de empresários é em maioria masculino mas a equipa de Direção é composta de 50% de mulheres e 50% de homens. E uma regra implementada para o futuro. » 

Meu objetivo  identificado por todos : A paridade em todas as instâncias de decisão. (as mulheres tem que reagir)

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Os empresários aderentes reconhecem-me a capacidade de liderar, mobilizar, animar, ativar e incentivar a criação de laços. Estas condições são indispensáveis para um ambiente de negócios e animar os recursos humanos das empresas ; primeiro capital duma empresa. Os homens aderentes do Clube sabem todos isso.

A mulher, (por valores educativos adquiridos) geralmente não aspira ao Poder. Ele gere muitas vezes a empresa no back-office e deixa o titulo de «  Patrão » ao seu marido ou a um homem que pretender prioritariamente ao « Poder ».  

Um homem sente-se sempre com falta de Valorização, de Legitimidade, ainda que a mulher nem tanto, ela não reclama o poder . Muitas vezes é sua própria culpa.

Será que estes valores serão menos importantes para as mulheres que para os  homens ??

Sem duvida que nosso genro naturalmente feito de mais altruísmo, de partilha, de comunicação e de trocas facilitadas com os outros ; favorece estas pré-disposições que têm as mulheres a criar laços numa relação humana de confiança para depois realizar um ato económico.

As mulheres, ao meu ver, não desenvolvem tanto EGO.

As melhores equipas comerciais atualmente são as mulheres, lideradas na maior parte dos casos pelos homens. Colectivamente, elas partilham muito mais o conhecimento

E esta altura de crise mundial económica mais sobretudo crise de valores, vai sem duvida favorecer  um empenho superior das mulheres para superar as dificuldades de mutação dos valores  familiares e empresariais.

Os movimentos económicos do mundo vão ser muito menos de bens de produção industrial mais muito mais de bens imateriais. As transferências dos conhecimentos entre os homens vai ser superior. Estes « novos produtos » virtuais objetos de negócios vão ser mais qualificados e não podem ser quantificados.  Esta revolução lenta é muito mais acompanhada pelas mulheres do mundo em silencio que pelos homens que não as presentem tanto e querem resistir.

Em 100 milhões de europeus, há 66% de mulheres que vão silenciosamente acompanhando esta mudança . Elas ajudam, hoje, este Novo Mundo dos negócios a nascer.

Na diáspora da mulher migrante, lembro-me da minha avó paterna, Claudina, que não sabia nem ler, nem escrever mais era ela quem fazia negocio, quem vendia os produtos da produção agrícola nos mercados. O meu avô ele trabalhava a terra e, ela vendia a produção para trazer dinheiro para a casa. Ela tinha intuitivamente a competência para estabelecer uma melhor relação comercial com os clientes.

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Antecipava o mercado, acompanhava o consumidor, partilhava conhecimento e não « paradigomos adequeridos », ela tinha CREATIVIDADE sem fim

Também outro exemplo pessoal ;  A minha mãe, Natércia, que era mulher de casa e que criou seus 5 filhos, que só estudou até o primeiro ano de liceu . Era « alfaita », ela trabalhava. Ela geria as contas da casa, enquanto o meu pai trabalhava fora para ganhar  para a casa.

Nenhuma decisão de compra importante ou de investimento era tomada sem  o assentimento e a rubrica da minha mãe.

Como a minha mãe, a Mulher Migrante foi sempre responsável da gestão das contas da família nas condições sempre muitos difíceis das migrações. Não seria já isso o seu primeiro ato empresarial, a sua primeira empresa  que ela aprendeu a gerir por necessidade e por obrigação.

A mulher migrante da ultima geração (não agora) muitas vezes sem formação inicial, não teve cursos de gestão mais tinha a pratica comercial e a capacidade de gestionária dos recursos financeiros da casa.

Ela realizava actos « empresariais » todos dias sem o dizer, sem o saber, sem mesmo identifica-los

O Portugal BUSINESS CLUB de França, foi criado em 2005

Pelo um grupo de 5 empresários portugueses da região de Lyon (3 homens e 2 mulheres, já tínhamos paridade assumida).

Ele tem por objetivo de reunir todas as forças vivas de França que tenham uma ligação direta ou indireta com o desenvolvimento económico dos países lusófonos.

Podendo assim criar uma sinergia que permitira facilitar as trocas de experiencias e partilhar informações.

Nos pretendemos criar vários clubes em França em varias cidades nas quais os empresários, muitas vezes sentem-se sozinhos para provocar encontros e conviverem a volta dos negócios.

Em toda a França temos mais de 300 empresas aderentes sou 8% são mulheres. 

Criar laços humanos e ações comerciais reais

Isso é o objectivo prioritário do nosso Clube.

Fazer negócios em língua portuguesa é uma mais valia económica

Isto é a nossa mensagem.

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Eu sou uma Presidente otimista e quero deixar esta mensagem « 

Nos tempos de crise e de dificuldades que vivemos na Europa e no Mundo ; eu penso sinceramente que é esta a melhor altura de ter criatividade para criar novas oportunidades. A imaginação feminina não tem limites e a capacidade da mulher portuguesa vai sem duvida aproveitada para inventar novo futuro positivo.

 Ela vai contribuir a emergência de este novo mundo de negócios muito mais perto dos valores humanos.

A todas as mulheres da Diáspora, eu digo para terem honra das vossas próprias ações, serem sempre positivas nas vossas empresas e sempre ativas e ambiciosas nas vossas casas para poderem sempre adquirirem conhecimentos e liberdade para construir o vosso futuro.

Essa postura será sempre uma boa atitude para construir o Nosso Destino.

Eu digo sempre, que quando eu ver uma mulher « incompetente » ocupar um posto de responsabilidade substituindo um homem competente…

Esse dia realmente pode dizer que ganhamos IGUALDADE

 

 

Obrigada pelo convite e

Continuação de bons trabalhos

Alexandra Ribeiro Custódio

Presidente do Portugal Business Club de Saint Etienne- França
Empresaria : Cabinet Lusoforma : Formaçao,  gestao, contibilidade,

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